Zettai Kareshi No Sandman. escrita por Oribu san


Capítulo 11
Bônus 1: Zettai Kareshi no BREAK !!!


Notas iniciais do capítulo

E como prometido aqui está um dia depois do cap final o CAP BÔNUS que é tipo uma historia dentro da historia contada pelo ponto de vista do amado Ren



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– Shohoku-sama, hora de levar.– Dizia Kuro meu empresario batendo a porta do quarto, me despertando para apenas mais um dia.

Você também já deve ter se sentido assim. Como se o dia de hoje fosse igual ao dia anterior e ao dia que viria depois deles.

Não que seja de se reclamar acordar todos os dias em um quarto bonito como este, com uma cama grande e confortável, passar o dia como o modelo de perfeição para todos a sua volta. Só que... É ruim saber que o quarto de hotel que você está hoje não será o mesmo que estará amanhã, e as vezes a grande cama parece grande demais.

Acontece que esse cara, esse modelo suspirando deitado ali como um morto que vislumbra o teto, sou eu...

– Shohoku Renaiko, muito prazer.– Me apresentava à mais um fotografo apertando sua mão com um sorriso automático. Nem sei quantas vezes já fiz isso.

Só queria poder encontrar algo que me fizesse sorrir de verdade, assim como por ver uma criança totalmente agasalhada ser levada pra passear por seu cão enorme, já que o ensaio fotográfico de hoje é ao ar livre e pude me encantar com isso.

– A felicidade é tão simples, não é, Kuro-Sensei?

Ah! Esqueci de apresenta-los. Este senhor calvo de preocupação, com metade da minha altura é Sachou Kuro, meu mentor e empresario desde os três anos, e foi quem fez de mim esse modelo razoavelmente famoso. Isso porque desde sempre eu senti a apatia que esta vida me dá e como ele mesmo sempre diz. "você poderia ser mais" Só que... Se já estou assim por ser como sou, o que dirá se fosse ainda mais famoso? Ainda mais cobrado? Ainda mais infeliz.

– Do que está falando?

– O outono está aqui. Não é bonito ver as folhas caindo?– Esticava minha mão grande e pálida para sentir passar por ela, o vento e a vibrante folha laranja.

– Shohoku, as vezes você fala coisas muito estranhas pra um jovem.

– Vai ver isso é que faz o Shohoku-san ser tão bonito.– Exclamava a moça que fazia minha maquiagem. Estava tão acostumado com esse mundo que as vezes nem os percebia mais pairar sobre mim. "vista isso", "beba isto.", "Coma isto.", "Fale assim", "Sorria pra câmera." Eu. Sua marionete de corpo...– Perfeito!– Disse ela ao terminar.

Perfeito. Como odeio essa palavra.

– Diga, Kuro-sensei. O senhor me conhece desde muitos séculos, porquê ainda me chama pelo sobrenome?

– Porque é assim que as coisas são. Nunca pensei em muda-las.

– Ah... Sei.

"As coisas" As coisas não falam, as coisas são como fazemos elas serem. Ou pelo menos as outras pessoas fazem ser. Percebo agora que nunca fiz nada de escolha minha, que satisfizesse a minha vontade, seja ela certa ou não.

– Acho que vou comer uma fatia desse bolo. Uma não... duas.

Falava daquele reluzente deslize de chocolate na vitrine de onde fomos almoçar no intervalo de meus compromissos que as vezes me levavam a pensar que iria morrer de vazio ou explodir.

– Não, Shohoku. Tem que cuidar do seu peso.

– Meu peso?!– E foi aí que eu explodi.– Olhe pra mim, Kuro. Meu corpo é perfeito demais, meu rosto é perfeito demais, até minha voz gritando com você agora é perfeita demais!

– O que foi que deu? Você não é assim Sho...

– Renaiko! Meu nome é Renaiko! Me chame até de Ren se quiser, mas eu tenho vinte e três anos, e vou comer essa fatia de bolo se eu quiser!

Kuro paralisou. Podia ver o espanto em suas feições acostumadas a me ver conformado. Assim, como medida de tentar me reaver a "normalidade" ele entrou comigo na loja e ficou em silencio me vendo comer.

Acontece que uma fatia do que é bom de verdade, nunca é o suficiente. E eu não estou falando do chocolate.

Meia hora depois do que já deveríamos ter voltado para a seção de fotos, alguém da equipe do fotografo, vê pela vitrine, o senhor Kuro ainda sentado no mesmo lugar e entra correndo.

– Ah! Senhor, onde está Shohoku-sama!– "Vocês já deviam ter voltado, eu vou ser despedido."

– Ele disse que ia ao banheiro mais não voltou ainda.– Respondeu Kuro olhando para o relógio em seu pulso, com a testa regada de suor pela suspeita que tinha de confirmar.– Renaiko, está tudo bem aí dentro?

Perguntou batendo na porta que imóvel também não respondeu de volta ao senhor que teria de me perdoar ao abri-la e ver a janela ao longo dos boxes, aberta e com a mancha dos meus sapatos de marca, quais tirei para correr mais rápido no parque atrás da doceria. Eu estava fugindo.

– Shohoku, volte aqui!– Gritou de lá me vendo sumir.

– Desculpe, Kuro-san, mas eu quero viver!

Viver. Que doce de palavra.Quase tão doce quanto tudo o que vi e fiz naquele dia de liberdade em que decidi ser apenas eu mesmo e não o modelo perfeito, serio e oco.

Mesmo que tudo fosse apenas por um dia, pois eu sabia que no mais tardar minha vida me encontraria de novo, querendo esmagar-me com o seu peso que ninguém entendia. Então, eu viveria aquele dia como se fosse o ultimo e depois me conformaria em voltar a ser morto por dentro. Um bonito cadáver que anda.

Fiquei encantado com a pessoa que conheci ser eu mesmo. Quem diria, eu sou engraçado e bobo, apenas por hoje, não tive medo de ser repreendido por fazer coisas bobas apenas porque as queria fazer. Sorri fora de hora, tropecei no meio da rua, me sujei com sorvete, não liguei pra roupa por deitar na grama.

Já estava ficando com pena de me despedir de mim quando a noite caiu alta. O ultimo passo a cumprir em minha lista era, caminhar descalço na chuva até em casa, mas eu não tinha um lar por viver de lá pra cá, então peguei o caminho do hotel na calçada da praia de Odaiba, e, a unica chuva que se abriu sobre mim foi a de estrelas cadentes que ainda assim era encantadora.

– Que bonito.– Sorri, aproveitando o que me foi oferecido pela noite escura. Escolhi uma daquelas que caiam em direção a cidade e então desejei.– Por favor, eu não sei o que pedir, mas me dê algo que faça meu coração bater tão feliz quanto hoje.– "Quero ser esse Ren alegre todos os dias."

Creio que não verifiquei bem o caminho que as estrelas cadetes estavam fazendo, porque uma delas foi de contradição as outras, passando alto no céu por sobre minha cabeça e sumindo no mar bem atrás de uma sombra estranha como se a atingisse, ou me apontasse.

– Quem é que está ali?

Apertei os olhos estranhando por ter alguém na praia a essa hora e nesse frio do ano. Fui me aproximando pelos bancos de areia com cautela por não saber do que se tratava. A sombra tinha forma humana e parecia enterrar alguma coisa. Não cheguei nem a pensar no possibilidade de seu um gangster e a sombra caiu do nada.

De imediato saí correndo na intenção automática de amparar sua queda, mas chegando até lá, tudo o que encontrei foi um garoto descordado, uma pá, uma garrafa e um buraco semi-fechado.

– Tem cheiro de vinho.– Constato por aproximar a garrafa do nariz.– Ei... Você está bem?– Toco seu ombro, e o tocado seu eu vê-lo se virar.

Estava acostumado a ver os rostos mais bonitos do mundo fotografando comigo, mesmo assim aquele garoto franzino mexeu comigo. Jamais havia me deparado com algo como aquilo. Conseguia ver nele uma beleza estranha, natural, não sei nem como explicar, era uma beleza real que apenas... Me acelerava.

Estava marcado por lágrimas secas e a posição de defesa que mantinha o corpo mesmo dormindo, me dizia que havia passado por maus bocados.

Reabrir o buraco foi fácil, difícil foi sentado na areia ao seu lado, ler o que encontrei ali dentro. Era quase que a formula pra criar um homem perfeito. Irreal. Porém senti algumas muitas coisas pessoais se encaixarem à mim, assim como eram meus, o meu nariz e olhos de revistas diferentes se encaixaram na foto do homem recorte que acho que foi ele quem fez, assim com achei que Lenny Olivy era seu nome por estar assinado na ponta da folha.

Ler todas aquilas fichas, enquanto olhava para ele, só me fez ficar ainda mais apaixonado por alguém que sequer sabia como era a voz.

Dar de cara com "O sandman" livro que acabara de ler em meu tempo vago, me fez pensar bem se o motivo pelo qual estava estava pensando em fazer tal loucura era por pena, mas não conseguia pensar em nada que não fosse segura-lo em meus braços e fazer dele minha frágil esposa. Então sendo assim, decidi que era amor, decidi que era o sinal mais claro que a estrela poderia ter me dado, decidi também ser o seu sandman.

Entreguei minhas roupas ao primeiro morador de rua que não fugiu de um homem do meu tamanho, pelado lhe entregando suas roupas, e deitei ao lado de Lenny, torcendo para que ele não me conhecesse quando acordasse.

– Vou ficar com o Lenny, não importa o que aconteça.

O resto você já pode imaginar.

Eu fui feliz pra sempre.

Fim.... De novo.


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Notas finais do capítulo

Esse foi o dia em que nasceu o nosso Sunahama T~T
bom galerinha é isso. agora acabou mesmo. foi de verdade UMA GRANDE HONRA ter todos vocês conosco esse tempo todo. Obrigada do fundo do meu coração.



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