Destino Esquecido escrita por Laura Marie


Capítulo 10
Apenas mais um dia


Notas iniciais do capítulo

Hey Pessoal!

Aqui está o penúltimo capítulo desta fic!

Boa leitura!
;-)



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Remy caminhava pela Mansão segurando uma misteriosa caixa. Certamente, ele estava à procura de alguém. Ele passou por todos os quartos, mas não encontrou nenhum sinal da pessoa que procurava. Após vasculhar todos os cômodos, ele foi até a varanda, que era o único local onde ainda não tinha ido. Mas, infelizmente, lá também não havia ninguém. De repente, Remy se lembrou que a varanda não era realmente o último lugar em que ainda não tinha procurado.

Assim que chegou ao telhado, Remy se deparou com a sua filha olhando atentamente para o horizonte de fim de tarde.

– Você precisa encontrar um novo lugar para se esconder, chérie.

– Remy ?! – Disse a garota, que se assustou com a chegada repentina do pai.

– Duas semanas atrás eu te encontrei aqui, neste mesmo horário e olhando para a mesma paisagem.

Melissa não respondeu. Apenas sorriu timidamente e voltou a encarar a paisagem. Já havia se passado duas semanas desde que eles se conheceram, e parecia que tudo estava indo bem entre os dois. No entanto, naquele dia, Melissa regrediu.

– Onde você estava? Eu te procurei o dia inteiro! – Disse Remy enquanto se aproximava.

– Aah...Por aí...

– Por aí?

– Sim. Eu tive que levar a minha mãe à cidade hoje, e depois nós fomos até a Mansão dos Assassinos.

– E como estão as coisas por lá? – Disse ele, enquanto se sentava próximo a ela.

– Por incrível que pareça, o clã ficou satisfeito pela morte de Gaspar.

– Eu ouvi dizer que ele não estava sendo um bom líder...

– Sim. Eles também ficaram alegres em rever a minha mãe, apesar de que ela não faz idéia sobre quem são eles.

– Ela ainda não recuperou a memória?

– Não, e eu nem sei se um dia ela irá se recuperar totalmente... – Melissa dizia com um tom melancólico.

– Eu sinto muito, chérie...

– Tudo bem! Nós duas estamos nos dando bem. Eu acho que isso já é o bastante.

– Sim, claro! Mas e quanto ao clã?

Parecia que Remy havia tocado em um assunto extremamente delicado. Melissa engoliu seco quando ouviu tal indagação, mas ela preferiu não fugir.

– Eu vou ter que assumir. A minha mãe não tem nenhuma condição para voltar à liderança.

– Você tem certeza disto, chérie?Até onde eu sei, esta não era a vontade de sua mãe...

– Eu sei. Mas eles também são a minha família, e estão desesperados! O Gaspar deixou o clã em um estado lamentável. Quase não tem mais dinheiro.

– E o que você pretende fazer? Quero dizer... Você está preparada para ser uma Assassina?

– Não – Melissa disse com convicção – Eu não serei uma Assassina e nem uma ladra. Eu só quero ajudar a administrar as duas famílias e acabar com o resto de ódio que ainda existe. Acho que esta é a minha responsabilidade como filha de um Ladrão e de uma Assassina.

– Com certeza você fará a escolha certa, mon petit. Mas não deixe que os clãs se tornem um fardo em sua vida!

– Eu vou me cuidar. Não se preocupe! – Melissa sorria para o pai.

Após o diálogo inicial, Remy finalmente se lembrou da caixa que ele mesmo estava segurando.

– Oh! Antes que eu me esqueça, isto aqui é pra você! – Disse ele enquanto a entregava a caixa.

– O que é isso !?

– Abra!

Assim que Melissa a abriu, os seus olhos se depararam com uma linda gargantilha de brilhantes, contando com uma linda água-marinha como pingente. Melissa, definitivamente, não esperava por isso.

– Nossa! É linda!

– Feliz Aniversário, Melissa!

Melissa se surpreendeu. Devido a tantas responsabilidades, ela mesma tinha se esquecido de seu próprio aniversário.

– Você sabe que hoje é o meu aniversário?

– Claro que eu sei! Eu sou o seu pai!

Melissa sorriu de volta. Ela definitivamente não sabia o que dizer sobre aquele esplêndido presente.

– Você gostou?

– Claro! É muito bonita! Obrigada mesmo!

Bon! Ela combina com os seus olhos...

Melissa apenas conseguia sorrir. Mas, de repente, ela percebeu que havia outra coisa dentro da caixa.

– Dama-de-Copas? – Disse ela enquanto segurava a carta com um olhar confuso.

Ouí! É para dar sorte.

– Você realmente é inacreditável, Remy LeBeau! – Brincou Melissa.

– Mas por quê? Esta carta já salvou a minha vida várias vezes!

– Incluindo a última vez em que os Assassinos tentaram te matar?

– Esse negócio de ficar lendo mentes já está perdendo a graça, chérie!

– Me desculpe! Eu não pude evitar – Melissa brincou, mas não demorou muito para que um tom de seriedade aparecesse – Você sente a falta dela, não é?

Ouí! Muito...!

– Eu...Eu sinto muito por ter estragado o seu relacionamento... – Melissa desviava o olhar.

Non! Você não tem culpa de nada, chérie! As coisas já estavam um pouco tensas entre eu e a Vampira.

– Você tem falado com ela?

Non. Eu ligo para ela todos os dias, mas ela nunca me atende...

– Nossa! Eu realmente espero que vocês consigam se reconciliar.

Ouí! E algo me diz que ainda não é fim entre a gente...

Melissa sorriu, mas não disse nada. Ela realmente torcia pela felicidade do pai, seja lá com quem fosse. Mas, de repente, uma expressão de melancolia retornou à sua face.

– O que foi? Está chateada com alguma coisa? – Disse Remy ao perceber a tristeza no rosto da filha.

– Não... Quero dizer...

Era evidente que Melissa estava sem jeito para falar. Ao perceber isso, Remy se aproximou mais e segurou a sua mão.

– O que é, chérie?

– É que você vai embora amanhã e...

– E...?

– E eu acho que vou sentir a sua falta!

Remy sorriu ao ouvir tais palavras da filha. Finalmente estava acontecendo um verdadeiro momento de “pai e filha”. Em seguida, ele a abraçou fortemente.

– Não se preocupe com isso, chérie! Eu nunca vou te deixar, e você nunca vai estar sozinha!

Melissa se soltou e voltou a olhar para ele. Ela sorria, e certa confiança era evidente em seu olhar.

– Obrigada ... Pai!

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Na manhã do dia seguinte, Remy tinha se despedido de seus familiares - já que estava prestes a partir para Nova York.

– Tem certeza que você não quer ir comigo? Acho que tem uma vaga para telepatas lá!

– Quem sabe no futuro! – Brincou Melissa – E você tem certeza que não quer se despedir de minha mãe?

Pardon, chérie. Ela ainda deve estar dormindo, e acho melhor deixarmos as coisas como estão.

– Sim, tem razão.

De repente, Melissa desviou o olhar, e um silêncio surgiu entre eles.

– Algum problema, Melissa?

– Bem... É que a tia Mercy me disse que o seu aniversário será em breve. Mas eu não consegui pensar em nenhum presente para você a tempo.

Remy sorriu. Ele se aproximou mais, e segurou o seu rosto delicadamente.

– Ouvir você me chamando de “pai” pela primeira vez foi o melhor presente que já recebi em minha vida. Eu não poderia querer outra coisa melhor!

Melissa o abraçou fortemente. Ela realmente tinha aprendido a amá-lo em tão pouco tempo. E vê-lo partir agora era muito complicado para ela.

Vous promettez que vous n'oublierez jamais?

Oui, je le promets! Je le jure!

– Je t'aime, papa!

– Je t'aime aussi, ma fille!

Um abraço de poucos segundos parecia ser a eternidade para o pai e a filha. No entanto, aquela eternidade teve um fim – na verdade, um breve fim em seu destino. Após se abraçarem, Remy se afastou, mas ainda segurava uma das mãos de Melissa. No entanto, na medida em que ele se afastava, as suas mãos se distanciavam até que, sem perceberem, Remy já havia entrado no carro, e Melissa assistia à sua primeira partida de muitas.

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Enquanto isso, na Mansão Xavier, Kitty finalmente tinha conseguido tirar a Vampira de dentro de seu quarto. Vampira ainda sofria pela ausência, e também pela discussão que tivera com o namorado em Nova Orleans. No entanto, ela ainda não sabia que, agora, ela precisava se cuidar mais do que nunca.

– Sinto muito, Kitty. Mas eu não estou com muita fome – Disse ela enquanto a amiga cozinhava alguma coisa.

– Olha só pra você, Vampira! Você está mais pálida do que o normal! Você precisa se alimentar direito!

– Sem querer ofender, mas o meu estômago já começou a embrulhar só em sentir o cheiro desta sua comida, Kitty!

– Ei! A minha macarronada sempre é deliciosa! E não tem nenhum problema com o cheiro dela!

– Acho que você exagerou em algum ingrediente – Disse Vampira, enquanto tampava o seu nariz – Talvez a cebola ou os tomates... Sei lá!

– Eu não exagerei em nada, Vampira! Aliás, ela já está pronta! Você já pode se servir!

– Eu... Eu não tenho certeza, Kitty...!

– Deixa disso, Vampira! Então eu mesma irei te servir.

Sendo assim, Kitty colocou uma porção de macarronada em um prato, o colocando na mesa, bem em frente à Vampira. No entanto, parecia que aquela refeição realmente não tinha agradado a ela.

Com a macarronada mais próxima, o seu cheiro ficou mais forte, fazendo com que as náuseas de Vampira aumentassem. E, de repente, quando olhou de volta para o prato, ela sentiu uma leve tontura.

– Sinto muito, Kitty! – Disse Vampira que, em seguida, saiu correndo da cozinha.

Kitty não entendeu o que estava acontecendo com a amiga. Preocupada, ela decidiu ir atrás da Vampira.

Vampira, apressadamente, se trancou no primeiro banheiro que avistara no corredor próximo à cozinha. Ela mal conseguia ficar em pé. As náuseas e as tonturas eram cada vez mais constantes. E ao se lembrar do cheiro daquela comida – que por sinal ainda estava preso em seu nariz - ela começou a vomitar.

– Vampira! Você está bem? – Perguntou Kitty do outro lado da porta.

– Estou sim! Espere um pouco, Kitty!

Vampira conseguiu firmar as suas pernas novamente. Aliás, ela nunca tinha sentido algo assim antes. Porém, enquanto lavava o seu rosto, uma idéia passou pela sua cabeça.

Os seus olhos arregalaram e um calafrio percorreu pelo seu corpo quando ela considerou tal hipótese. Em seguida, ela olhou para o espelho enquanto pressionava fortemente o seu próprio abdômen.

– Não é possível!


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Notas finais do capítulo

Tradução:

* - Você promete que jamais vai me esquecer?
* - Sim, eu prometo! Eu juro!
* - Eu te amo, papai!
* - Eu também te amo, minha filha!

~ Obrigada pela leitura!
Vejo vocês no último capítulo!

:-)