Sentiments D'anubis escrita por GiGihh


Capítulo 7
Meio do nada


Notas iniciais do capítulo

A pedido de uma leitora, este cap é todo narrado pele Sadie,ok?
Até lá embaixo:



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SADIE

Vamos fazer uma listinha? Um inventário do que estava me acontecendo?

1°: Um deus aparece quase morrendo no meu quarto (reparem na ironia do destino);

2°: O ser ainda inventa de fazer perguntas constrangedoras (tanto para mim quanto para ele);

3°: Ele me joga de um penhasco. ELE ME JOGA DE UM PENHASCO! (e isso foi realmente assustador, se não fosse a minha certeza de que ele iria me pegar, eu teria surtado);

4°: Ele me beija (ok, não foi um beijo de verdade; foi só um selinho como no meu aniversario... Um presente bem mais memorável do que um colar... Foco, Sadie!) e depois me oferece uma rosa vermelha (se liguem na cor: vermelho é uma cor “ruim” para os egípcios);

5°: Que história é essa? Como assim deu a louca nos deuses e eu não posso mais vê-lo? Por que eu...

Livrei-me dos seus braços sem ter muita noção do que eu fazia. Eu não era mais capaz de sentir o suave vento da noite na pele e tão pouco eu sentia a rosa entre meus dedos.

—Não entendi. O que quer dizer com isso? – perguntei olhando para ele, mas evitando seus olhos; sentia que desabaria caso olhasse.

Ele deu um pequeno passo em minha direção. Estávamos longe um do outro; uma distância razoável, mas que aquele passinho não foi capaz de quebrar.

—Eu não posso mais te ver; não posso ter qualquer contato com você... Isso é o melhor para nós dois. – sua voz não emitia emoções, mas seus olhos transmitiam algo... Aquilo era dor?

—Por quê?

—Nossa situação... – ele parou de falar como se não soubesse o que dizer.

—Nós. – minha voz era o mais suave possível, mas consegui senti uma pontadinha de dor conforme a palavra ecoava pelo pátio destruído. Ela parecia tão cheia de esperança... Mas não era nada além de um eco vazio.

—Nós ameaçamos os deuses de alguma forma...

—Ameaçamos? Como falar com um deus pode ameaçar os outros? – por que isso não me parecia certo? O silêncio dele foi a minha única resposta. – Detesto quando você deixa as minhas perguntas sem resposta.

—Não sei as respostas.

—E você não faz nada para consegui-las? – mais uma vez, o silêncio – Você é mesmo um deus? – soltei com raiva.

—Não pareço um? – ele disse no mesmo tom que eu.

— Parece um adolescente com medo de tudo e de todos; não acredito que você fique parado e quieto quando outros decidem o que é melhor pra você! – passei a mão esquerda pelos cabelos, me sentindo frustrada, estão tão, tão... – O que então eu estou fazendo aqui? Por que me trouxe aqui? Me responde, Anúbis!

Uma rajada de vento gélida e cortante me fez estremecer. Eu teria guardado meu coração se soubesse que aquele garoto iria me fazer sangrar. Mais que droga! Estou tentando, mas não sei se consigo suportar isso de pé... Eu sentia como se lutasse para sobreviver. Senti aquela estúpida vontade de chorar.

— Eu... – ele não completou a frase.

— Por favor... – implorei; a voz fraca.

— Eu não queria te perder sem nem vê-la mais uma vez.

—Então hoje não é nada além de um adeus?

—Por que quer tornar tudo mais difícil? – ele disse com raiva, num rompante.

—Mais difícil? Isso já dói o suficiente, mas você nem se importa!

—Não me importo? Essa é a primeira vez em que quebro as regras, Sadie...

—O que só comprova que você é um adolescente com medo.

—Você nunca leva as coisas a sério...

—Porque esse é o único jeito que eu conheço de não sofrer. – meus olhos estavam marejados. Será que isso é tudo o que sabemos fazer? Discutir?

—Por que isso dói em você? – sua voz soou mais mansa, seus olhos mais brilhantes; ele pelo menos conseguia controlar a expressão, voltando com o jeito indiferente.

—Você disse que não queria me perder, mas você não luta por agora. A única coisa em que eu consigo pensar é você me deixando... – quem eu queria enganar? Ele era um deus e eu... – Isso dói em mim, mas não significa nada pra você. – meu coração estava ligeiramente apertado. – Eu te odeio!

Assim que essas três palavras foram ditas, as sombras envolveram o deus levando-o para longe de mim; no mesmo instante, caí de joelhos. Nunca pensei que amar doesse tanto... Aquelas lágrimas traiçoeiras traçaram caminhos diferentes pelo meu rosto, mas não cheguei a me importar. Ai que ódio! Nem consegui fazer mais drama como de costume!

Eu o queria só para mim, assim como as ondas são do mar e as estrelas são do céu. Não conseguiria viver querendo aquele deus, mas não poder vê-lo ou tocá-lo... Os ventos ficaram mais fortes e mais gelados mesmo o sol já dando sinais de que chegaria em pouco tempo... Ele tinha me abandonado naquele lugar desconhecido, me deixou sozinha no meio do nada. Estava frio e não tinha ninguém que me abraçasse.

Levantei e sai daquelas ruínas ia em direção a grama macia que crescia próxima as ruínas do castelo. Enxugava as lágrimas no caminho e não deixava mais nenhuma cair. Não iria gastar minhas lágrimas com ele... Com ele não... Não me importei em deixar aquela rosa esquecida no chão.

—Eu te odeio, Anúbis... – murmurei para mim mesma – Te odeio por me fazer te amar.


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Notas finais do capítulo

Ficou curtinho, não? Vou tentar caps maiores...
Tivemos muitas brigas entre os dois e agora é imaginar o que acontece com a loira.