Eu sempre havia gostado de aeroportos, de viajar, ver os aviões decolando e imaginar que alguém lá dentro estava partindo pra uma nova vida, um recomeço, como um dia eu havia partido pra minha faculdade de moda, de uma simples e pacata cidade do interior onde não havia nada pra fazer... Mas naquele momento, o frio na minha barriga e o nó na minha garganta não continham a menor felicidade, eu estava vendo Klaus ir embora, ele segurava minha mão e por mais que mantivesse a expressão impassível, podia sentir sua mão tremer, eu sabia que no fundo estava quase tão abalado quanto eu, mas com certeza menos devido a ter sua filha com ele, eu estava feliz por ele poder recuperar o tempo com sua filha, mas eu queria que estivéssemos juntos, eu amava ambos e agora eles iam pra Alemanha.

Klaus segurou minha mão forte, quando ouvimos a ultima chamada para o voo, respirei fundo, em seguida olhei para ele, o meu professor, meu vizinho e agora o homem que eu amava, ele sorriu, mas eu podia ver seus olhos com lágrimas. Ele me puxou pela cintura e me beijou, eu retribui minha mão acariciando seu cabelo.

— Tia Caroline por que a senhora tá mordendo o papai? — Comentou, e nos afastamos rindo, Klaus a pegou nos braços e deu uma leve morda em uma de suas mãos.

— É uma mordida de amor meu bem. — Ele disse e ela esticou os braços pra mim, eu a abracei e ela me olhou.

— Quando nós vamos nos ver de novo tia? — Aquela pergunta fez meus olhos marejarem, mordi os lábios para evitar as lágrimas e a respondi segurando suas mãos.

— Logo querida. — Ela sorriu e eu a abracei e Klaus ao mesmo tempo.

— Eu te amo sweetheart. — Ele disse e eu sorri com os olhos marejados.

— Eu também te amo Klaus. — Eu disse e fiquei ao lado de sua irmã, vendo eles se distanciarem.

Eu olhava para meus três filhos na minha frente, eles ainda estavam curiosos para que eu terminasse a história, suspirei.

— E aí mamãe o que aconteceu? — John perguntou parecendo ansioso, ele tinha meus olhos e o cabelo loiro enrolado do pai, as gêmeas uma de cada lado dele reviraram os olhos e eu ri. Elas pareciam muito comigo, mas tinham os olhos e o temperamento do pai.

Lauren estava com Klaus na cozinha, preparando o jantar, ela já havia ouvido aquela história e fazia parte dela, agora eu e meu marido tínhamos 40 e 45 respectivamente e quatro filhos, porque Lauren chamava tanto a mim quanto a sua mãe biológica de mãe.

— O que aconteceu foi o seguinte, eu mantinha contato com o pai de vocês através de Elijah e de ligações, o Klaus vivia meio paranoico de ser encontrado e eu entendia o porque. — Dei uma pausa criando coragem pra contar o que vinha pela frente. — Quando Mikael morreu, muitas coisas vieram a tona, ele morreu em um tiroteio com a polícia, Kol se entregou pra polícia e mais tarde cumpriu sua pena em liberdade, porque estava sendo coagido, o avô de vocês tinha muitos negócios ilegais ligados principalmente a contrabando de armas. — Suspirei e prossegui, praticamente voltando no tempo.

Era o dia da minha formatura e desde a morte de Mikael eu não tinha sinais de Klaus, ou Elijah, talvez ele tivesse desistido de nós e eu não o culpava, afinal estávamos longe, ele tinha uma filha e a mãe dela estava bem mais perto, respirei fundo para não chorar. Eu não devia estar duvidando dele, ou do nosso amor, ele ia dar notícias, ele tinha que dar notícias.

Fitei meu reflexo e eu estava linda, meu vestido havia sido presente de Klaus, era tomara que caia, de um tom perolado e com uma linda calda. Ouvi a campainha tocar e fui até a porta, Tyler me olhou embasbacado.

— Eu vou estar com a mulher mais bonita da formatura. — Eu gargalhei e bati em seu braço.

— Não seja idiota. — Ele me ofereceu o braço e depois que tranquei a porta fomos para o carro em silêncio, meu melhor amigo vinha sendo meu porto seguro enquanto não recebia noticias do meu noivo, suspirei e sorri, aquele era um dia feliz, eu precisava manter a calma.

Ele abriu a porta pra mim no carro e fomos ouvindo música.

— Estamos prestes a nos tornar adultos independentes, como se sente senhorita estagiaria da Vogue? — Perguntou e eu sorri, eu estava realmente feliz com aquele estágio.

— Eu me sinto perfeitamente bem quanto a minha futura vida profissional e o senhor? — Perguntei e ele abriu um sorriso largo e convencido.

— Fui convidado pra dar aulas na faculdade. — Sorri dando um tapinha no ombro do meu amigo.

— Parabéns babaca. — Disse olhando pra frente e ele sorriu pra mim.

— Chegamos senhorita. — Lancei um sorriso pra ele, mas antes que eu pudesse abrir a porta, ela foi aberta por alguém do lado de fora, quando levantei a cabeça para ver, lá estava ele me olhando com um sorriso... Klaus. Meu Klaus. Sem pensar pulei em seus braços e ele me girou, me puxando pela cintura e me beijando, sem se importar com quem olhava, ou em onde estavamos, eu era um misto de sentimentos que jamais conseguiria descrever, quando me afastei comecei a estapeá-lo e ele a rir.

— Não acredito que aprontaram isso comigo! — Deu uma pausa. — Vou matar os dois. — Quando disse isso Tyler já estava longe, conversando com uma garota.

Klaus riu e em seguida sorriu.

— Gostou da surpresa sweetheart?

— Eu... Eu pensei que você tinha desistido. — Comentei mordendo o lábio inferior envergonhada, olhando para o chão e ele levantou meu rosto com a mão, sorrindo.

— Eu jamais desistiria de você amor. — Disse me puxando pela cintura e me beijando novamente. — Sempre foi você que eu procurei.

— Que história bonitinha não? — Klaus brincou passando os braços ao redor dos meus ombros e beijando minha bochecha.

— O resto vocês já sabem crianças. — Sorri e os liberei, eles correram para a mesa de jantar e eu olhei meu marido. — Que bom que essa história bonitinha não teve um final não é?

— Sobre isso eu estava pensando, acho que vou te largar e pegar uma mulher uns vinte anos mais jovem. — Comentou e eu dei um tapa em sua mão, começando a rir em seguida.

— Babaca. — Klaus deu a volta no sofá e sentou ao meu lado, me puxando em seguida praticamente para o seu colo.

— Você sabe que é a única, mesmo quando estiver velha e enrugada. — Abri a boca ofendida pretendendo responder aquela ofensa, mas ele me beijou antes que eu pudesse o xingar.

— Acho que esse é um bom final pra quando contarmos a história não? — Ele pensou um pouco.

— Acho que preciso acrescentar que eu te amo. — Disse com um sorriso e eu respondi um eu também baixinho. — Acho que esse é um ótimo final senhora Mikaelson. — Respondeu antes de me beijar.