Eu e Tyler já havíamos visitado cinco orfanatos, mas não havia em nenhum deles uma criança que tivesse alguma semelhança com Klaus, ou que se chamasse Lauren, ele havia me mostrado uma única foto da filha e eu tinha certeza absoluta que se visse aquela criança eu a reconheceria, meu coração doía cada vez que passava pela minha cabeça que nossa busca era inútil, eu queria tanto ajudar Klaus, eu queria cuidar dele, essa era a verdade. Suspirei, agora quando eu pensava em Stefan e na noite anterior tinha sentimentos confusos, eu havia me sentido realmente segura nos braços de quem devia ser apenas meu amigo, agora eu não tinha a mínima ideia do que ia fazer, eu não queria dizer aquilo em voz alta, nem mesmo pensar, mas... Eu estava me apaixonando por Klaus. Eu estava apaixonada pelos dois. Bufei e Tyler me olhou de canto de olho, eu sabia que ele sabia, mas definitivamente eu não estava preparada para falar.

– Car eu acho que você deve contar isso pro Klaus ainda hoje. - Suspirou pesado e eu sabia que ele tentaria ao máximo me convencer daquilo, mas ele não tinha visto e ouvido aquele homem monstruoso,eu havia. Se eu abrisse a boca estaria transformando a vida de Klaus e da menina em um inferno e transformar a vida de uma criança de um ano em um inferno não estava nos meus planos.

Desci do carro quando paramos no sexto orfanato e meus salto alto faziam um barulho irritante naquele silêncio quase mortal, as crianças definitivamente estavam em outro lugar lá dentro, nós estávamos fingindo ser um casal, então demos as mãos e sorrimos um para o outro o mais convincente que podíamos, apenas nos preparando para fingir.

A mulher veio nos receber alguns minutos depois, ela sorriu para mim e depois para Tyler e nos encaminhou para a área onde estavam as crianças menores.

– Então aqui ficam as crianças de 1 a 4 anos, que foi a faixa etária que seu namorado disse que vocês estão interessados em adotar. - Afirmei com a cabeça e sorri para ela. - Se quiserem ver onde ficam os maiores só precisam me perguntar.

Tyler e eu caminhamos até as crianças, ele simplesmente ficava se divertindo com os pequenos, enquanto eu realmente procurava a menininha, andei enquanto observava as crianças, foi quando a vi, a menina loira, estava sentada no chão com alguns brinquedos ao redor, devia ter dois anos... Parecia com a menina da foto, mas Klaus não manteria as coisas em caixas em casa depois de tanto tempo, ou manteria? Claro que manteria, ele achava que as duas iam voltar! Aquela tinha que ser a menina.

– Oi querida. - Sorriu se aproximando e a garotinha esticou as mãos segurando as suas e retribuindo.

– Oi tia. - Disse com uma voz doce, mas meio firme para uma criança tão pequena.

– Meu nome é Caroline, qual o seu? - Ela tocou meu cabelo.

– Lauren. - Passou a mão acariciando alguns fios. - Seu cabelo parece com o meu. - Sorrimos juntas. - Brinca comigo tia Caroline? - Pediu se soltando de mim e pegando uma bola, afirmei e ela jogou-a pra mim, ficamos nessa brincadeira... Ela tinha os olhos dele e o cabelo, a boca e o nariz deviam ser parecidos com o da mãe.

A mulher chamou a mim e Ty, me despedi de Lauren e prometi que voltaria para visitá-la.

– Eu gostei da garotinha, Lauren. - Falei decidida e Tyler confirmou o que eu disse, uma careta quase imperceptível atravessou o rosto da mulher e logo depois ela voltou a sorrir.

– Tem um outro casal interessado na Lauren, eles vieram primeiro...

– Sem problemas. - Tyler sorri e acaricia minha mão. - Nós podemos esperar a resposta deles. Enquanto isso não tem problema visitarmos o orfanato de novo certo?

– Claro que não. - Nós já podíamos ver uma diferença em como ela nos tratava, mas ela havia dito que poderíamos voltar o que já era um alívio.

Klaus POV.

Terminei de fazer o jantar e fiquei esperando Caroline chegar, ela não devia demorar, havia saído com o amigo dela Tyler, eu não gostava muito dele, era alguma antipatia, não sabia bem porque... Me deitei no sofá e alguns minutos depois Car chegou, eu havia entregue uma cópia da chave do meu apartamento a ela, isso ficou em segredo,afinal se chegasse aos ouvidos dos estudantes da faculdade daria uma bela confusão.

Me levantei e sorri. - Hey sweetheart. - Ela ficou um pouco vermelha.

– Me sinto sua namorada quando me chama assim. - Demos risadas meio nervosas, eu passei a mão pelo meu cabelo, já havia chegado a conclusão que estava me apaixonando por ela, mas não era justo envolvê-la em meus problemas, a questão é que eu era egoísta e não ligava muito pra isso, mas ao mesmo tempo eu tinha medo de tentar algo e estragar a amizade.

– Vou me trocar e já volto pra comermos porque estou sentindo o cheiro dessa comida e deve estar uma delícia. - Comentou empolgada indo para o quarto, já havia uma par de roupas da loira na minha casa, eu não ia muito a dela, mas deviam haver algumas camisas minhas por lá.

Sentei no balcão de granito da cozinha e fiquei a esperando, quando já estava perto a loira tropeçou, em um reflexo eu tomei sua frente e caímos os dois no chão rindo feito retardados, eu estava de olhos fechados, devido a dor do impacto, mas continuava sentindo o peso dela ali. Caroline tão próxima que eu podia sentir sua respiração, abri os olhos e a encontrei me observando séria, seus olhos na minha boca, aquilo foi como uma autorização pra mim, a abracei pela cintura e colei nossos lábios, era como um encaixe perfeito, agora sem bebida, ou qualquer obstáculo entre nós parecia certo beijá-la.

Foi ela que aprofundou o beijo, minhas mãos foram para o seu cabelo, acariciando-o e mantendo-a ali, eu tinha um certo medo de que ela se afastasse e nunca mais quisesse olhar pra mim de novo. Seu perfume era bom, uma mistura de sabonete e rosas.

Nos afastamos quando já estávamos sem ar e ela começou a rir, escondendo o rosto no meu ombro, eu acabei rindo também, uma risada de verdade, não a tipica amargura que vinha me perseguindo.

– Vamos devagar ok? - Pediu quando eu acariciei suas costas e eu toquei seu rosto, logo levantando-o fazendo com que ela me olhasse nos olhos.

– Por você eu espero o tempo que for. - Dei uma pausa e a encarei, seu rosto corado fazia-a ainda mais linda. - Você é linda, forte, cheia de luz, seria impossível seguir um ritmo que não fosse o seu. - Depositei um beijo na sua testa e ela apenas deu um sorriso tímido, eu ainda não acreditava bem no que estava acontecendo, mas estava.