r13;Não... não...

Ela se debatia convulsivamente na cama, murmurando algumas palavras durante o sono agitado.

r13;Não! Por favor... Não se aproxime.

Se ao menos ela pudesse acordar. Se ao menos pudesse abrir os olhos, ela estaria salva. Segura em sua cama, em sua casa, em Forks.

Mas ela não conseguia acordar.

"Não... não..."

Gemia cada vez mais alto.

"NÃO!"

De repente, ela acordou e sentou-se na cama. Tremia toda, sentindo falta de ar. Agarrou-se às cobertas, e contemplou seu quarto escuro e familiar.

Não havia ninguém ali. Fora só um pesadelo.

Só um pesadelo. Ela repetiu estas palavras muitas e muitas vezes, como se cantasse uma canção de ninar.

Da cama, ela podia ver através da janela. Era mais uma noite fria de outono. O vento gélido fazia as últimas folhas da velha árvore tremerem e caírem. Por entre os galhos, ela podia ver as luzes da rua, amarelas e sinistras.

Molhada de suor, deitou-se e afundou nos travesseiros. Os cabelos, louros e compridos estavam colados na cabeça.

Disse a si mesma que ficaria bem se não dormisse mais. Respirando lentamente, sentiu-se um pouco melhor. E então fechou os olhos. 

Foi quando sentiu a presença de alguém no quarto.

Percebeu que não estava sozinha.

Arregalou os olhos. Em toda a sua vida, nunca estivera tão alerta.

O que a fazia ter tanta certeza de que havia mais alguém no quarto?

Ela  não sabia.

"Quem está aí?" perguntou, num sussurro.

Sem resposta. Agarrando-se às cobertas, ela se sentou na cama, sem fazer qualquer gesto brusco. Olhou fixamente para os cantos escuros do quarto, estudando as sombras.

Então ela consegui ver.

Um facho de luz no canto oposto ao da cama.

Ela abriu a boca, como se tivesse algo a dizer, mas estava muito assustada. Porque dava para ver a silhueta humana que a espreitava.

Ouviu um rugido raivoso.

E então a escuridão explodiu. A outra garota correu para cima dela, e ela nem teve tempo de reagir.

A faca quase atingiu o alvo.

A primeira estocada perdeu-se no ar. Desesperadamente, ela lutava, tentando se salvar.

Mas ela se embaraçou nas cobertas e a outra garota dominara.

"Você...!" protestou, tentando afastá-la. "Você é minha irmã!"

Tentou gritar, mas faltou fôlego.

Esforçou-se para levantar, mas a adversária não deixou - e ainda fez mais: bateu a cabeça dela de encontro à cabeceira da cama.

Por um instante, tudo ficou escuro.

Em seguida, ela sentiu a cabeça arder de tanta dor.

A cabeça doía muito, cada vez mais.

Cada vez mais.

E por fim, a escuridão tomou conta de tudo.

No lúgubre silêncio do quarto, nada mais se movia, a não ser as franjas do dossel sobre a cama.