Rivais... Ou Amantes? escrita por HeyLuce


Capítulo 23
Acertando tudo entre nós


Notas iniciais do capítulo

Oi people! Como estão?
Eu sei que demorei pra postar, e mais do que eu esperava, mas eu alertei vocês disso e blablabla.
Enfim, cambada, vamos comentar e deixar a autora feliz pra ela postar o próximo mais rápido :3
E, sim, vocês vão dividir opiniões sobre esse capítulo, heueue



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/415330/chapter/23

“Você percebe que a intimidade tá grande demais quando a pessoa te xinga e você nem se sente ofendido, acha bonitinho.”

— Tati Bernardi.

— PUTA MERDA!

Abro os olhos com rapidez e grito quando vejo uma garota de cabelo violeta casualmente parada á porta. Meu grito desperta Nate, que se senta na cama de olhos arregalados. Violette está boquiaberta, apontando para nós.

— PUTA. MERDA. — repete ela. — Não acredito nisso, não acredito! Ai meu Deus, diga que eu não vi vocês assim, diga que eu... — Nate a interrompe.

— Ei, Violette. Fique quieta! Pare de falar! Não aconteceu nada, ok? Nada.

Ou quase nada.

Ela cruza os braços na frente do corpo e olha para nós, cética. Seu olhar diz “Ah, por favor, não tentem me enganar”.

— Então me explique porque você tá sem camisa e a Payne tá só de sutiã. — diz.

Olho para meu próprio busto e Nate me imita. O sangue sobe para meu rosto e eu puxo o lençol, cobrindo-me. Dou um tapa na cabeça de Nate.

— Ei! O que eu fiz? — pergunta.

— Cubra a porra do seu peito!

— Ontem você queria que eu deixasse descoberto, não é? — rebate, e eu coro violentamente.

Violette pigarreia.

— Eu odeio ter que interromper, mas estamos quase indo embora. Como ontem vocês não apareceram para dormir, e deem graças á mim por ter sido a única que fiquei lúcida o bastante pra me dar conta disso, eu consegui mentir que vocês tinham acordado cedo e estavam se aprontando para ir embora. Agora, procurei-os por todos os lados e acho os dois aqui!

Àquela altura eu já estou de pé, procurando a camisa da prima de Ambre. Mas então paro e olho para Violette com olhos pidões.

— Violette, sua linda. Obrigada por tudo, e tal. Mas... Você pode ir buscar nossas roupas? Não posso sair daqui com a roupa da prima da Ambre. — peço, piscando exageradamente. Ela revira os olhos, mas desce a escada e saí. Grito: — Você é demais!

Quando me viro, sou recebida com um par de lábios nos meus. Mãos na minha cintura nua. Minha força de vontade basta para que eu empurre Nate um pouco para trás, mas não separe nossos corpos.

— Nate... — digo. — Olha, nós...

Aí escutamos um toque. Me assusto ao pensar que nos descobriram, quando noto o celular dele piscando no chão. Nate avança para me beijar, e eu não resisto, mas seguro o celular e olho quem está chamando.

“Melody chamando.”

Imediatamente, empurro o loiro para trás com tudo. Como se eu tivesse acabado de recuperar a consciência, lembro que Nate namora com Melody. Ainda. O nojo que sinto de mim mesma me faz pegar a camisa xadrez que eu usava e descer a escada.

— PAYNE! ESPERA! — grita ele, provavelmente depois que vê o visor.

Já no chão, visto a camisa e saio correndo. As palavras que Melody me disse na última vez em que discutimos ecoam na minha mente. “Eu fiquei com o Nate”. Cara, eu acabei de me igualar á ela. Eu a traí como ela me traiu no passado.

Seja por ter nojo de mim por ter me igualado á ela, seja por não ter comido nada além de um pouco de almoço no dia anterior, eu vomito em um arbusto.

Limpo minha boca e coloco na minha cabeça que tenho que me afastar de Nate, e nunca, nunca mais vai acontecer nada do que aconteceu nesses três dias. Por mais que agora eu tenha quase certeza que o amo.

Eu, Payne Halle, estou apaixonada pelo meu inimigo Nate River.

De novo.

POV Nate:

Nunca houve um momento em que eu odiasse Melody, por mais que nosso relacionamento não andasse uma perfeição.

Bem, até agora.

—O que foi?! — grito, ao atender.

A resposta demora um pouco, mas vem:

— Nate? Meu amor, por que você tá assim?

— Por quê? Melody, chega do seu teatrinho, eu não aguento mais! Quero terminar com você.

— NÃO DESLIGUE COMO FEZ DA ÚLTIMA VEZ. NÃO SE ATREVA. — ela grita, quase me deixando surdo.

— Você quer dizer qualquer coisa como defesa? Não importa, Melody. Chega, ok?

— Você tá diferente, tá frio... O que aconteceu? Onde você tá?

— No inferno.

E aí desligo. Certo, sei que estou fugindo da situação, e sei que Melody tem ao menos um mínimo de direito de tentar descobrir o que está acontecendo (e eu vou falar com ela depois). Mas se ela souber que estou apaixonado pela Payne, é capaz de, sei lá, acabar com a vida da loira. De novo.

Merda, volta a fita. Eu disse que estou apaixonado pela Payne? Foi isso que eu disse?

Estou bem fodido.

Alguma coisa me atinge no rosto. Minha roupa de ontem de manhã. Violette escala as escadas e senta com as costas apoiadas na parede da casa.

— Certo, vista-se, e depois vamos conversar. — ordena ela.

Obedeço, e enfio a minha camisa pelos braços. Olho para ela e arqueio uma sobrancelha. Ela revira os olhos e se vira para a parede. Tiro a jeans que eu estava e visto a minha jeans. Pigarreio e Violette se vira para mim novamente.

— O que você quer? — pergunto, apesar de já saber a resposta.

— Falar sobre a Payne. — e aí ela começa á tagarelar. — Nate, eu sou melhor amiga dela, e foi tão inacreditável ver vocês dois agarrados, porque eu sei que ela ficou super magoada quando viu você e a Melody se pegando no mesmo dia da apresentação dela, e...

— ESPERA. Você falou algo sobre apresentação. Apresentação de quê?

Ela me encara como se eu fosse burro. Talvez eu seja.

— O concerto. Ela ia tocar baixo, e ainda morava com o pai. Ainda tinha o cabelo loiro grande e era uma garotinha meiga. Você e a Melody se beijaram atrás de um coreto, e ela viu. E aí, bem, passou à te odiar.

— Por que ela passou à me odiar?

— Diga que você não é um otário. Nate, você nunca percebeu que a Payne gostava de você, mais do que como um amigo?

Franzi o cenho. Eu tinha ouvido isso na conversa da Payne com ela, mas até agora não tinha entendido bem.

— Então ela não teria que odiar a Melody em vez de mim? Afinal...

— Não, seu idiota. Ela odiou você, porque pensou que você tinha seduzido a Melody. E ela amava você.

— Mas eu também amava ela! — exclamo. Então pondero sobre a ideia. Eu nunca falei isso em voz alta antes. Violette arregala os olhos.

— E... O que aconteceu, então? Por que você ficou com a Melody?

Explico tudo á Violette, incluindo as cartas de amor que ela mandava, e que descobri na briga com Payne que era a loira que escrevia, e Melody assinava com seu próprio nome. No final, ela exclama:

— Mas que vagabunda!

Tenho que concordar.

— E você ainda tá com ela? Eu vou socar você!

— Não estou! Eu tinha terminado com ela, mas aí ela fez um drama e eu acreditei... só que agora não estamos mais juntos. Só vou conversar com ela e pôr um ponto final nisso tudo.

— Ótimo. Ah, vá falar com a Payne.

Franzo o cenho.

— Onde ela está?

— Eu a vi quando vinha para cá, e ela estava perto do riacho.

Levanto e desço a escada. Vou direto para o riacho, atrás da loira. Quando estou chegando, vejo um relance de cabeleireira loira e sorrio, mas quando me aproximo mais, vejo que ela não está sozinha. Armim está com ela. Ranjo os dentes e me escondo atrás de uma moita. Consigo ouvir a conversa deles, já que estou perto o suficiente e não sou surdo.

— Sabe, Armim, gosto de você. — diz a loira, e eu contenho uma exclamação. Armim a abraça. — Você, sei lá, é tão legal. Tenho certeza de que vai dar tudo certo.

— Também gosto de você, Pay. É engraçado como em um dia nós conseguimos ficar tão próximos.

Próximos. Payne e Armim... Próximos. Saio dali antes que eu faça alguma besteira, e saí andando. Bem que eu os vi gargalhando como dois amiguinhos enquanto cavalgavam. Eu deveria saber que o Armim não era confiável. Agora a Payne...

Minha Payne não.

E, ah, que se foda. Isso tá virando um filme de drama.

Dou meia volta e vou até eles. Armim ainda está abraçando a loira, e mesmo quando me veem, não separam o abraço. Fecho os punhos.

— O que diabos estão fazendo?! — exijo saber.

Payne só me encara, cética. Armim franze o cenho, parecendo confuso.

— Hey Nate. — ele diz, e então solta Payne. — O que foi, cara?

Penso em esfregar na cara dele que a Payne é minha, e que ele não tem nada de se meter, mas sei que isso seria mancada, então adoto a postura “irmão responsável”.

— Tá ficando com minha irmã, Armim? Sério?

Para minha surpresa, ele dá uma gargalhada. Payne arregala os olhos para mim, e sei que se ela estivesse com as mãos em mim, torceria meu pescoço.

— Ah, fala sério, Nate. Não tô ficando com sua irmã. Mas, já que você protege tanto a Payne, acho que esse é um assunto entre “irmãos”.

E aí ele saí, com um sorriso besta no rosto. Aproveito a oportunidade para puxar Payne para mim antes que ela fuja, como está prestes a fazer.

— Pay, o que você tava fazendo com o Armim? — pergunto, furioso. — Não acredito nisso!

— Eu que não acredito nisso, Nathaniel! Você tá desconfiando de mim? E, quer saber? Pare de me tratar como se fosse sua propriedade. Não houve absolutamente nada entre nós, e você não é meu dono.

Ela tenta se soltar, mas eu seguro seus punhos. Volto a conversa mentalmente e percebo que ela me chamou de Nathaniel. A coisa deve estar bem séria, porque ela nunca me chamou pelo nome antes. Nunquinha.

— Payne, eu terminei com a Melody, terminei. Não tem mais nada entre nós dois. Por favor, por favor, me escuta.

Aproveito que ela para de lutar um pouco ao ouvir minha confissão para abraçá-la. Para minha surpresa, Payne retribui, agarrando minha camisa com força.

POV Payne:

Sou uma fraca mesmo. Na primeira oportunidade já me joguei sobre Nate. Não resisto. Eu não resisto á esse garoto. É minha única fraqueza, minha única derrota. E o pior é que eu ganhei. Eu ganhei da Melody em uma guerra que durou quatro anos. E não me sinto nem um pouquinho justa.

— Pay, Melody é falsa e dissimulada. Prometa não cair na dela de novo. — pede Nate. Me afasto do abraço.

— Mas como eu posso saber Nate? Como posso ter certeza de que ela não vai, sei lá, te fazer de refém e pedir Cheetos como resgate?

Ele solta uma risada suave e bagunça meu cabelo. Sorrio.

— Você levaria os Cheetos para ela em troca de mim. — diz, confiante.

— Não tenha tanta certeza.

Nós dois rimos. Lembro de quando me joguei em cima dele para pegar o pacote de Cheetos, e Learn nos flagrou, e não contive mais a gargalhada. É quando Nate segura meu queixo e o ergue, me fazendo olhar para ele.

— Payne, preciso muito dizer uma coisa, tipo agora.

Parece ser muito sério o que ele vai dizer. Mas Nate nunca chega á fazê-lo, porque assim que abre a boca, Lety vem na nossa direção, e nos separamos instantaneamente. Ela franze o cenho levemente, mas não diz mais do que:

— Estamos voltando para casa. — ela se vira para Nate. — Você vai comigo, né?

— Hã... na verdade, Lety, eu vim de moto, e vou voltar de moto.

Lety assente.

— Ah, tudo bem. E, hm, você, Payne? — pergunta, virando-se de mau gosto para mim.

Abro um sorriso enorme e passo a mão pelo quadril de Nate.

— Não, eu vou com meu irmãozinho.

Ela saí sem mais palavras, pisando duro. Dou uma risada e puxo Nate para a saída.

— Podemos ficar mais um pouco? — pede ele.

— Não, vou me despedir do pessoal.

Ele revira os olhos, mas não discute. Encontro Viktor com Ambre e vou até eles.

— Até mais, Ambre. Vejo você na escola, Vik? — pergunto.

— Até, Pay. Até amanhã.

Ambre acena com a cabeça, e ainda continua se agarrando á Viktor. Depois de dizer tchau para Lety e Armim — que me lembra discretamente de falar com Violette —, eles entram nos seus carros, mas antes eu chamo Violette em um canto.

— Violette, não conte nada do que você viu hoje, ok? — peço. — Prometo que converso contigo amanhã.

— Pode confiar, bobinha. Até amanhã.

Ela entra no carro com Armim e Lety e eu dou uma última piscadela para Armim. Ele sorri e me dá tchauzinho. Quando eles vão embora, me viro para Nate e ele me beija. E eu o beijo, envolvendo meus braços no seu pescoço, e ele me puxa para mais perto. Quando o beijo acaba, eu digo:

— Você foi tão perfeito escrevendo aquela música pra mim.

— Sabe por que eu fiz aquilo?

Balanço a cabeça em negativa. Ele agarra minha cintura e sorri com a boca frente a frente com a minha. Faço com os lábios "idiota". Nate sorri e diz:

— Bem, parece, tudo indica, acho que decidi que, puta merda, eu amo você.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Fofo? Claro!
Alertando que o próximo talvez demore também, mas aí vai ser bom porque já vou escrevendo e deixando programado pra vocês, seus liendjos