Sem Julgamentos escrita por AnaMM


Capítulo 20
Em Voz Alta


Notas iniciais do capítulo

Sim! Atraso master! Long story short, demorou, mas chegou. Espero que gostem, e que tenha valido a pena esperar. E que vocês ainda não os tenham largado de mão :P Soube que a linda da Érica voltou a atualizar a dela, então vocês andaram bastante entretidos, não? Bom, aqui vai.

Trilha:
https://www.youtube.com/watch?v=2RQsbGeqYfY - American - Lana del Rey, pq Lauren Jauregui significa sexo e a Lana, portanto, é a musa do sexo. Nah, just kidding :P -n
https://www.youtube.com/watch?v=KsGp64w3XsA - Me - 1975 - a partir do diálogo Benfia até o final



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Olharam à sua volta. Soraia devia estar em algum canto da cozinha, Pedro havia acabado de sair e Bernadete estava no salão de beleza. Caetano, no trabalho. Ben e Sofia se entreolharam. A sala não estaria vazia por muito tempo. Correram as escadas até o segundo andar, seus corpos se enredando antes mesmo de alcançarem o quarto de Sofia. O garoto a empurrou contra a porta, fechando-a com o corpo da loira, que, pega desprevenida, mordeu seu lábio inferior. Ben não conteve o gemido, causando-lhe arrepios, incessantes a cada toque de suas línguas. Sentiu-o erigir contra sua cintura e ergueu suas pernas para enlaçá-lo, apoiada entre seu corpo e a porta. Ben a pressionou contra a madeira enquanto beijava seu pescoço. Movimentava rigidamente a pélvis, ainda que tecidos de roupas ainda os separassem. Segurou-a firmemente contra seu corpo e a conduziu até a cama, afastando almofadas do caminho.Voltaram a se beijar como se retomassem o ar. Arrancaram suas roupas com urgência, e com apenas a calma suficiente para admirar seus corpos. Eram completamente fascinados pela anatomia um do outro. Ben beijou a curva superior do seio direito de Sofia, abaixando as alças de seu sutiã. Os dedos da loira brincavam entre os fios negros de Benjamin, agora mais bagunçados do que nunca. Ben sorriu, a garota lhe retribuiu o sorriso e mordeu seu lábio inferior, sem tirar os olhos do “irmão”. Voltou a beijá-lo, provocante. Afastou-se aos poucos, beijando-o novamente, dessa vez por mais tempo, posicionando seu lábio superior simetricamente entre os de Benjamin, roçando sua língua sensualmente no lábio inferior do garoto, que se encontrava entre os seus. Ben automaticamente separou seus lábios e deixou que sua língua enfim a encontrasse, retomando os beijos intensos de outrora. Seu membro enrijecido voltou a roçar as partes íntimas de Sofia, ainda não totalmente desnudos. Os dedos da garota encontraram o elástico da cueca de Ben, descendo-o insuficientemente, com um sorriso escondido entre seus beijos. Benjamin retribuiu o sorriso, irônico, e afastou os pequenos dedos de seu corpo, por fim se livrando da última peça de roupa que ainda o impedia de tê-la por completo. Sua mão apalpou o chão em busca de suas calças e encontrou a pequena embalagem em seu bolso. Rasgou-a com os dentes, observando a garota ferozmente.

–$-

Soraia interrompeu sua limpeza ao escutar madeira batendo contra o piso no andar de cima. Ouvia o zumbido de móveis rangendo, seguido por gemidos e gritos abafados. Teriam seu patrão e a esposa chegado mais cedo? Ainda que constrangida, a empregada subiu as escadas, seguindo o som. Surpreendeu-se ao perceber que o barulho vinha do quarto de Sofia. Não se lembrava de haver chegado qualquer outro convidado além da mãe e dos irmãos. Desceu novamente as escadas, envergonhada. Descobriria quem estava na casa mais cedo ou mais tarde. Seu decoro lhe dizia que ainda não era o momento de descobrir.

Como se adivinhasse o que se passava na casa, Bernadete não tardou alguns minutos a chegar. A movimentação no piso superior ainda não cessara. Preocupada, Soraia duvidava que Bernadete, fã de Sofia como era, deixaria passar o que estava acontecendo naquele exato momento em outro ambiente da casa. A perua tampouco demorou a notar.

– Que som é esse, Soraia? – Perguntou já sabendo a resposta.

– E eu que sei, dona Bernadete? Vai ver a Sofia resolveu fazer umas mudanças no quarto...

Mais gritos e gemidos, agora em frequência frenética. Bernadete a encarou sarcasticamente.

– Pelo visto, os móveis ganharam vida. – Comentou irônica, apontando em direção ao segundo andar.

A perua se alternou entre mirar a escada e as poltronas da sala, decidindo-se, enfim. Sentou-se no sofá de frente para a televisão e escolheu uma revista. Estar diretamente embaixo do quarto de Sofia não pareceu intimidá-la.

–$-

– Você acha que a Soraia ouviu alguma coisa? – Sofia perguntou-lhe, rindo contra seu peito nu.

– Não... Você até que se segurou dessa vez...

– Eu? Ah, tá, porque você é mudo...

– Você também não ajuda...

– Realmente, ninguém mandou ser gostosa... – Provocou-lhe a loira.

– Não só gostosa, maravilhosa! – Ben assentiu.

– Você também tem seus méritos...

– Que bom que reconhece! – Benjamin agradeceu ofendido.

Sofia riu, calando-o com um beijo. Ben segurou-a onde estava, intensificando o beijo conforme seus dedos se enredavam nos fios loiros da patricinha.

– Hmmm para, para. – Sofia o afastou. – Ou eu não respondo por mim.

– E em que realidade paralela, minha Sofia, isso é motivo pra que eu pare?

Minha Sofia? – A garota riu. – Tá se achando, né?

– Com quantos caras você ficou desde que a gente começou... isso?

– Ah, Ben, assim, de repente, eu não sei dizer...

Benjamin riu deliciado.

– Não precisa se fazer de difícil, Sofia, eu sei que você não pegou ninguém. Você só tem olhos pra mim.

– Isso é o que você pensa! Eu fiquei com o... eu também fiquei com...

– Com quem?

– O... O Carlinhos! Na festa... Naquela festa que a gente foi...

– A festa em que você ficou com o Carlinhos foi antes até do meu acidente! – Gargalhou.

– E como você sabe? E eu posso ter ficado com ele de novo, nada me impede...

– Sofia, eu sei com certeza que você não foi a nenhuma festa desde que a gente começou.

– Como? Você andou me seguindo, por acaso?

– Eu? Não, você que veio até o meu quarto na maioria das noites, isso quando podia sair de casa. As vezes em que você não dormiu comigo foram as que você não pôde escapar da Vera e do meu pai, que, por acaso, são os responsáveis pelo castigo que a impede de sair à noite. Satisfeita? Não que eu não tenha passado a maioria das festas às quais nós dois fomos te observando...

– Você é um stalker, Ben. Eu tenho medo de você. – Brincou.

– Deveria, mesmo, depois do que você fez comigo nessa cama...

Encarou-a levemente provocador. A garota observou seu olhar, em busca de algo que denotasse obsessão, como nos olhares que Sidney lhe lançava. Nada. Desejo, carinho, fascínio, era tudo o que via. O silêncio pairou no quarto, ambos envoltos pelo momento. Voltaram a se beijar, sem se preocupar em abandonar o conforto das cobertas de Sofia.

Ele não vai dormir aqui, ou vai?

A voz do outro lado da porta mal fora ouvida. Sem resposta, Bernadete a abriu sem qualquer cerimônia. O corpo aparentemente nu de Sofia, felizmente coberto pelo edredom da garota, a encarava. Distraída, a loira recém se afastava do garoto ainda não identificado, graças ao barulho da porta escancarada e às reclamações de Bernadete, dessa vez mais altas.

– Chega, chega. Já escandalizaram demais por hoje. Olha o respeito com a casa do seu pai!

Sofia estrategicamente se posicionara de modo que Ben seguisse escondido pelas cobertas. O garoto agora beijava o entorno de seu umbigo, provocando-a.

– Para! – Sofia murmurou sem jeito.

Virou-se para encarar Bernadete. Ben imediatamente a abraçou por trás, seu rosto agora oculto pelas costas de Sofia.

– Não vai mostrar a cara, rapaz? Ainda por cima é covarde. Além de ter mau-gosto é covarde! – Exclamou.

Sofia sentiu a mudança brusca na postura de Benjamin e tentou contê-lo.

– Quieto... Eu sei me defender. – Sussurrou.

– Se você tivesse tanta vergonha dela, não estaria nesse quarto.

Foi o suficiente. Benjamin não pôde continuar calado. Se arrependeria pro resto da vida, mas não deixaria que a madrasta da garota a tratasse daquela forma. Estava sendo um covarde. Juntou sua cueca e aproximou as calças da cama. Vestiu a primeira ainda escondido e, por fim, ergueu-se contra a perua.

– Você olha o jeito que fala com a Sofia! Eu estou com ela, sim, e me orgulho muito disso!

Apesar de preocupada com o que Bernadete poderia fazer com a informação, Sofia não pôde conter nem o sorriso, nem o brilho de seus olhos ao olhar para Ben, agora parcialmente vestido, enfrentando sua madrasta. Aproveitou a deixa para vestir novamente o mínimo que a nudez lhe exigia para poder sair da cama. De calcinha e sutiã, aproximou-se de Ben, agora encarando Bernadete e Soraia.

– Nós estamos juntos, sim, e vocês não têm nada a ver com isso.

– A sua mãe sabe que você agora é putinha incestuosa, Sofia?

– Você nunca pareceu ter problema com a paixonite da Anita pelo menino, dona Bernadete! – Soraia a repreendeu.

– Porque a Anita ama o Benjamin, os sentimentos dela são legítimos, e eles fariam um casal lindo.

– Pois eu amo a Sofia, Bernadete. Eu a amo, e não a Anita, e nada pode mudar isso.

– Ela está te usando, Benjamin! Você não percebe? A Sofia quer você como um troféu pra esbanjar na cara da pobre da Anita!

– O Ben não é nenhum troféu! Eu não preciso disso pra enfrentar a minha irmã, e nem estou interessada em fazê-la sofrer desse jeito! Provocar um pouco, talvez. Talvez seja um hobby meu, até, admito, mas mexer tanto com os sentimentos da Anita nunca esteve nos meus planos, assim como não esteve nos dela!

– Isso porque ela sequer sabe se você tem sentimentos. – Bernadete respondeu irônica. – Qual é, Sofia? Eu te conheço, você nunca olharia pro Ben!

– É aí que você se engana, Bernadete. Eu olho pro Ben desde a primeira vez que o vi e nada mudou desde então, por mais que eu tenha tentado de todas as formas lutar contra isso. Eu amo o Ben, e eu juro, pela alma de Coco Chanel, que isso nunca esteve nos meus planos.

Ben a observou boquiaberto. Sofia admitira. Sofia enfim admitira em alto e bom som que o amara desde o primeiro dia. Devia estar sonhando. Sofia admitindo que estava apaixonada por ele, Benjamin, exatamente do jeito que era, independente de origem ou de dinheiro, para alguém que a estava tentando humilhar justamente por conhecer os supostos princípios de Sofia era novidade.Inacreditável, de fato. Sequer sabia se havia realmente escutado aquilo, tão irreal que soava. A garota percebeu-o encarando e virou o rosto rapidamente, como fazia quando tentava apagar algo que havia dito da mente dos presentes. Sabia que Ben levaria sua declaração a sério, e não devia. Eram muito melhores sem sentimentos assumidos, encarando o que tinham como uma paixonite deletável por tempo e uso. Amor era muito forte. Tão forte quanto...

Tão forte quanto aquilo que invadia seu peito. Amava-o. Não tinha volta.


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