– Já disse Richard, a minha mãe não morde! –Caroline comentava enquanto ria das piadinhas de seu marido.

Richard e Caroline, casal perfeito?Diríamos que sim, um quebra cabeça grande e bonito, como todo casal, eles saiam nos fins de semana, para um restaurante que ela adorava ir, ele não se importava, pois ali tinha sido onde marcaram o primeiro encontro, eles tinham uma casinha no meio de uma cidade chamada Boston no Massachusetts, como o clima era frio algumas vezes do ano, os fins de semana era debaixo das cobertas assistindo um filme enquanto comiam pipoca.

 Brigas algumas vezes eram constantes, porque Richard era dono da própria empresa, ele algumas vezes era cobiçado pelas mulheres do escritório a onde trabalhava, e ela tinha um ciúme algumas vezes irracional por aquele homem, pois quem não iria querer um rapaz que se preocupava com a esposa á ligando toda hora, e que mandasse flores quando ela estivesse em casa doente?

Já Caroline por um lado odiava ser cobiçada pelos homens á sua volta, pois ela só amava um, seu marido, e para melhorar tudo isso a família estava aumentando, pois Caroline estava esperando um bebê, todos da família estavam felizes, inclusive a família Miler, a família do Richard, que foi tão contra ao casamento dos dois.

– Sua mãe disse que se me visse de novo iria me costurar do avesso. –Ele protestou rindo enquanto abria a porta da casa e apontava para fora. –Que tal as damas primeiro?

– Damas? –A morena perguntou enquanto franzia a sobrancelha como se precisasse de uma explicação. –Não sabemos nem se é uma menina Rich.

Ela passou por ele colocando a mão em volta de seu queixo e lhe deu um selinho rápido, e parando na varanda esperando o marido.

– E se for uma princesinha?Qual seria o problema? –O moreno perguntou enquanto trancava a porta e olhava a esposa de braços cruzados o encarando.

– Não podemos criar expectativas amor. –Ela disse parecendo o repreendendo enquanto deixava um pequeno sorriso aparecer em sua face.

Ele só rolou os olhos com o comentário da esposa, ambos queriam uma menininha, mas Caroline odiava criar expectativas, e depois se decepcionar com o desfecho, era como os livros, não podíamos criar expectativas, pois algumas vezes, podíamos acabar decepcionados.

– Se for um menininho? –Ela comentou enquanto pousava a mão delicadamente na barriga deixando um  pequeno sorriso aparecer em sua face.

– Será o nosso principezinho, oras. –Ele disse enquanto terminava de trancar a porta e olhava para esposa com a mão na barriga.

Aquilo era uma coisa que ele podia ficar observando por dias, semanas, meses até, Richard parou em frente à porta e começou a observar aquela cena, antes que a esposa percebesse a cara de bobo que ele fazia.

Ela parou de acariciar a barriga por um momento e olhou para o marido totalmente babão que estava a sua frente, ela sorriu e olhou para ele como se esperasse alguma reação do próprio.

– Vamos? –Perguntou com um pouco mais de expectativa, pois iria contar para o pai que não o via alguns meses que estava grávida.

– Claro. –Richard assentiu enquanto sorria, ele parou ao lado da esposa e deu o braço a ela, a morena trançou o braço com o dele e sorriu. –Mas eu ainda acho que sua mãe vai me matar. –Ele disse enquanto via a esposa sorrir e encostar a cabeça no seu ombro sentindo o seu cheiro.

Ele segurou a chave do carro que estava em seu bolso e mostrou a esposa, ambos caminharam até o carro, como ele sempre fora cavalheiro, ele abriu a porta do carro para ela e depois entrou no mesmo.

[...]

– Sabe qual é a parte mais engraçada nessa sua gravidez? –Richard perguntou enquanto olhava a estrada á sua frente e sentia a mão da esposa na sua que estava pousada na marcha.

– Qual? –Ela perguntou curiosa olhando para ele enquanto mordia o lábio inferior.

– Você não come chocolate. –Ele comentou e depois deixou uma pequena risada escapar. –Você que não vivia sem chocolate. –Richard olhou para expressão da esposa rapidamente e depois voltou a olhar para a estrada um pouco mal iluminada a frente.

– Infelizmente me dá enjoo. –Caroline disse enquanto fazia uma careta de desgosto. –Mas chocolate é tão bom! –Exclamou enquanto apoiava a cabeça no banco fofo atrás de sua cabeça. –Rich, compra chocolate? –Pediu olhando para o marido fazendo bico de manha.

– Vai demorar um pouco Carl, estamos quase no meio do nada. –Ele disse enquanto olhava para a esposa e depois sorria. –Sua mãe mora no meio do nada, parece uma cobra! –O esposo brincou enquanto ria do próprio comentário.

Caroline uniu os lábios como se estivesse o repreendendo, ele olhou para a esposa carrancuda e mostrou a língua, ela não conseguiu prender o riso e deixou um pequeno sorriso aparecer.

– Eu vi! –Richard quase gritou dentro do carro enquanto voltava a sua atenção a estrada. –Você gostou da minha piada.

– Porque você é idiota! –Ela disse quase num grito enquanto olhava para o marido que quase se acabava de rir.

– Mas você me ama. –Richard comentou enquanto olhava para a esposa e piscava. –Não é mesmo? –Perguntou enquanto voltava a olhar para a estrada a sua frente.

 – Infelizmente... –Ela disse enquanto se aproximava do esposo e apoiava a mão no ombro dele e lhe beijava a nuca.

Ele virou o rosto rapidamente e selou os lábios aos dele, os lábios doce dela se juntou aos dele, deixando os dois aproveitarem aquele pequeno momento, puro mais ao mesmo tempo delicioso, Richard sentiu a mão de esposa em sua nuca e separou o beijo.

–Carl, estou dirigindo. –Ele a repreendeu enquanto voltava a olhar para estrada. –Que tal depois? –Richard perguntou com um sorriso malicioso, fazendo a esposa morder o lábio inferior.

– Idiota. –Ela revirou os olhos e sorriu olhando para a estrada a frente deles.

Ambos ouviram um barulho de buzina, e logo depois um clarão vindo à direção do carro dos dois, era um caminhão, Richard conseguiu virar o carro, o fazendo bater no guardirreio e capotar.

Uma

Duas

Três

Quatro

Cinco

Seis

O carro havia capotado seis vezes, o deixando de cabeça para baixo no meio do mato, o vidro da frente já estava estilhaçado, e o capô quase esmagando o casal, Richard sentiu um dor forte na cabeça, já sentia o sangue escorrer em sua testa.

-Carl? –O esposo a chamou quase com um sussurro, mas estava com medo da mulher não responder. –Carl? –Tornou a chamar pela esposa novamente.

O homem olhou para o lado e viu a esposa, já desacordada, ela estava com as mãos pousadas na barriga, havia sangue em suas mãos, ele tentou se mexer para ajudar a esposa, mas de nada adiantava.

-Ai meu Deus Carl! –Ele exclamou desesperado olhando para o estado da esposa, podia já sentir as lágrimas invadir seus olhos.

Ainda com dor mexeu um pouco o braço e colocou a mão no bolso sentindo seu celular, ele o pegou rapidamente e começou a digitar o numero de emergência, levou rapidamente o celular a orelha.

-Alô, emergência, qual o seu caso? –A mulher do outro lado da linha disse com a voz mais tranquila do mundo.

Ele pedia a Deus que desse tudo certo,pedia que seu bebê estivesse bem,e principalmente sua esposa,que tanto amava.