Someone Else escrita por Larinha


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas! :D
Mesmo sem comentários percebi que temos 3 pessoas acompanhando a fic e isso já me deixou muito feliz!

Espero que gostem do capitulo.
Boa leitura! :*



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Adrian – POV

Eu observava o verde da grama e os animais que passavam rapidamente pela minha vista. Agora que eu estava mais próximo do meu destino, parecia que não havia sido uma boa ideia voltar a Florence. Eu tinha pegado um voo de Nova York até Jackson, que é a cidade com aeroporto mais próxima do meu destino. Minha vantagem era que a distância era de apenas 20 minutos, então aluguei um carro e resolvi ir dirigindo, mesmo que eu não me lembrasse de muito daquela região.

Muitas coisas me passavam pela cabeça naquele instante e a principal era que, definitivamente, eu era um louco de voltar até minha terra natal apenas para rever uma garota que eu havia jurado amor anos atrás. Eu larguei toda uma vida em Nova York e os negócios lucrativos de meu pai para vir tentar a sorte com alguém que eu já não conhecia. Na verdade, com alguém que eu nem sabia se estava viva.

Ok, ok. Exagero da minha parte. Eu sabia muito bem que Rosemarie Mazur estava viva. Isso porque há pouco tempo eu havia encontrado Abe e Janine em um recente jantar de negócios que meu pai havia oferecido em nossa casa. Eu não ousei perguntar por sua filha, mas quando meu pai o fez eu fiquei bastante aliviado em ter noticias dela. Bom, não me levem a mal, não sou nenhum louco e pervertido que fico pensando em uma garotinha que era fofa. Na verdade eu até namorei outras garotas enquanto frequentava a faculdade, já que era bastante popular entre o publico feminino. Mas acontece que eu nunca me sentia completo, eu nunca encontrei ninguém que eu sentisse que fosse meu grande amor, e eu acreditava que isso acontecia pelo fato de me sentir em divida com Rose.

Então, de um tempo para cá, eu comecei a nutrir uma absurda fixação por ela. Eu me lembrava de nossa infância e tinha aquele sentimento de nostalgia quando via nossas fotos antigas. Eu sempre carregava uma em minha carteira, uma especial, que foi tirada no dia em que eu prometi que um dia voltaria para ela. Assim eu decidi que iria retornar Florence, para ver como ela estava. Bom, casada eu sabia que não, mas minha vontade era de saber o que o tempo havia feito com sua aparência e isso me assustava um pouco. Eu não fazia ideia do que iria encontrar lá, mas estava pronto para qualquer coisa, no fundo no fundo, eu sempre gostei de Rose.

Com esse pensamento positivo que eu dei check-in no melhor hotel da região, o Hilton Garden Inn. As instalações eram perfeitas, realmente no padrão que eu estava acostumado. Só que naquele momento eu não estava com muita vontade de aproveitar o conforto do meu quarto, eu estava mais ansioso para ir atrás de Rose. Tomei um banho rápido e vesti um traje “social despojado”, afim de não parecer muito nerd e nem muito descompromissado. O que demorou mesmo foi dar um jeito no meu cabelo, que estava parecendo não querer colaborar com meu estilo casual. Mas depois de alguns minutos, quando eu estava finalmente impecável, desci até a recepção e pedi as chaves do meu carro que haviam ficado com o manobrista. A atendente do balcão me encarou e até jogou charme para mim. Eu estava acostumado com esse tipo de comportamento das mulheres, e se fosse outro momento eu teria correspondido a sua investida.

Peguei as chaves do carro e notei que junto havia um bilhetinho que continha o telefone da atendente. Revirei os olhos e quando já estava dentro do carro, joguei o papel amassado no saquinho próprio para lixo que tinha no interior do veiculo e dirigi em direção ao parque em que eu e Rose nos vimos pela ultima vez. Tudo continuava como da ultima vez em que eu estive ali, apenas alguns brinquedos estavam desativados por estarem gastos demais e consequentemente perigosos para as crianças que ali brincavam. Olhei ao meu redor me lembrando daquele ultimo dia que estive em Florence e senti meu corpo arrepiar com a brisa familiar daquele local. Eu tinha sentido tantas saudade e nem me dera conta.

A vida daquela cidadezinha continuava tranquila e em paz. Eu até mesmo sentia inveja da calmaria em que aquelas pessoas viviam, apenas aproveitando as melhores coisas que a vida poderia oferecer. É claro que eu havia conhecido o mundo e tinha tudo que homem poderia desejar na vida aos meus pés. Mas por um momento eu imaginei como seria minha vida se meu pai não tivesse largado o agronegócio e investido na tecnologia e na política. Talvez ainda estivéssemos aqui, talvez eu tivesse namorado e casado com Rose, ou talvez não. Não tinha como saber... Suspirei pesadamente e voltei até o carro, a fim de procurar a casa onde Rose morava. Até que uma duvida me abateu: Será que ela ainda morava aqui?

Bom, como eu não havia pensado nisso antes eu não sei. Eu apenas peguei minhas coisas e vim para o interior em busca de revê-la e de tentar cumprir minha promessa. E agora minha ideia parecia completamente retardada, já que havia uma grande chance de Rose não estar morando aqui. Com esses pensamentos resolvi procurar um bar e pensar no que eu faria a seguir. Rodei pela cidade até encontrar uma franquia de steakhouse comum da região. Entrei desconfiado e sentei no balcão pedindo um chopp. Não demorou muito para que um cara de estatura média me servisse. Dei um gole na bebida gelada e resolvi que já que estava ali era melhor eu investigar, afinal, se Rose estivesse por aqui devia ser conhecida na cidade. Ergui minha mão para chamar a atenção do garçom e quando ele veio em minha direção eu sorri me aproximando para que ele pudesse me ouvir através do som alto da musica que tocava.

- Ei, gostaria de tirar uma duvida, seria possível? – O cara pareceu me avaliar, mas logo considerou que eu não era nenhum tipo de ameaça e apenas acenou concordando com meu pedido. – Eu gostaria de saber sobre uma garota, Rosemarie Mazur, ela ainda mora aqui na cidade?

Com essa pergunta o garçom gargalhou e eu fiquei bastante desconfortável com sua postura. O que eu havia dito afinal? Quando ele se controlou me encarou e sua expressão se tornou mais suave.

- O que quer com ela? – Ele me perguntou de uma forma que deu a entender que ele a conhecia.

- Você a conhece?

- Por que quer saber?

- Da pra parar de me responder com perguntas? – Me irritei e o garçom pareceu apenas se divertir mais com minha irritação.

- Se você respondê-las eu até posso pensar em parar...

Bufei irritado, mas resolvi seguir suas recomendações para tentar conseguir alguma informação.

- Sou apenas um velho amigo, eu queria visita-la e resolvi vir de Nova York para fazer uma surpresa, mas agora não me parece tão boa ideia já que eu não sei se ela ainda mora por aqui. – O garçom me olhou desconfiado, como se eu fosse um tipo de maníaco sexual que estava perseguindo sua vitima. Suspirei e resolver dar uma dica de que realmente eu a conhecia. – Encontrei com Abe e Janine em um jantar de negócios em Nova York há pouco tempo, mas não tive a oportunidade de ter noticias de Rose. Meu pai e Abe são invocados com trabalho.

- Bom, eu a conheço sim, mas você não faz o tipo de cara que é amigo dela. Na verdade eu achei que você era mais um tipo de pretendente maluco que sempre da às caras por aqui e a tira do sério. Tem quanto tempo que você não a vê? – Uou, ele parecia realmente conhecê-la. Mas o que ele quis dizer com que não apreço amigo dela? E que pretendentes são esses?

- Na verdade têm uns bons anos, uns 16 talvez. Eu morava aqui quando era pequeno e eu e Rose costumávamos a estar muito juntos enquanto nossos pais tratavam de negócios. O que quis dizer com que não me pareço amigo dela?

Ele pensou um pouco antes de responder.

- Bom, sua aparência, seus trajes. Eu jurava que você era mais um dois babacas da região que aparecem aqui para pedir a mão de Rose. Sabe, ela sempre foi muito decidida. Caras realmente ricos já vieram por aqui tentar se casar com ela para agregar patrimônios, já que Abe é grande latifundiário, mas isso você deve saber. Já vieram uns cem aqui como você procurar “notícias” dela e ela colocou todos para correr. Ela sempre foi muito sozinha, mas agora encontrou um cara bem legal e parece que estão dando certo. Na verdade eu torço por isso. – Ele deu de ombros e eu me senti murchar no lugar. Rose estava namorando! Eu tinha mesmo achado que ela iria me esperar por todos esses anos?

- Hum... Entendo. Rose deve estar muito bonita, imagino. Ainda mais para arrastar tantos pretendentes para a cidade.

- Oh sim, sim. Rose é a mais bela de toda a região, mas você sabe que muito dos caras vem aqui apenas pelo dinheiro. Mas é claro que ela chama a atenção.

- Você se incomodaria de me passar o endereço dela? Gostaria de lhe fazer uma visita.

Ele me olhou mais uma vez desconfiado, ainda incerto sobre minhas verdadeiras intenções ao procurá-la. Bem, ele não estava de todo errado. Eu havia vindo com a intenção de fazer cumprir uma promessa que havia feito há anos atrás. Eu tinha esse direito certo?

 Errado!

- Hum... Não sei cara. Rose ficaria muito nervosa comigo se eu passasse seu endereço para cara desconhecidos. Eu nem sei realmente suas intenções e muito menos quem você é.

- É sério cara, eu só quero vê-la. Vim de tão longe e não posso perder a oportunidade de pelo menos matar as saudades que tenho. Já tentei ligar no celular de Abe, mas não consegui falar com ele. – Menti. Eu realmente tinha o numero de Abe, mas fiquei com receio de ligar e ele ficar nervoso com minha chagada repentina. Eu não me atreveria em mexer com aquele turco turrão.

- Abe não está na cidade. – Ele deu de ombros e voltou a me encarar, dessa vez, confuso. – Qual é mesmo o seu nome?

- Oh... Desculpe-me, não me apresentei. Sou Adrian Ivashkov. – Ergui minha mão para cumprimenta-lo e ele parecer congelar no lugar. Timidamente o garçom ergueu a mão e apertou com mais força do que seria necessário.

- Prazer Adrian, já ouvi falar bastante de você. Sou Eddie Castile e se quer um conselho, não procure Rose. Ela ficou muitos anos mal por sua culpa cara. – Ele me deu um leve tapinha no ombro e começou a se afastar quando eu o chamei novamente.

- O que quis dizer com isso Eddie?

- Simples Adrian. Rose hoje é uma mulher determinada e decidida, ela é responsável por alguns negócios do pai e está feliz ao lado de uma pessoa. Ela ficou muitos anos te aguardando até que se deu conta de que talvez nunca mais fosse te ver. Poupe-a, ela não merece isso.

Abri minha carteira e mostrei a foto que guardava minha e de Rose no parque.

- Eu não a esqueci por um só segundo dessa vida. Eu preciso vê-la Eddie. Dê-me essa chance.

- Sabia que essa é a mesma foto que ela tem em sua cabeceira? Ela também não te esqueceu cara, não por completo. Mas não sei se ela gostaria de te ver novamente.

- Eu prometo Eddie, se ela não quiser nada comigo, nem conversar, eu vou embora da cidade e nunca mais apareço na vida dela.

Eddie pensou por longos minutos até que pareceu se decidir.

- Ok, só não diga a ela que fui eu que te dei o endereço.

Ele pegou um guardanapo e anotou as coordenadas e citou alguns pontos de referencia que me ajudariam a chegar ao destino.

- Boa sorte Adrian, você vai precisar.

- Muito obrigada. Apertei sua mão e abri minha carteira novamente para pagar o chopp e lhe dar uma gorjeta, mas Eddie balançou sua cabeça em negativa.

- Essa por minha conta. Seja bem vindo e sinta-se a vontade para voltar ao meu estabelecimento quando quiser.

Acenei com a cabeça e despedi-me envergonhado por pré julga-lo. Peguei o carro e liguei o GPS para facilitar encontrar o endereço e não demorou muito para que eu parasse em frente a uma grande casa luxuosa, com dois andares e um jardim de dar inveja. Era um pouco afastada da cidade, mais próxima ao campo, acho que para que Abe pudesse ficar de olho em suas terras. Eu sabia que ele era dono de quase todas as fazendas na região, e meu pai dizia que ele morava em uma casa modesta, comparada com as que ele construía em suas propriedades.

Sai do carro com o peito inflado, temendo e receoso pelo o que viria a seguir. Toquei a campainha e ouvi sons vindos de dentro da casa, parecia que alguém corria para vir atender a porta. Eu juro de que todas as visões que tive de Rose, criadas por minha mente fértil não faziam jus a sua beleza. Eu havia a procurado em redes sociais e em várias outras mídias disponibilizadas pela internet, mas nunca tinha encontrado nada. Mas quando ela abriu a porta eu tive certeza que ela era a moça que eu procurava.

Seus longos cabelos quase negros caiam sobre seus ombros, ondulando nas pontas e tornando sua expressão mais leve. Ela vestia um curto vestido branco com vermelho, de renda e que combinava com clima de fim de tarde. Ela não pareceu me reconhecer em um primeiro momento e parecia até mesmo decepcionada por não ver a sua frente alguém que ela, com certeza, esperava. Mas de repente choque cruzou suas feições. Naquela hora eu tive certeza que ela sabia muito bem que eu era e já não daria mais para mentir e apenas ir embora. Eu fiquei mudo, esperando que ela dissesse algo, mas ela não o fez. Resolvi então que era hora de tomar uma atitude. Encarei seus olhos castanhos que estavam arregalados e sorri.

- Ei Rose, não vai me convidar para entrar? – Então ela fez o que eu menos esperava.

Bateu a porta em minha cara! 


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Notas finais do capítulo

O que acharam??
Quero um feedback ;)
Beijos e até o próximo.



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