Se poeta é um fingidor

capaz de fingir que é dor a dor que deveras sente,

queria ser eu também poeta

para fingir e acreditar completamente

que toda a saudade que de mim transborda,

toda a saudade e amor que outrora de ti tinha volta,

é um sorriso teu enquanto beijo-te novamente.

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Se eu pudesse ser o que quisesse

sem quaisquer decisões do destino ou alguma escolha divina,

em verdade não queria ser poeta

capaz de fingir que a natureza de algo é o que o é,

pois preferiria eu ser teu amante

e viver a todo instante

nosso amor sem máscaras.

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Pois poetas podem e são grandes,

tão gigantes quando podem ser,

mas ainda eu preferiria ser teu amante,

pois ao invés de palavras em versos galantes,

tudo o que eu faria era te amar.

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Se, no entanto, as palavras permitem,

e, se as minhas, em especial, insistem,

deixa-me ser poeta por um momento,

e eternizar-te em versos,

pois sendo estes sinceros mesmo que frente a ti limitados,

serão mais uma prova que meu amor por ti é eterno

e que felicidade é um sinônimo de para sempre ser

teu namorado.