Como de costume acordei primeiro. Havia dormido muito bem na noite anterior. Seus braços fortes pesavam ainda agarrados em mim. Consegui com muito custo tirá-los para poder levantar.

- Ron, acorda - tentei de leve mas como sempre não funcionou - Ronald levanta, temos que ir para a Toca

- não quero, quero ficar aqui pra sempre com você - falou ainda embolando as palavras

- se você não levantar eu vou sozinha e não terá tempo de se despedir de mim. - disse

- tá, você venceu mas me dá um beijo antes?? - fez aquela mesma cara de pidão

- de jeito nenhum, só quando você escovar os dentes – respondi

- aaaah você está muito má comigo – reclamou indo em direção ao banheiro.

Um pouco depois descemos, tomamos café da manhã, me despedi dos meus pais e fomos para a Toca

Lá passamos um ótimo domingo sem nada que pudesse atrapalhar. A noite logo chegou. Jantamos e ficamos jogando conversa fora até a hora de nos deitarmos

A segunda amanheceu com um dia lindo. Poucas nuvens no céu azul cobrindo os quentes raios de sol que começavam a surgir. Me levantei muito cedo. Estava muito ansiosa. Era a primeira vez que viajaria tanto tempo sozinha. Os outros foram acordando aos poucos, até Rony acordou mais cedo sem que ninguém precisasse chamá-lo. Ele me levaria ao Ministério. Depois do café me despedi de todos e partimos.

Viajaria através de um portal dentro do ministério.

- prometa que vai sempre me escrever? - ele estava totalmente triste

- sim, sempre que der. E por favor, não precisa ter ciúmes, o único que me interessa está bem na minha frente - disse dando-lhe um beijo suave e cheio de amor. - tenho que ir, o Ministro deve estar me esperando para abrir o portal. Eu te amo - então entrei, o deixando lá. Ele me olhava como se tivesse me dando um último adeus.

Depois de passar pelo portal, em poucos segundos estava na Bulgária. O lugar não era muito diferente de Londres, exceto pelas pessoas. Um dos encarregados pelo Ministério já estava a minha espera.

- Srta Granger é um prazer e uma honra conhecê-la - disse ele - perdão, me chamo Kelvin Coopler e serei seu guia.

- ah sim, igualmente Sr Coopler - respondi simpática

- por favor me chame de Kelvin, afinal seremos colegas de departamento por 6 meses. vamos, primeiro lhe mostrarei o apartamento que ficará, depois voltamos e mostro o restante - respondeu mostrando seu belo sorriso. Kelvin Coopler era alto, forte, braços largos, pele morena, cabelos bem pretos, seus olhos verdes tinham um formato puxado que pareciam ser olhos de gato, usava uma barba bem feita e tinha um sorriso perfeito.

- tudo bem Kelvin, tenho que me acostumar com isso - sorri de volta. Aquele primeiro dia seria somente para adaptação. O apartamento era pequeno, apenas para uma pessoa. Já estava mobilhado. Minha sala também não era muito grande. Apenas para 3 pessoas, Kelvin, eu e o Sr Carter que pela idade já poderia se aposentar. Seria ele a me ensinar tudo do Ministério. Em poucos dias já dominava o trabalho.

Certa manhã vinha para o ministério quando alguém me chamou

- Hermiioniiii - conheci logo o jeito como me chamou

- Viktor? O que faz aqui - perguntei ainda espantada com a beleza dele. A cada vez que o via ele estava mais bonito.

- eu que pergunto, o que faz aqui no meu país? - estava falando muito bem a minha língua

- vim a trabalho, a proposito, você está falando muito bem o meu idioma - disse

- bem, aprendi muito durante esses anos. Vim resolver uns problemas de família. Você ficará muito tempo aqui? - perguntou já se animando

- bem, vou ficar mais 5 meses e meio - respondi

- e será que poderíamos marcar pra sair? Posso te mostrar os melhores lugares daqui. Quem sabe você não decida ficar mais tempo e passar o natal e ano novo comigo - falou ele com um sorriso malicioso

- não querendo ser indelicada com você mas prefiro recusar seu convite. Vim somente a trabalho e espero poder voltar logo pra Londres. Minha família, amigos, o Rony estão todos lá - disse

- Rony? O ruivo? - perguntou curioso

- sim, bem, depois da última vez que nos vimos no casamento do Gui e da Fleur, nós ... começamos a namorar - meus olhos brilhavam ao falar dele

- ash sim, entendo, mas pelo menos pode almoçar comigo? - notei que ele ficou triste ao dizer que estava comprometida

- tudo bem, saio pra almoçar as 12:00hs. Foi bom te ver, até mais tarde - nos despedimos e me dirigi até minha sala. Na hora do almoço lá estava ele a minha espera. Almoçamos em um restaurante que tinha ali perto. Conversávamos sobre muitas coisas mas nada a respeito de sentimentos. Pareceu ter virado rotina, pois todos os dias nós almoçávamos ali. Tínhamos virado grandes amigos. Pelo menos eu achava que sim.

Em uma tarde de sexta feira Viktor me esperava ao final do expediente na porta do Ministério com a desculpa de querer me levar em casa. Aceitei e fomos. Andávamos pelo bairro trouxa, ele como sempre mais ouvia do que falava e quando estávamos chegando perto do apartamento ele tentou me beijar

- Viktor! - exclamei - ficou maluco? - disse o empurrando

- Hermiiioniii, me...me desculpe, não pude me controlar - desculpou-se mas ainda não tinha me largado.

- Viktor você sabe muito bem que eu amo o Rony. Por favor vá embora e não me procure mais.- disse com muita raiva me desprendendo de seus braços.

- por favor, entenda, eu sempre te amei, desde que te conheci. E aquele ruivo não te merece. O que ele pode te oferecer? Eu sou o homem certo pra você Hermiiioniii. Eu posso te dar o mundo! – aquilo soou como uma afronta, o que me deixou com mais raiva

- quem você pensa que é Viktor? Pra falar comigo desse jeito! Fiquei você sabendo que não estou interessada no seu amor, muito menos no seu dinheiro. Fique longe de mim. Eu realmente achava que éramos amigos, mas acabei de constatar que você só estava interessado em ... em..arrggg tenho nojo só de pensar – não consegui controlar minha raiva e soltei coisas além da conta, porém não me arrependeria. Ele foi embora sem dizer mais nenhuma palavra. Simplesmente se virou e foi. Havia decidido não contar nada ao Rony , até porque ele surtaria só com a idéia de me ver almoçando com Viktor, quem dirá ele tentar me beijar. Depois daquele dia não tive mais notícias do Viktor. Ele também não apareceu mais no Ministério. As semanas estavam passando e eu estava tão focada no trabalho que nem me dei conta que Rony parara de escrever sem ao menos dizer o motivo. Comecei a mandar cartas com mais frequência e nenhuma resposta. Só sabia de noticias dele através de Harry ou Gina, mas sempre eram as mesmas desculpas. Ele estava bem, muito ocupado com os treinamentos do Ministério o que o fazia esquecer de escrever. Tenho certeza que não era esse o real motivo, mas por enquanto só me restava ficar conformada e esperar somente mais 1 mês para voltar.

Finalmente faltava somente 1 dia para voltar a Londres. Recebi uma carta do Viktor se desculpando pelo comportamento totalmente idiota, mas mal dei importância. O dia no Ministério foi tranquilo. No apartamento minhas malas também já estavam prontas. Estava ansiosa e ao mesmo tempo com medo. Não por voltar, mas por saber o porque ele deixara de me escrever. A noite parecia não ter fim. Mal consegui pregar os olhos de tanta ansiedade. Na manhã seguinte cheguei tão cedo que tive que esperar o Sr Carter para pode abrir a chave do portal. Após isso finalmente havia chegado em Londres.