Yes, My Lady. escrita por Titocas Mesquita


Capítulo 22
Especial o/ - O Pianista


Notas iniciais do capítulo

POTAQUEOPARIU! CARAAAAAAMBA! OOOOOMG! MAIS UMA RECOMENDAÇÃO EITA PLEURA! AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH OBRIGADA :33 Que emoção gemt, sério, obrigada! 4 recomendações é uma coisa linda para cacete! AHEUHAUEHUAHUHEUHA OBRIGADA VIIC SUA LIMDA, vemk me dar um abraço, sua diva.
Além disso 134 comentários... Uou. Eu realmente não esperava isso e ... Melhor deixar esse discurso pra quando chegar o último capítulo, fica mais emocionante AHEUHAUEHUHAUHEHA

Como o nome já diz é um especial, uma espécie de OVA. Então, não tem nada a ver com Yes, my Lady. Na verdade sim, tem a Louise, o Aaron, o Sebby... Mas o enredo tá diferente. Mas tá muito legal, recomendo você lerem AHEUHAUHEUHAUHEHUA Me desculpem se vocês não gostam de OVA's é que eu meio que me enrolei em um assunto MUITO importante, e não pode ficar mal explicado, né? AHEUHAUEHUAHUEHUHA

Por último: Cara, eu li um comentário que falava: "Legião de Shippers SebastianXLouise" Me desculpe, eu não lembro quem comentou :C DESCULPA MESMO! Mas eu só sei que, quando eu li isso, fiquei tão feliz *UUU* CARA, EU CRIEI UM SHIPP! (Oi, Claro, Tim ou Vivo?) Não. E isso é muito lefal AHEUHAUHEUHA E emocionante.



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– Jura?! – perguntei para Aaron, realmente impressionada ao descobrir.

– Você não lê jornais não, Louise? – o mesmo respondeu-me com outra pergunta – É óbvio que digo a verdade. Por mais incrível que pareça, o Michaelis já está aqui em Londres.

Me segurei para não cair para trás. O famoso pianista, Sebastian Michaelis estava realmente tão perto de nós? Não... Aaron só podia estar tirando sarro de minha cara. Mesmo estando aos seus 25 anos, o Trancy continuava sendo tão infantil que às vezes me irritava.

– Isso não passa de mais uma de suas brincadeiras, não é? – tentei usar o meu tom de voz mais firme que pude – Acha mesmo que vou cair nessa? Eu não estou com um humor tão bom hoje para mais uma de suas brincadeiras.

– Como você é persistente... – Aaron falou, virando as costas e andando até a sala.

– Você quer mesmo que eu acredite que o teste que farei hoje será com o Sebastian Michaelis?! – gritei do quarto – Isso com certeza sairia nos jornais! E eu provavelmente me prepararia melh... NÃO!

– Agora acredita? – o menor sorriu, ao ver a minha expressão.

– N-não pode se-ser! – gaguejei, ao ler o título do jornal que ele trazia.

“Sebastian Michaelis, o pianista mais respeitado do mundo, estará hoje em Londres para poder escolher o seu parceiro ou parceira para gravar o seu próximo single! Quem será o sortudo?!”

– Aaron, seu desgraçado! – gritei, dando um forte tapa em sua cabeça – Por que não me avisou?!

– Aii... Isso dói! E eu tenho culpa? – o outro perguntou para si mesmo, então deu um sorriso de lado – Tudo bem... Eu sabia.

– Seu...! Imbecil! Idiota! – dei outro tapa em sua cabeça, o mesmo fez uma cara de dor – Céus... O quê eu devo vestir?

– Eu já pensei nisso. Toma.

Aaron pegou algumas roupas dobradas que estavam em cima da minha cama. As olhei com atenção e logo voltei meu olhar para o mesmo. Até que ele não tinha feito uma péssima escolha. Sorri e então empurrei-o para a sala, ficando sozinha em meu quarto. Tranquei a porta e parei para pensar. Aquilo seria loucura... O famoso pianista?! Quantas e quantas pessoas não deveriam estar interessadas em poder cantar junto a ele? E o quanto elas devem ter treinado para isso? Eu que nem ensaiei a letra direito... A sorte que me persegue também não me ajuda muito... Mas já me inscrevi, mesmo sem saber, o quê foi feito já está feito.

...

– Fiquei bem nessa roupa? – perguntei, meio insegura.

– É o quê menos importa no momento. – respondeu-me Aaron, com pressa – Usando essas roupas, até parece uns três anos mais velha. Eu diria que você tem 24.

– Devo trocar?

– Claro que não, está ótima! Agora vamos.

O mesmo agarrou a minha mão com força e então corremos escadas a baixo. O táxi já nos esperava na porta. Por um momento pensei em parar e voltar para o meu apartamento, porém, quando percebi, Aaron já me puxava para dentro do carro. Mesmo esse idiota sendo tão imbecil às vezes, posso dizer que é a pessoa em que mais confio. Nos conhecemos faz praticamente sete anos. Muito tempo... Até somos vizinhos.

Virei o rosto para Aaron, o mesmo sorria feito um bobo. Eu tenho 21 e ele que tem 25? Isso realmente não pode estar certo...

Não demorou muito para chegarmos ao grande auditório, um dos maiores, se não fosse o maior de Londres. Ao passar pelos portões, na verdade, ao ser empurrada auditório adentro, senti um frio na barriga. Nervosismo do qual eu nunca havia passado até o momento. O caminho até a sala do auditório ia diminuindo, apertei a mão de meu amigo com força ao chegarmos lá.

– Você continua sozinha daqui. – Aaron falou, soltando a minha mão e sorrindo – Conseguirei entrar de penetra de algum jeito e com certeza irei te escutar. Não se esqueça do CD.

– Está aqui comigo... – respondi, colocando a mão dentro de minha bolsa, porém não conseguia encontrar nada – Espera... Estava aqui!

Abri o bolso da frente da bolsa, o desespero já tomando conta de mim. Mas logo suspirei, aliviada ao sentir a caixinha transparente do CD.

– Aqui está. – levantei o CD para mostrá-lo para Aaron.

– Por pouco. – ele sorriu – Agora, boa sorte! Vai logo, se não perderá a vez!

– O-obrigada! – respondi. Os grandes olhos azuis do loirinho pareciam me desejar boa sorte. Sorri de volta e então entrei, correndo.

E como aquele lugar estava cheio... Várias pessoas aqueciam suas vozes nos bastidores, logo me senti excluída no meio de tanta gente. Elas realmente ensaiavam para valer, dava para perceber que eram meses de ensaios. Talvez aquele não fosse bem o meu lugar... Sentei-me em uma cadeira, o mais longe possível de qualquer pessoa. Abaixei o olhar e então me encolhi, repassando a música mentalmente. Eu nem sequer havia feito qualquer aula de música, cantar para mim não passava de apenas abandonar o stress. Mas bem, pelo menos poderei dizer que tentei.

Passou se então alguns minutos, os mais longos da minha vida. As pessoas iam sendo chamadas e as que voltavam, normalmente estavam chorando ou com a cabeça erguida. Aquilo sim me assustou. 1 hora e cinquenta e cinco minutos... Nesse meio tempo repassei a canção em voz baixa apenas uma vez.

– Número 327... – falou a voz eletrônica pelos alto-falantes.

Céus... Eu sou depois dele! Como não reparei que era a penúltima? Estava tão nervosa que... Espera, só tem duas pessoas aqui! E-então...

– Número 327, última chamada...

– Não é você? – perguntou o garoto do meu lado – Se bem que eu sou o 329...

– Bem, como o número 327 não apareceu, número 328 já pode entrar.

– Agora sou eu... – respondi, me levantando e colocando o cabelo para trás. No caminho até o palco mandei uma mensagem bem rápida para Aaron. “É a minha vez”.

Vi a entrada para o palco e então dois seguranças me pararam, queriam revistar a minha bolsa.

– Não sabe quantas pessoas já tentaram matá-lo. – um deles falou, mexendo no bolso interno de minha mochila. Corei ao ver que o mesmo colocara a mão dentro do bolso onde estava o meu absorvente para casos de emergência. O segurança não demonstrou nenhuma emoção e então foi para o bolso da frente – Um CD?

– Sim, contém o instrumental da canção. – respondi normalmente.

– É melhor eu avisar, nessa apresentação não poderá ser usado qualquer tipo de CD ou instrumentos. Alguns colocavam as vozes prontas no CD. Nessa apresentação será apenas o silêncio e o som de sua voz . – avisou-me o outro segurança, provavelmente sorrindo da minha cara de desespero – Bom... Não tem nada de suspeito aqui, está liberada.

– Sobre o CD... Dessa eu não sabia. Obrigada por avisar... – falei, sentindo o suor escorrer pela minha testa.

– Boa sorte! – os dois falaram, mostrando-me um joinha com as duas mãos. Dei um sorriso nervoso e segui em frente.

Por um momento a luz dos holofotes me deixou parcialmente cega. Logo meus olhos se acostumaram com a claridade e aí caminhei na direção do microfone. A última pessoa que havia estado por lá deveria ser um gigante! Precisei abaixar o microfone e então olhei para as milhares fileiras de cadeiras em minha frente. Haviam alguns juízes nas primeiras cadeiras, mas o quê me chamou atenção foi o grande pianista, Sebastian Michaelis, sentado algumas fileiras atrás dos juízes. Pisquei várias vezes. Sim, ele estava lá de verdade. O mesmo ajeitou-se na cadeira ao me ver entrar, já que estava praticamente deitado. Dei um sorriso discreto, a coluna dele deveria estar muito cansada, também, depois de tanto tempo sentado com a postura tão reta, deveria cansar. Até eu estava cansada, e havia chegado no número 254.

– E então...? – me perguntou um dos juízes. Eram quatro no total. Provavelmente aquele era o mais rígido, deveria esperar que já entrássemos cantando.

Se não poderei ter o barulho do violão de fundo, terei que improvisar. Cantarolei baixinho o começo da música e então segurei no microfone com as duas mãos, finalmente chegara a hora.

Perdoe-me, só mais um pouco,
Deixe-me dormir em seu nome...

O passar dos dias, nos deixaram mais perto.
A dor... E acompanhada de alegria
Nas mãos... Refletem
Eu choro quando penso em você
Lá, chove a tristeza.
É bom não saber sobre isso
No descanso, lembrei-me dos calafrios
O que você viu no turbilhão dos seus sonhos?

Meus músculos estavam tensos, provavelmente eu estava parecendo uma espécie de estátua. O medo de errar tomava conta de mim, então cantava olhando para baixo. Por um momento percebi que um faxineiro deixara cair o rodo no chão. Levantei o olhar o suficiente para ver que os seguranças o enxotavam... Aaron sendo Aaron.

Meus olhos encheram-se de lágrimas ao chegar no refrão.

Por favor, não desapareça.
Quero ouvir mesmo que seja um sussurro
Uma pequena batida de seu coração
Para onde você está indo?
O sonho não muda se houver uma continuação...

Então minha voz travou... Não conseguia mais cantar. Os juízes me olhavam sem entender, inclusive o Michaelis. Uma onda de dúvida percorrera o seu olhar. Enxuguei rapidamente as lágrimas que escorriam então curvei-me diante deles.

– Me desculpem... – falei ao microfone e então desci do palco, correndo na direção da porta.

Eu havia estragado tudo... Para começar, a música por mais que fosse a melhor que eu tinha, não havia sido uma boa escolha. Por quê fico me lembrando dele? Parei no meio do corredor e então sentei-me no chão, colocando as mãos no rosto. Fechei os olhos com força. Eu preciso esquecê-lo, mas por quê não consigo?! “Sempre é difícil esquecer o primeiro amor” dissera-me Aaron certo dia.

– Número 329. – ouvi de fundo. Dei um alto suspiro e então me levantei.

Eu não estava com vontade de ouvir as perguntas de Aaron, provavelmente o mesmo ficaria uma fera se eu saísse sem o avisar, mas bem... Isso não importava. Qualquer coisa era só falar que eu havia passado mal no meio do teste. Andei lentamente até um ponto de ônibus e então fiquei esperando algum ônibus que passasse onde eu iria.

...

Bebi um último copo, paguei a conta e então saí do bar. O dia já tinha escurecido, eu havia perdido totalmente a noção do tempo. Sim, agora que Aaron me mataria. Meu celular tocava dentro da bolsa, parei no meio da rua e comecei a procurar o celular. Onde diabos ele estava?

– He-ei! – ouvi alguém falar atrás de mim – Isso é hora de crianças ficarem andando sozinhas por ai?

– Eu acho que não. – respondeu outra voz.

– Onde estão seus pais? – o outro riu – Ah... Acho que está sozinha. Precisa de ajuda ai com as suas coisas?

Me virei para trás e então dei um pulo. Quem eram aqueles caras? Os mesmos se aproximaram enquanto eu recuava. Até que com a sorte que eu tenho, encontrei uma parede nas minhas costas. Comecei a esperar pelo pior, até que algo realmente estranho aconteceu.

Alguém vestido de preto socava os caras que haviam acabado de tentar me assaltar. Sim... Eu só podia estar delirando graças a bebida.

– Olhe seu estado... – o homem de preto falou, depois que os três haviam corrido para longe.

– Eu es-tou bem... – respondi, fechando a minha bolsa e tentando passar pelo homem para conseguir voltar para casa.

– Sim, está ótima. Não consegue nem andar direito, se está tentando chegar em casa duvido que nesse estado consiga ao menos chegar com a bolsa. – ele estendeu a sua mão em minha direção – Se quiser posso ajudá-la.

Olhei para as vestes do homem. O mesmo usava um paletó da marca Kiton, engoli em seco. Aquela marca italiana era sem sombra de dúvidas, uma das mais caras. O modelo Kiton K-50, que era o que o homem usava, havia custado nada mais, nada menos que US$ 60.150 mil, se o que eu tinha lido estava certo. Quase caí para trás.

– N-não, obrigada. – respondi nervosa. Senti um certo enjoo e olhei para baixo pois sabia que não ia conseguir segurar. Na minha frente vi um sapato masculino. Tive a leve impressão de que era caro, assim, uma impressão bem leve. Se eu vomitasse naquilo, provavelmente teria que vender um rim na Deep Web.

Virei para o lado e acabei vomitando. O homem colocou meu cabelo para trás, prendendo-o em um rabo de cavalo bem leve. Logo massageou minhas costas. Apenas me lembro disso.

...

Abri lentamente os olhos, sentindo que estava no paraíso. O travesseiro de plumas era tão gostoso... Espera, eu não tenho nenhum travesseiro de plumas! Me levantei em um pulo e olhei em volta, sem saber onde estava. Uma onda de desespero invadiu-me. O lugar onde eu estava parecia um quarto de hotel, mas não foi isso que me assustou. Foi o fato de estar usando um pijama. Como eu vim parar aqui? E como é que estou vestindo um pijama?!

Alguém saiu do banheiro. O reconheci na mesma hora.

– Se-Sebastian Michaelis?! – perguntei, inconformada. O quê eu estou fazendo aqui?! – Ok... Isso não passa de um sonho.

Só então percebi. Não era só o Sebastian pianista prestigiado, era um Sebastian de toalha! Corei imediatamente. O mesmo se aproximou.

– O quê aconteceu ontem entre nós dois foi um sonho? – ele perguntou, com um sorriso cafajeste no rosto.

– O-o quê?! – perguntei – Aconteceu alguma coisa? E-eu não me lembro de nada!

– Como acha que está vestindo o meu pijama? – seu sorriso crescia ainda mais, junto com o meu desespero. Engoli um pouco de saliva. Mas que diabos...? – Está nervosa?

– Nã-não... – o mesmo aproximava-se ainda mais.

– Eu consigo escutar você engolindo a sua saliva. – sussurrou em meu ouvido – Calma. – ele voltou ao tom normal, sorrindo e se afastando novamente – Realmente não aconteceu nada. Infelizmente. Eu só a segui e então vi que estava bêbada. A trouxe para cá, você tomou banho sozinha e foi dormir. Eu não poderia deixar você ir para casa sozinha nesse estado.

– Perai... Você me seguiu? – perguntei – Por qual motivo?

– Err... – Sebastian colocou as mãos atrás do pescoço – Eu gostei da sua voz, não foi algo tão decorado como as outras pessoas, teve emoção... Algo espontâneo. E eu gosto disso. Só não entendi o motivo pelo qual você saiu de lá correndo. Poderia cantar a canção novamente? – o mesmo olhou para mim – Louise, você está ai?

Eu havia parado de ouvir a partir do momento em que Sebastian havia dito que gostava da minha voz. Me senti feliz de ter ouvido aquilo.

– Louise? – acordei de meus devaneios com o mesmo mexendo em meus ombros – A canção.

– Ah sim, a canção... – respirei fundo e olhei para baixo, envergonhada de estar cantando só para ele.

Terminei de cantar e senti meu rosto todo queimar. Sebastian riu e levantou o meu rosto.

– É perfeita... – falou, olhando no fundo dos meus olhos.

– O-oi? – perguntei, sem entender.

– A canção é perfeita. – o fio de esperança de ele estar me elogiando desapareceu – Você quem a compôs?

– Sim. – respondi, com raiva de não ter sido um elogio.

~ ~ Alguns meses depois ~ ~

– Louise! – chamou-me Sebastian, batendo freneticamente na porta do quarto – Precisamos ensaiar ao menos mais uma vez!

– Já vou... – abri a porta e dei de cara com o Sebastian, segurando um copo de leite.

– Bom dia. – ele sorriu e me abraçou.

– Bom dia. – respondi, dando-lhe um selinho demorado e roubando o seu copo de leite, bebendo-o todo em apenas um gole.

– Desde que se mudou para cá ficou meio folgada, não acha? – Sebastian perguntou, no momento em que roubei o seu leite.

Fui até a cozinha e coloquei duas torradas na torradeira. Esperei até que as duas ficassem prontas e as coloquei em dois pratos. Dei um para Sebastian e comecei a comer a minha torrada.

– Como consegue comer isso sem nada? – perguntou Sebastian, vendo que eu devorava minha torrada sem ao menos colocar manteiga.

– Sei lá... Eu gosto.

O maior foi até o balcão e pegou uma faca para passar um pouco de manteiga na torrada. Fiquei admirando-o, o mesmo fazia as coisas com tanta calma que me impressionava. Sorri. Até que percebi que o mesmo havia se cortado. Isso fez com que minha risada ficasse ainda mais alta.

– O prestigiado pianista Sebastian Michaelis, ao passar manteiga em sua torrada acaba se cortando. Não me perguntem como, mas isso é possível. – falei, imitando algumas apresentadoras desses programas de domingo.

– Ha ha... – Sebastian imitou uma risada – Como se você nunca tivesse se cortado na vida.

– Se eu tivesse 28 anos eu não me cortaria passando manteiga em uma torrada. – provoquei.

– São apenas sete anos de diferença, grande coisa. – ele respondeu, indiferente.

...

Peguei o vestido que havia separado na noite anterior e o vesti, colocando um sapato de salto preto. Logo depois peguei um frasco de perfume e espirrei um pouco no meu pescoço e pulsos. Olhei para o espelho. Eu nunca imaginaria que esse dia ia chegar. Não tão cedo. Fui para a sala e me encontrei com o Sebastian, que estava me esperando. Ele me olhou de cima a baixo demorando o olhar, – até de mais – em minhas pernas que estavam a mostra.

– Você fica muito bem assim. – falou Sebastian.

– Dessa vez não fala da música? – perguntei, me lembrando.

– Como assim? – ele virou um pouco a cabeça, sem entender.

– Esquece... – sorri e fui até ele. Em um movimento inesperado, o mesmo me empurrou e me prensou violentamente contra a parede.

– Você está realmente muito bem assim. – Sebastian sussurrou em meu ouvido – Não quer trocar de roupa? Eu só acho que não quero que outros caras a vejam assim.

– Não, eu gostei desse vestido. – sorri ao ver Sebastian meio preocupado – E não está vulgar...

– Realmente, não é vulgar. – o mesmo concordou comigo – Sabe... Eu acho que estou sendo meio egoísta, mas a quero só para mim.

Puxei Sebastian pela gravata e o mesmo colocou a sua mão direita em minha nuca, nos aproximamos mais e então nos beijamos. O beijo foi demorado, até que...

– Veja a hora Sebastian! – falei, o afastando um pouco. Quase gritei ao olhar o relógio atrás dele – Estamos quase dez minutos atrasados! E até chegar lá...

– O bom de ser “prestigiado” como você diz, é que não preciso ser pontual. Outros nem vão ligar se eu demorar um pouco.

– Mas eu ligo. – falei.

– Tudo bem... Vamos. Porém, na volta vamos continuar de onde paramos. Se é que me entende. – pude sentir um pouco de malícia na fala de Sebastian, junto com o seu olhar.

...

– Está quase na hora... – falou Sebastian, dirigindo a sua "simples" Ferrari calmamente – deveríamos ter repassado a música ao menos uma vez.

– E a tal emoção, “algo espontâneo” que você havia dito? – sorri vitoriosa.

– Você ainda lembra disso? – o mesmo concordou comigo depois de um tempo, sem tirar os olhos da rua – Se bem que os críticos mais rígidos estarão lá... Um deles estava presente no seu teste. Até hoje ele vive me perguntando porque a escolhi.

– Eu me pergunto a mesma coisa.

– Não está nervosa? Se estragar tudo... Não sabe como ficarei com raiva.

– E-eu não... Na verdade sim. – respondi, com medo da frase “Não sabe como ficarei com raiva”.

Por um momento Sebastian tirou os olhos da estrada, me olhando rapidamente.

– Você fica sexy quando está nervosa. – e então sorriu. Aquele sorriso... Nunca imaginei que um pianista pudesse ter um sorriso tão cafajeste quanto o de Sebastian. Se bem que de certa forma, eu amava aquele sorriso – É nessas horas que eu gostaria de ter um motorista.

O mesmo tirou uma das mãos do volante e a colocou em cima da minha.

– Seria me-meio desconfortável para ele, não acha? – perguntei.

– O quê? Eu só queria olhar para você. – o mesmo lambeu o lábio inferior e então sorriu – Como você é maliciosa Louise.

– E-eu?! Clar-ro que não. – respondi, gaguejando.

Sebastian parou o carro e então olhou para mim. Havíamos chegado. O mesmo curvou-se um pouco e conseguiu colocar seu rosto perto do meu sem nenhuma dificuldade. Estávamos no escuro, meu coração acelerou-se. Ah, que ótimo. Era só o que faltava, ele conseguir ouvir você... Se bem que é meio impossív...

– Você está nervosa? – ele me perguntou de novo e pôs a mão no meu coração – Uou, eu que fiz isso? – seu sorriso abriu-se de orelha a orelha – Quanto efeito eu tenho sobre você.

– É cl-claro que não. – respondi nervosa. O mesmo ia se aproximando, então fechei meus olhos.

Eis que sinto um beijo na testa. Abri os olhos lentamente. O mesmo sorriu ao ver minha expressão.

– Lembra, só continuaremos quando chegarmos em casa.

Saímos do carro e entramos no auditório, era ainda maior do auditório em que eu havia feito o teste, se bem que... Estava cheio. Tivemos que entrar pelo fundo, haviam várias câmeras, microfones e luzes na entrada da frente. Cada repórter esperava ansiosamente a chegada de Sebastian e companhia. Eles me davam vários apelidos, já que quase ninguém, ou ninguém, sabia quem Sebastian havia escolhido. Apenas os escolhidos para serem os críticos no dia do teste. Mas era uma informação restrita.

É claro, Aaron também sabia, mas havia prometido guardar segredo. Tanto é que já estava no auditório. O mesmo havia dito que havia no mínimo, umas 20 mil pessoas ali. Quatro seguranças nos guiavam até o palco, apertei fortemente a mão de Sebastian. Ninguém me conhecia e de uma hora para outra seria conhecida mundialmente... Aquilo seria com certeza uma grande mudança.

O palco já estava em nossa frente, com o microfone e piano nas suas marcas. Sebastian expulsou os seguranças então se abaixou, ficando na mesma altura que eu. Sorri levemente para o maior.

– Não estrague tudo... – ele sussurrou, isso era para me deixar mais nervosa?! – Brincadeira... Eu lembro até hoje da minha primeira apresentação, se bem que não tinha nem 1/5 das pessoas que tem aqui, mas a sensação é a mesma, acredite. Não fique com medo, apenas relaxe... Vai dar tudo certo. – o mesmo acariciou meu rosto.

– Eu espero...

– Quer enrolar mais um pouco?

– Não. Eu estou pronta. – respondi decidida.

– Você realmente me impressiona.

Sebastian entrou no palco primeiro, entrei a alguns poucos centímetros de distância. As luzes nos acompanhavam, Sebastian parou na frente do piano e então se sentou, colocando seu cabelo atrás da orelha como sempre fazia. Parei na frente do microfone e dei uma pequena olhada para a plateia. Aaron estava na primeira fileira, do lado de uma garota. Então ela era o seu “lírio”, como o mesmo falava.

Fiquei feliz pelo mesmo ter encontrado alguém. Olhei um pouco mais e então foi ai que o vi... Meu ex-namorado estava lá também. Essa eu não esperava. Senti algo apertar o meu coração e então dei um passo discreto para trás.

Espera, o quê estou fazendo? Não posso estragar tudo por um desgraçado como esse. Sebastian não merecia ter seu espetáculo estragado por alguém qualquer como eu. Olhei para trás e Sebastian acenou com a cabeça para mim. Fiz o mesmo e me virei novamente para frente.

As mãos ágeis de Sebastian começaram a tocar. Aquela composição era perfeita, só agora no palco eu pude sentir a emoção que o mesmo falava. Aquela melodia tinha alma, só podia mesmo ser do Sebastian.

Fechei lentamente os olhos. Eu começaria a cantar em pouco tempo. Esqueci me de todos que estavam em minha frente. Aaron, meu ex-namorado, todos não eram nada. Naquele momento éramos apenas eu, Sebastian e a música. Dei o meu melhor, sentindo-me satisfeita de não ter errado nada.

O pianista estendeu um pouco da sua música. Sorri, o mesmo também me impressionava com os seus “improvisos”. Ao terminar a música, abri novamente os olhos. Os aplausos eram altos, todos haviam se levantado para aplaudir de pé. Inclusive Aaron, o olhar do mesmo demonstrava orgulho. Sinto que daqui a um tempo o Trancy irá me dizer que eu não seria nada sem a ajuda do mesmo.

Olhei para Sebastian.

“Parabéns, você mandou bem para caralh...” O mesmo moveu os lábios silenciosamente, formando essa frase. Abri um grande sorriso com a última palavra. Era raro o mesmo falar algum palavrão.

Ficamos lado a lado e então agradecemos ao público.

...

– Estou orgulhoso. – falou Sebastian, sentando-se no sofá – Fiz a melhor escolha da minha vida, não acha? – ele sorriu.

Sorri, sem jeito. O mesmo me deitou no sofá e então ficou por cima de mim, sem esperar já procurava o zíper do meu vestido.

– Lembra do que eu havia prometido quando voltássemos para casa? – o sorriso do mesmo tinha um tom de malícia.


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Notas finais do capítulo

Música (perfeita para cacete) que a Louise canta no teste: Guren - the GazettE
Sebby ostentando nesse capítulo AHEUHEUAH

Tchaaaran! O que acharam? AHEUHAUHEUHAUHEUHA Obrigada você por ler até aqui, quase que esse capítulo não sai! Mereço um comentário, né não?
Eu tava procurando a fic de uma amiga e do nada eu encontro uma com a sinopse mais ou menos assim: "[~le sinopse com duas linhas~] Essa sinopse tá uma bosta, eu não sei escrever sinopses. Mas a fic tá boa, pode ler que você não vai se arrepender" AHDHISJFIJSJJBKGJB Eu ri muito cara, tava pensando em colocar a sinopse assim, o quê acham? AHEUHAUHEUHA Brinks.

Ah, eu comecei a jogar Ib, alguém ai já jogou? :C Já tomei um monte de sustos! AHEUHAUEHUHAUEHA