Bet On Us escrita por Kira Queens


Capítulo 5
4th Day: Dinner


Notas iniciais do capítulo

Oi!!!! Postei rápido, ficou maiorzinho e tem uma coisinha, detalhe básico, coisa boba que eu acho que talvez vocês possam gostar um pouquinho.
Lia Taveira e Sweet Girl vocês foram as inspirações para que eu postasse tão rápido. Muito obrigada pelas lindas recomendações, de verdade ♥
Escrevi uma one fannie http://fanfiction.com.br/historia/427100/Speak_Now/ (momento mendigação, ignorem) (mentira ignorem não, leiam).
Agora vamos ao capítulo!!!



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- Eu vou desistir, você venceu – Katniss falou em frente o espelho. Supostamente havia tomado a decisão de desistir da aposta como disse a Annie que faria, mas ainda não havia encontrado as palavras certas para contar sua decisão a Peeta.

Ela não conseguia imaginar qual seria a reação dele. Ele provavelmente daria um orgulhoso sorriso de vitória que irritava Katniss só de imaginar e ela conseguia imaginá-lo com clareza e perfeição. Ela passou a manhã toda treinando o que diria a ele. Tentou encontrar uma maneira de falar como se ela não estivesse se rebaixando, mas ela estava desistindo, não havia nenhuma superioridade nisso, ela teria que falar a verdade e parar de fingir, mas isso era uma das coisas mais difíceis que ela poderia fazer.

Katniss ainda estava parada em frente ao espelho quando ouviu a porta bater com mais força do que seria necessário. Dirigiu-se até a sala, fechando a porta do banheiro como se não tivesse passado a manhã toda lá.

A cena que ela viu a surpreendeu. Peeta se jogou no sofá parecendo exausto e escondeu o rosto com as mãos. Sua respiração estava pesada. Katniss se aproximou discretamente e sentou na beirada do sofá, já que o corpo dele não permitia que ela sentasse de outra forma.

- Peeta? – ela chamou confusa. Nunca havia visto-o daquele jeito e estava se perguntando o que teria acontecido de tão ruim que ele não estava se importando em demonstrar fraqueza na frente dela – Dia ruim? – ela perguntou em tom de deboche.

- Vida ruim – ele respondeu finalmente retirando as mãos do rosto, que estava avermelhado e um pouco suado – Eu não estou no clima nem de brigar com você, Everdeen, agradeceria se fingisse que eu não existo por um tempo. Eu sei que é difícil, mas faça isso por mim, mostre o quão boa você é – ele disse em tom de ironia.

Pelo tom de sua voz Katniss já percebeu o quanto ele estava estressado. Ela percebeu também que talvez houvesse um pouco de compaixão em si, porque não gostou de vê-lo daquela forma ou talvez fosse simplesmente o fato de que ele a ignoraria e ela não gostava de ser ignorada.

- Não se preocupe, lindinho, estou indo embora – ela disse a ele. Isso fez com que ele erguesse a cabeça para prestar atenção nela.

- O quê? – ele perguntou com uma risada.

- Significa que eu vou pegar minhas coisas, sair por aquela porta e nunca mais te ver na minha frente – ela debochou.

- Em outras palavras você está desistindo – ela abriu a boca para colocar os fatos de outra forma, mas ele não lhe de tempo para isso – Vá amanhã, por favor, eu preciso de um favor hoje à noite. Meu maldito pai quer jantar comigo e disse que eu poderia levar alguém, acabei falando que levaria uma amiga então, não posso chegar lá sem ninguém. Vá comigo.

- Até parece que eu vou – ela riu – Por que disse que iria comigo?

- Porque você está aqui – ele respondeu dando de ombros – Achei que preferiria ir a ficar sozinha.

- Bom, agora eu não estou mais aqui e não te devo mais nada porque estou me retirando da aposta – Katniss disse sorrindo.

- Eu sei, Katniss – falou Peeta suspirando em seguida – Só vou te pedir que vá nesse jantar comigo, depois a gente cancela a aposta, você nem precisa ficar com a imagem de covarde que desistiu.

- Um jantar com Peeta e Haymitch Mellark, nem pensar. Eu gosto de me manter discreta, longe da imprensa e com vocês dois riquinhos do meu lado isso seria complicado – ela argumentou. Peeta suspirou novamente – Chama algum de seus amigos – ela sugeriu.

- Quais amigos, Everdeen? – ele perguntou desanimado olhando-a nos olhos.

Katniss sentiu suas defesas desmoronarem. Ela reconheceu nos olhos dele algo que encontrava em si mesma: solidão. Por sua vez, Peeta pensou ter visto, por um momento, um brilho de compreensão nos olhos dela. Até que por fim ela assentiu levemente.

- Tudo bem – ela falou com a voz suave – Eu vou com você.

Peeta sorriu em agradecimento. Apenas alguns segundos foram necessários para que o silêncio entre eles se tornasse constrangedor.

- Você nem quer saber os motivos pela qual eu desisti? – perguntou Katniss numa tentativa de amenizar o clima e também porque ela achou estranho o detalhe de que ele não se interessou pelos motivos e pareceu não se importar que ela estava desistindo.

- Acredite, vou adorar ouvir sobre como você não conseguiu lidar comigo, mas agora não – ele respondeu. Estava com a voz sonolenta e os olhos fechados – Sem falar que se eu tivesse perguntando você não teria respondido – ele sorriu de lado.

- De fato – concordou Katniss sorrindo largamente e agradecendo mentalmente por ele estar de olhos fechados e não ter visto o gesto – Por que você está tão estressado hoje?

- Você não se importa – Peeta murmurou.

- Não mesmo – afirmou Katniss – Mas estou disposta a ouvir se quiser falar.

- Não há necessidade. Você ficará sabendo o motivo hoje a noite – assegurou-lhe – Digamos que meu pai faz esforço pra ser desagradável.

Katniss assentiu e se levantou deixando-o ficar sozinho. Ele parecia cansado, era melhor que descansasse para que à noite não estivesse pior. Katniss esquentou um prato do macarrão que sobrou do dia anterior e comeu sozinha à mesa observando Peeta que dormia serenamente. Nem parecia o homem cansado com quem ela conversara há questão de minutos.

Katniss aproveitou a tarde entediante e o fato de que Peeta estava dormindo no sofá para dormir na cama dele. Foi bom dormir em uma cama de verdade considerando que nas noites anteriores a única coisa separando-a do chão era uma coberta. Ela acordou com Peeta chacoalhando seus ombros.

- Comece a se arrumar para o jantar – ele disse a ela enquanto ela erguia a cabeça lentamente. Esperou seus olhos se acostumarem com a claridade e seu olhar procurou a janela para tentar ter uma noção do horário – São quase sete horas – ele lhe disse percebendo seu olhar. Katniss assentiu e se levantou.

- Como devo me vestir? – ela perguntou enquanto pegava uma toalha para tomar banho.

Katniss olhou para Peeta que estava passando a toalha nos cabelos para secá-los. Ele estava usando apenas uma calça social que estava desabotoada. Algumas gotas de água escorriam por seu peito enquanto ele se secava. Quando ele a olhou Katniss desviou o olhar para seus olhos, mas ele percebeu para onde ele estava olhando, pois sorriu maliciosamente.

- Eu tenho cara de que entendo de roupa de mulher? – ele perguntou a ela.

- Na verdade, sim – ela respondeu com um sorriso divertido – Você parece uma.

- Vem cá e eu te mostro a mulher – Peeta ergueu as sobrancelhas sugestivamente. Katniss não soube como responder – Use um vestido sofisticado – ele deu de ombros.

- Você acabou de dizer a palavra “sofisticado” e não quer parecer uma mulher – Katniss murmurou enquanto ria.

Peeta olhou para cima como se dissesse “o que eu fiz pra merecer isso?”, mas acabou rindo também.

- Você não ia tomar banho?

Katniss levantou as mãos em sinal de rendição e se dirigiu até ao banheiro levando consigo a toalha, roupas íntimas e o “vestido sofisticado”. Era o segundo banho que ela tomava no dia então não sentiu necessidade de se demorar muito, nem sequer lavou os cabelos. Saiu do banheiro quase pronta, exceto pelo detalhe de que não estava conseguindo fechar o vestido.

- Peeta, pode fechar pra mim? – ela perguntou mordendo o lábio inocentemente. Estava um tanto quanto constrangida.

Ele assentiu e se levantou, indo até ela. Katniss se virou de costas. Peeta segurou o zíper e o subiu lentamente, tendo o cuidado de não deixar que o zíper agarrasse no pano do vestido. Seus dedos frios tocaram a pele quente de Katniss fazendo-a arrepiar. Peeta engoliu em seco e terminou de subir o zíper.

Katniss pigarreou.

- Obrigada – ela agradeceu sorrindo gentilmente. Seu rosto estava avermelhado.

- Não por isso – ele a olhou da cabeça aos pés, constrangendo-a ainda mais – E a propósito, até que não está mal – mas na verdade ela estava linda, só que ele não diria isso a ela.

Katniss pegou uma bolsa pequena apenas para guardar seu celular e dinheiro. Eles desceram até a garagem e caminharam sem pressa até o carro. Passaram o caminho todo brigando por causa das músicas. Eles simplesmente não conseguiam concordar em nada. Por sorte chegaram ao restaurante antes que um dos dois acabasse quebrando o rádio do carro.

Katniss analisou o restaurante quando chegaram. Era bonito e aconchegante, aparentando ser caro.

- Você vai pagar minha parte também – Katniss avisou a ele. Peeta se limitou a soltar uma risada debochada, mas Katniss sabia que ele sempre teve a intenção de pagar. Ele não parecia ser o tipo de homem que leva uma mulher para jantar e deixa que ela pague.

Ele estende o braço para que ela segurasse. Katniss ergueu a sobrancelha e olhou para o braço dele.

- Quem você está querendo enganar, Mellark? – ela perguntou e caminhou em direção a entrada do restaurante. Peeta sorriu para si mesmo e a acompanhou.

Assim que eles entraram, Peeta já conseguiu localizar o pai sentado bebendo uma taça de vinho. Ele guiou Katniss até aquela mesa.

- Pai, essa é minha amiga Katniss Everdeen – apresentou Peeta – E Katniss, esse é meu pai, Haymitch Mellark.

- Encantada – falou Katniss com um sorriso. Haymitch sorriu de volta e gesticulou a mesa para que eles se sentassem.

Peeta puxou a cadeira para Katniss se sentar e só então se sentou também. Ela disse a si mesma que não poderia se esquecer de debochar dele mais tarde pela suposta educação.

- Vinho? Champagne? – Peeta perguntou a Katniss.

- Whisky – ela respondeu. Peeta sorriu de lado.

- Pelo menos algo em que concordamos – ele murmurou. Katniss sorriu também ele chamou o garçom para fazer o pedido.

- Por que a mamãe não veio? – Peeta quebrou o silêncio, olhando desconfiado para Haymitch.

Katniss não tinha nem noção do que estava acontecendo ou do motivo do jantar, mas ela não pôde deixar de notar o clima desconfortável que pairava entre eles. Agora ela podia afirmar que a irritação de Peeta mais cedo tinha alguma ligação com o pai dele.

- Ela não estava se sentindo bem – Haymitch respondeu. Peeta claramente não acreditou.

- Ou será que você disse a ela para ficar em casa? – sugeriu Peeta – Você sabe que ela me defende. E eu duvido que você tenha me chamado aqui para coisas boas.

- Que bom que você tocou no assunto! – Haymitch sorriu, ignorando o restante da frase – Olhe pra mim, Peeta, o que você vê?

- Um velho bêbado ignorante – Peeta respondeu. Haymitch gargalhou, mas o filho permanecia sério.

- Ele não é impressionante? – Haymitch perguntou dirigindo-se a Katniss. Mas ela nem sequer sorriu, apenas estreitou os olhos. Ela já não havia gostado dele – Peeta, meu filho, você está certo. Eu estou ficando velho, eu preciso deixar minhas empresas para o meu herdeiro, que é você. Infelizmente eu não confio que você fará um bom trabalho, então estou aqui para falar sobre isso.

- Tudo o que eu fiz nesses dois anos foi sem importância, então? Todas as vezes que eu tomei conta no seu lugar, isso foi insignificante? – retrucou Peeta.

Katniss observou as feições do Mellark mais novo. Ele estava com o maxilar trincado, havia fúria nos olhos. Katniss compreendeu que o que ele estava sentindo era raiva por seu trabalho não estar sendo reconhecido, estava se sentindo insuficiente porque seu próprio pai não achava que ele era bom o suficiente para ser seu sucessor na empresa.

- Foram coisas simples, filho, precisamos de mais – respondeu o pai – Você é fraco. Você tem amigos lá, não empregados, precisa colocar o trabalho acima da amizade. Quando entendem suas ordens de forma errada, você não faz nada, você entende porque pra você errar é simplesmente humano.

- Eu não vou sair demitindo pessoas porque erraram coisas bobas que podem ser facilmente consertadas – argumentou Peeta.

- Você vai herdar aquelas empresas, Peeta, você não está no mesmo nível que aquelas pessoas e precisava deixar isso claro a eles – insistiu Haymitch – Imagina a bagunça que vai virar se pensarem “Ah, eu posso fazer de qualquer jeito porque o Sr Mellark não vai fazer nada por isso”.

- Não, eles devem pensar “Ah eu vou fazer direito porque o Sr Mellark vai ficar chateado comigo se eu não fizer” – as palavras mal saíram de sua boca e Haymitch gargalhou.

- Chateado? Ah, filho, você é tão fraco – ele disse. Qualquer um podia ver que ele não estava falando para o bem do filho e sim para fazê-lo se sentir mal – Imponha-se, Peeta. Eles me temem, por isso fazem tudo exatamente como eu quero.

- Essa é a sua maneira. Há outras – discordou Peeta – Eu sou seu único herdeiro, o que pretende? Passar as empresas para Finnick? – ele ironizou – Boa sorte, ele é mais mole que gelatina.

- Você é meu filho, Peeta, as empresas serão suas, mas eu só estou dizendo que você precisa melhorar seu comportamento – Haymitch falou calmamente. Katniss deu um gole no copo de whisky, estava ficando cada vez mais difícil ficar calada – Você saiu mais cedo do trabalho a semana toda. Está abusando do poder, por que não transforma essa rebeldia e irresponsabilidade repentinas em frieza?

- Eu tenho visita, pai – Peeta gesticulou Katniss que sorriu sarcasticamente e acenou – Não queria deixá-la sozinha o tempo todo.

- Mais fraqueza! – exclamou Haymitch – Não pode deixar que mulheres tomem o controle sobre você.

Katniss revirou os olhos e tomou o restante do líquido em seu copo. Peeta abriu a boca para retrucar, mas ela foi mais rápida.

- Só porque você é um idiota, ignorante e sem coração não significa que seu filho também tenha que ser – tanto Peeta quanto Haymitch olharam para ela incrédulos.

- Insolente – murmurou Haymitch – É disso que estou falando, Peeta, você não consegue controlar nem suas mulheres, como espera controlar toda a empresa?

- Suas mulheres não, eu sou só uma – falou Katniss olhando fixamente para ele, desafiando-o silenciosamente – Devia aprender a confiar em Peeta em vez de tentar controlar o jeito dele. Como você mesmo disse a empresa vai ser dele, ou seja, vai deixar de ser problema seu. Peeta deixou de ser problema seu quando saiu da sua casa.

- Continua usando o meu dinheiro.

- Ele trabalha na sua empresa, o dinheiro é dele – retrucou Katniss – E quer saber? Eu perdi a fome – ela se levantou – Vamos, Peeta. Deixe ele lidar sozinho com o fato de ser tão detestável que não conseguiu nem jantar tranquilamente com o filho e sua mulher. E se eu fosse você, Sr Mellark, eu demoraria mais um pouco. Sua mulher provavelmente está feliz demais tendo um tempo pra ficar sem você.

Peeta seguiu Katniss para fora do restaurante e antes mesmo que chegassem até o carro eles começaram a rir disparadamente. Katniss precisou se apoiar em Peeta para se manter em pé.

- Desculpe-me, eu sei que é seu pai, mas ele estava sendo insuportável – disse Katniss ainda rindo.

- Eu nunca te vi dessa forma – ele observou sorrindo para ela – Ele é mesmo insuportável. Ei, antes de voltarmos pra casa, quer dar uma volta? A gente deixa o carro aí e depois voltamos pra pegar. A vizinhança aqui é bonita.

Katniss concordou com um aceno de cabeça. Dessa vez ela mesma segurou no braço dele. Percebendo o gesto ele dobrou o mesmo e sorriu novamente.

- O que te irritou tanto? – indagou Peeta enquanto eles andavam pelas ruas – Seus saltos não vão te incomodar? – ele perguntou, reparando nos saltos enormes que ela usava.

- Não, estou acostumada – ela respondeu – É que... Ele estava sendo tão ridículo te humilhando lá e se achando tão melhor sendo que tudo o que ele faz é fazer com que as pessoas o temam.

- Katniss... – Peeta não terminou a frase, mas ela sabia o que ele estava pensando.

- Eu sei, eu acabei de me descrever – ela riu sem humor – Mas você conseguiu, Mellark. Você me mudou, coisa que eu achei que ninguém faria. E na verdade eu tenho até que te agradecer por isso. E me desculpar também.

- Não, não se preocupe, agora você entende o porquê de eu ter feito tudo isso. Digamos que guardei rancor por todo esse tempo – eles andavam lentamente, observando as luzes das ruas.

- E se eu pudesse voltar no tempo e ter ido quando eu disse que sairia com você, não ter te feito carregar meus livros e desfazer todas as outras coisas eu juro que eu voltaria – ela disse a ele com um sorriso triste – Você era um bom garoto. Agora é um bom homem. Você não merecia tudo aquilo.

- Página virada, não vamos mais nos importar com isso – assegurou-lhe Peeta – Quer comer alguma coisa já que nosso jantar não saiu como esperávamos? – eles sorriram.

- Não estou com fome, mas se você quiser eu te acompanho – Katniss responde – Estou me sentindo em um daqueles filmes antigos. Você de terno e gravata, com nossos braços entrelaçados, caminhando pela cidade à noite – ela comentou e Peeta riu.

- Annie me falou que te convidou para o casamento dela, é daqui dois dias, eu peguei um convite pra você. Estará lá, certo? – ele perguntou.

- Estarei. Eu ainda estarei com você até lá – respondeu Katniss.

- Bom, há essa altura você está livre para ir com a dignidade intacta – Peeta falou hesitante – Mas não precisa ir se não quiser. A propósito, por que resolveu desistir?

Ela suspirou.

- Porque eu me ofendi – ela respondeu – Eu não acho que você seria capaz de dizer aquilo a eles sem que eles soubessem da verdade, mas eu nunca me senti tão inferior. Aprendi a lição naquele momento e depois Annie falou comigo e ela foi tão gentil.

- Desculpe-me – pediu Peeta – Eu não deveria ter feito aquilo, sei que exagerei, mas você está certa, eu nunca teria dito se eles já não soubessem que era mentira.

- Amanhã eu decido se fico ou vou embora. Mas quando eu voltar a primeira coisa que vou fazer é sair dessa cidade. Preciso de outra vida. Meus pais estão morando em Paris por um tempo e eu preciso visitá-los.

Peeta notou que ela ficou desconfortável falando sobre os pais, mas resolveu não perguntar sobre isso por enquanto. Se aquele era um assunto delicado para ela então aquele não era o momento.

- Estamos nas redondezas no Central Park, estamos praticamente na minha casa – Peeta sorriu – Vamos voltar para pegar o carro. Mas essa caminhada foi boa pra nós dois.

- Foi sim – ela concordou.

- É sempre bom caminhar para espairecer ao lado da minha mulher – Peeta riu. Katniss ruborizou e cobriu o rosto com uma mão, rindo também.

- Eu precisava de uma fala com impacto, imaginei que soaria bom na ocasião ainda mais considerando que ele me chamou de “suas mulheres” – ela revirou os olhos – E não pense que eu me esqueci de toda a sua gentileza, Sr Mellark. Talvez haja algum cavalheirismo aí no fundo.

- É claro que há, eu sou um cavalheiro de filmes antigos – ele fingiu tirar um chapéu invisível e eles riram – Katniss... – ele parou de andar de forma que ela fez o mesmo – Obrigado pelo o que você fez – e sem aviso prévio ele a beijou na bochecha.

Katniss passou a mão na bochecha.

- Eca, não me beije! – ela exclamou, ainda esfregando a bochecha. Ela fez menção de empurrá-lo, mas ele segurou seus pulsos e ele era bem mais forte. O sorriso sumiu de seus rostos.

Eles repararam no quão próximo estavam. Katniss sentia o hálito de Peeta e ele conseguia ouvir a respiração dela. Olhavam nos olhos um do outro, até que Katniss desceu o olhar para os lábios entreabertos dele e inconscientemente entreabriu os seus. Peeta notou o olhar dela e notou o gesto de seus lábios convidativos. Sem pensar duas vezes, ele a beijou. Afrouxou o aperto nos pulsos dela e Katniss aproveitou para se livrar de suas mãos e segurar em seu cabelo, puxando-o para mais perto. Ela arranhou levemente sua nuca e percebeu que seus pelos se eriçaram. Gradualmente eles intensificaram o beijo, tentavam se aproximar mais, mas não havia como. Peeta segurou firmemente em sua cintura de forma possessiva. Atrás deles estavam as luzes do Central Park, por outro lado o trânsito das ruas continuava freneticamente, mas para eles só existia um ao outro.

Naquela noite, Katniss não dormiu no chão.


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Notas finais do capítulo

SAKLKSAFLÇKSAKÇLSAF TO RINDO PQ ELA NÃO DORMIU NO CHÃO FASKÇLAFSKLAFSKÇL ok vai foi engraçado. P.S: só porque ela dormiu com ele não significa que eles fizeram algo além de inocentemente dormir (eu deixaria isso bem evidente caso tivesse acontecido).
E aí gostaram do beijo? Peeta mora nas bandas do central park, eita riquinho. Amei a Katniss dando um chega pra lá no Haymitch safkçsafklafskafs melhor e maior capítulo da fic até agora, concordam? (com a parte do maior não tem como discordar porque são fatos né tipo, eu quis sobre a parte do melhor, enfim)
Até o próximo gatitos ♥