Não preciso olhar para os lado para saber que mamãe está me fazendo outra visita surpresa. Seu olhar é triste, conversa comigo sobre diversas coisas mesmo sabendo que eu nunca irei responde-la.
Mais uma vez ela me encontrou apenas de roupão, sentado sozinho em minha cela com paredes de vidro, conversando com a minha mente o tempo todo.

- Quando tempo você ficará tão triste, querido? - pergunta ela quando começo a olhar para direção oposta a dela.

Mamãe me observa esperando uma resposta por cerca de um minuto e, então, ela me choca. Sua voz vacila ao dizer:

- Gostaria de saber se existe algo bom dentro de você. Você sempre foi uma criança muito amavél. Sinto sua falta.

Paro de olhar para o lado oposto e meu olhar se encontra com o dela...e vejo imediatamente que ela está falando sério, porque parece preocupada.

- Eu realmente pretendo tirar você daqui, mas preciso saber se existe algo bom dentro de você – acrescenta – você precisa me prometer que você pode mudar.

Volto meu olhar para o nada, sinto meu rosto ficar quente de nervoso, mas não respondo.

Não quero ficar preso, e em um lugar que ninguém acredita em mim, onde todo mundo diz que estou louco, mas será que não estou? Ou ninguém sequer tentou entender os meus motivos, a minha angustia...descobri tantas coisas ao mesmo tempo que até o mais normal dos normais ficaria fora de si, mas no meu caso eu não poderia ter um momento de loucura, como príncipe de Asgard seria o meu dever engolir meus sentimentos e fingir uma felicidade eterna.

- Você quer melhorar, Loki. Não é?

Concordo com a cabeça e digo:

- Quero.

Mamãe sorriu, mas aparentava a mesma preocupação do incio.

- Amanhã seu Pai lhe falará sobre sua sentença e gostaria que você recebe-se com bons olhos.

Não entendo muito bem sobre como olhar com bons olhos, mas me pareceu algo bom para deixa-lá feliz. Começo a me sentir melhor ao notar que ela sorria para mim. As vezes ela tem razão.

Meus sonhos são uma série de momentos tensos que faz meu coração desparar. Vejo milhares humanos morrendo, vingadores, meus pai verdadeiro, mas o que me intriga é uma mulher com grandes olhos azuis conversando comigo em uma varanda, longe de Asgard, apenas afagando minha cabeça e dizendo que tudo ficará bem. O mesmo sonho se repete todas as noite.

Fui levado logo pela manhã até o salão principal onde o Pai de Todos me esperava. Estranhei o fato de ele estar sozinho, mas não levei muito em conta, apenas queria saber o que acontecerei.

- Já faz algum tempo, espero que tempo suficiente - disse Odin

Permaneci em silêncio.

- Sua mãe disse que está sendo sincero, e, pelo que ela me contou sobre sua nova personalidade, parece que você quer mudar. Primeiro deixe-se dizer que é com muito pesar que estou lhe recendo aqui – explicou – meu próprio filho.

Sorri com deboche, mas decidi não desmentir. Se ele acha que sou seu filho, tudo bem.

- Quero falar sobre um jovem chamado Loki que tem dificuldade em lidar com a realidade. Loki quer viver em um mundo que apenas controle pelo resto de sua vida, o que faz um personagem muito mal e odiado, mas que ao não conseguir isso torna-se como uma criança e faz birra - diz Odin com um ar de lamentação – No momento, vejo que a solução não é uma prisão, mas sim um contato real com as coisas que você não aceita.

- Sinceramente – o interrompi – Não vou mudar com seu discurso moralista. Esqueça.

Odin respirou fundo.

- Você será enviado para Midgard...Mas com alguns detalhes.

- Já esperava – concordei com a cabeça – E?

- Lá você não terá seus poderes, mas não se preocupará com conformo, sempre terá.

- Isso é punição? - ri

- Você será cego.

Silêncio.

Por um segundo, fiquei com medo.

Mas então Odin continua a falar:

- Só irá voltar a ver e para Asgard quando ver com os olhos do coração. Se não achar bondade nos humanos, nunca achará o caminho para casa.

Dor.

As palavras dele ecoavão pela minha cabeça.

Ele sabe que Midgard é o último lugar que acharia alguém “bom”. Ele quer me punir para sempre, é isso?

Não entendo, mas concordo com um gesto de cabeça mesmo assim.

- Pode ir. Boa sorte.

- Não é boa sorte, é um adeus. - suspirei – agora seu filho poderá brilhar sem a sombra de seu irmão bastardo e com toda podridão de Asgard.

- Sinto muito que pense assim.

Fui caminhando com dois guardas para Bifrost. Sentiria falta de tudo, meus olhos estavam começando a marejar, mas não podeira demostrar fraqueza.