Paradoxo escrita por Sky Salvatore
Notas iniciais do capítulo
Oi Shadowhunters ;3
Agora a fic vai ficar um pouco tensa, se preparem :)
Boa Leitura ♥
POV Clary
Abri meus olhos e olhei ao redor. Não sabia onde estava. A última coisa que eu me lembrava era de ter ido a biblioteca e lá ouvi barulhos estranhos e bum eu estava nesse lugar.
Minha cabeça doía, parecia que iria explodir. Estava deitada em uma cama suja e com cheiro de mofo e bolor. Era um ambiente deprimente e sujo. Era escuro e tudo que havia nele era uma cama onde eu estava. O breu engolia todo o resto.
O silêncio era assustador. Era como aquele lugar que eu havia passado meus dias trancada. Tudo o que eu queria agora era que Jace aparecesse.
Uma porta se abriu. Duas pessoas entraram. Um homem e uma menina. Quando eles chegaram na luz onde eu podia vê-los, meu coração quase parou.
Era Valentim. Eu o reconheceria em qualquer lugar, ele havia matado o meu pai. E ao seu lado era eu mesma que estava. A Clary. Claro, ela era bem mais bonita que eu. Bem mais encorpada e com os cabelos mais ruivos.
–Você acordou criança – disse Valentim.
–Ela estava tendo sonhos pervertidos com o Jace – disse eu mesma.
–Não seja má querida – sorriu Valentim – Clary, essa é Clarissa sua cópia.
–Minha cópia? – questionei.
–Sim querida, havia duas dentro de você e agora eu consegui tirar ela de dentro.
–Era um lugar escuro dentro de você Clary, Valentim fez o possível para me tirar de dentro de você.
Tentei levantar, mas meu abdômen doeu fazendo eu levar a mão ao mesmo. Sangue banhou minha mão, só então percebi que havia um corte enorme no local, estava costurado de um jeito grotesco. De um jeito que a minha pele parecia estar grampeada.
–Eu tinha que sair de algum jeito – disse Clarissa – Enquanto você vivia naquele lugar eu conhecia o mundo, mas ninguém me via Clary. Porque você era a única a ter um corpo. Eu era só parte da sua alma.
–O que vocês querem?
–Ela quer ser humana Clary – disse Valentim – Para isso você precisa morrer. Em um ritual.
–O que? – gritei – Não.
Ambos riram, eu estava na pior.
–Você não tem querer – falou Valentim saindo da sala.
Ele me deixou sozinho com ela, com meu reflexo. Eu sentia que algo estava sando errado comigo, apenas não sabia exatamente o que era. E agora tudo fazia sentido. Tinha um outro eu lutando comigo mesma.
–Eu invejo você Clary – Clarissa me causava arrepios – Mesmo depois de tudo eles te amam. Até Isabelle e Alec gostam de você, eles odeiam a qualquer um, mas a você eles amam.
Ela se sentou na beirada da cama, eu quase parei de respirar.
–Eu te odeio – rosnou.
Clarissa colocou sua mão no meu pescoço, parecia que ela tinha garras no lugar das unhas. Elas perfuraram meu pescoço, fazendo sangue sair de onde ela apertava. Estava quase perdendo o ar.
–Só não lhe mato, porque preciso de você – grunhiu.
–Que ótimo – respondo.
Obviamente ela era mar forte do que eu, pegou-me pelo pescoço machucado e me arremessou na parede. Reboco caiu sob meus cabelos. Só depois ela saiu do quarto.
–Não tente bancar a heroína, Clary – murmurou ela.
Pude chorar sozinha no silencio, tudo em mim doía. Eu sabia que morreria, não haveria escolhas para mim. Eles me matariam, uma Clarissa perversa andaria pelo mundo e todos achariam que era eu.
POV Tessa
Estava sozinha em casa. Jem e Myra tinham saído para comprar algo novo para ela. Nem sabia dizer o que era. Estava cozinhando para quando eles voltassem, tinha que admitir que gostava dessa vida mundana.
A porta se abriu sozinha, olhei para trás e não vejo ninguém entrando. Quando viro para frente novamente Valentim está perfeitamente parado na minha frente.
Quase paro de respirar, ele deveria estar morto.
–Olá, Theressa – sorriu cinicamente – Quanto tempo nós não nos vemos.
–Valentim – é apenas o que digo.
–Está surpresa em me ver? Achei que fosse menos inocente que aqueles caçadorzinhos, achei que fosse esperta o suficiente para saber que eu não morri – sorriu – Já ouviu a expressão mundana de vaso ruim não quebra? Pois bem, só um ótimo exemplo disso.
–Como não morreu? Vimos seu corpo.
–Magia, tudo se resolve com uma grande quantidade de magia e demônios.
–E o que você quer de mim?
–Sua ajuda, quero fazer um feitiço de reversão – diz ele – De uma alma para um corpo.
Reversão? Ele só podia estar maluco ainda mais.
–Não posso, isso é contra as leis da Clave.
–Não me importo – deu de ombros – Você é a única poderosa o suficiente para fazer isso.
–Não – afirmo.
Ele se aproxima de mim, dou um passo para trás. Só por segurança. Mas, não adianta ele me pega pelo pescoço e me prensa na parede fazendo eu ficar alguns centímetros do chão.
–Acho que eles gostaram de saber sobre sua “filha” – fez aspas na palavra filha – Eles gostariam de saber que ela é filha...
–Está bem – disse – Para quem é o feitiço?
–Clary Lighwood – diz ele – Quero que Clarissa possua o seu corpo de uma vez por todas.
–Porque ajudaria alguém?
–Ela é minha filha, tenho obrigação de ajuda-la.
–Clary?
–Não, Clarissa – afirmou – Depois do fracasso com Jonathan eu e Lilith tínhamos que tentar novamente, Clary foi uma mocinha forte e resistente mas, Clarissa finalmente saiu dela.
Fiquei abismada com o que escutava. Eu sabia bem como ele tinha tirado Clarissa de dentro da Clary. Era um processos doloroso e podia dar errado de diversas formas.
–Esteja pronta daqui dois dias quando a lua estiver em seu ápice. Se você contar isso a alguém, juro que lhe mato e você vai ver seu amado William mais rápido do que imagina – me ameaçou.
Valentim sumiu. Eu não era mais a Tessa que fazia favor aos outros. Agora sou casada e tenho uma filha. E por amor aos dois eu vou fingir que ajudarei. Mas por hora tinha que avisar o instituto de um jeito que ninguém soubesse.
Peguei um papel e escrevi uma carta, ela só poderia ser lida com a ajuda e uma estela, usei uma tinta mágica que havia ganhado da rainha Steele quando lhe fiz um favor.
Enviei de onde estava. A carta chegaria sem dúvida nas mãos do Jace.
Jem e Myra chegaram, logo recebi um beijo de ambos.
–O que foi Tessa, você está pálida? – perguntou Jem.
–Eles vão precisar da nossa ajuda – repondo.
–Eles quem, mãe?
–Os Lightwood.
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