POV Clary

Não era um sonho. Jace continuava aqui ao meu lado me abraçando, eu realmente tinha escutado ele cantar até que eu pegasse no sono. Por muitos anos tenho sido assombrada por sonhos como aquele e até piores e pela primeira vez alguém veio ver se eu estava bem, tinha medo de que não passasse de um sonho bobo, mas não era.

Seus braços ainda estavam envoltos no meu corpo me aquecendo, a cada hora que se passava se tornava mais difícil ficar longe do Jace. Eu realmente começava a pensar que era impossível.

Aos poucos ele abriu seus olhos, os cabelos de Jace estavam bagunçados o deixando um tanto sexy e selvagem. Sem dizer nada apenas sorriu e beijou minha boca delicadamente. Talvez, nem em meus sonhos mais insanos eu tenha conseguido imaginar o Jace. Ele estava além de qualquer uma das minhas expectativas.

–Bom dia – sussurrou ele se escondendo em meus cabelos.

–Bom dia – disse entrelaçando nossas mãos.

–Nunca gostei tanto de acordar – disse Jace sorrindo.

–É acordar não é tão divertido quando se acorda sozinho – concordei.

Jace me beijou novamente. Nunca ficaria acostumada de beijar ele, talvez eu me acostumasse com o fato de ter Jace sempre por perto.

–Hoje eu sou todo seu Clarissa, alguma ordem? – perguntou malicioso.

–Algumas garotas poderiam ter lavado isso para um péssimo lado Sr. Wayland.

–Estava contando que você levaria também – sorriu beijando-me na bochecha.

–Estou gostando de um cara – disse sorrindo – E ele parece ser meio ciumento, creio que odiaria se eu aceitasse sua proposta indecente.

Jace sorriu porque ele sabia que era dele que eu estava falando.

–É melhor pararmos por aqui – sorriu – Também estou gostando de uma garota e eu quero que ela tenha ciúmes de mim como eu tenho dela.

–Pode ter certeza de que ela tem – disse – Ela é só uma garota mais quieta, mas não queria mexer com ela.

–Adoraria ver ela...selvagem – falou sério.

–Vai por mim fofinho, você não gostaria – disse rindo.

Ficamos um tempo em silencio apenas observando o ambiente gostoso que tinha se formado entre nós, era bom estar com o Jace e até agora era uma das coisas mais gostosas de se fazer.

–O que acha de nós irmos almoçar no Taki’s e depois irmos dar uma volta no central park? – perguntou Jace – E isso tudo, claro, com a minha companhia.

–Acho que seria um dia perfeito – sorri.

[...]

Eu e Jace tínhamos nos arrumado para irmos ao Taki’s. Jace estava de jeans e uma camisa gola v preta, seus cabelos estavam radiantes e brilhantes como sempre. Eu por minha vez tinha colocado um short e uma blusinha branca que Isabelle comprara comigo.

Nós dois estávamos no Taki’s. Tínhamos ido tranquilamente até o lugar, estávamos sentados e eu ria sobre uma piadinha no Jace. Ele pediu para nós dois hambúrgueres com batatas fritas. Eu não fazia ideia do que realmente era aquilo mas, era muito gostoso.

–Isso é muito bom – disse tomado coca-cola.

–Bom mesmo sou eu minha querida – disse irônico – Mas, sim esses negocinhos são gostosos

–Pelo anjo Jace, você não se cansa de se achar? – perguntei – Aposto que o Taylor Lautner não tem a mesma auto estima que você tem.

–Claro que não é? Porque eu sou único – disse rindo.

Falar do Jace para ele mesmo era uma conversa engraçada, como alguém poderia se amar tanto como ele se amava? Chegava a ser irreal.

Depois de comermos nosso almoço nós fomos para o central park. Eu não me lembrava de tão bonito, era cheio de arvores, lagos e pessoas passeando. Em minha vida toda, fazia muito tempo que eu não estava em um lugar com tantas pessoas. Jace me comprou um sorvete de duas bolas e pegou um de três para ele, nós nos sentamos em baixo das árvores.

Um vento gostoso batia em meu rosto enquanto eu me melecava toda com o sorvete de morango e chocolate.

–Acha mesmo que precisava pegar tudo isso de sorvete? – perguntei ao Jace.

–Achar eu não acho, mas é engraçado tomar algo desse tamanho – disse.

–Só pegou esse sorvete porque achou engraçado?

–Exato ruivinha – sorriu.

–Acho que nunca vou te entender Herondale – sorri.

–A inquisidora da Clave disse a mesma coisa e ela era tecnicamente minha avó.

–E o que houve com ela?

–Ela morreu – disse sem emoção na voz.

–Oh, Jace sinto muito – disse.

–Ah, não sinta Clary eu nem a conheci – disse.

Ficamos em silencio novamente, vendo as pessoas passarem. Jace implicou com uma fadinha, ela era tão graciosa e pequeninha que eu não entendia o porque a cisma dele com ela. Mas, o Jace conseguia ser incrivelmente chato quando queria.

–O mundo não é lindo? – perguntei aleatoriamente – Algumas pessoas passam anos se escondendo dentro de um lugar porque tem medo de encarar a realidade, eu acho tudo tão fantástico que faria uma loucura para nunca mais ficar presa.

–Você pode ser livre como um passarinho – sorriu – Um lindo e ruivo passarinho.

Abri um sorriso e terminei de tomar meu sorvete.

–Jace já imaginou se alguém propositalmente apagou nossas mentes para nós não nos conhecermos? – perguntei.

–Como assim?

–Pense bem, eu morei por um longo tempo com meu pai em Idris. Você morou com seus pais verdadeiros também e os Lightwood também, não acha estranho nós nunca termos nos cruzado? Eu não ter mais que duas marcas quando teoricamente nós temos a mesma idade? – perguntei pensativa, aquilo rondava minha cabeça por alguns dias – Depois você foi confundido com um Wayland, porque diabos eu não me lembro de você mas, com a mesma idade me lembro de meu pai me treinado? Eu deveria ter visto você, Isabelle e Alec em algum momento enquanto estive em Idris. Não é anormal nós não nos lembrarmos?

Jace ficou quieto por alguns instantes como se estivesse pensando no que eu tinha acabado de dizer.

–Tem razão Clary, eu acho tão estranho você ter morado em Idris e eu não me lembrar de você – disse – Na minha cabeça Michael Wayland só me teve como filho, isso faz sentido. Eu, você e Isabelle temos a mesma idade apenas alguns meses de diferente e se nos lembramos de tudo que passamos e não nos lembrarmos de você. Não há muitas crianças em Idris.

Ele torceu o nariz em uma careta. O que eu disse tinha muito sentido.

–Alec adora coisas lógicas, talvez devêssemos falar com ele – disse Jace – Mas, por hoje eu só quero passar a tarde com você.

–É uma boa coisa para se fazer – sorri

Jace puxou-me para mais perto e beijou-me delicadamente, pressionando meus lábios com ternura e graça. Algumas pessoas nascem para ficarem juntas, talvez eu e Jace fizéssemos pare dessa “algumas pessoas”.