Com Amor, John. escrita por Lea


Capítulo 4
Capítulo 4




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O dia tinha sido tão cansativo que acordei apenas as 11h00min, então terminei de arrumar as fotos, mas já estava quase na hora de ir para o trabalho, eu nem pude sair para caminhar como fazia antes. Terminei de arrumar tudo e fui para o trabalho, o lugar estava cheio, tive que correr, pois um dos garçons não tinha ido trabalhar, alguns fregueses estavam furiosos, gritavam sem parar e xingavam todo mundo, pedi que Vic atendesse os pedidos para que eu ficasse no caixa, eu estava muito irritada e não conseguia pensar direito, então um garoto entrou no restaurante com um enorme buquê de rosas vermelhas, era o buquê que eu tanto olhava na floricultura, ele veio em direção a mim:

— A senhorita se chama Sophia?

­— Sim.

­— Me pediram para entregar para a senhorita.

Ele me entregou o buquê e eu lhe dei uma gorjeta, ele me agradeceu e foi embora. Eu não conseguia acreditar, eu achei que nunca iria ter aquele buquê, no meio dele havia um cartão, peguei o cartão e coloquei o buquê em cima do balcão, no cartão dizia:

Espero que goste do presente, sei o quanto você queria ele. Não precisa me agradecer, mas você terá que jantar comigo amanhã à noite, já falei com o seu chefe e ele concordou em deixa-la sair mais cedo, esteja bonita, como sempre está.

Com amor, John.

Depois de ler aquilo não pude conter o sorriso, todos do restaurante estavam me olhando, meu chefe parou ao meu lado e gritou:

— Palmas para a Sophia, parece que ela finalmente encontrou um namorado.

Todos me aplaudiram e riram, meu chefe me abraçou logo depois Vic vez o mesmo, continuei trabalhando normal e ainda admirando meu buquê, assim que deu 23h00min fui para casa, coloquei meu buquê na mesinha central da sala, fiquei horas olhando para ele, logo depois tomei banho e dormi.






Acordei com o meu celular tocando, era o meu chefe, ele disse que eu não precisava ir trabalhar hoje, porque o garçom que faltou ontem tinha aparecido e ele ia fazer hora extra, então desliguei o celular e dormi mais um pouco. Acordei 10h30min e tomei um banho demorado, depois fui ao salão e arrumei meu cabelo, escolhi a melhor roupa, eu nunca estive tão animada para algo como eu estava. Voltei a olhar o buquê de flores e reler o cartão que John escreveu, fiquei assistindo TV e esperando a noite chegar, mas eu não tinha ideia de como eu ia encontrar John, ele não me disse onde íamos jantar, nem que horas, então me arrumei as 19h00min e fiquei esperando ele por um tempo, já era 20h30min e nada dele, então esperei mais um pouco, peguei meu livro e li umas dez paginas e assisti um pouco de TV, já era 22h00min e nada dele, eu já estava ficando desanimada e quase desistindo de sair, então alguém bateu na porta, me levantei eu fui abrir, era John, ele estava usando um terno preto, o cabelo continuava desarrumado, com algumas mechas sobre a testa, mas ainda sim estava lindo:

— Está pronta senhorita?

Ele me deu o braço para que eu o acompanhasse, ele me levou até o carro e abriu a porta para mim, em seguida ele entrou também, ele colocou uma musica calma e romântica, em seguida me olhou e deu um meio sorriso, eu retribui o sorriso.

— Você demorou.

— Eu não disse a hora em que íamos jantar.

— É verdade.

— Você está linda.

— Muito obrigada, você também está.

Ele sorriu e continuou dirigindo, entramos no centro da cidade, lá tinha os melhores restaurantes, lojas e casas, ele parou o carro em frente ao enorme restaurante chique, todo iluminado, luzes para tudo que era lado, um homem abriu a porta para mim e John alcançou a chave para que o homem estacionasse o carro em outro lugar, ele me deu o braço novamente para que entrássemos no restaurante, paramos na porta e ele disse nossos nomes ao homem que estava atrás de um pequeno balcão, ele nos acompanhou até uma mesa perto de uma varanda, nos sentamos e fizemos nosso pedido, eu não conseguia parar de olhar o restaurante, as luzes tinham um tom amarelado e deixava o restaurante com um ar mais leve, era lindo de olhar.

— Gostou o do lugar?

— É lindo, mas parece ser muito caro.

—Não se preocupe com o dinheiro. Então o que achou do presente?

— Eu amei e muito obrigada, eu queria muito aquelas flores, deve ter sido muito caro.

— Como eu disse não se preocupe com o dinheiro. Ele sorriu.

Depois de dez minutos nosso pedido chegou jantamos e conversamos, falamos sobre o piquenique, sobre as fotos e mais outras coisas, ele me pediu para levantar e me levou ate a varanda do restaurante, ela ficava um pouco afastada das mesas, mas tinha uma vista linda, dava para ver toda a cidade. Fiquei olhando o céu, não tinha nenhuma nuvem, dava para ver as estrelas e a lua, John fazia a mesma coisa, então olhei para ele e disse:

— Está tarde, acho que devemos ir embora.

— Porque se preocupa tanto com as horas? O nosso encontro ainda não acabou.

— Eu achei que estivesse cansando. Encontro?

— Venha, temos muita coisa para fazer ainda.

Ele me puxou para a entrada do restaurante, ele pagou a conta e pediu que trouxessem o carro dele, então voltamos para a estrada, ele dirigiu ate a praia, onde havia uns barcos, descemos do carro e segui ele ate um senhor que estava sentado em frente a um pequeno barco:

— O barco já está pronto? John perguntou ao senhor que se pôs de pé.

­— Sim, senhor, está tudo pronto.

— Muito obrigada. A senhorita poderia me acompanhar?

Ele estendeu a mão, me levando ao barco, ele me ajudou a subir, logo depois ele subiu também, o senhor que estava ali entrou no barco também, assim desamarrando a corda que o prendia na ponte, ele dirigia o barco enquanto John pegava algo dentro de uma cabine. Ele saiu de lá com uma garrafa de vinho e duas taças, ele serviu um pouco de vinho em cada uma e largou a garrafa em uma mesinha e se aproximou de mim, me alcançando a taça.

— Está gostando?

— É tudo muito lindo John, mas por que tudo isso?

— Você não sai muito de casa, faz sempre à mesma coisa, eu apenas quis mudar um pouco isso.

— Você é muito gentil. Então... Você costumava fazer esses tipos de coisas para ela?

— Talvez, mas nunca era o suficiente, ela sempre queria mais.

— Se não for muito incomodo, você pode me contar como foi?

— Eu tinha 17 anos, era muito desligado, gostava de ficar na rua, olhar as pessoas e só voltava para casa de noite, então eu a vi, tinha cabelos loiros e compridos, olhos azul bem claro, um sorriso muito lindo, ela era encantadora, fiquei dias e dias pensando nela, então decidi me aproximar, ela ia todos os dias a floricultura, comprava rosas vermelhas e saia com um sorriso enorme de lá, então eu sai da loja, que era do meu pai, então esbarrei nela e acabei derrubando as flores, juntei algumas e devolvi para ela e pedi desculpa, ela sorriu e pediu desculpa também, me apresentei e ela fez o mesmo, então começamos a nos falar todos os dias, então começamos a namorar e tinha chegado a hora de conhecer os pais dela, ela me levou ate lá, eu estava vestido formalmente, não como me vestia para ficar na rua. Então os pais dela chegaram, eu me levantei do sofá em que estava sentado e fui cumprimentá-los, eles me olharem da cabeça os pés, pareciam não gostar do que viram, eles puxaram ela para outro canto da casa e começaram a sussurrar, depois de alguns minutos eles voltaram, a mãe de Elena me olhava com um olhar frio, até que disse:

— Você parece um bom rapaz, mas você e Elena não podem mais se ver.

— Mas por quê?

— Você... Ela me olhou de cima a baixo. —Você não é um rapaz adequado para Elena, sinto muito, mas não quero mais vê-los juntos.

Eu sai de lá, eu sabia o porque daquilo, ela estava falando sobre ser rico, eu não tinha dinheiro, meu pai tinha uma loja que mal vendia coisas, minha mãe trabalhava limpando casas e eu vivia na rua como um moleque, não tinha responsabilidade e nem queria arranjar trabalho, então esperei umas semanas depois daquilo e voltei a procurar Elena, fui a floricultura e como sempre ela estava saindo de lá, mas não estava sozinha, junto a ela tinha um cara, ele tinha o cabelo penteado e roupas bonitas, mas na minha cabeça se eu fosse falar com ela, ela escolheria eu do que aquele cara, então eu fui, falei com ela e disse que estava com saudade, ela me olhou do mesmo jeito que a mãe dela, ela disse para mim ficar longe, que a mãe dela estava certa e que ela ia se casar com aquele cara, depois disso ela saiu, eu fiquei arrasado, me tranquei em meu quarto por quatro semanas, meus pais se separaram, minha mãe foi morar na cidade, ate hoje não sei onde ela está e meu pai ficou muito doente e faleceu. Eu não tinha para onde ir, então fiquei cuidando da loja e desde então fiquei sozinho, jurando não me apaixonar novamente, até você aparecer.

— Isso é realmente triste e é mais triste ainda as pessoas deixarem o que sentem de lado por causa do dinheiro. O que você quis dizer com isso?

— Nada, então, me conte sua história, como veio parar aqui?

— Eu morava com os meus pais, eles tem uma classe social boa, mas eu não aguentava mais viver com eles, sempre querendo mandar em tudo o que eu faço, então decidi morar sozinha e encontrei esse lugar, tive que sair de lá antes que minha mãe me forçasse a casar com um riquinho de nariz empinado, ainda mais porque nos odiamos, mas ele queria casar mesmo assim, então pedi para meu pai me deixar ir morar sozinha, ele não gostou muito da ideia, para ele as mulheres tem que estar casadas e dentro de casa, mas não era o que eu queria, depois de tanto esforço ele me deixou ir, minha mãe ficou brava e não fala tanto comigo, volta e meia ela me liga para saber como estou, mas não atendo, não os vejo há dois anos. É isso.

— Eu fico pensando... Será que o dinheiro tem tanta importância assim? Eu odeio isso e sua mãe tem que pensar em você, não no dinheiro.

— Para minha mãe o melhor para mim é casar com um homem rico e eu só vou me casar quando eu realmente me apaixonar por alguém.

— Isso não será muito difícil.

— Como assim?

John se aproximou de mim e me beijou, eu teria interrompido o beijo, mas retribui, ele acariciou meu rosto algumas vezes e ficamos assim até voltarmos para cidade novamente. Descemos do barco e fomos ate o carro, assim John me levou para casa, ficamos de mãos dadas algumas vezes durante o caminho, ele sorria meio envergonhado, mas parecia estar feliz, demoramos um pouco para retomar um dialogo, então ele ligou o radio e colocou uma musica animada, começamos a cantar e riamos muito alto, então a viajem acabou, ele parou o carro em frente a minha casa, desceu e abriu a porta do carro para que eu descesse também, ele me acompanhou ate a porta, ele me olhou fixamente nos olhos e sorriu, se aproximando novamente de mim e me beijou, eu sabia que estava sentido algo por ele, mas não sabia bem o que era, continuamos nos beijando, então convidei ele para entrar, derrubamos algumas coisas no chão e fomos para o quarto e então tudo aconteceu naturalmente.


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