" - Nat-kun.... Eu... Eu... Eu te amo!"

Me arrependi profundamente de dizer aquelas palavras...

– O que? - ele olhou em meus olhos, como se não entendesse o que estava acontecendo. Quando percebi que ele não estava contente com aquilo, meu sorriso esperançoso se foi.

Estávamos no meio da rua, e chovia muito forte. Ambos estávamos ensopados, essa tempestade nos pegou enquanto íamos pra casa da Erza.

Aproveitei que estávamos sozinhos, mesmo aquela situação complicada, aquele foi o único momento que reuni toda minha coragem, e disse aquelas palavras que eu nunca havia dito pra nenhum homem...

– Lisanna... Desde quando isso? - ele perguntou abaixando a cabeça. Uma sombra cobria seus olhos, então eu não conseguia vê-los. Impedindo-me de saber se tinha felicidade ou tristeza em sua palavras. Mas... Quando uma menina lhe diz: "Eu te amo" o garoto sempre fica feliz, diz que também a ama, eles se beijam e termina tudo bem. Pelo menos, foi assim que eu imaginei.

– Hã? Desde sempre! - eu olho pra ele com indignação. Já estava me sentindo uma boba ali. Ele olhou pra mim, com um olhar profundo e triste. Natsu passou a mão em seus cabelos rosados e molhados. Nunca me esqueci daqueles cabelos... Assim que ele falar algo, o seu telefone toca. Ele o pega, e atendi.

Não acreditava no que estava acontecendo...

Eu me declaro, e ele para tudo, pra atender o telefone...

– Ok Ok, mas não se preocupe, obedeça tudo o que a Wendy mandar, tudo bem? - ele dizia no telefone, Natsu se encontrava de costas pra mim. - olha... Fica calma, eu já tô chegando. Tá, uhum, beijos. - ele desliga. E volta o seu olhar pra mim.

– Nat-kun... Por que você está fazendo isso comigo... - lágrimas começam a sair dos meus olhos, meus joelhos foram de encontro ao chão quando me desequilibrei.

– Lisanna... Eu... Não sei como te responder... Eu tenho que ir logo e...-

– É A LUCY NÃO É?! - perguntei gritando. Ele assentiu assustado com meu berro repentino. - É SEMPRE ASSIM! FALA SÉRIO! EU ME DECLARO PRA VOCÊ E DÁ NISSO! SERÁ QUE NÃO DÁ PRA ME DAR UM POUCO DE ATENÇÃO?! COMO VOCÊ PÔDE ATENDER O CELULAR? É A LUCY NÉ?

– LISANNA PARA DE GRITAR!

– EU NÃO! PORQUE VOCÊ NÃO ME RESPONDE DE UMA VEZ?!

– EU NÃO TE AMO! EU AMO A LUCY!

...

Aquelas palavras foram como um tiro no meu peito.

– N-Nat-kun... Como você...

– É muito simples Lisanna. Você ficou fora por muitos anos, depois a Lucy chegou... E acabei me apaixonando por ela. Não, apaixonando não, amando ela. Luce é a mulher da minha vida. Eu não queria que fosse assim... Mas infelizmente não sinto mas nada por você, quero apenas sua amizade. - ele parou de encarar o chão, e me olhou com tristeza, pude ver que ele realmente estava triste. Eu continuava lá, sentada no chão chorando. - sinto muito, mas agora eu tenho que ir vê-la, ela está doente... - ele saiu correndo, me deixando sozinha naquela rua, chorando com o coração partido.

~

– ...E foi isso que aconteceu... - disse a albina, colocando mais uma colher enorme de sorvete na boca. Já havia se passado duas semanas desde o acontecido.

– Entendo. - disse o loiro, mais conhecido como Sting Eucliffe. Ele se encontrava do mesmo estado emocional que a Strauss. - sei o porquê do Natsu-san ter corrido aquela maneira.

– Por que? - indagou a outra curiosa.

– A Blonde estava com febre de 40 graus. Era muito sério, poderia por em perigo o... Ah, você sabe.

– Sting-kun, como você sabe disso? - Lisanna perguntou, ainda comendo o sorvete. Ambos estavam deprimidos.

– Porque o mesmo que aconteceu com você, aconteceu comigo, porém, uns dias antes...

~

"Blonde... Eu te amo! Quer namorar comigo?!"

Não devia ter dito aquilo... Pelo menos, naquela hora...

– Nani? - indagou a blonde, dando um passo pra trás. Estava de noite, uma noite de muito calor. Suas bochechas estavam coradas, no momento, pensei que era por ter me declarado repentinamente. - S-S-Sting... Eu não...

– É isso mesmo blonde! - eu estava de de joelhos, e meu rosto completamente vermelho. Minhas expectativas; que ela diga sim, nós nos beijemos e pronto, tudo acaba bem. Mas, não foi felicidade que sua face mostrou.

Ela vinha da casa de Mirajane, e aproveitou pra comprar um sorvete antes de voltar pra casa. Eu, a encontrei na rua por acaso, então me declarei. Simples assim. Já estava na hora.

– Eu... Não sei como te dizer isso... - o sorriso corado que tinha o meu rosto desapareceu. - mas... Eu não posso aceitar.

– Mas porque?! - gritei. - achei que gostava de mim! Que tinha me perdoado de todas as burrices que eu fiz!! Por que está agindo assim, Blonde?!

– Eu não posso dizer... - ela continuou com uma sombra nos olhos.

– RESPONDE!

– EU ESTOU GRÁVIDA DO NATSU!

...

Aquilo foi como mil facadas em meu coração...

– D-Desde quando...-

– É... é isso mesmo. A única que sabe até agora é a Mira, por que fiz o teste agora pouco na casa dela. Eu sei que só tenho 18 anos... Mas não foi escolha minha, Sting. Eu amo o Natsu. Desculpe por não corresponder aos seus sentimentos... - do nada ela desmaiou, e rapidamente eu a peguei no colo.

– Blonde! Blonde! - gritei, tentando fazê-la acordar. Mas foi em vão. Coloquei a mão em sua testa, vendo que ela estava MUITO quente. Olhei em volta, e não tinha ninguém passando. Logo, em meio ao desespero, lembrei-me que a casa da Erza era ali perto.

~

– ...Depois, eu a levei pra lá, ela passou a noite dormindo, então acho que foi no dia seguinte que aconteceu isso com você. - ele terminou, colocando as duas mãos no rosto.

–Mais sorvete? - a outra ofereceu. Ele negou com a cabeça.

– Acho melhor você parar de tomar esse sorvete, vai acabar virando uma baleia. - ele deu um sorriso divertido, o que fez a albina bufar.

– Kyaa eu não vou ficar gorda!! - ela se jogou em cima deles, e começaram uma briguinha na cama. Lisanna batia nele, e Sting apenas se defendia com as mãos. Teve uma hora, que ele cansou, e agarrou os pulsos da menina, pressionando-o contra a cama, ele estava em cima dela.

– Ai ai... Só você pra me fazer rir nesse estado emocional. - disse Sting, encostando sua testa na da jovem.

– Você tem que rir um pouco... Aliás, nós dois passamos pelas mesmas coisas. Se rir um pouco foi bom pra mim, com certeza seria bom pra você.

– Lis... - ele disse um pouco mais baixo, olhando fixamente para os olhos azul água da Strauss. - E... E se nós...

– Nós... O que? - ela perguntou baixinho igual a ele. Ambos estavam quase sussurrando. Ele se aproximou devagar, e a beijou. O coração da albina disparou ao perceber o que estava fazendo, mas não se separou, de algum modo estava gostando. Assim que se separaram, ele se aproximou dela novamente, encostando sua tesa na dela, ficando da mesma forma que estava antes. - Sting-kun... O que foi isso?

– Não tenho chances com a Blonde. Mas... Acho que estou começando a gostar de outra garota...

– Ah é? - ela sorriu, entendo todas as indiretas que ele mandava. Ela passou a mão no rosto do loiro, acariciando-a. - o que você quer dizer com isso, hein?

– Lis... E se nós... Ficássemos juntos? - ele sugeriu.

– Eu... Gosto de você. Não acho nada mal se nós tentássemos.

A partir daí, a tristeza nunca mais tomou conta dos dois. Podem ter se decepcionado no primeiro amor, mas tudo, depois de um tempo, passa. E eles sofreram, até encontrar a pessoa certa para curar seu coração.

E Se...

Lisanna e Sting, devessem ter ficado um com o outro, desde o início?