POV Renesmee

Acordei pior do que já estava antes... Toda dolorida, com os olhos inchados de chorar e muito rouca. A pouco tinha conseguido ir ao banheiro e Emily bate na porta.

– Entre!

– Ness, o Jake está meio indisposto, resolveu ficar na cama mais um tempo. Menina, você não me parece bem, o que aconteceu?

– Nada, estou com o corpo dolorido, a garganta arranhando, dor de cabeça...

– Parece um princípio de gripe, vou fazer um chá para você, se não melhorar eu peço ao Sam para vir até aqui. Pode ser?

– Claro, Emi, vou aproveitar que o Jake me dispensou e vou deitar mais um pouco, quem sabe com o chá e o descanso não fico melhor?

Não diria para ela o que realmente aconteceu, se ele não falou com ela, nem pediu para falar comigo, vou deixar como está.

Acordei no fim da tarde. Nossa! Havia dormido o dia inteiro praticamente.

Sai de meu quarto e fui procurar por alguém na casa, o mais estranho é que não tinha ninguém. Neste momento o telefone tocou, atendi.

– Ness, aqui é Gabriel, eu trouxe o Jake ao médico, não na Reserva, em Seattle. (Por que será? Pensou Renesmee) e não vai dar para voltarmos hoje, só voltaremos amanhã ou depois, devido a alguns exames que o Jake terá que fazer.

– Ok, tio Gabriel. Vou aproveitar para descansar um pouco.

– Boa noite, qualquer coisa me ligue.

– Boa noite. Ligarei sim.

Fui à cozinha e percebi que Dora deixou um prato frio para o jantar. Me alimentei, fiz minha higiene e me recolhi.

Depois de dois dias sem fazer absolutamente nada, somente pensar, estudar, ler, ouvir música e dormir, o tempo começou a mudar e eu tive medo, parecia que estava vindo um temporal daqueles, parecia até mesmo as tunderstorms da Escócia. E destas, eu tinha medo. Muito medo. Mas começou devagar, era somente a chuva. Tomei um remédio para dormir, pois achei que o Jake não voltaria hoje, principalmente com a chuva.

POV Mike Newton

Estava escondido até hoje. Fiquei um tempo no apê da Jess, mas achei melhor me esconder por Forks mesmo, é mais próximo, pois só estou esperando uma oportunidade para pegar aquele desgraçado! Estou sendo procurado pela policia internacional, InterPol, isto quer dizer que sou foragido. Descobri isto navegando na internet.

E pelo que estou vendo vou agir hoje mesmo, pois esta se armando aqueles temporais lá pela banda de La Push. Se não pegar ele agora, não pego mais, inclusive por que descobri que ele está cego e com a tempestade ele não vai escutar nada também.

Espero mesmo que não tenha segurança, mas me informaram que são só empregadas mulheres, além de um velho que é o jardineiro, não me falaram nada em seguranças. Vamos lá, então!

***

Fiz que fui visitar meu pai, ele não me falou nada. Sai cedo e fui para o Rodeo, um bar na estrada, esperar que ficasse mais barulhento e escuro. Bebi um pouquinho além da conta, nada que me afetasse, mas tomei para me encorajar mesmo, pois agora seria eu e ele ali, sem carro para fazer o serviço, somente minhas mãos! O John, dono do bar, ficou me incomodando, dizendo que eu já tinha bebido demais, que estava fazendo muita bagunça, que se eu não ficasse quieto ele ia me colocar para fora.

– Põe mesmo, John! Eu já estou de saída, tenho que resolver umas paradinhas lá para a banda de La Push... É hoje que o Lobinho vai cair na armadilha! Kkkkkkkk, ele que espere! Ninguém pode com Mike Newton!

Cheguei lá e fiquei um tempo observando. Estava tudo escuro por causa da tempestade e também por que já estava noite. Parecia que não tinha ninguém, mas estou aqui já tem um tempo e ninguém saiu. Só podem estar dormindo, o que facilita meu trabalho. Por onde vou entrar ainda não sei, vou ter é que pular o muro. Ainda bem que me lembro um pouco como é o terreno.

Ah! Tem uma janela aberta, batendo, por causa do temporal, acho que vou entrar por ali mesmo... Não tem nenhum segurança mesmo, trouxas!

Vou tirar alguns fusíveis, se não me engano, o tal disjuntor ficava numa área da cozinha. É melhor deixar a casa às escuras, vai que tem alguma empregada por ai? É melhor não arriscar! Claro que por ele não, pois ele está cego. Oh! Coitadinho do Lobinho, rsrsrsrs.

Droga, ele não esta em lugar nenhum! Onde será que se meteu? Será que não está em casa?

Opa! Está vindo alguém descendo as escadas... Hum... Deve ser a enfermeira dele. Vai ser mais legal assim, vou pegar ela, assim ele vai sentir mais ainda e quem sabe eu não consigo me aproximar dele com ela de refém?

Ela desceu, tentou acender algumas luzes, não conseguiu. Eu percebi que ela estava apavorada, por que ela estava chorando. Fui indo muito devagar atrás dela, percebi que ela entrou no quarto e chaveou a porta, será que ela sentiu minha presença? Azar. Vou é arrombar!

Onde ela está? Ah, bendito raio que me mostrou direitinho! Cheguei bem pertinho, me agachei e a peguei pelos cabelos.

– Olá, queridinha! Melhor que se fosse o insuportável do Jake, “Lobo”, vou pegar a sua namoradinha.

– Me solte, por favor, não sou namorada do Jake, sou somente a enfermeira!

Mas eu fiz que nem ouvi, ele ia pagar de algum jeito, então dei um tapa na cara dela e a atirei sobre a cama, acho até que eu vou é aproveitar um pouquinho antes de levá-la Assim, ficará muito mais gostoso meu joguinho com o Jake! Huahuahuahua!!!!!

POV Renesmee

Acordei com um sobressalto, o trovão ainda estava estrondoso em meus ouvidos, a chuva que antes era leve, agora açoitava as janelas. E para ajudar tinha alguma porta ou janela que estava batendo enlouquecidamente. Sai da cama, tentei acender a luz e não consegui, fui tateando pelo quarto, morta de medo. Fiquei tentando identificar de onde vinha o barulho, descobri que era do quarto do Jake, o do andar debaixo.

Ainda no escuro, muito devagar, fui até lá e encontrei a janela batendo e tudo molhado já dentro do quarto, até a cama estava molhada. Bem pelo menos ele não estava em casa e não precisaria dela.

Quando estava voltando, mais trovões, eu me encolhi de medo, comecei a chorar e tentei andar o mais depressa que pude até meu quarto. Quando cheguei ao topo da escada um relâmpago iluminou todo o corredor e eu jurei que tinha alguém dentro de casa. Fui correndo para o meu quarto, entrei e fechei a porta, tentei acender a luz de novo, mas não consegui. Ouvi quando alguém tentou abrir a porta do meu quarto, fiquei apavorada, pois achei que se fosse o Jake falaria comigo.

Então minha porta foi abaixo e ele entrou. Eu não o reconhecia, mas eu desconfiei que fosse Mike Newton. Ele se aproveitou da tempestade para ir tentar pegar o Jake. Vi que ele estava alterado, parecia alcoolizado e, temendo o pior fiquei quieta, quem sabe ele não me vê? Mas, bem na hora, outro relâmpago me denunciando! Ele veio em minha direção, se agachou me pegou pelos cabelos e me puxou. Eu gritei de dor e me debati inutilmente eu sei, mas é um ato reflexo. Até que ele me bateu com tudo na parede e disse no meu ouvido

– Olá, queridinha! Melhor que se fosse o insuportável do Jake, Lobo, vou pegar a sua namoradinha.

– Me solte, por favor, não sou namorada do Jake, sou somente a enfermeira!

Porém, ele não deu ouvidos. Ele me virou e bateu na minha cara, me atirando em cima da cama, eu já não tinha mais força, eu não conseguia nem gritar. Quando ele estava em cima de mim, quase me beijando e me agarrando, só pude sentir ser puxado, eu então, sai correndo e neste momento a luz voltou. Encontrei o Jake parado na escada, ele me olhava, mas eu sabia que ele não estava me vendo, mesmo assim me joguei em seus braços, chorando desesperadamente. Tudo escureceu... Desmaiei.

POV Jake

Depois daquele desastre na outra noite, resolvi ir ao médico e contar o que estava acontecendo. A Emily me disse que Ness não estava bem, então dispensei ela por hoje. Achei que não iria demorar, mas tive que fazer muitos exames.

Só pude retornar no outro dia, fiquei praticamente dois dias fora. Estava o maior temporal em La Push. Quando chegamos alguns dos meus primos, amigos que estavam por lá.

– Jake, tio Gabriel, disseram que viram alguém pular o muro da Toca! Estávamos indo até lá para olhar se esta tudo bem! - Falou Sam, que vinha junto com Paul, Seth, Embry e todos os meus outros primos.

– Só a Ness esta em casa! Se alguém entrou, ela pode estar em perigo!

Tinha muita gente na Reserva devido a alguns dias de recesso nas universidades. Então fomos todos juntos. Estava muito escuro e o Quill foi ver se estava tudo bem com os fusíveis. Paul e Sam, subiram correndo as escadas mesmo no escuro, por que nós ouvimos a Ness gritar uma vez quando ainda estávamos descendo dos carros. Jared e Seth andaram pelo andar de baixo, procurando por algo, eu subi vagarosamente a escada e fiquei estático no topo dela, eu não estava enxergando nada, ou o mesmo de sempre, sombras e vultos. Então de repente a luz voltou e eu a vi, correndo em minha direção, chorando, mas tão linda... Tão linda! Que eu não consegui nem me mexer. Eu flutuei. Ela se atirou em meus braços e desmaiou. E a escuridão voltou para mim também.

– Alguém me ajude aqui, não enxergo nada! - Gritei pedindo ajuda

Neste momento alguém chegou junto a mim:

– Jake. Estamos indo para a delegacia, com Mike Newton. – Sam me disse.

Além de todos os problemas que ele me causou, agora ainda tem mais. Azar o dele. Alguém pegou a Ness no colo e a levou para o meu quarto, o meu mesmo, o de cima. Fui junto. Colocou-a em cima da cama e neste momento as mulheres que estavam na Reserva invadiram minha casa. Ficaram todos conversando, fazendo chás e tentando reanimar a Ness, mas ela estava sem dar resposta ainda. Então todos começaram a dispersar, Claire e Quil, Sam e Emily, Jared, Seth, Lunah, Paul e Rachel. Paul e Rachel? Bem, deixa para lá, sempre achei que tinha alguma coisa ali! Embry e Rebeca voltaram para a casa da mamãe. Minha mãe e meu pai ainda ficaram mais um pouco.

– Jake, nem foi necessário irmos até a delegacia, o próprio pai do Mike, o denunciou, a polícia já estava chegando quando os meninos saíram para levá-lo. – Meu pai falou bem preocupado.

– Melhor assim, agora só precisamos registrar os fatos, fazer o tal boletim de ocorrência.

– Pelo que o Joshua falou para a delegada, Senna, Mike andava bebendo muito, recebendo uns telefonemas estranhos, parece que até envolvido com drogas ele estava. Joshua não sabia que ele tinha saído da equipe, ele apareceu e disse que precisou de férias e que nos concedemos a ele um período, depois ele sumiu. Joshua achou que ele ainda estava na equipe. O estranho mesmo foi que Joshua disse que não viu nenhuma notícia sobre a espionagem, soube de seu acidente, mas não sabia que o Mike estava envolvido até hoje quando ele apareceu. O John, dono do Bar Rodeo, aquele na estrada, telefonou para o Joshua dizendo que o Mike estava saindo de lá meio bêbado, gritando que ia pegar o lobinho com a armadilha, que ele ia ver quem era Mike Newton. – Meu pai estava inconsolável.

– Não se preocupe pai, está tudo bem. Ele não conseguiu me pegar, infelizmente pegou a Ness, mas já está tudo resolvido.

Depois desta conversa, eles meio que me colocaram para dormir.

Acordei horas depois, ainda estava escuro. Somente a luz do abajur iluminava o quarto, mas pude sentir mãos leves e macias em meu rosto com um carinho maravilhoso, lábios em meu corpo em um beijo. Sorri. Já sabia de quem se tratava e me senti mais aliviado por saber que estava bem. Seu cheiro inebriando o ambiente e aguçando meus sentidos, seu corpo tão próximo ao meu... Estávamos abraçados, ela estava com as costas encostada em meu peito, mas queria contemplar a sua beleza. A virei de frente e ela deitou em meu peito. Ficou me fazendo carinho com os dedos e por onde eles passavam causava pequenos choques pelo contato. Não resisti e a puxei mais pra perto, mais junto a mim e a beijei... Beijei colocando todo o sentimento que eu queria que ela sentisse vir de dentro, ir pra ela. Fiquei com medo que ela fugisse novamente que eu a assustasse, mas não! Ela correspondeu.

Sua boca macia sobre os meus lábios, o beijo que estava terno começou a se intensificar, o que me surpreendeu, pois ela estava a vontade. Pude sentir que era o que ela queria, estava se entregando. Com cuidado comecei a retirar o roupão que ela vestia, em seguida separei nossos lábios e os levei até a pele de seu pescoço, queria sentir o sabor da sua pele, de onde exalava aquele perfume doce que me encantou desde o momento em que ela entrou em casa, em que ela entrou pra mudar minha vida. Cuidar de mim.

Abaixei a alça da sua camisola, distribuindo beijos pelo ombro. Ela gemia baixinho quase em um sussurro. As minhas mãos subiam e desciam vagarosamente pelo seu corpo sobre a camisola acetinada, que cuidado que ela teve, seu corpo estava perfeito, e a sua beleza... Ah! Como é linda! Mais ainda por dentro, só que agora estou tendo o prazer de contemplar por fora. Sim! Estou vendo, cada detalhe minucioso de seu rosto delicado, suas expressões de satisfação quando sente meus lábios deslizarem em sua pele. Minha felicidade misturada com o desejo de poder vê-la, de finalmente voltar à vida e em especial, com ela, junto a ela.

Senti suas mão passearem dos meus ombros até minhas costas, onde ela foi descendo com cuidando, encontrando a bainha da minha camisa e a retirando por completo. Meus lábios não se saciavam nunca de sua pele, e fui explorando mais e mais de seu corpo. Enquanto ela se contorcia e agarrava o lençol.

Com carinho deslizei minhas mãos em sua coxa, e fui subindo pelo corpo levando sua camisola junto. Ela arqueou o corpo para que eu pudesse retirá-la. Não me cansava de olhar, não me cansava... Voltar a ver, e vê-la, somente ela. Seu corpo entregue a mim.

Voltei a beijar a pele com desejo, seus seios cabiam perfeitamente em minhas mãos. Retirei sua lingerie e ela soltou um grito quando levei minha mão até sua intimidade, meu sorriso se alargou, ela estava pronta, pronta pra me receber... Pronta pra mim.

Dei um beijo em sua virilha, e com a língua percorri o caminho encontrando a umidade de sua excitação. Seu gosto em minha boca fez-me tremer... Ela contraiu o ventre assim que minha língua começou a acariciar aquela região. Ai que pude ter a certeza de que jamais ela esteve com outro homem, meu prazer aumentou. Minha! Estava se entregando a mim e seria pra sempre. Comecei a acariciá-la também com os dedos, e logo pude senti-la relaxar.

Em um rompante ela me puxou para cima, encontrando meus lábios novamente, mas agora sentindo o seu próprio gosto, rapidamente retirei a minha calça levando junto a minha boxer. Agora nada mais nos impedia.

Afastei suas pernas me encaixando no meio delas, em momento algum conseguia fechar meus olhos, queria ver cada expressão que ela fazia, passei tempo demais com eles às escuras e não seria agora que os fecharia. O melhor era que ela está se entregando sem saber, sem se preocupar, apenas agindo pelo instinto, pelo desejo.

Me posicionei em seu sexo, vendo ela contrair um pouco o ventre quando me aprofundei mais, a beijei. Ela agarrou em meus ombros quando voltei a me aprofundar. Ela gemeu em satisfação quando meu quadril encostou-se por completo com o dela.

Os movimentos eram suaves, a cada minuto a cada segundo, estava sendo intenso eu queria lhe dar prazer, queria que ela sentisse o quanto estava sendo especial o momento pra mim, consequentemente pra ela também e o quanto de sentimento estava carregado ali.

Em momento algum desgrudamos nos lábios, o suor escorrendo pelo corpo, nossos cheiros se misturando. Gemíamos um na boca do outro, os movimentos se tornaram intensos, ela estava cada vez mais entregue. Suas pernas entrelaçaram em minha cintura, o som dos nossos quadris em movimento ecoava pelo quarto com a nossa respiração e nossos gemidos que se tornavam mais intensos.

– Jake...

Ouvi-la gemer meu nome me deu mais insanidade ainda, intensifiquei os movimentos, fui inteiro pra ela, como ela veio pra mim. Em minutos eu já pude sentir seu corpo ficando mole, meu nome saiu de seus lábios de forma pura e entregue, assim como o nome dela saiu dos meus com louvor. Fez-se, nos entregamos... Eu entreguei a ela a minha vida, meu corpo, minha alma... Meu coração... Assim como ela se entregou a mim, por completo, por vontade.

Deitei em seu lado, nossas respirações descompassadas e aceleradas, não disse nada, sequer uma palavra. Apenas depositei um beijo em seu rosto e a puxei para meu peito, acariciando seus cabelos, admirando o seu corpo sobre o meu, relaxado. Deus! Como é linda... E agora minha, somente minha. Ficamos assim, abraçados em silêncio, sentindo seu corpo se acalmar e sua respiração ficar cada vez mais calma e pesada, assim como a minha e os meus olhos. Adormecemos.

POV Renesmee

Abri meus olhos lentamente, sentindo um peso em minha cintura, tateei sobre meu corpo percebendo estar coberta apenas por um fino lençol. Cheguei até o peso em minha cintura, senti na palma de minha mão a quentura de sua pele, seu braço me apertando firmemente como se dependesse de estar ali. Sorri, pois isso só constatou que a noite tinha sido mais real do que eu imaginei... Entreguei-me a ele e pude sentir que ele estava por completo se entregando a mim.

Lembrei de seus toques tão suaves em meu corpo, seus lábios quentes passeando pela minha pele, sua respiração no meu rosto... Ah! Jake, o que fizemos? Seus olhos finalmente estavam intensos como nunca os vi, cheguei a ficar com vergonha a forma que ele me encarava. Mas que besteira a minha, ele não pode ver Renesmee!!

Fechei os olhos novamente, e as imagens da noite que passamos se faziam presentes cada vez mais. Ah! Como ele foi carinhoso, cuidadoso... Perfeito! É o adjetivo certo a descrever a minha, aliás, a nossa noite.

Aconcheguei-me mais em seu abraço, mais em seu corpo colado ao meu, sentindo a respiração dele bater em minha nuca. Deus! Espero que esse sorriso que se encontra em meus lábios permaneça de agora em diante, que o meu coração ele saiba cuidar com todo o carinho e cuidado que ele teve essa noite.

Ele estava tão lindo dormindo que eu fiquei ali babando. E eu fiquei pensando... ele estava demonstrando que me queria, eu o queria. Por que então fugir? Somos jovens, inteligentes, nos mantemos. Está certo que ele é lindo e eu sou só uma ruiva escocesa que fugiu de casa por que é gorda e se sente um peso (nossa, sarcástico!!) de vergonha para a família. Será que ele não temia passar vergonha comigo? Bem, ele está cego e a bem da verdade, nos mal saíamos de dentro de casa. Se fossemos sair era muito simples, pediria a alguém para levá-lo e ficaria em casa escondida, mas evitando que ele passasse vergonha ao sair comigo. Quero ver até quando eu vou conseguir segurar esta loucura, mas eu resolvi arriscar. Eu queria ele, não, na verdade eu precisava dele. Pelo menos eu teria boas lembranças, ele talvez nem tanto. E com toda certeza deste universo imenso, ele seria meu único homem, em toda minha vida.

Me aconcheguei a ele mais ainda, vou aproveitar estes momentos. Depois eu vejo como fica se é que fica alguma coisa. Então me lembrei, antes de cair na inconsciência vi seus olhos cravados em mim, tão intensos, tão amorosos, tão quentes, mas como? E a bendita cegueira? Adormeci novamente, tendo os olhos dele como imagem de um sonho.