KOURIN escrita por P Capuleto


Capítulo 5
ESPECIAL com Nanami


Notas iniciais do capítulo

Um novo capítulo regular está sendo escrito e será lançado até o fim da semana que vem. Nele eu prometo explicar devidamente meu sumiço por mais de 100 dias. Obrigada a quem permaneceu comigo até aqui, mesmo que tenham apenas esquecido de apagar KOURIN da lista, ainda sim me sinto feliz hahahah! Divirtam-se!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/412811/chapter/5

"NATAL", com Nanami

"Jingle bells, jingle bells,

jingle all the way!

Oh, what fun it is to ride

In a one horse open sleigh"

– Apenas desligue esta merda!

– Haruka... Não seja tão maldosa. É natal! - eu desembolava os fios de pisca-pisca para enfeitar nossa árvore enquanto vigiava a televisão ligada no canal de notícias.

– Mas por que este Papai Noel de pelúcia tem que cantar enquanto eu tomo meu café? E ainda não é natal. - ela resmungava mas sem muita convicção. Afinal, ainda eram oito horas e Rukia não é uma pessoa matutina.

– Apenas sinta o clima romântico e mágico que está no ar! - tento.

– Hunf. - é tudo que tenho como resposta e rio de sua expressão emburrada.

"Dashing through the snow

in a one horse open sleigh

o'er the fields we go

laughing all the way"

– Olha ali! - ela dá um pulo da bancada da cozinha que dá acesso a sala de estar - Desliga esse troço e aumenta a Tv. Tá passando o que você queria assistir.

Largo todas as luzes na caixa e corro para o sofá. Pego o boneco e tento fazê-lo parar. Percebo que não existe botão "liga-desliga".

– Não sei como fazê-lo parar! - grito em desespero.

Haruka aparece ao meu lado e rouba a pelúcia de minhas mãos. Após girá-lo algumas vezes, ela abre um compartimento que eu desconhecia e arranca duas pilhas de lá para depois pô-las no bolso do casaco.

– Não vou devolver. - declara.

– Shh! - peço apontando para a televisão.

– De nada! - reluta sentando-se na poltrona do outro lado do cômodo.

Na tela, a repórter descreve os detalhes de uma competição interescolar dos clubes de canto e coral da cidade vizinha que ganhou destaque pelo alto nível de qualidade encontrado neste ano. Passo os olhos pelas imagens ao vivo até encontrar as cores do uniforme de minha antiga escola.

– Oh, Haruka! Eles passaram para as finais!

– Milagres de natal realmente existem.

– Não diga isso! Eles foram muito bem nas semi-finais! - faço biquinho magoada. Mas ela não está mais olhando para mim.

– Não é sua irmã que está ali?

Na mesma hora, volto a cabeça para a outra direção. As imagens estão agora mais próximas dos alunos e intercalam tapes de uma escola para outra. Naquele momento, a instituição mostrada era a para qual eu torcia e dentre tantas cabecinhas, pude reconhecer que sim, era minha irmã ali.

– Kourin! - levantei correndo para pegar as mãos de Haruka.

– Desde quando ela canta?

– Ela não estava nos outros dias da competição... Estava?! - entro em pânico - Que tipo de irmã eu sou?! Ponha para gravar, Rukia! PONHA LOGO!

– Acalme-se! - ela correu para programar o aparelho.

– Rápido!

– Estou fazendo o mais rápido que posso! Pare de gritar!

Eu dava pequenos pulinhos no lugar. Tenho certeza de que Kourin-chan nunca quis participar do clube de canto da escola. Por mais que papai e mamãe quisessem, nunca foi o forte dela. O que estaria fazendo aí nas finais?

Quando as câmeras voltaram a filmar a escola, encontrei-a com facilidade. Estava conversando com Yuka-chan, uma amiga de longa data de minha irmã. Passado o momento de euforia, notei que ela não usava o uniforme padrão como as demais meninas. Seu corpinho de 13 anos estava envolto em um vestido branco e luvas igualmente brancas.

Os tapes iam mudando enquanto a repórter continuava falando da competição. Prestei atenção nas outras instituições. Todas apresentavam alunos uniformizados com exceção de um garoto ou garota que vestiam roupas brancas, vestido ou uma blusa social e calças, e luvas brancas.

– O que será que esses que estão diferentes vão fazer? - pergunto mais para mim mesma.

A repórter para de falar dando lugar ao presidente dos jurados.

"Bom dia a todos! Estamos hoje aqui reunidos para celebrar não só uma competição de talentos, mas também o espírito natalino de fraternidade existente em cada um de nós. As crianças que estão aqui hoje, são o melhor que nossa cidade tem a oferecer na classe infantil e todos se esforçaram muito para chegar até aqui, vamos recebê-los com uma salva de palmas!"

O público explode em gritos e sons. A câmera varia entre a platéia e as crianças sorridentes.

"Antes de darmos início, convido os nobres alunos responsáveis pelas bandeiras de suas escolas para subirem ao palco e juntos cantarmos o hino nacional."

Todas as crianças de branco começam a se mexer e andam em direção as escadas de acesso e eu explodo.

– Oh! Você ouviu isso?! Kourin é a portadora da bandeira!

– O que acha que ela deve ter feito para conseguir isso?

– Deve ter melhorado muito suas notas! Ou então se tornou a melhor oradora da classe! Meus pais sempre disseram que ela não tinha jeito, mas olhe só! - rodopiei - Ela é um destaque agora! É motivo de inveja para muitos colegas! O mundo é assim: você faz algo brilhante e é recompensado.

Assim que a música começou, nos calamos para assistir. Tudo parecia lindo e corria bem. Cheguei a cantarolar junto com todos.

Kourin não tropeçou ou baixou os braços. Manteve o mastro levantado com garra e cantava de olhos fechados. Ela parecia tão feliz...

– Que orgulho...

– Não vá chorar, Nanami.

"Esses foram nossos alunos, pessoal! Uma salva de palmas calorosa por seu orgulho e honra por estarem nesta posição hoje, neste dia tão especial!"

Mais uma vez a platéia não decepcionou e observei enquanto minha irmãzinha recebia ajuda para levar a bandeira embora. Que orgulho!

– Aposto que ela terá um futuro brilhante! - previ.

"Os alunos sorteados para erguerem as bandeiras escolares também efetuarão a performance durante a finalização do evento, então não se preocupe se perdeu algum detalhe!" informou a repórter que voltou a aparecer na tela.

– ...

– ...

– Ahn... Nanami...

– Eu ouvi...

– Ela foi sorteada.

– Foi.

– Não ganhou por mérito.

– Não.

– Não fez nada brilhante.

– Não fez.

– Foi sorte. Pura sorte.

– É.

– Não existe um ditado assim? "A sorte sorri aos burros?"

Em qualquer outra situação eu retrucaria e quem sabe até choraria, mas hoje creio que não posso argumentar contra ela.

– Sim, existe sim...

FELIZ NATAL!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "KOURIN" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.