KOURIN escrita por P Capuleto


Capítulo 16
Ó, destino... Por que eu?


Notas iniciais do capítulo

Hoe! Tudo chuchu beleza? huauha nossa... que horror. Ok. Tenho um recado nas notas finais e agradeceria se lessem. Espero que curtam o capítulo 16. Nele, conto o que aconteceu depois de Kourin ouvir toda a história de Kyo e Mary Anne. Beijos e até
Ps: Tem imagens novas dos personagens no meu perfil!
Ps2: Vou tentar fazer capítulos menores. Acho que é melhor pra vocês, né



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Meus olhos ficavam cada vez mais úmidos a medida que o silêncio permanecia intacto. Kyo manteve a cabeça baixa durante toda a narrativa e não dava indícios de que abandonaria a posição tão cedo.

Olhei para Asuma e ele parecia indiferente diante de toda aquela informação. Primeiro achei estranho, mas então pensei que ele já deve conhecer cada detalhe da história e com certeza já sofreu muito junto com o irmão.

Apesar de não confiar muito em minha voz naquele momento, não aguentava mais a falta de palavras entre nós três e arrisquei dizer algo:

– Kyo... - ela saiu esganiçada e baixa demais.

De supetão, ele ajeitou a coluna e fitou meu rosto. Sua expressão era vazia.

– Foi por ela que eu mudei tanto e dei origem a Kaede. Eu precisava passar pelo que ela passou, precisava, estar na mesma situação e sentir tudo o que ela sentiu quando eu disse quelas coisas horríveis. Mesmo que eu não admitisse... - ele esfregou as têmporas - Foi uma ideia ridícula, mas eu pensei que se fizesse crossdressing, obteria o perdão de que tanto precisava. Que coisa egoísta, não é? Achei que se ela me visse desse jeito, esqueceria de tudo. Patético...

– Não é patético. - Asuma interveio pela primeira vez - Você se arrependeu e isso é o bastante.

– Não é! - o outro gritou e logo em seguida lançou um olhar assustado para o andar de cima. Talvez preocupado que Nanami o ouvisse - Nada nunca será o bastante. Vocês viram como ela fugiu de mim no outro dia. Ainda me odeia... E com razão.

– Por que não foi atrás dela? - sim, eu estava me intrometendo mais uma vez. Mas juro que era por pura compaixão pelo meu amigo. Kaede, a colega que me recebeu tão bem nos meus primeiros dias caóticos em Yatobi agora era um Kyo desesperado e eu estava disposta a dar todo o meu apoio.

– Eu demorei demais a me arrepender. Duas semanas para ser exato. E só fui procurá-la depois de mais duas.

– E ela já havia partido para Nova Iorque, certo? - perguntei decepcionada e ele se limitou a confirmar com a cabeça.

– Não a via desde aquela noite de junho, quando tudo aconteceu. Eu nem fazia ideia de que já estava de volta ao Japão.

– Espere... Essa história toda só tem dois meses? - choquei.

– Os piores da minha vida. - ele apertou os lábios.

Não podia acreditar. Cronologicamente está tudo certo, e no entanto parece tão absurdo que tanta coisa tenha mudado em 60 dias.

Ao mesmo tempo, penso no quanto eu mesma mudei em uma semana, no quanto Sakuya teve de mudar em um dia quando soube da morte dos pais e no quanto absolutamente todo o mundo de Kyo mudou em apenas alguns minutos quando a pessoa que ele mais amava lhe confessou verdades pesadas e inesperadas demais.

Ouvi barulhos atrás de mim e fui retirada de meus pensamentos quando vi a porta se abrir. Era Haruka e sem que eu pudesse evitar, lembrei de minhas suspeitas sobre ela e Mary Anne. Não podia contar a Kyo sobre aquilo e nem deixar Haruka descobrir sobre sua história. Tentei desesperadamente inventar algo para mandá-la para longe dali.

– Haruka! - gritei alto o bastante para que minha irmã ouvisse. Minha esperança era que a bobinha viesse receber a namorada e a levasse para o segundo andar.

– Pirralha e companhia. - ela disse enquanto entrava com algumas caixas pequenas. Quando as empilhou no chão para tirar os tênis, vi que seu olhar demorou demais em certo ponto da sala e quando o acompanhei, vi que se tratava do mais novo dos Hakeshi. Oh, céus... Será que ela já sabe de tudo? - Vão ficar para jantar?

O presidente baixou os olhos e senti o quanto aquela situação devia ser desconfortável para ele.

– Nanami-san nos convidou. - Asuma falou e lembrei de sua existência. O clima estava tão pesado que só por ele não emitir a mesma energia negativa, tornava-se invisível.

A mulher apenas assentiu sem demonstrar emoção alguma e caminhou em minha direção parando para cochichar bem discretamente em meu ouvido - Esse moleque do lado do perna-longa é o mesmo de ontem a noite?

– S-sim.

Então ela não disse mais nada e para meu alívio, pegou as caixas e carregou escada a cima. Ouvi uma porta se abrindo e a voz fina de Nanami antes de fechar novamente.

– Naruma-san... - ele ainda me chamava pelo sobrenome, mas dessa vez deixaria passar - Não sei se ficarei confortável na mesa junto com Grey-san.

Isso porque ele não sabe do possível caso entre "Grey-san" e Mary Anne...

– Relaxa, Kyo. Nem eu me sinto confortável com ela ainda... - ri e constatei satisfeita que ele também deixou um leve sorriso escapar.

– Ei! - o outro interveio no momento feliz.

– O que foi? - questionei zangada.

– Eu também tenho assuntos a tratar, esqueceu?

– Ah... - sim, eu havia esquecido - Pode falar.

Ele negou com a cabeça e levantou.

– Vamos para um lugar onde ninguém possa nos escutar.

– Eu não sei se é uma boa ideia levando em conta que você é um tarado... - ele bufou e olhou para o irmão que rapidamente veio a seu socorro:

– Naruma-san, ele não é perigoso. É uma pessoa muito doce e tenho certeza de que seja lá o que tenha para falar, deve ser importante.

Resolvi dar um voto de confiança pois realmente, Asuma não era de todo mal. Peguei o rapaz pelo pulso e puxei (não que eu tenha literalmente puxado o cara que é o dobro de mim, mas enfim) escada acima. Entrei no meu quarto e então fechei a porta.

– Agora está bom para você? - perguntei sarcástica enquanto virava de volta para ele que estava, folgadamente, deitado em minha cama. - Saia daí!

– Calma, baixinha. - ele riu e por poucos segundos pareceu o Asuma despreocupado de sempre e se levantou. - Senta aqui.

Obedeci já que era a minha cama e esperei. O Hakeshi suspirou e agachou o tronco apoiando as mãos nos joelhos para ficar da minha altura. Me pergunto se ele não precisava fazer isso com alguém. Talvez com Naki Touko da minha sala...

– Eu entendo que as coisas pareçam sempre mágicas e certas quando temos 15 anos de idade, - começou e eu franzi a testa - mas você tem que entender que nem tudo é o que parece e as pessoas podem ser cruéis. Menininhas como você ainda não sabem da capacidade maligna de um homem.

– Do que você está falando!? - eu estava realmente confusa. A proximidade de nossos rostos estava me deixando nervosa.

– Ok... Vou direto ao ponto: você não pode confiar naquele moleque novo, Kourin!

Hein?

– Eu quase não acreditei quando te vi jogada nos braços dele hoje a tarde. Esperava mais de você, Garota das escadas! Ele chega do nada e em menos de uma hora já está caidinha por ele? - senti muita vontade de rir do que estava acontecendo, mas assim que abri a boca para explicar o mal entendido ele continuou - Desde quando você é tão fácil assim?

– O que quer dizer com "fácil", Asuma? - me irritei.

– Você sabe. Essas meninas que se derretem por qualquer cara que fale coisas bonitas.

– Cala a boca! - gritei - Eu não sou uma vadia, se é o que está sugerindo.

– Calma aí... Não disse nada disso. - ele cruzou os braços e parecia ofendido. Que babaca! Fui eu que me ofendi!

– Não disse, mas deixou bem claro. - cruzei os meus também.

– Eu estou tentando te avisar sobre coisas que você talvez não compreenda ainda. - continuou.

– Muito obrigada, mas não preciso dos seus conselhos. - declarei me levantando e saindo do cômodo.

– Kourin! - veio atrás de mim e agarrou meu pulso, fazendo-me girar no eixo e ficar de frente para ele - O que deu em você?

– Eu sou assim, Asuma. Costumava ser bem pior na época em que tinha inimigas. Ultimamente tenho relaxado, mas você conseguiu despertar minha fúria. - tentei soltar meu braço, mas foi em vão.

– Eu sei que você é brava. Só não estou entendendo... - ele parou de repente e olhou por cima de mim. Seu rosto adquiriu uma sombra sinistra e senti um calafrio na espinha. Tentei usar a outra mão para me livrar de seu aperto porque estava começando a sentir medo.

– A-Asuma, me solta. Tô falando sério.

– O que ele tá fazendo aqui? - perguntou ignorando o que eu disse.

Tive de me contorcer para ver o que acontecia no andar de baixo pela pequena mureta ao lado da escada. Não acreditei quando avistei Kyo conversando animadamente com ninguém menos que Nao. Aqui virou a casa da Mãe Joana? Que bagunça é aquela? Todo mundo entra e sai sem convite o tempo todo.

Percebi que não estava mais pesa e aproveitei a brecha para descer correndo. Ainda não havia esclarecido o mal entendido ao Hakeshi maior e aquilo poderia se transformar numa treta maligna se eu não fosse rápida.

– Nao! - gritei - O que está fazendo aqui?

Ele virou o rosto em minha direção e sorriu.

– Kourin, meu amor! - cumprimentou me abraçando de forma calorosa como se nos conhecêssemos desde sempre. - Ai, você é mesmo uma tonta, hein. Não acredito que não saiu de casa ainda.

– Sair pra onde? - o outro finalmente saiu do andar de cima e parou ao meu lado. Talvez perto demais...

– Naruma-san, eu ouvi a campainha mas nem tive tempo de ver quem era. Ele entrou simplesmente... - Kyo parecia constrangido, mas o de óculos não.

– Oi, você deve ser o irmão do Kyo! - ele estendeu a mão para cumprimentá-lo e demorou a ser correspondido. - Me chamo Yamada Nao e sou um aluno transferido. Convidei essa perdida para comer lá em casa, mas ela disse que tinha que avisar a irmã e nunca mais apareceu.

– E-eu - tentei explicar, mas fui interrompida por Nanami que surgia das escadas também:

– Olá! Muito prazer, Nao. Sou a irmã da Kourin-chan, Nanami.

– Ai. Meu. Deus! Eu já achava Kourin linda, mas olha pra você! Parece uma modelo! - ele elogiava minha irmã e ela parecia encantada com o rapaz. Kyo estava cada vez mais encabulado e Asuma parecia chegar mais perto a cada frase do menor.

Quando achei que não podia ficar mais movimentado e confuso, ouço a voz autoritária de Haruka.

– Parem com esta bagunça! - berrou ainda do último degrau - Meu deus, você se multiplicaram?

– Rukia, esse é o Nao. Vou convidá-lo para jantar conosco também.

– Tem comida pra toda a tropa? - a de cabelos negros parecia desconfiada.

– Claro que tem! Acha que vou deixar alguém passando fome? - resmungou e então voltou-se para meus amigos - Podem ficar a vontade. Vou esquentar tudo e chamo quando for servir.

– Puxa, isso muda meus planos com a Kourin-chan. - suspirou enquanto ajeitava os óculos no nariz.

– Que planos? - Asuma se meteu novamente e senti vontade de bater nele.

– Não interessa para você! - deixei bem claro e ficamos nos encarando desafiadoramente até Kyo interferir.

– Ahn, obrigada, Nanami-san. Quer dizer... - ele ficou bem nervoso, mas acredito que somente eu, seu irmão e Haruka tenhamos percebido a pequena falha.

– Garotos, ordem! - a mais velha de todos nós parecia realmente angustiada com todo aquele falatório pois fechou os olhos e pôs as duas mãos na testa - Por favor, Kourin, leve todo mundo pro seu quarto e fiquem lá até a hora de comer. Não vou aguentar se ficar com enxaqueca...

Nanami olhou receosa para a namorada e depois fez um gesto para mim indicando para fazer o que ela pediu. Não perdi tempo e chamei o grupo escada acima.

– Mais uma vez aqui. - Asuma disse para as paredes e então olhou de rabo de olho para Nao que foi o último a entrar. Ele estava tentando deixar subentendido que já esteve no meu quarto antes? Ridículo...

– Kourin-chan, - ele não pegou a indireta e me chamou sorridente - aqui é realmente aconchegante. Mas olha, eu poria mais personalidade. Não tem quase nada que diga "cantinho da Kourin".

– Eu acabei de me mudar. - expliquei apesar de ele já saber disso - Não tive tempo para me preocupar com decoração.

– Ai, entendo perfeitamente. O que acha de irmos amanhã comprar coisas legais para arrumar melhor o seu quarto?

Vi naquele momento a oportunidade perfeita de irritar Asuma. Por que fazer isso? Não sei. Mas era o que eu mais queria. Talvez estivesse me vingando por ter me chamado de "fácil" mais cedo.

– Claro, Nao! Vamos nos divertir muito!

– E o Kyo-san também pode ir. - ele se virou e pegou as mãos do presidente, que automaticamente ficou vermelho e sem reação.

– Eu e Asu-nii estamos ajudando nosso pai a reformar a garagem... Desculpe. - respondeu.

– Ah, o velhote se vira amanhã. Será sábado, afinal. Podemos nos divertir um pouco. Certo, irmãozinho? - o outro abriu um sorriso mais ameaçador do que feliz - Adoraria sair com eles.

– Não lembro de você ter sido convidado, Asuma. - provoquei.

– Oh, mas é claro que você pode ir também, Hakeshi-san! - Nao parecia encabulado pela primeira vez desde que invadira minha casa - Só achei que não fosse um programa do seu estilo. É algo mais feminino, entende? Mas todos podem se juntar a nós! O que acha, Kourin?

Não respondi. Estava preocupada com Kyo que, desde a frase "É algo mais feminino" estava com uma expressão sem vida e eu quase conseguia enxergar sua alma saindo do corpo. Não morra, presidente!

Olhei de volta para os três e resolvi checar as coisas por enquanto. Sentia que poderia me perder a qualquer momento naquela situação incomum.

Um tarado agindo como um pai super-protetor? Confere.

Um garoto afeminado alheio as confusões que criava? Confere.

Um companheiro depressivo prestes a chorar? Confere.

Uma menina totalmente amaldiçoada pelo azar? Este item está sempre presente. Nem sei por que ainda me preocupo em verificá-lo...


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Notas finais do capítulo

Gente, to bolada com vocês, sério mesmo. Eu sempre disse que não precisavam comentar em todos os capítulos (e ainda mantenho minha palavra) mas chegamos ao absurdo de só ter UMA leitora dando review. Minha querida Kuro Assassin, que nunca deixou de mandar algo, mesmo que fosse pequeno. Obrigada, sua linda s2 . As meninas Eduarda e MsMistery também aparecem de vez em quando e o que elas fazem é o bastante para me deixar SUPER feliz (coração pra vcs também s2 ), mas o resto, desculpe por chamá-los assim mas nem sei quem é a maioria, não dá nem um pio.
Isso tira muito minha vontade de escrever e continuar postando pq tipo, não deve ter ngm lendo né? O número de acompanhantes continua subindo, mas acho que as pessoas estão lendo o primeiro capítulo, marcando a história e depois nunca mais dando as caras. Isso é normal? Sim, as vezes eu tb faço isso. Mas se está acontecendo, não tem motivo pra continuar. É essa a mensagem que vocês estão me passando e mesmo que me doa fazer isso, posso terminar semana que vem mesmo a fic. Crio um final e pronto. Cabou KOURIN. Não quero fazer drama, juro, mas é que esse tipo de coisa desmotiva de verdade.
Vocês podem mandar review dizendo só "gostei" ou "odiei". Vou adorar saber a opinião geral, sem zoeira! E mais uma vez vou dizer: Não preciso que comentem em todos os capítulos. Só apareçam de vez em quando. Eu nem CONHEÇO a maioria de vocês.
Bom, acho que acabei. Peço desculpas pelo tamanho do texto nas notas, mas eu precisava desabafar.



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