A Caçada Final escrita por J Luna


Capítulo 1
Capítulo 1 - Um pedido de perdão.




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  O verão passava mais lentamente do que todos os outros anos anteriores. Acontecimentos estranhos preocupavam e horrorizavam a população; o governo não tinha nenhuma explicação plausível para o que vinha acontecendo; talvez fosse a estrutura da ponte; talvez o surto de uma doença desconhecida e não-identificável; talvez o fim do mundo...

  Não, não era o fim do mundo; Harry sabia bem disso; a não ser que o fim do mundo tivesse mudado seu nome para Voldemort e a doença se chamasse Comensais da Morte. Ele ouvira com atenção o noticiário trouxa por duas semanas, mas desistiu; a única coisa que ouvia era que o governo não tinha ainda explicação para o fato de mais uma ponte ter ruído daquela forma; ou que os médicos e pesquisadores não tinham descoberto a causa da morte de 73 pessoas encontradas sem vida em suas casas; mas por mais incrível que parecesse, essa era a única forma que Harry encontrou de saber o que Voldemort e seus seguidores estavam fazendo, já que, para o Profeta Diário, a informação mais importante a ser divulgada era: “Os bruxos ainda são prioridade, e ninguém da comunidade bruxa precisa se preocupar, ainda.”

  Ainda! Pensou Harry; eles dizem isso porque não encontraram um bruxo sequer entre as vitimas da “doença” desconhecida, a questão é, quando Voldemort vai cansar de fazer vitimas trouxas e se voltar para aqueles que ele mais quer ver mortos, além dele, Harry? Até quando os bruxos mestiços como Hermione vão estar a salvo?

  Harry afastou esses pensamentos da sua mente e tentou voltar a prestar atenção na leitura do livro, mas, do que adiantaria ler “Quadribol Através dos Séculos” agora? Não era conhecendo a história da evolução das vassouras que ele iria achar e destruir cada uma das horcruxes afinal. Deu uma olhada na pilha de livros em cima da mesa, pousou o livro na cama e começou a procurar algo que ajudasse, mas eram todos livros de Hogwarts que ele tinha usado durante longos seis anos.

  Ele ainda podia ouvir a chuva tocando o rochedo e o barulho do mar lá fora e um ruído, como de um trovão batendo na porta; seu tio perguntando com a voz trêmula e um enorme homem irrompendo pela porta do casebre. Podia ver seis cabeças vermelhas passarem rápido em direção a uma plataforma que ele julgava não existir. Um garota de cabelos castanhos e volumosos entrando de repente no vagão, com ar de sabe tudo, um sorriso quase cínico e um nariz meio arrebitado.

  - Ei garoto!

  O grito de tio Valter despertou Harry das lembranças e fez com que ele voltasse à vida real. Ele não tinha mais 11 anos; não acabara de conhecer um mundo novo, ele já vivia nesse mundo novo embora se encontrasse naquele momento em um mundo que ele julgava já ser velho de mais!

  Harry desceu as escadas devagar, pulando o 1º degrau que ainda rangia e parou na porta da sala, sabendo exatamente o que viria pela frente.

  Tio Valter encarou-o por um momento, bufou fazendo o bigode tremer e disse:

 - Não vamos. Mudamos de idéia! Isso tudo é bobagem. Não tem nada disso. Vamos ficar aqui, aqui é nossa casa.

 - E será a casa de Voldemort em poucas semanas! – Disse Harry pela milésima vez aquele verão. – Vocês não percebem? Tudo o que está acontecendo e o governo não consegue explicar é culpa dele! Aquelas pessoas não estavam doentes, o ônibus de ontem não perdeu o freio. Tudo é culpa dele, e se não saírem daqui os próximos serão vocês! – Terminou Harry já nervoso.

  Harry subiu a escada de volta para o quarto depois de dizer, “é melhor saírem se não quiserem terminar como os meus pais”. Bateu a porta do quarto ainda sentindo a tensão e o silêncio que ficara na sala. No porta retrato em cima da cômoda seus pais sorriam enquanto dançavam rodopiando de alegria!

  Harry se perdeu em pensamentos olhando a foto quando alguém entrou silenciosamente em seu quarto, trancando a porta. Ao se virar ele viu sua tia, com uma expressão diferente, como nunca tinha visto.

 - Se aceitarmos ir, te veremos de novo?

 - Talvez sim, talvez não. Talvez eu e meus amigos morreremos tentando salvar o mundo. Talvez eu sobreviva e me case. Talvez um morra tentando matar o outro! – Disse Harry de uma vez só depois da surpresa da pergunta.

 - Talvez tudo tivesse sido diferente! – Disse tia Petúnia com um olhar sonhador. – Foi um belo dia, esse. – Completou ela olhando o porta retrato.

 - Era outono, final de outono. Já começava a fazer frio por toda parte. Era estranho, um clima estranho, anormal. Eles diziam que era um tal Lorde cujo nome não se deveria pronunciar. Ah! Mas eles falavam, com todas as letras. E aquele velho de barba branca dizia que não se podia ter medo de um nome! Há. Eles não temeram, e o que foi que aconteceu?! Eles se esconderam, eu me lembro. Duda ainda nem tia nascido! – Harry observava a tia, sem saber o que dizer. Será que Lea resolvera depois de tanto tempo lhe contar algo sobre seus pais?! Mas ele já não sabia tudo?

 - Ela estava grávida. Mais um ser estranho no mundo, Valter dizia. Ele havia me convencido a esquecer que um dia eu tive uma irmã. Seres como ela não mereciam ser lembrados!

  Então era isso? Pensou Harry. Ela foi até ali para falar mal dos pais dele mais uma vez antes de partir? – Mas sem poder interromper a tia continuou.

 - Ele não entendia, ele nunca entendeu. Ela me escreveu uma vez, contando que Thiago estava radiante, e que já tinham escolhido o nome do bebê; sabiam que seria um menino e decidiram chamá-lo de Harry. Ela sempre gostou desse nome! O que dizia no resto da carta eu não sei; nunca soube; Valter rasgou e queimou ao ler a parte que dizia ser o tal Sirius o seu padrinho, e que o tal Lorde continuava por aí procurando-os. “Lorde das Trevas uma ova”, Valter disse. Ele tinha raiva diante da pronuncia de qualquer coisa relacionada à magia. Nem show de mágica na TV ele assistia. E enquanto isso Harry; enquanto ele urrava e dizia ter sido bem feito a morte deles para que aprendessem a não brincar com feitiçaria e que tudo aquilo só tinha servido para dar despesas a nós por termos que te criar; ah! Eu sofria em silêncio; te amamentava com carinho quando ele não estava por perto e chorava amargamente a dor de perder minha irmã sem nunca ter dito a ela que eu não me importava com o fato de ser uma bruxa; que para mim ela era incrível, e que tudo o que eu sentia era inveja por ela poder fazer coisas que eu não podia. Eu sofria, por nunca ter pedido e ela que me perdoasse; por que eu a amava Harry. Ela era minha única irmã; minha pequena Lily, e sempre vai ser!

 - Me desculpe Harry, por ter te tratado mal todos esses anos; acho que meu coração amargurado e a frieza de meu marido quanto a você e a seus pais fizeram com que eu adotasse sempre uma postura ruim contra você! Você que eu amamentei e criei quando pequeno como se fosse meu filho, longe dos olhos de Valter. Perdoe-me; não tive a chance de dizer isso a minha irmã; assim como não tive a chance de dizer a Thiago o quanto ele tinha sido importante e bom para Lilian; mas não quero perder a oportunidade de dizer isso a você Harry! Eu quero que saiba que seus pais se amaram muito e te amaram muito também. Quero que você saiba que eu amava muito a minha irmã, assim como a você também. E que se você me irrita, é por que você é exatamente como ele! Me desculpe.

  Tia Petúnia deu as costas para Harry ainda chorando; parou na porta, voltou e deu um abraço nele, exatamente como ele achou que deveria ser o abraço de uma tia e saiu sem esperar que ele dissesse nada.

  Talvez não conseguisse! Harry sentou em sua cama ainda com o porta retrato nas mãos. As lágrimas caiam involuntariamente, sem que ele conseguisse controlar. Então era isso! Pensou ele. Tia Petúnia amava sua mãe. Tinha inveja por ela ser um bruxa, mas ainda assim, ela amava sua mãe, e gostava dele também. Ela o amamentou! Assim como fizera com Duda, ela o amamentava sempre que ti Valter não estava por perto! Talvez ela estivesse certa! Talvez a dor e a amargura de nunca ter dito nada daquilo para sua mãe talvez a tivesse deixado fria, e ainda tinha tio Valter, que verdadeiramente nunca gostou de nenhum deles.

  Harry não conseguia controlar, nem os pensamentos, nem as emoções. Sua tia chorara na frente dele, como ela nunca tinha feito na frente de ninguém.

 Agora ele sabia que alguém tinha o amado além de seus pais. Amado como filho, além de Sirius; amado como sobrinho, e isso lhe deu forças. Harry tinha a partir daquele dia, mais um motivo pelo qual lutar.


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Notas finais do capítulo

É isso pessoal. Espero que tenham gostado.
Aguardo os comentários, sejam eles bons ou ruins!! risos



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