Ainda confuso pelo sono, Edward abriu os olhos lentamente. Nem sabia por que tinha acordado até sua esposa lhe sacudir novamente, dizendo seu nome urgentemente.

— Humm...

— Chutou Edward. Nosso bebê chutou.

E isso o despertou completamente. Seu bebê, o primeiro chute.

Seu coração disparou da maneira que só tinha disparado ao escutar "estou grávida".

A unica fonte de luz no quarto era o abajur do lado de sua esposa, ele sentou rapidamente e acendeu o abajur do seu lado. Olhos dela estavam brilhando com lágrimas, sua boca estava entreaberta, como se estivesse parado no meio do caminho de um sorriso, enquanto as mãos trêmulas pousavam sobre o estômago arredondado pelos quase quatro meses de gestação.

Ela pegou seu pulso e guiou sua mão até o lugar onde sentia o movimento. Ele não sentiu nada. Antes que pudesse protestar, finalmente sentiu algo. Suave, muito suave. Talvez fosse mais fácil de sentir por dentro que por fora, mas estava ali. Seu filho. Ou filha, como achava que seria. Chutando. Ou dançando...

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Edward Cullen achou que tinha perdido seu coração ao se apaixonar por Isabella Swan.

Ah sim, ela tinha tomado seu coração na mão na primeira vez em que a viu. Alguns amigos em comum os levaram a mesma casa noturna em uma noite de sábado. Ele só planeja beber alguns drinks, talvez dançar um pouco e conseguir algum sexo quente e casual. Isso até seus olhos encontrarem ela. O lugar estava cheio de mulheres bonitas, mas ela parecia a mais linda de todas. Ela estava em roupas discretas e casuais, mas parecia ser a mais sensual de todas. Ela não parecia se esforçar, mas era a unica chamando sua atenção. Ela estava em um canto sentada com um grupo de amigos, estava rindo. Edward não podia ouvir o som de sua risada, mas ela com certeza tinha o sorriso mais lindo que ele já tinha visto. E como se tudo conspirasse ao seu favor, ela olhou em sua direção. Seus olhos se encontraram e permaneceram conectados por vários segundos, então ela desviou o olhar com as bochechas coradas. Ele ficou o tempo todo de olho nela. Tão linda; pele branca, ora ou outra corada pelo mais adorável tom de rosa, longos cabelos levemente ondulado e castanho avermelhado, olhos verdes brilhando. Quando ela se levantou e foi para a pista de dança, ele tomou sua chance e foi atrás dela. Ao vê-lo e reconhecê-lo, ela sorriu e eles dançaram juntos sem trocar uma palavra. A música eletrônica e agitada, seus corpos se encontraram e dançaram no ritmo, queimando de desejo.

Desde aquela noite, suas vidas se entrelaçaram, a paixão cresceu, o amor nasceu e eles acabaram casados.

Edward sempre deixou claro para Bella seria a única a ter seu coração.

E ele realmente achava isso até que ele conheceu a outra.

Tinha começado a perder seu coração para ela quando descobriu de sua existência, mas ela deu o golpe final e tomou definitivamente seu coração em um piscar de olhos na primeira vez em que a segurou no colo; um pequeno embrulho com um choro tão alto que parecia quase impossível um ser tão pequeno tivesse pulmões suficientemente grandes para soltá-lo, então seus olhos se encontraram pela primeira vez e ele acariciou sua bochecha corada com a ponta dos dedos, sorrindo emocionando.

Renesmee. Ou apenas Nessie. Sua filha. Sua Luz do Sol.

Do vidro do berçário da maternidade ele a observava, babando por sua filha. O lugar estava cheio de bebês bonitos, mas ela parecia a mais linda de todas. Ao contrário dos outros bebês, enrolados em rosa ou azul, sua pequena estava em um body branco, mas parecia ser a mais adorável de todas. Ela realmente não se esforçava, mas era a unica chamando sua atenção.

Ela pegou seu coração, o enrolou em seus dedinhos e nunca mais o soltou.

Minha pequena dançarina, assim ele a chamava. Pois ela não podia ouvir qualquer barulho e já começava a mexer as pernas, se era música então, a pequena ficava completamente empolgada e assim foi durante toda sua vida. Até que ela realmente se tornou uma dançarina.

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http://www.youtube.com/watch?v=snvsXCp3HFk

Steven Curtis Chapman - Cinderella

Ela gira e ela balança para qualquer som que tocar, sem se importar com o mundo. E eu estou sentado aqui aguentando o peso do mundo nos meus ombros. Está sendo um longo dia e ainda há muito trabalho para fazer.

Ela está me puxando dizendo: "Pai, eu preciso de você, tem um baile no castelo e eu fui convidada, e eu preciso praticar a minha dança. Oh, Por favor! Pai, por favor!".

Edward voltou para casa à noite, exausto depois de um plantão na emergência de vinte e quatro horas. Ele era feliz com a vida que tinha – trabalhava em um bom hospital e em sua área de formação, tinha uma bela casa, era saudável e não lhe faltava nada, além disso, e o melhor de tudo, tinha uma linda esposa e uma filha saudável lhe esperando em casa, por isso tentava não reclamar. E não estava reclamando realmente, mas estava exausto e tudo que queria era um bom banho, sua cama e dormir por horas.

Mas ao abrir a porta de sua casa e entrar, respirando o doce cheiro de “lar doce lar” escutou a doce risada de sua filha, que parecia um repicar de sinos, então as palmas de sua esposa. Sorrindo, ele sentiu suas forças serem renovadas – mesmo que fosse um pouco, apenas o suficiente para ficar algum tempo com as razões de sua vida.

— Papai! — Nessie gritou ao lhe ver.

Edward sorriu, deixou suas coisas no canto e abriu os braços para sua pequena dançarina. A adorável menina de seis anos estava usando sua roupa de bailarina completamente rosa – collant, meia calça, saia, sapatilhas e uma rede prendendo todo seu cabelo castanho avermelhado em um coque sem um fio fora do lugar. Parecia um adorável pedaço de algodão doce.

Pegou-a no colo sem dificuldade para um longo abraço e beijo, respirando seu doce cheirinho infantil. O típico xampu de morango. Um pedaço de algodão doce cheirando a morangos.

— Minha pequena dançarina, olha como você está linda.

— Estou né? — Nessie abriu um enorme sorriso. — Você gostou da minha nova roupa? Mamãe que comprou, é linda! E minhas meias tem brilhinho, papai!

— Estou vendo, são lindas. Você está linda, Luz do Sol.

— E sabe o que? Nós vamos ter uma apresentação e eu vou ser a Cinderela, papai! A Cinderela! — ela disse empolgada.

— Ela não parou de falar sobre isso o tempo todo. — Bella riu. — Estava louca pra te contar a novidade, ela fez o teste e foi realmente ótima.

— Minha pequena dançarina vai ser a Cinderela? Uau, isso é demais, bebê, parabéns! — beijou o rosto dela. — Acho que isso merece uma comemoração, o que você quer fazer?

— Dançar!— ela exclamou sorridente e se agitou até que o pai a colocasse no chão. — Porque agora eu sou uma princesa, papai.

— Você sempre foi uma princesa, Luz do Sol.

— Mas agora eu vou ter uma tiara, um vestido azul e sapatinhos de cristal, papai, vou ser a Cinderela.

— A Cinderela mais linda do mundo.

— E vai ter um baile no castelo e eu fui convidada, então preciso praticar minha dança. Por favor, papai. — esticou a mãozinha para ele.

Edward não soube quando ela começou a brincar, mas entrou na brincadeira. Fez sua melhor pose formal e se aproximou.

— Será uma honra... Cinderela. — disse forçando um sotaque britânico, fazendo a pequena soltar uma risadinha.

Edward pegou as duas mãozinhas da filha e eles começaram a dançar no meio da sala – sem nenhuma música tocando, mas com a certeza de que Nessie tinha alguma em sua cabeça. Sem dificuldade, ele ergueu a pequena até que estivesse pisando em seus pés e a guiou. Nessie sorria de orelha a orelha – seu sorriso infantil e inocente de dentes de leite e algumas janelinhas. Parou, colocou as mãos sob os bracinhos dela e a ergueu, rodando com ela em seus braços. Nessie gargalhou.

Então eu dançarei com Cinderela, enquanto ela está aqui em meus braços, porque eu sei algo que o príncipe nunca saberá. Oh, eu dançarei com Cinderela, eu não quero perder nenhuma canção, porque muito em breve o relógio vai soar meia noite e ela irá embora.

Ela diz que ele é um cara legal e eu ficarei impressionado, ela quer saber se eu aprovo o seu vestido. Ela diz: "Papai, o baile é daqui a uma semana e eu preciso praticar a minha dança. Oh, Por favor! Pai, por favor!".

Edward esperava sentado na cama de sua filha, enquanto ela estava no banheiro com a mãe terminando de experimentar um vestido.

Era inacreditável como o tempo tinha passado rápido. Sua filha, sua garotinha, que há alguns anos estava dançando sobre seus pés, agora era uma linda adolescente experimentando um vestido para o baile da escola. Ele estava tão orgulhoso de quem sua Renesmee, tinha se tornado. Mais do que uma boa aparência e ela era linda – Edward dizia que era tudo herança, mas sabia que ela tinha muito dele também com perfeito equilíbrio –, mas ela também era tão inteligente, engraçada, carinhosa, generosa, independente e uma dançarina profissional (com vaga garantida para cursar dança na famosa e conceituada Julliard). Sim, Edward tinha muito orgulho da filha, mas ainda sentia falta de quando ela era pequena e totalmente dependente dele; quando ele era todo seu mundo e ela não queria nada além de dançar com seu papai.

Quando Bella saiu do banheiro em lágrimas, Edward se levantou preocupado.

— O que aconteceu, amor? Nessie está bem?

— Ela... — Bella soluçou e respirou fundo. — Oh meu deus, Edward, nós fizemos a coisa direito, sabe? Ela está... Deslumbrante, Edward. Tão, tão linda, maravilhosa, eu... Minha bebezinha, nossa bebezinha está... Crescida.

Edward ria quando passou os braços ao redor de sua esposa e beijou seus cabelos, deixando-a chorar em seu peito.

— Bella, nós sabíamos que isso ia acontecer. Criamos os filhos para o mundo, lembra? — ele disse brincando.

— Não, ela é nossa filha única, devia ser nossa para sempre. — choramingou. — Para de rir de mim.

— Ok, eu vou parar. — disse fazendo um péssimo trabalho para segurar o riso.

— Pai, a mamãe já parou de chorar? — Nessie perguntou do banheiro e isso foi suficiente para fazê-lo gargalhar.

— Uma mãe não pode mais chorar sobre sua garotinha se tornando uma mulher? Oh, por favor! — Bella saiu do quarto batendo os pés e chorando mais.

— Ela saiu?

— Sim. — Edward riu. — Deve estar chorando vendo algum dos seus álbuns de criança.

— Eu juro que vou colocar fogo naquele maldito álbum com fotos minhas nuas quando era um bebê, é tão... Constrangedor.

— Vá em frente, querida, faça tudo que a fizer feliz.

— Você tem cópia de tudo né?

— Sim. De cada foto e vídeo, por segurança. — disse presunçoso.

— Argh!

— E então, por que sua mãe estava chorando?

— Meu vestido e cabelo. Só um minuto, tô terminando de ajeitar. E ela está sendo boba, algo como eu me parecer uma mulher. O que me deixa preocupada é que só agora ela percebeu.

— Você é a nossa garotinha, querida, nos dê um desconto. E então, com quem você vai nesse baile? Eu não deveria conhecê-lo? Ele não devia meio que pedir minha permissão?

— Não! — Nessie riu. — É apenas um baile, nada demais. E eu vou com o Riley.

— Riley? Quem é Riley? Aquele garoto emo que veio fazer um trabalho com você?

— Ele não é emo, papai. E esse não é o Riley, é o Alec.

— Gótico?

— Não, para com isso — ela riu. — Ele só gosta de cores escuras e lápis de olho, nada demais.

— Claro, e quem sou eu pra julgar. Mas eu jurava que ele era gay, quer dizer, ele elogiou as cortinas da sua mãe.

— Você é uma pessoa horrível, Edward Cullen. E por que estamos falando do Alec? Eu vou com o Riley. Na verdade, ele é um cara legal e acho que você ficará impressionado.

Edward gargalhou.

Mas parou de rir quando Nessie apareceu, por um instante pareceu difícil de respirar e ele ficou sem fala. Agora ele entendia as lágrimas de sua esposa, sua pequena menina agora era uma mulher deslumbrante.

— O que? Diz alguma coisa, pai, o que você achou do vestido?

— Você está tão linda, Luz do Sol.

E realmente estava – usando um longo vestido azul turquesa com uma faixa na cintura e o busto que parecia ser cravejado de brilhantes azuis. O vestido contrastava com sua pele branca e seu longo cabelo, semipreso no alto formando uma linda cascata de cachos castanhos avermelhados. E ela ainda não estava finalizada, imagina quando estivesse maquiada, destacando seus traços delicados, angelicais e seus grandes olhos verdes.

— Sabe o que? Você parece a Cinderela. — Edward brincou.

— Não, eu não pareço, nem sou loira. — ela riu.

— E daí? Você fez a Cinderela morena mais linda do mundo.

Nessie sorriu e corou.

— Você sabe o que? O baile é daqui a uma semana e eu preciso praticar minha dança. Por favor, papai. — esticou a mão para ele.

Exatamente como na sua infância, Edward fez sua melhor pose formal e se aproximou.

— Será uma honra... Cinderela. — disse forçando um sotaque britânico, fazendo-a rir.

Edward segurou uma mão de sua filha no alto e a outra pousou suavemente em sua cintura, enquanto a dela pousava em seu ombro, então eles começaram a dançar no meio do quarto – sem nenhuma música tocando, mas com a certeza de que Nessie tinha alguma em sua cabeça. Eles dançaram suavemente uma valsa no meio do quarto. Nessie sorria de orelha a orelha – seu sorriso ainda tinha uma doce inocência da infância, mas também um pouco da petulância adolescente cercada por seus lábios bem desenhados e dentes perfeitos. Soltou a cintura dela, ergueu sua mão e a girou suavemente. Nessie gargalhou.

Então eu dançarei com Cinderela, enquanto ela está aqui em meus braços, porque eu sei algo que o príncipe nunca saberá. Oh, eu dançarei com Cinderela, eu não quero perder nenhuma canção, porque muito em breve o relógio vai soar meia noite e ela irá embora.

Mas ela chegou em casa hoje com um anel na mão, brilhando e nos contando tudo que eles planejaram. Ela diz "Papai, o casamento ainda é daqui a seis meses, mas eu preciso praticar a minha dança. Oh, Por favor! Pai, por favor!".

Edward estava sentado em sua poltrona terminando de ler o jornal quando escutou a porta ser aberta. Como Bella estava na cozinha, só podia ser Renesmee. Seu coração pareceu inchar com o amor e entusiasmo. Fazia apenas três semanas que não a via, pode parecer pouco, mas para ele era uma eternidade.

— Papai! — Nessie disse entusiasmada e com um enorme sorriso ao entrar na sala.

Edward se levantou, sorrindo. Como sua filha tinha crescido e amadurecido com os anos. Alta como o pai, esguia e com curvas suaves como a mãe; seus cabelos estavam ainda mais longo em ondas até o meio de suas costas e o tom castanho avermelhado quase ruivo; seu rosto com os mesmo traços delicados e suavemente amadurecidos, seu lindo sorriso doce e brilhantes olhos verdes.

— Bella, a Nessie chegou. — Edward anunciou antes de envolver Nessie em seus braços e abraçá-la. Respirou fundo o cheiro de seus cabelos, ainda o mesmo doce cheiro de morango, ele sorriu; algumas coisas nunca mudariam. — Senti sua falta, Luz do Sol.

— E eu a sua, papai. — ela beijou seu rosto.

Bella veio da cozinha afobada, deu um gritinho animado e abraçou sua filha, enchendo-a de perguntas.

— Calma, mãe, eu vou ficar aqui por duas semanas, temos tempo para que eu responda todas suas perguntas. — ela riu.

— E cadê o Jacob? — Edward perguntou meio a contragosto. Sua filha agora era uma mulher e podia escolher com quem queria ficar, ela namorava há quase seis anos com o mesmo cara, inclusive moravam juntos, mas não se pode culpar um pai por não achar que ninguém é bom suficiente pra sua garotinha, certo?

— Está lá fora trocando o pneu do carro, furou assim que entramos na rua. Deve estar reclamando sobre os danos que essa rua sempre causa ao bebê dele. Juro que ele ama mais aquele maldito carro que eu. — Nessie brincou, rindo.

— Posso chutá-lo pra você, se quiser. Será um sacrifício que farei por você, querida.

— Sacrifício? É Claro! — ela ironizou. — Você espera meu aval para chutá-lo desde que o apresentei a vocês, papai, por favor.

— Será que receberei meu aval hoje? — perguntou exagerando na expressão esperançosa, Nessie riu.

— Não, pai. Nem hoje, nem amanhã, provavelmente nunca, porque eu tenho uma surpresa.

— O que? Você está grávida? — Bella perguntou esperançosa.

— O que? Não, mãe! Por que você sempre assume que eu estou grávida?

— É isso que acontece quando as pessoas fazem sexo, querida. E eu quero ser vovó. — fez beicinho, fazendo a filha rir.

— Por favor, Isabella, existe alguns limites nessa vida e esse assunto ultrapassa todos, nós não falaremos sobre... Isso.

As duas riram juntas.

— Então, qual a surpresa, querida? — Bella perguntou.

Nessie hesitou, mas não podia parar de sorrir e então ergueu a mão, mostrando o lindo anel em seu dedo – um anel de noivado com um solitário diamante com corte princesa brilhando no topo. O brilho do anel dela só perdia para o brilho de seu sorriso.

— Oh meu deus, querida, ele te propôs?

— Sim, sim, sim!

Bella abraçou sua filha e a parabenizou.

Edward não sabia como reagir. Estava feliz por sua filha estar radiando de felicidade, mas seu coração se apertou ao perceber que a perderia para sempre. E para outro homem. Seu sorriso falhou por alguns segundos e voltou quando Nessie veio para seus braços.

— Parabéns, querida, eu estou feliz por você. — beijou seus cabelos.

— Obrigada, papai.

Quando Jacob entrou carregando suas malas, Bella e Edward também o parabenizaram e, depois de falar como estavam suas vidas e o sua academia de dança – formada como a primeira bailarina da classe em Julliard, Nessie tinha realizado seu sonho, abrir uma academia de dança e ensinava balé a pequenas princesas, como ela tinha sido um dia –; então eles conversaram sobre os planos que eles já tinham para o casamento.

No meio da noite, enquanto todos dormiam, Edward estava sentado no sofá. Sem conseguir dormir tomado por um monte de lembranças de sua pequena Nessie.

O momento em que descobriram a gravidez. Sentindo-a chutar dentro da barriga da mãe, sabendo que ela estava se preparando para dançar quando saísse. Quando a segurou pela primeira vez e ela chorou como se sua vida dependesse disso. O jeito que agitava seus pezinhos para qualquer som e ficava animada com qualquer música. Como ela dançava com os cachos ao vento. Ela segurando suas mãos e dançando sobre seus pés. A linda Cinderela que ela fez em sua apresentação de balé. Crescida, dançando com seu vestido de baile. Dançando nas apresentações da Julliard. Dançando ao dar aula em sua academia. Dançando em cada oportunidade que tinha.

Sua pequena dançarina agora estava prestes a dançar usando um vestido de noiva, dançariam a última valsa de pai e filha e então ela dançaria apenas com seu marido.

Ela estava tão feliz e ele, sinceramente, estava feliz por ela, mas não conseguia evitar. Lágrimas de tristeza misturadas com as de felicidade desceram por seu rosto, ele as secou rapidamente ao escutar alguém descendo as escadas.

— Pai? O que está fazendo acordado há essa hora? — Nessie perguntou com o cenho franzido.

— Eu lhe pergunto a mesma coisa.

— Não consigo dormir, tô muito agitada e empolgada. — Nessie riu e foi para o seu lado.

— Com o que? O casamento?

— Sim. Isso não é bobo? Moramos juntos há um ano, nada vai mudar muito e ainda assim estou ansiosa. E também estou agitada por estar aqui, mesmo que não seja mais minha casa, eu senti falta daqui.

— Essa sempre vai ser sua casa, Luz do Sol.

— Obrigada, papai. — ela foi para seus braços e o abraçou. — E você? Por que não está dormindo?

— Estava pensando.

— Em que? — se afastou para olhar seu rosto.

— Em você. Como o tempo passou; foram anos e agora sentem como se tivessem sido apenas minutos, eles passaram muito rápido. Você era minha pequena garotinha dançando em seu vestido de Cinderela e agora vai uma linda mulher dançando em seu vestido de noiva. É difícil deixá-la ir, Luz do Sol. É difícil aceitar que estou perdendo a garotinha que amava dançar comigo, que ela agora vai embora para ter outro parceiro de dança favorito. — Edward disse com um suspiro nostálgico.

Nessie sorriu com lágrimas brilhando em seus olhos.

— Você não está me perdendo, papai, eu vou ser sempre sua garotinha. A diferença é que agora serei sua garotinha casada. — ela riu. — E você sempre vai ser meu parceiro de dança favorito, papai, isso nunca vai mudar.

— Só que eu não serei mais seu príncipe, huh. — ele brincou rindo.

— Isso é porque o pai de uma princesa é um rei, pai. E sou sua princesinha, não sou?

— Sempre. —Edward sorriu. — Minha Cinderela.

— Isso. — Nessie sorriu. — Aliás, o casamento ainda é daqui a seis meses, mas eu preciso praticar a minha dança. Por favor, papai. — esticou a mão para ele.

Edward sorriu. Sim, algumas coisas nunca mudariam. Com sua melhor pose formal, ele se aproximou.

— Será uma honra... Cinderela. — disse com o falso sotaque britânico, fazendo-a rir entre as lágrimas.

Edward segurou uma mão de sua filha no alto e a outra pousou suavemente em sua cintura, enquanto a dela pousava em seu ombro, então eles começaram a dançar no meio da sala – sem nenhuma música tocando, mas com a certeza de que Nessie tinha alguma em sua cabeça. Eles dançaram suavemente uma valsa no escuro. Nessie sorria de orelha a orelha – seu sorriso ainda tinha uma doce inocência da infância, com um pouco da petulância adolescente e agora também a elegância da maturidade cercada por seus lábios bem desenhados e dentes perfeitos. Soltou a cintura dela, ergueu sua mão e a girou suavemente. Nessie gargalhou.

Então eu dançarei com Cinderela, enquanto ela está aqui em meus braços, porque eu sei algo que o príncipe nunca saberá. Oh, eu dançarei com Cinderela, eu não quero perder nenhuma canção, porque muito em breve o relógio vai soar meia noite e ela irá embora.

No meio da pista de dança, rodeados por todos os familiares e amigos convidados para o casamento, Edward e Renesmee valsavam. A valsa do pai e filha. Entre as lágrimas, eles sorriam sem perder o contato visual. Agora uma música tocava e eles iam girando suavemente ao ritmo dela, como tinham praticado tantas vezes.

Essa era uma coisa que o príncipe nunca saberá; algumas coisas jamais mudariam. Ele a tinha amado primeiro, ele a tinha ensinado a dançar sua primeira música, então, não importava quanto anos se passassem, quantas músicas tocassem ou com quantas pessoas ela dançasse, ele sempre seria seu parceiro favorito de dança. E ela sempre seria sua pequena dançarina, sua Cinderela.

Soltou a cintura dela, ergueu sua mão e a girou suavemente. Nessie riu e voltou aos seus braços.

— Eu te amo, papai. — Nessie sussurrou sorrindo.

— Eu te amo mais, Luz do Sol. — Edward disse sem vergonha pelas lágrimas que desciam por seu rosto e beijou a testa dela. E mesmo que o relógio soasse a meia-noite e ela tivesse que ir embora, ela seria sempre sua Luz do Sol, sua garotinha que dançava em toda oportunidade com seu coração na mão.