Amizade Colorida escrita por Fran Carvalho


Capítulo 15
Conselhos


Notas iniciais do capítulo

Ei meninas tava meio sem criatividade pra postar... Esse calor tá fritando meus poucos neuronios kk
Vamos ao que interessa...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/412450/chapter/15

(NARRADOR)

O calor em Porto Alegre era insuportável. Todos procuravam se refrescar conforme podiam, piscina, praia, bermuda no trabalho. Mas médicos não podem aderir a proposta nova.

Rodrigo ia de bicicleta em direção ao hospital. Nunca gostou de carros, e o calor que fazia agora, dava um suador do cão. Ainda por cima tinha que usar calças jeans e camiseta. Por sorte, o hospital era equipado com ar condicionado em todos os lugares. Mas havia os quinze minutos até lá, que o estava fazendo pensar seriamente na compra de um carro com o tal ar.

Rodrigo era um homem livre. Acostumara-se a vida com muitas mulheres, e o casamento o estava deixando maluco.

Foi assim que passou a ter um caso com uma das enfermeiras, uma morena linda, de olhos grandes e pretos como jabuticaba. Nunca queria que Laura ficasse sabendo disso, não os queria magoados. Amava Laura como amava a si mesmo, ela partr sua. A tal enfermeira, Suzi, era só um corpo pra ele. Satisfazia suas necessidades. E em troca, recebia presentes.

Mas era pela nova enfermeira que sentia mais desejo. Era uma loira bem branca, de nome Hazel, que gostava de música e tocava violão. Ela já se apaixonara por ele, ele sabia. Ainda não o queria, porque sabia que se tratava de um homem com dona.

A jornada no hospital o fez esquecer da sua mulata e sua alemã. Era agora um homem sério e responsável, pai de família e um médico respeitado, que salvava vidas.

***

P.o.v Laura

Meus filhos cresciam a cada dia, sempre saudáveis e felizes. Flora se tornara minha melhor amiga, e por muitas vezes aparecia para jogar conversa fora, na ONG, enquanto as crianças brincavam na água. Eu usava um vestido branco com bolinhas pretas, mas o calor era insuportável.

– Laurinha - gritou Flora, do outro lado do gramado - Como anda?

Conversamos por um algum tempo até completar meu horário. Resolvi levá-la ao hospital para trabalhar, e podia aproveitar para levar uns bombons para Rodrigo, antes de ir buscar as crianças na creche.

Fomos rindo e conversando entre os corredores, e deixei Flora na ala dela, de crianças com câncer. Olhá-las me deixava pareensiva, sempre pedia a Deus por elas. Me lembravam de Anita. Talvez Ele tivesse a levado de mim por amor, para que eu não a visse sofrendo quando tivesse idade pra entender. Dizer a uma criança que ela está morrendo deve ser pior que levar um tiro na cabeça.

Caminhei mais um pouco até a neurologia. Perguntei a Alice, a linda menina com cara de boneca que era a secretária de Rodrigo se ele estava com pacientes e ela fez que não, um sorriso maldoso nos lábios, que eu ignorei.

– Vou entrar, pra fazer surpresa.

Abri a porta sorrindo. A cena que vi, foi horrível. Rodrigo estava chupando os peitos de uma mulher muito branca, enquanto uma mulata lhe fazia um oral.

Cuspi no chão com nojo e saí chorando, mas devagar como forte que eu era. Alice deu uma risadinha quando eu passei.

Não contei nada a Rodrigo.

***

P.o.v Edgar

Quando tudo passou, e eu acostumara com a ideia de ter meu irmão e sua amante na cadeia, resolvi fazer uma visita minha melhor amiga no sul.

Ela me ligou quando eu saía do aeroporto, em direção a casa dela. Estava chorando. Sem conseguir falar o que acontecera, disse que estava indo pra lá.

– Pode me fazer un favor? - ela pediu - Busque as crianças pra mim? Vou ligar pra lá para autorizar.

– Claro, Laura.

Busquei as crianças e aluguei um carro com cadeirinhas para levá-las até em casa. Leonor já tinha dois anos, e seu irmão estava com quatro. Eram crianças lindas e muito parecidas com o pai. Depois de deixá-las na casa da vó, onde já estavam os primos, Júlia, de cinco anos e Elias, agora com oito.

Parti para casa de Laura. Ela correu na minha direção e me abraçou, chorando muito. Ajudei para que ela entrasse e deitei ela na cama.

– Eu vi Rodrigo com duas ao mesmo tempo, Ed - a raiva que já existia em mim me dominou e eu apertei os pulsos, para não dar um soco na parede. - Foi horrível.

– E você não vai terminar com ele, acertei? - ironizei.

– É claro que não, tenho quatro crianças pequenas pra cuidar - ela bufou - E eu o amo, amo muito.

Baixei a cabeça e fiz que sim. Laura estava sofrendo, mas traição pra ela era natural em homens e um direito das mulheres. Ela se dizia feminista, mas tinha ideias malucas.

– Eu o odeio - resmunguei.

Ela riu.

– É claro que não, você só está vom raiva dele.

Fiz que não, mas não disse nada.

– Ele é um pai e um bom marido - ela me lembrou.

– Ele magoou você - eu cuspi as palavras, com raiva.

– Tenho certeza que ele não quis isso - ela ergueu meu queixo pra que eu a olhasse - Ele não queria que eu soubesse, vou fingir que não sei.

Nossos olhos se encontraram e eu fui obrigado a fazer que sim.

– Tem razão, ele não quis machucar você.

– Como está se sentindo, Ed? - a expressão dela mudou imediatamente de alguém que precisa ser consolada para algum que consola - Está melhor?

Eu sorri.

– Muito melhor - respondi - Vou ficar bem quando voltar.

Ela sorriu.

– É bom te ver sorrir de novo - ela disse.

– É bom saber que está feliz com ele - sorri.

Senti algo diferente entre nós. Algo que não tinha a ver com nossa amizade. Sem pensar, estava aproximando meu rosto do dela, nossos olhos muito perto. Estavamos prestes a nos beijar quando ela virou o rosto.

– Desculpe - ela disse - Sou casada, Ed.

Revirei os olhos.

– Como se ele tive se importado com isso quando estava lá com o café com leite.

Ela ruborizou, depois franziu a testa.

– Café com leite?

– É como os homens chamam ir para a camam com uma negra e uma loira.

– Oh - ela fez.

Ela podia até ter se afastado, mas ela sentiu vontade de me beijar.

Isso bastava pra mim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada a Bia, que seu a sugestão que fez o capítulo surgir. Mais sugestões, meninas?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Amizade Colorida" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.