Senti o cheiro de carne queimada invadindo minhas narinas, era repugnante, mas o que me consolava é que era carne inimiga a que queimava. Carne de soldados, aqueles inúteis achando que conseguiriam parar a revolução, e dos que não se permitiam aderir a verdadeira liberdade, todos aqueles que não se permitiam enxergar a verdadeira luz, era considerado inimigo e sim, tinha a morte que merecia.

- mestre – um dos meus pupilos se aproximou – alguns alunos estão se perguntando, por que matar pessoas inocentes também?

- inocentes? – elevei minha voz, para todos ouvirem – eles eram traidores, nos não estamos em busca da liberdade?

- sim mestre – ouvi minha legião responder – vamos matar todos eles.

- todo incêndio começa com uma fagulha – murmurei – quem não quiser fazer parte desse conjunto será massacrados sem misericórdia, pois não seremos o elo mais fraco.

- não seremos o elo mais fraco.

Sorri para meus novo pupilos, eles sim seriam a base que me levariam ate ela, sim ela seria meu premio pessoal, ela seria a recompensa por meus três filhos.

- senhor – o rapas ao meu lado perguntou – por que deixou alguns soldados escaparem?
- por que todo incêndio começa com uma fagulha – repeti – vocês são os gravetos, eu sou a brasa e aqueles homens que foram correndo para a cidadela, serão o vento que espalha o fogo.

- o senhor realmente é muito sábio.

- sim – sorri – ele logo saberá que estamos chegando, e chegaremos para esmagar.