Uma volta ao passado.

Tudo estava escuro, nem uma luz, nem uma saída, Hana estava perdida.

Até que uma luz branca apareceu, Hana estava agora em um corredor.

Diversas imagens viam em sua cabeça, imagens que Hana não gostava de se recordar.

Morte, Tortura, Dor, perda.

Por que tudo tinha que ser assim?

Então, Hana sentiu pontadas em seu coração, eram dores difíceis de suportar. Ela estava tentando gritar, mas nem um mero sussurro sai de sua garganta.

De repente a imagem do acidente de seus pais apareceram em sua mente.

Um dos carros capotava, o outro estava virado de ponta cabeça na estrada. Uma mulher estava caída na frente do carro junto com um homem...

Hana se aproximou.

E viu seu pai...

E sua mãe...

Lagrimas desciam do rosto da garota, lagrimas e mais lagrimas.

Não!

Não!

Por que tinha que ser assim?

Por que?

E então tudo sumiu.

Hana estava na escola.

Tudo estava diferente.

Tudo estava cinza.

Hana viu uma pessoa caída.

Ela correu até a pessoa.

Mas ela se arrependeu.

Era Ken...

Machucado...

Sangue por toda parte...

–Não...Não... –Lagrimas começaram a descer do rosto da garota novamente, ele não podia...

A garota não esperou mais, ela saiu da escola.

Hana começou a correr pela rua, uma corrida que parecia não ter fim.

Gotas de chuva caiam agora sobre os cabelos castanhos de Hana.

E logo as lagrimas estavam misturadas as gotas da chuva.

Hana acordou em um salto. Sua face estavam molhada, ela deveria ter chorado. Aquele sonho...

Hana se levantou, foi ao banheiro e lavou o rosto. Saiu do banheiro e foi ver se sua a vo estava acordada.

Mas avia um bilhete em cima da mesa, Hana pegou e leu.

Hana.

Olá querida, tenha um bom dia em primeiro lugar.

Eu sai e só volto amanhã de noite. Ficara com a casa todinha para você. Mas tenha juízo!

Cuidado em mocinha?

Beijos da sua avo.

Saori.

Hana sorriu ao ver o bilhete, sua avo era cuidadosa, gostava de Hana...Mas de vez em quando não era assim...

Hana ligou o som. E colocou Your Love Is a Lie

Simple Plan

Como era incrível, Hana adorava de paixão Simple Plan.

Hana tomou um banho, colocou um shorts e colocou uma regata rosa. Prendeu seus cabelos em um coque.

Hana começou a dar uma arrumada na casa.

Hana era cuidadosa, sabia cuidar de si mesma.

A muito tempo que vem ficando sozinha.

Desde os 10 anos sabia cuidar de si mesma.

E então seu celular tocou, Hana abaixou o som e atendeu.

–Olá Hana!

–Olá Débora, tudo bem?

–Tudo! E como vão as coisas?

–Perfeitas, minha avo saiu e só volta amanhã de noite.

–Que legal! E Hã...

–E?

–E sabe o Kentin?

–Sim o que tem?

–Pegamos o telefone dele, ele ligou para mim e disse que queria se encontrar com você...Se possível hoje.

–E o que vocês disseram?

–Que você iria.

–Sabe que eu amo vocês? –Hana usava seu tom irônico que raramente usava.

–Claro que sabemos, sem nos você não viveria.

As duas riram.

–Está bem eu vou.

–Ok, irei avisar que você ira, e ele vai te buscar viu?

–Está bem. Até!

–Até.

As duas garotas desligaram ao mesmo tempo.

Hana então desligou o som, se arrumou novamente. Agora a garota estava usando Blusa salmão, calça slim branco e sapatilhas laço pretas.

Os cabelos da garota estavam soltos.

Hana então escutou a campanhinha.

A garota então atendeu, e encontrou um garoto de cabelos castanhos, e olhos verdes.

–Olá. –Cumprimentou.

–Olá.

Ambos sorriam um para o outro, o sorriso do garoto era um sorriso bobo. Hana acabou percebendo e deu uma leve corada.

–E então vamos? –Perguntou o garoto.

–Vamos...Mas para onde?

–Ah! Isso é uma surpresa.

–Isso não vale! Me fala vai?

–Negativo.

Os dois saíram da casa de Hana. O caminho estava um pouco silencioso. Eles estavam andando, como o lugar que Kentin iria levar Hana estava perto dali.

–Mas, você não vai me dar nenhuma dica mesmo? –Perguntou a garota.

–Você é persistente mesmo. Não vou dar.

Hana bufou, Kentin deu apenas risada da amiga.

–Chegamos. –Anunciou Kentin.

O lugar onde estavam era um parquinho...O mesmo parquinho...Vazio como sempre foi.

–Não acredito. –Um sorriso foi-se formando na face da garota.

O parquinho...O parquinho onde Hana passava as tardes, onde brincava com Ken, onde se divertia. Hana sentia como se estivesse voltando a sua verdadeira casa.

–Gostou da surpresa?

–Amei!

Kentin abriu um sorriso para a garota essa que logo retribuiu.

–Agora me diga, valeu a pena esperar não valeu?

Hana entendia muito bem o jogo de Kentin, Hana sempre foi impaciente com surpresas que a envolvia.

–Kentin...

–Aqui você pode me chamar de Ken.

Hana sorriu.

–Se você acha que eu vou cair na sua jogada, está muito enganado.

Kentin riu.

Os dois andaram um pouco mais, até que se sentaram em um balanço.

–Como era tudo mais fácil naquela época –Comentou Hana.

–É verdade, tudo muito mais simples.

Um vento suave começou a surgir, e logo Kentin e Hana estavam se balançado.

–Me lembro até hoje do dia que brincamos na chuva. –Falou o garoto.

–Ah! Foi um dia bem divertido, me lembro que minha mãe ficava gritando com a gente para entrarmos.

–E nos nem ligamos...

–E no final nos ficamos doentes. –Disseram juntos.

Kentin e Hana gargalharam, era uma lembrança divertida.

–Lembra quando sua mãe nos levou para ir ver seu pai?

–Lembro, nos estávamos brincando...

–E acabamos bagunçado todos os papeis de uma reunião do seu pai.

–É, meu pai ficou um pouco bravo mas se divertiu também...

–Ao ver o que fizemos com as folhas...

–Colamos elas uma nas outras...

–E ficamos cobertos de cola.

Kentin e Hana caíram na gargalhada.

Logo Depois Hana e Kentin começaram a andar pelo local.

–E lembra quando tínhamos 10 anos? –O garoto perguntou.

–Sim, de noite eu ia para sua casa.

–E lá nos fazíamos pipocas.

–Dividiam as cocas colas.

–E assistimos...

–Doctor Who. –Completaram juntos.

Doctor Who era uma serie muita famosa na Inglaterra, Kentin e Hana sempre davam um jeito de assistir ela. Era a serie preferida dos dois.

Hana abaixou a cabeça, agora a garota estava com um olhar triste. Kentin pareceu perceber.

–Hana, o que foi?

Os dois pararam de andar, Kentin estava na frente da garota.

Kentin levantou carinhosamente o rosto da garota. E percebeu que algumas lagrimas desciam daquele rosto angelical. Ele entendeu o por que daquelas lagrimas.

–Não precisa ficar assim...

–Por que aquilo tinha que acontecer?

–Hana...Hana...

Kentin puxou Hana para um abraço carinhoso.

–Eu não entendo...Por que?

Os dois ficaram ali por um tempo, Kentin entendia muito bem a amiga. Desde o acidente Hana tinha sofrido muito, quando ao acidente aconteceu Hana não conseguia se acalmar. De vez em quando apenas Ken conseguia tentar ajudar a amiga.

Eles se separaram depois de um tempo, os olhos da garota estavam um pouco avermelhados. Kentin logo tratou de enxugar as lagrimas que ainda persistiam em descer do rosto da garota.

–Está melhor?

–Sim.

Hana forçou um sorriso, mas tentativas fracaçadas Kentin percebeu.

–Hana, eu sei que é complicado.

–Sabe aqueles pesadelos? Só vêem piorando.

Kentin sabia daqueles pesadelos, desde a morte dos pais de Hana ela tem esses pesadelos.

–Além da minha avo...

–Não me diga que...

Hana assentiu. Kentin suspirou.

–Ela continua...

–Sim.

–Hana. Por que você não foi embora? Por que não foi para a casa da sua tia?

–Eu quero, mas você sabe que ela precisa de mim. Minha avo não iria conseguir ficar sem mim...

Hana carregava uma responsabilidade maior que todos os jovens da idade dela.

–Mas sua avo tem que se tratar, você sabe.

–Eu já tentei falar com ela.

–Sim eu sei, você eu sua tia tentamos falar.

Silencio.

–É melhor voltarmos, está ficando tarde.

Hana assentiu, e Kentin levou a garota até em casa.

–Está entregue.

–Obrigada. –Sorriu.

–Só pense em ficar com sua tia por algumas semanas...Ira te fazer bem...

–Eu sei.

–Só lembra-se você nunca vai ficar sozinha, você sempre tera a mim.

Kentin deu um leve beijo na testa da garota e fora embora para sua casa.

Hana entrou em casa, ligou o som no ultimo volume e deixou tocar Untitled -Simple Plan. Em quanto isso Hana se afogava em lagrimas em quanto lembranças invadiam sua mente.

Era um sábado chuvoso, Hana tinha 10 anos . Hana estava em casa sozinha. Sua avo tinha saído. Ken estava viajando com seu pai. Hana estava assistindo Doctor Who, quando sua avo chegou.

Hana correu para cumprimentar sua avo. Hana iria abraçar sua avo, quando viu uma mulher descabelada e cheirando a bebida forte.

–Vovo Saori?

–Olá garota.

Hana poderia jurar que aquela não era sua avo, mas era. Ela reconheceu a avo por causa de seus olhos completamente azuis quase brancos.

Saori entrou molhada e se jogou no sofá, e começou a mudar de canal rapidamente.

–Pegue uma bebida para mim garota.

Hana não conseguia entender, sua avo estava mudada. Ela estava horrível. Aquela não podia ser ela. Não podia...

–Vá pegar logo!! –Gritou.

Hana não conseguia mexer um músculo.

–Você não ira pegar é? Está bem.

Saori se levantou e foi para perto da garota, Hana agora estava assustada com a face da avo.

Saori pegou o pulso da garota e apertou, apertou muito forte Hana gritou de dor. Gritou e gritou, nunca tinha gritado tanto assim na vida. O aperto deixou um hematoma roxo.

Lagrimas e mais lagrimas desciam do rosto da garota. Saori então arrastou a garota até a cozinha. Lá Saori pegou uma faca.

Hana gritou ainda mais, ela estava apavorada. Saori então passou a ponta da faca no braço da criança.

A faca estava muito afiada, então a faca começou a fazer um caminho de sangue no braço da garota.

Hana gritava, chorava, pedia socorro.

Sua avo largou a faca, e então começou a dar bofetadas da garota, puxava o cabelo castanhos de Hana, chegou a dar um soco na barriga da garota.

A garota tentava fugir, mas sua avo a segurava.

Hana gritava por socorro.

Até que o socorro veio.

A porta foi arrombada, dali entrou sua tia.

–Hana! –Ela gritou.

–T-Tia! –A criança gritou entre soluços.

A tia de Hana empurrou Saori com todas as forças. Em seguida olhou para a garotinha amedrontada.

–Vá para o seu quarto e não sai de lá até que mandar.

Hana obedeceu e foi para seu quarto, chegando lá foi para baixo da cama e ficou escutando a brigada.

Naquela noite, Hana chorou como nunca tinha chorado, Hana sentia-se culpada pelo o que aconteceu com sua avo.

Hana achou que era culpa sua de sua avo estar brava assim.

Hana se afogava em soluços em sua cama, e então a garota pegou no sono. Ali mesmo, depois de derramar tantas lagrimas.

Ela dormiu. .