Morte.

Pov. Aisha.

Eu as vezes me pergunto, como os humanos são inocentes, mesmo aqueles que mata se eles matam tem um por que, sempre tem. Uns podem matar para proteger, outros para alimentar, não me entenda mal, apenas pense: Se quem você mais ame estivesse passando fome, e você não pudesse dar comida a ela, e para a alimentar você teria que roubar. Você roubaria?

Isso me faz lembrar, minha amiga Hela já me contou uma historia parecida.

*Nota*

Eu me senti

Culpada.

Vamos deixar nossos personagens por um tempo, vamos um pouco mais longe. Vamos até a Diretora, que está com minha amiga Hela a essa altura.

-Olá Hela –Cumprimentei.

Estávamos em uma casa, uma casa aconchegante e um pouco grande. Uma mulher de cabelos já grisalhos, estava caída na cozinha. Ela estava pálida.

-Olá Aisha. Como vai?

-Na medida do possível bem. –Forcei um sorriso.

-Me fale a verdade.

Ela me conhecia muito bem, sabia quando estava mentindo. Me sentei no sofá marrom na sala. Hela veio atrás.

-Ah Hela, eu não queria estar fazendo isso.

-Acredite, nem eu. Mas é preciso, o mundo precisa deles.

Assenti, era verdade. O mundo precisava deles, e eu não podia fazer nada.

Pov. Kelsey.

Eu estava na rua, andando indo para a escola. Eu não sabia o porque, mas sentia algo diferente, algo estranho...Algo ruim.

Olhando para os lados, me deparo com um homem me olhando... Mas eu já tinha visto ele não tinha? Mas é claro! O homem da janela! O mesmo homem, que me olhava quando eu estava na janela.

Comecei a dar passos apreçados, e percebi que ele me seguia. Ele tinha em seu rosto, um sorriso macabro. Aquilo não iria dar certo.

Ele andava sem pressa, como se de repente eu fosse andar até ele. Virei em uma esquina, e ele ainda me seguia. A rua estava vazia. O que eu fazia agora?

Senti algo estranho, como se fosse algo me prendendo no mesmo lugar. E de repente percebi, que estava parada, não conseguia me mexer.

O homem andava atrás de mim, pude escutar seus passos calmos.

Eu ainda não conseguia me mexer, ele estava vindo. E não com boas intenções.

Senti uma mão em meu ombro, era agora.

-Kelsey?

Consegui me mexer, me virei e vi a pessoa.

-Ren?

Santo Dhiren!

-Você está bem? – Perguntou. Pude perceber por suas feições, que estava preocupado.

-Sim...Eu só achava que tinha alguém me seguindo apenas isso.

Olhei para além do garoto, o homem não estava mais ali. Suspirei aliviada, mas como eu consegui me mover do nada?

Dhiren sorriu e começou a ir embora, quando do nada segurei seu braço.

-Hã...Será que você pode me acompanhar?

Ruborizei na hora que essas palavras saíram da minha boca, não entendi o por que tinha agido assim...Talvez por medo?

-Claro.

Seguimos em silencio, um silencio constrangedor pelo acontecido ontem.

-Então, você veio da Índia mesmo? –Perguntei.

-Correta Priya.

-Hey, o que significa Priya?

Ele apenas deu um sorriso de lado.

-Vamos, já devemos estar atrasados.

Dhiren começou a correr, e eu o segui. Mas o que significava Priya?

Chegamos na escola, arfantes entramos e deparamos com inúmeros alunos com lagrimas nos olhos, outros com o olhar triste. Nos entreolhamos e fomos em direção a Natsumi, Débora, Hana, Kentin, Emma, Lysandre, Kishan, Castiel e Nathaniel.

-O que houve? –Perguntei.

-A Diretora...Ela...Está...-Disse Hana.

-Morta. –Concluiu Castiel.

Não, eu não podia acreditar. A Diretora...Morta?

-Ela...

-Ela, foi encontrada morta. Mais uma vez, com marcas de garras e patas.

Percebi Kishan e Ren trocarem um olhar preocupado.

-Hoje, e o resto da semana não a vera aula. Luto pela Diretora. –Explicou Débora.

Me senti mal pela Diretora, e percebi alunos e professores chorando pelos cantos. Mesmo sendo nova aluna, pude perceber que aquela Diretora era querida.

-Bem, eu vou indo. –Disse Hana –Vejo vocês depois.

Pouco a pouco, todos foram embora. Castiel tinha que fazer algo na escola, e ainda ficou um tempo. Kishan foi embora, Emma ficou. Lysandre fora embora com Natsumi está que estava um pouco abatida. Kentin foi com Hana, Débora fora embora, assim como Nathaniel, e eu fiquei ali um pouco ainda com Ren.

-Você está bem? –Questionou ele.

Assenti. Mesmo não conhecendo a Diretora, ver mais uma morte era terrível.

-Melhor eu te levar agora. –Ele disse.

Sorri, Ren era uma boa pessoa e se importava comigo.

Me levantei, porém logo me arrependi. Senti minha cabeça pesar, estava tonta.

-Kelsey! –Ouvi Ren Gritar.

Eu apenas senti meu corpo cair, e minha visão ficar escura.

Pov. Emma.

Estava em um corredor escuro, eu definitivamente não deveria ter virado ali...Ou será que ali?

Bendita hora, que eu inventei de ir na biblioteca. Agora, aqui estou eu perdida!

Comecei a voltar, mas a cada passo parecia que o corredor ficava mais escuro, e eu estava sem celular.

De repente senti uma mão, em meu ombro.

-Emma?

Mesmo conhecendo pouco, eu sabia de quem era aquela voz. Me virei.

-Castiel?

-O que está fazendo aqui? Alunos não podem vir aqui.

-Então, o que você quer aqui? -Pude imaginar seu sorriso sarcástico –Eu me perdi.

Se fez um tempo em silencio, se não sentisse a mão do ruivo em meu ombro, poderia dizer que ele fora embora.

-Venha vou te tirar daqui.

O ruivo pegou minha mão, e me dirigiu entre a escuridão do corredor.

Pov. Ren

No instante em que vi, o corpo de Kelsey cai a peguei. E a coloquei em meu colo, como se fosse um bebê.

O que diabos tinha acontecido?!

Vi seu rosto, ela estava pálida. Senti meu coração errar as batidas.

Sem esperar mais, levei ela para a enfermaria as pressas. Rezando para ter alguém lá.

Quando cheguei, abri a porta com as costas. E uma mulher, baixa e vistosa usando avental branco apareceu.

-O que houve com ela?

-Eu não sei.

Coloquei a garota ainda desacordada na cama, e olhei para ela.

-Vá para fora. –A enfermeira falou.

-Não. Não vou deixar ela.

-Olhe, quando eu terminar aqui. Eu te chamarei, e você poderá ficar com ela.

Assenti relutante e sai, sentei em um banco ao lado da porta da enfermaria. Rezando para não ser nada serio.

Pov. Emma.

Logo eu tinha chegado a outro corredor, ainda acompanhada por Castiel. Depois de alguns minutos, já tínhamos chegado ao pátio.

-Entregue.

Ele soltou minha mão, e se sentou no banco.

-Obrigada. –Agradeci. –Mas, o que você estava fazendo naquele corredor?

Ele revirou os olhos e andou até mim, ficou a frente de mim.

-Isso não te interessa.

-Qual é? Eu posso dizer para todos que você que estava me seguindo. Se você não falar o que estava fazendo lá.

Ele revirou os olhos novamente, e voltou a olhar para mim.

-Se você quer mesmo saber, eu estava procurando algo.

-E o que seria? –Sorri de lado.

-Um colar.

-Um colar? Em uma escola? Acho isso difícil.

Ele riu sarcástico.

-Nem tudo, é o que parece.

Dito isso, ele me aproximou mais de mim. E roçou nossos narizes, nessa altura minha respiração já estava irregular.

Logo depois, Castiel se aproximou mais. Ele estava indo me beijar, fechei os olhos. Mas nada, quando abri. Percebi que Castiel tinha simplesmente sumido.

Fechei a cara, e fui embora batendo os pés.

Pov. Ren.

Já se tinha passado 10 minutos, eu agora andava de um lado para outro no corredor.

Logo a porta da enfermaria abriu, e ali apareceu a enfermeira.

-Como ela está? –Perguntei.

-Ela está bem, só foi uma queda de pressão.

Ela deu passagem, e eu fui para a cama onde Kelsey estava.

A enfermeira saiu do local e me deixou sozinho com ela. Cheguei mais perto, e pude ver seu rosto. Ela estava um pouco pálida ainda, mas melhor.

Passei de leve as costas da minha mão em sua bochecha.

Sentei-me na cadeira ao lado da cama. E a observei. Ela era linda. Tanto acordada, quanto dormindo.

Pov. Kelsey.

Eu conseguia apenas ver, um tigre branco. Um tigre branco com olhos...Azul Cobalto?

Senti minha cabeça rodopiar, e agora via um tigre preto...De olhos dourados.

Logo as duas imagens viraram uma, e eu pude ver um tigre metade branco, metade preto. Um olho dourado, um olho azul cobalto.

As imagens sumiram e eu abri, meu olhos. De repente minha visão estavam embaçada, mas percebi que estava na enfermaria.

Olhei para o lado, e vi Ren.

-Olá. –Ele sorriu e veio até mim.

-Olá. –Sorri –O que aconteceu?

-Você desmaiou, e eu te trouxe aqui. Está sentindo alguma coisa?

-Não.

Ficamos nos fitando, até que a enfermeira entrou e pediu para que Ren saísse ele relutante saiu.

***

-Não! Você não vai fazer isso! –Eu gritei para Ren.

A enfermeira me dera alta, e eu podia ir embora. E Dhiren insistia em me levar no colo para casa.

-Pare de frescura Kelsey.

Rápido como um tigre, ele me pegou no colo como um bebê e começou a andar em direção a saída da escola.

-É serio! Me deixa Dhiren!

Eu me debatia, mas ele não me soltava. Até que teve uma hora, que cansei. Isso não levaria em nada.

-Terminou?

Apenas bufei ele gargalhou.

De repente, a imagem dos tigres veio em minha mente. Minha face mudou, de brava para preocupada.

-O que foi? –Questionou.

-Nada. –Menti. –Apenas preocupada com meus trabalhos.

Ele sorriu de lado. Logo chegamos a minha casa, e algo dentro de mim gritava; Não! Mas meio quarteirão por favor!

Ele me colocou no chão cuidadosamente, e sorriu. Eu estava perto dele. Perto o suficiente para sentir o cheiro que eu tanto amava, de sândalo.

Pov. Ren

Ter levado ela comigo, no colo foi algo maravilhoso. Ter ela perto de mim, sentir o cheiro de Pêssego com creme.

Pov. Kelsey.

Ele estava perto, muito perto. Ele me fitava, e eu me perdia naqueles olhos azul cobalto. Ele então, simplesmente me beijou. Um beijo calmo, sereno e doce. Ele colocou suas mãos em minha cintura, em quanto eu colocava minhas mãos em volta de seu pescoço.

Quando o ar foi preciso, nos separamos. E encostamos nossas testas. E eu ainda não acreditava, eu tinha o beijado?

Aqueles olhos eram hipnóticos. Eles se fixaram em mim. Quando dei por mim novamente, já estávamos nos beijando novamente.

-Tenho que ir. –Falei quando nos separamos.

Ele assentiu ainda me fitando.

Me dando um ultimo beijo e murmurando um “Até amanhã Rajkumar” Ren fora embora.