O Diário De Uma Bruxa Sem Memória escrita por Matheus Capêtanê


Capítulo 7
Amor




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Amor à primeira vista. É o que sinto por esse feiticeiro angelical em minha casa. Mas não sei conheço ele.

Quando estava desmaiada vi o futuro, e isso foi muito estranho.

Vi dois futuros. Vi meu futuro com esse garoto, mas parecia ser algo, assim, um namoro por anos e anos. No outro me vi matando Felícia e toda cidade, narrando meu ódio segurando o corpo de Felícia apenas pelos seus longos cabelos escuros. E fiquei um pouco feliz por isso. Mas tenho medo de matar Teobaldo, ou Patrick, que acabara de conhecer. Pelo menos faltam alguns anos. Só três anos.

Não sei como ele fez para me acordar, quando vi, estava no quarto de Felícia, que não estava mais escuro, pois ele havia aberto a janela. Deve ter me colocado lá porque no meu quarto - que era o primeiro no início corredor - estava cheio de folhas jogadas por todos os lados, palavras riscadas nas paredes. Não me lembro de ter feito isso. Normal.

– O que houve com você? - perguntou ele um pouco nervoso e preocupado. Imagina que é conhecer uma garota que estava num caixão, e esta ainda desmaiar? Pena dele.

– Minha vida é uma droga.

– Conte-me então.

– Não posso.

– Por quê?

– Pegue meu diário.

– Onde?

Nesse momento pensei que Felícia havia o levado.

– No caixão.

Ele correu até o caixão - pelo barulho acho que quase caiu descendo as escadas - e felizmente, estava lá.

Ele trancou a porta para ninguém pensar que casa era habitável. E passou um feitiço, uma proteção que não deixaria ninguém entrar ou sair. Apenas nós.

Me levantei daquele quarto que tinha um grande ódio e olhei para meu quarto. Estava um lixo. Entrei nele para ver o que estava escrito nas paredes:

– "Quem dorme neste quarto terá sono profundo."

Era uma ameça. De Felícia. Era como: "Durma neste quarto amaldiçoado e morra", esse era o sentido do sono profundo.

A cor da tinta que Felícia usou estava meio cintilante; era tinta mágica. Era para ser invisível, mas estava com um vermelho cintilante muito forte. Patrick teria feito isso, com certeza. E abriu o máximo de janelas possível também.

Saí do quarto bem devagar.

– Venha, Melissa. - disse ele subindo as escadas e me pegando no colo.

– Você me conhece?

– Gostaria.

– Não sou tão boa o quanto pensa. Não leu meu diário.

Minha memória estava melhorando muito, como quando estava com Teobaldo. Amor de família e de... acho que não existe uma categoria certa para Patrick. Mas existia muito amor... O que me fazia melhorar.

– É mesmo. O diário!

Dei uma pausa para respirar e disse:

– Tenho uma... Doença... Se chama... Se chama... Amnésia, perda de memória recente, classifique como quiser.

– Entendo. Vou ler o diário.

Ele me colocou no sofá, deitada. Ele não iria sentar no sofá, mas fiz ele se sentar no sofá e coloquei as minhas pernas em cima das suas. Dei uma risadinha por isso e fiquei ali, glorificando aquele rosto perfeito. Olhando aqueles olhos verdes de lado, concentrados na minha vida. Aquele cabelo loiro escuro até a nuca, não era de fato nem muito curto nem muito longo.

Olhei para baixo e notei que meu vestido estava rasgado. Todo o bordado rasgado. Agora o vestido ficava a cima do joelho, me sentia oferecida por isso. Mas estava com uma meia-calça preta; sim estava vestida com alguém se vestiria em um velório. Não estava tão oferecida assim, mas ainda tinha isso na cabeça.

– Sua vida é... Trágica. Me desculpe. - disse ele, triste.

– ... É.

Nesse momento me lembrei do folha que havia escrito, que estava em meu quarto, corri para pegá-la mas quando cheguei lá, não estava lá. Não estava em lugar nenhum. Era a única prova que Felícia era a "vilã da história".

– O que aconteceu? - perguntou ele, quase subindo as escadas.

– A Felícia. Ela é que fez isso comigo.

– Explique.

– Ontem, desculpa, há três anos, descobri que Felícia era uma impostora, gritei com ela, e.. Isso. Ela levou o livro de Magia e a minha resenha.

– Mas por que deixou você com o diário?

– Porque ela não precisava dele. - dei uma pausa e continuei, com um assunto derivado - Foi você que descobriu a "Maldição" da Cama? - disse fazendo aspas com a mão.

– Foi.

– Você é um feiticeiro.

– Sim.

– Não foi uma pergunta.

Desci as escadas e ficamos conversando sobre nossas vidas. Mas ele já sabia tudo sobre mim do mesmo modo. Seus olhos brilhavam toda vez que olhavam nos meus. Senti o mesmo comigo.


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