A Canção Da Alvorada escrita por Senhorita Nada


Capítulo 1
A Canção da Alvorada


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos! Nada falando! :D

Essa fic é, antes de mais nada, um presente para minha Enkidu, Diandra/Coward. Ela realmente consegue adivinhar meus pensamentos, chega a dar medo! XD Mas eu te adoro, sua diva! ♥

Sem mais delongas, fiquem com a fic. Aviso que ela é cheia de dor e Angst. Mais considerações no final!

Para os que gostam de ouvir música enquanto lêem, sugiro duas opções: A Thousand Year Solo, do Vocaloid Kaito, ou Things That Burn in the Fire, do Bastille.

Espero que gostem o/



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A Canção da Alvorada


O cheiro de doença pairava, doce e enjoativo. Estava escuro, muito escuro, e úmido, um frio pegajoso que chegava até os ossos. Ele sentia vontade de tremer, mas se controlava; estava frente a seus súditos, os impuros que lhe seguiam. Não podia se dar o luxo de fraquejar. Além dos sacerdotes, um guarda o seguia, segurando um archote, lançando uma luz débil no caminho de tijolos. Fundo, cada vez mais fundo dentro do zigurate. Cada vez mais, os gemidos dos doentes e o odor de putrefação ficavam mais fortes, lembranças infames da praga que assolava sua Cidade Dourada. Os moribundos em suas câmaras viam a luz e estendiam os braços esqueléticos, murmurando palavras sem sentido, implorando por sua bênção divina. Ele os ignorou. Não tinha tempo para impuros agora.


Os velhos sacerdotes guiavam o jovem rei pelo labirinto de câmaras e tumbas até o coração da pirâmide, o ponto mais interno possível. Ali havia um quarto, ladeado por dois eunucos de feições de pedra; seu objetivo em ter vindo àquele berço de sofrimento e desolação. Ele hesitou, no entanto, quando alcançou o umbral da porta. Sentia seu coração acelerar, as pupilas dilatarem, a boca ficar seca, mas não podia acreditar que aquilo realmente estivesse acontecendo. Não podia. Ele não estava, não tinha medo. Tal pensamento trouxe uma risada amarga a seus lábios. Enkidu riria de mim se me visse com medo agora.


Enkidu. O nome matou a gargalhada, e as batidas do coração do monarca se tornaram suaves. Era por Enkidu que estava aqui, não era? Seu único, seu melhor amigo, o irmão que nunca tinha tido. Iria hesitar de entrar em um quarto escuro, depois de tudo pelo qual tinham passado? Claro que não! Mesmo que seus joelhos quisessem se dobrar, mesmo que seus olhos teimassem em se encher de água, mesmo que ele não dormisse direito a duas semanas, o rei semideus Gilgamesh de Uruk não fraquejava. Muito menos quando a única pessoa viva que lhe importava estava precisando dele.


Entrou no quarto.


Era feito de tijolos, como o resto do zigurate. O ar estava parado e viciado, difícil de respirar, empesteado do aroma da morte, de tal forma concentrado que quase o fez vomitar. A luz do archote lançava sombras difusas nas paredes cobertas de musgo, e a chama não trazia nenhum tipo de calor capaz de aplacar o frio cruel do recinto. O rei semicerrou seus olhos avermelhados, desagradado. Aquela cela era indigna de sua presença, indigna da presença da pessoa que agora a habitava, mas ali estavam eles, e matar os sacerdotes que os colocaram ali não faria nenhuma diferença, faria?


Não, mas me faria sentir muito melhor depois.


Naquele lugar apertado, escondido dos homens e dos deuses, envolto em uma escuridão quase viva, havia um leito. Era simples, feito de pedra, sem cobertas ou confortos. Uma pessoa estava deitada nele, e os esforços de sua respiração reverbravam pelas paredes vazias. Ao redor, pavoneavam sacerdotes e sacerdotisas, cada um com sua cura milagrosa ou orações vazias a seus deuses. Suas vestes longas farfalhavam como asas de abutres, cercando, farejando sua presa, chacais lutando por despojos. Além deles, apenas uma mulher se encontrava lá, esquecida e solitária. Sentada aos pés da cama, a cabeça baixa e os olhos vazios presos em lugar nenhum, seus traços belos e frios como que esculpidos por um artista. E esculpida ela estava, em pedra e gelo, apenas o subir e descer de seu peito demonstrando que era de fato uma criatura viva.


Os chacais imediatamente pararam quando seu rei entrou no recinto, mas o próprio Gilgamesh não lhes deu um único segundo de sua atenção. Ao invés disso, seu olhar foi diretamente para a figura deitada em sua mortalha. Os cabelos esverdeados e longos estavam quebradiços; a pele antes perfeita estava pálida, enfeitada por uma teia de finos vasos sanguíneos; os braços que saíam das dobras do manto era magros demais, finos demais, mostrando as formas dos ossos que escondiam. Era um morto o que ele via, um morto que respirava, um morto com olhos vivos e abertos, os olhos de seu melhor amigo, e aqueles olhos encontraram os dele e aquela pequena centelha de alegria de sempre surgiu no mar de verde.


– Gil. - Disse uma voz quebrada e fraca, pouco acima de um murmúrio. Mas ainda havia algo de Enkidu nela, e isso foi suficiente para que sua visão começasse a turvar. A mulher-estátua se mexeu, lentamente, como se não estivesse acostumada a fazer isso a um bom tempo. Seus olhos escuros de corça se focaram no rei dourado, mas a única coisa que prendia a atenção do monarca no momento era a forma frágil de seu melhor amigo.


– Eu vim lhe ver. - Agora era sua própria voz que estava pouco acima de um murmúrio. - Enkidu…


– Estou feliz. - A figura que um dia fora seu companheiro de aventuras sorriu fracamente, um sorriso que parecia capaz de se quebrar em mil pedaços num instante. - Senti sua falta.


Foi como se tudo sumisse - zigurate, sacerdotes, guardas, mulher - só havia eles ali de novo. Só os dois, como sempre tinha sido. - Eu devia ter vindo mais cedo. - A culpa estava presa em sua garganta. - Me desc-


O morto que falava o interrompeu. - Está tudo bem. Tenho certeza que você esteve muito ocupado, governando Uruk.


– Mas você é meu melhor amigo. - Não lhe importava que outras pessoas estivessem ouvindo aquilo, era apenas a verdade. Desde o momento em que tinham se visto pela primeira vez, quando os deuses mandaram o rapaz feito do barro como punição contra o rei dourado arrogante, quando eles lutaram por toda Uruk como nunca ninguém havia lutado antes, ele gostara de Enkidu. Gostara do fato de existir alguém a quem ele podia chamar de igual, naquele mundo povoado de inferiores e ignorantes. Eles lutaram e lutaram e lutaram até desmaiarem de exaustão, e, quando acordaram, eles riram e lutaram mais um pouco. Nunca tinha se divertido tanto, na verdade, quando como Enkidu estava supostamente tentando matá-lo. E então, ambos desistiram. Eles eram simplesmente iguais demais, sendo impossível que um derrotasse definitivamente o outro. Do respeito mútuo nasceu a compreensão, e dela adveio a amizade: Uma amizade tão forte, tão poderosa, que poderia muito bem ser chamada de irmandade. Uma irmandade tão próxima que eles adivinhavam o que o outro pensava, com a mesma facilidade com que se adivinha os próprios pensamentos. Pela primeira vez, o solitário herdeiro do quarto rei de Uruk, o filho nascido de uma deusa e de um homem mortal, sentiu como se tivesse realmente compreendido o conceito de família. Sua família era Enkidu. Eles eram irmãos. E seriam irmãos pelo resto da vida, unidos pelo laço que formaram no campo de batalha.


Isto é, até que a vingança de Inanna caiu sobre eles.


– Eu sei. - O rapaz de cabelos verdes assentiu, após uma pausa marcada por tosses e por sua respiração falha. - Você também é meu melhor amigo. É por isso que estou feliz em te ver, antes de partir.


Gilgamesh abriu caminho entre os abutres e chacais, ignorando-os como se fossem parte da decoração do quarto. Precisava chegar mais perto. Precisava segurar os dedos esqueléticos de Enkidu, precisava dizer que ia ficar tudo bem, que eles iriam rir disso juntos algum dia, que iriam voltar a nadar no Tigre ou no Eufrates e a espiar as sacerdotisas de Inanna tomando banho. Mesmo que ele mesmo não acreditasse no que dizia, ele iria dizer da mesma forma. Enkidu não podia morrer! Simplesmente não podia! Ele não iria deixar isso acontecer nunca!


Agora mais perto do leito, o rei percebeu, horrorizado, que seu amigo estava ainda pior do que pensava. A pele fina de Enkidu estava pegajosa como a de um afogado, e gotas de suor ornavam sua fronte. Devia estar queimando de febre. As olheiras de seu irmão de almas estavam profundas e escuras, e, quando se mexia, os ossos de seu crânio davam sinais por debaixo da pele. Era uma situação indigna de tal nobre pessoa, mas, esse tinha sido o exato objetivo da maldição da deusa do amor: já que Gilgamesh a rejeitara, ela tiraria dele tudo que lhe fora caro. Sua cidade, seu povo, seu amor, seu irmão.


Com a familiaridade de anos, Enkidu adivinhou os pensamentos do loiro como se tivessem sido falados. - Não perca seu tempo, Gil. Eu sei que morrerei. Não há o que possa se feito quanto a isso, nem por você, nem por mim, por estes sacerdotes ou pelos deuse-


– Os deuses poderiam salvá-lo, e você sabe muito bem disso. - Foi a vez de Gilgamesh interrompê-lo, a voz pingando ódio contra as criaturas que se achavam acima dele.


– Eles não irão arriscar a ira de Inanna. - Observou o enfermo. - E, de qualquer forma, este é um julgamento divino. Estou pagando pelos meus pecados.


– Não. - Objetivou uma voz feminina, tremida graças ao frio e à raiva. - Está pagando pelos pecados dele.


A voz lembra ao rei de que a mulher-estátua ainda se encontra no recinto; os sacerdotes já se foram, e ele não tem a menor ideia de como saíram. Apenas os eunucos à porta e o guarda com o archote continuam lá além deles.


– Shamhat. - Seu irmão chama, soando triste. A prostituta sagrada finalmente levanta a cabeça para encará-lo, e o monarca percebe que ela esteve chorando. Seus olhos escuros estão avermelhados, e há marcas de lágrimas em seu rosto bonito. Isso só traz mais culpa a seu coração dourado. Ela o ama, Gilgamesh percebe, ama profundamente aquele garoto franzino e de longos cabelos verdes, a quem o próprio rei ordenou que seduzisse e que trouxesse para a cidade. E ele a ama, Gilgamesh bem sabe, por ter sido a primeira e única mulher de sua vida. E também Shamhat está certa ao afirmar que os pecados pelos quais Enkidu agora pagava não tinham sido cometidos por ele, em sua inocência, mas pelo próprio Gilgamesh e por seu desmedido orgulho, ao recusar os encantos da deusa do amor por seu ego e por uma mulher mortal.


Aos poucos, o rei percebe que a conversa prosseguiu sem que se desse conta. Shamhat agora chora abertamente, os dedos finos de Enkidu acariciando com suavidade seu rosto, como se temesse machucá-la. Ele não pode; nunca poderia nem quando estava saudável, que dirá agora, que sua força o abandonou?


– E-Eu não quero perdê-lo. - A sacerdotisa murmura.


– Eu também não quero te deixar. Mas vou ter que ir.


Isso tudo é minha culpa. O rei não pode deixar de pensar. É tudo culpa minha, por ser um grande, enorme, completo arrogante idiota.


– Gil. - A voz de seu amigo o tira de seus pensamentos. Gilgamesh não sabe se vai conseguir encará-lo, mas tenta. Olhos vermelhos e olhos verdes se encontram como tantas vezes antes, em tantas situações diferentes, e o fato de ele não ver ressentimento ou raiva nos olhos de Enkidu apenas o deixa mais transtornado. Ele merecia ser odiado, não merecia? Mas ali estava seu melhor amigo, dizendo silenciosamente que não o culpava pelo que estava acontecendo, mesmo enquanto morria na sua frente. - Faz um favor pra mim?


– Qualquer coisa que você quiser. Possível, impossível, não importa. Peça, e será feito. - Há determinação em sua voz e em seus olhos, e Enkidu não consegue deixar de sorrir. Esse é o Gilgamesh que ele conhece e adora, sempre tão determinado.


– Cuide da Shamhat por mim. - Pede o morto que fala, seus sussurros se tornando mais fracos a cada segundo que se passa. - Cuide dela quando eu não estiver aqui, certo?


Gilgamesh deixa seu olhar cair para a forma de mulher que se debulha em lágrimas ao pé do leito, tentando compreender o que estava vendo. Shamhat, sempre tão forte, iniciada nos mistérios sagrados desde criança, quase nunca demonstrava suas emoções ou seus pensamentos por trás daquele rosto bonito. E, no entanto, agora ela não era muito mais do que as mocinhas que tanto desprezava, deixando que as emoções tomassem conta dela e de todo o seu ser. É isso que significa amar e ser amado? Perder totalmente os últimos vestígios de razão?


Sim, claro que sim. Ele mesmo provara daquela doce loucura, e agora ela tinha fugido por entre seus dedos.


– Sim. - Ele se escuta dizer, sem sequer pensar. - Eu cuidarei bem dela. Eu prometo.


O sorriso frágil permanece no rosto de Enkidu. - Obrigado, meu amigo. E eu cuidarei de Siduri para você.


E é demais para o rei, simplesmente é demais. Ele sente as lágrimas começarem a descer pelo seu rosto, mesmo com todo seu esforço para contê-las. Ele pensa em Siduri, em como seus olhos castanhos brilhavam quando inscrevia os tabletes de argila com relatos de suas aventuras, como ela brigava quando ele jogava água nela enquanto estavam no rio, como ela gostava de se deitar ao lado dele e ele gostava de brincar com o cabelo dela. Uma garota humana, uma simples mortal, e por ela ele tinha deixado de lado os avanços da deusa do amor. E também, por isso, ela havia sido a primeira a quem Inanna levara em sua ira, e Gilgamesh se lembrava bem demais de como tinha segurado a mão dela quando a luz sumiu de seus olhos uma última vez.


Da mesma forma, ele agora estendia a mão para segurar a de seu irmão. A pele de Enkidu é fria sob seus dedos, e seus dedos tremem graças à febre. Ele parece tão frágil, tão quebrado, exatamente como ela parecera antes de...


O grande rei dourado, aquele que era dois terços deus e um terço humano, que matara o Touro do Céu e o guardião da floresta Humbaba, agora se sentia inútil ao chorar como um garotinho, segurando firmemente a mão de seu melhor e único amigo sem poder fazer nada para ajudá-lo. Todo o seu poder, toda a sua riqueza, toda a sua força, tudo isso era inútil contra a simples e cruel realidade da morte. As coisas morrem, as pessoas morrem, e isso vinha até mesmo para os intocáveis Gilgamesh e Enkidu, que afrontaram os deuses e mostraram aos humanos que eles tinham poder, que não precisavam mais se sujeitar às vontades divinas. E os deuses, seres invejosos, agora se vingavam tirando o que ele possuía de mais precioso.


Naquele momento, então, o quarto rei de Uruk fez a si mesmo uma promessa silenciosa: A de que destruiria o reinado dos deuses e da morte sobre os homens, mesmo que isso custasse a sua própria vida.


– Não fique assim, Gil. - Ele agora precisava chegar ainda mais perto para conseguir ouvir o que Enkidu dizia, a boca de seu amigo quase tocando sua orelha. - Você é um rei. Não é certo que fique chorando.


– Acha que eu não sei disso? - O loiro limpou as lágrimas de forma agressiva, como se pudesse espantá-las para longe. - Idiota.


O rapaz de cabelos verdes riu suavemente, e sua risada era como o som da chuva que cai sobre a floresta. - Ah, deuses, eu vou sentir saudades dessa sua cabeça dura.


Eu também, o rei quis dizer, mas não conseguiu. Ele sentiria a falta de seu irmão como se houvesse perdido uma parte do próprio corpo, e agora se encontrava incapaz de dizer isso. Com a voz tremendo, começou: - Enkidu… Eu só quero te dizer que…


– Eu também gostei muito de ser seu amigo. - Não havia necessidade de terminar as frases, quando se sabia exatamente o que se passava na mente da outra pessoa. Amigos, irmãos, almas unidas pelo destino e por um laço muito mais forte que a vida e muito mais forte que a morte, era isso que eram os dois heróis de Uruk. - Só queria ter tido uma morte melhor… Talvez morrido ao seu lado em batalha… É, isso seria legal…


– Deixe de falar besteiras, Enkidu! Como se eu fosse lhe deixar morrer! - Foi apenas depois que Gilgamesh percebeu que estava gritando.


E gritava por saber exatamente o que iria acontecer, pois já tinha visto antes, quando sua Siduri se fora. Sentia a mão de seu amigo perdendo as forças junto a ele, os olhos verdes se tornando lentamente opacos, quando o peito de Enkidu desceu pela última vez e ele não inspirou mais. O rei dos reis não conseguiu desviar o olhar, não conseguiu deixar de ver aquele que sabia ser o último suspiro da única pessoa ainda viva com quem ele se importava, da única pessoa pela qual ele daria a sua própria vida. Ao seu lado, Shamhat soltou um grito longo e doloroso, mas parecia não ter mais lágrimas para chorar. Ambos olhavam para o garoto que tinham tirado de dentro da floresta, a quem tinham ensinado sobre a vida em sociedade, a quem tinham amado, e levou um longo tempo para que ambos se dessem conta de que ele tinha ido, e que não havia mais nada que pudessem fazer a respeito.


Estava começando a clarear quando Gilgamesh saiu do zigurate, sem se lembrar claramente do caminho de volta. Suas lembranças depois da morte de Enkidu eram vagas. Só conseguia se culpar, pensar Como fui deixar isso acontecer? Ele era sua família, e agora o nobre rei se sentia mais solitário do que nunca. Havia perdido quase tudo - que lhe restava na vida agora, além de seu maldito orgulho?


O sol tinha acabado de despontar no horizonte, e seus raios começavam a despertar a cidade adormecida. Brilhando em cada telhado, em cada escultura, em cada jóia de sua Cidade Dourada, trazendo consigo um novo dia, dia esse que parecia tão sem propósito agora. Todos se foram. Por que o mundo deve continuar?


Deixe de ser teimoso, Gil. A voz de Enkidu, falecido Enkidu, soava em sua mente, tão verdadeira como se ele estivesse mesmo ali. Cada dia trás um novo começo. Um novo motivo. A Canção da Alvorada é sempre diferente, a cada dia que passa. Você só precisa descobrir o que ela lhe trás de novo.


Alvorada. Uruk sempre brilhava com tanta força na Alvorada. Siduri gostava disso. Enkidu também. A minha cidade... A nossa cidade... Eu não posso deixá-la morrer.


E então, simples como era, ele sabia o que fazer. Por aqueles que tinha perdido, ele não perderia mais ninguém. Ninguém perderia mais ninguém. Se a Morte era o castigo dos deuses contra os homens, ele destruiria o castigo e livraria os homens para agirem como quiserem, sem temer o fim da vida. E assim, ele traria fim ao reinado dos deuses que lhe tiraram tudo.


Gilgamesh iria procurar a imortalidade.


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Notas finais do capítulo

Owwwww Gil meu amor, fica assim não!! *Abraça e começa a chorar*

Essa fic, claro, é sobre o Gilgamesh quando vivo. Por isso, nada de puxar a Ea contra Inanna. Se bem que ela merece.

Para os que estranharam, Shamhat é a prostituta que Gilgamesh enviou para atrair Enkidu até a civilização. Deu muito certo e eu os shippo. Já Siduri era originalmente uma deusa menor que ajudou Gil em sua busca por Utnapischim, o sobrevivente do dilúvio. Como não achei o nome da esposa dele - e sim, ele casou e teve um filho - pus o nome dela por ser a única personagem feminina de certa relevância que achei. Se me perguntarem, direi que ela parece a Hakuno Kishinami. Viva Fate/Extra!

Essa é a primeira de uma série de oneshots que pretendo fazer sobre Fate/Zero. A próxima provavelmente será sobre Ryuunosuke ou Sola-Ui. ♥

Sei que faz um tempão desde que atualizei minha longfic, mas não se preocupem, eu continuo escrevendo. O motivo para minha longa ausência pode ser resumido em algumas palavras simples: ENEM, estudo, faculdade, trabalho. Por isso, desculpas a quem me acompanha, mas estou sem tempo pra nada! /LamePun

Enfim, espero que tenham se divertido com essa fic! Nos vemos na próxima!

Senhorita Nada