Reckless - Divergente escrita por Morgana Le Faye, Andiie


Capítulo 31
Nada


Notas iniciais do capítulo

Heeey guys. Feliz Ano Novo, felicidades e tudo mais. Sei que quase ninguem irá ler no dia 31, como foi postado, mas espero que gostem e deixem reviews. Beijos



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Levanto-me da cadeira após me acalmar. Caminho sozinha pelo corredor. O que eu sou? Não sou da Audácia, eu os deixei. Também não sou um membro da Erudição, não terminei minha iniciação. Eu não tenho casa, não tenho facção e aparentemente minha única família é minha irmã. Estou realmente começando a me considerar uma sem- facção. Eu sou nada.

Chego ao quarto onde todos da Audácia estão. Noah está sentado no beliche, conversando com Uriah. Marlene está penteando o cabelo de minha irmã ao lado de Lynn que não para de falar.

Caminho até Noah. Ele para sua conversa com Uriah quando me vê chegando.

– Onde está Neelie? – pergunto.

– Com sua família. – ele diz. – Sua mãe disse que ela poderia dormir na casa deles e ela foi.

Simples assim? Neelie está deixando a emoção de dormir junto com vários outros membros da Audácia?

– Ahn... – só digo isso.

– Depois a gente conversa. – diz Uriah para Noah. Ele se levanta e vai para junto de Marlene. Sento-me ao lado de Noah.

– O que Jack queria? – ele pergunta.

– Digamos que... – respiro fundo. – ninguém está a salvo do soro da verdade.

– Ele questionou você? – ele pergunta mais para ele mesmo do que para mim. Ele fica em silencio por alguns segundo, olhando para o chão e depois se vira para mim e sorri. – Bem... Poderia ter sido pior. – ele diz.

– Como? - olho para minha irmã. Ela está se sentando na cama e desamarrando os cadarços. Ela olha para mim e sorri. Senti falta desse sorriso; ela se deita e fecha os olhos. Ora, ora... Minha irmã dormindo cedo?

– Você poderia ter chorado na frente de centenas de pessoas.

– Quem disse que chorei?!

– Os olhos não mentem Ruthless... Minha mãe dizia para mim “Quem não compreende um olhar tão pouco compreenderá uma longa explicação” – ele sorri de lado.

– Então não quer saber o que ele me perguntou? – pergunto erguendo uma sobrancelha.

– Pelo que percebi foi algo que te deixou abalada então... Você me dizer se quiser.

– Hm... – paro e penso. Não irei contar para ele. Agradeço á Jack por ter me interrogado sem todos os membros. – Não quero contar.

– Tudo bem. – ele diz e se deita. – Vem cá.

– Mas já? Está muito cedo para dormir. – como magica, quando eu termino de falar uma mulher mais velha da Audácia que não reconheci apagou as luzes. Olho ao redor do quarto. Crianças voltando á seus pais. Olho para Noah, apenas a luz da janela está iluminando a penumbra do quarto. Na luz, seus olhos cor de avelã brilham.

Eu me deito de costas para Noah e ele abraça minha cintura. Não quero olhar para ele. Olhar ele me lembra de Luna. Lembra-me Sky...

Aquilo foi culpa minha. Sky agora está por ai por culpa minha. Luna está morta por minha culpa. Noah está sozinho... Por minha culpa. Só queria parar de envolver pessoas nessa minha fuga. E é isso que eu faço, eu estrago as coisas.

Fico tensa ouvindo a respiração dele contra meu pescoço.

– O que você tem? – ele sussurra. – Diga a verdade pelo amor de Deus... Não é fácil saber o que você está pensando então seja sincera...

– Na verdade eu não sei Noah. Sei lá, eu estou estranha. Desanimada, irritada, com medo, ausente, confusa… Não sei mais o que está acontecendo, porque estou assim, só quero que passe. E rápido.

–Espero que passe rápido – ele fica em silencio por um tempo, enrolando uma mecha de meu cabelo entre seus dedos.

– E... – começo, virando-me para ele. – O que você está pensando?

Ele não responde de inicio. Apenas depois de um longo suspiro.

– Luna se foi. Sky se foi... Temo que daqui a pouco... – ele pausa, olha em meus olhos e se aproxima. Encostando sua mão em minha bochecha, fecho os olhos quando sinto seus lábios sobre os meus.– Espero que não, seria injustiça ou talvez a pior decisão do destino se me tirasse você.

Não pude deixar de corar, deixando um pequeno sorriso aparecer em meus lábios. Abraço-o, puxando-o mais para mim. Não faz parte dos meus planos ficar sem o Noah. Se bem que duvido que tenha sido parte do plano de Luna morrer... Afundo minha cabeça em seu peito enquanto ele faz carinho em meu cabelo, fazendo meus olhos pesarem.

Quando acordo estou na mesma posição que dormi, abraçada a Noah. Seus olhos fechados tranquilamente. Seu cabelo castanho claro caindo em sua testa. Observando seu rosto mais atentamente percebi que ele está com um arranhão abaixo do olho. Encosto meus lábios nos seu. Um simples tocar.

Levanto-me da cama e ele continua dormindo. Todos estão dormindo a minha volta. Olho para a janela está quase amanhecendo.

Caminho pelo quarto até a saída. Onde deve ser o lugar onde os membros da Franqueza vivem? Tenho que ver Neelie.

Vou andando sem rumo. Pisos pretos com o símbolo da balança em branco. Piso branco com o símbolo preto. É tudo muito confuso. Uma curva ali, outro corredor. Terei que achar um jeito de marcar esses caminhos se eu não quiser me perder aqui dentro, como já estou perdida.

Encontro um corredor com um colchão no chão e uma pessoa sentada, de costas para mim. Ele veste preto e suas pernas estão cobertas. Um membro da Franqueza, talvez um guarda fora do turno ou algo parecido. Talvez essa pessoa possa me dar informações sobre onde Neelie possa estar.

– Com licença. – peço e a pessoa se vira para mim. Quatro. Ele parece ligeiramente confuso.

– Ruthless? – ele pergunta. É estranho imaginar que á dois anos atrás eu tive uma queda por ele. Não diria queda... Talvez admiração. Eu queria ser instrutora também... antes de eu os deixar.

– Quanto tempo. – digo ironicamente. Ele olha para a minha perna enfaixada.

– Desculpe por isso.

– Desculpe por atirar no ombro da sua namorada. – ele assente e se levanta, ficando na minha frente.

– Eu vi você na Amizade... – ele começa. – Achei que tinha morrido.

– Apesar de tudo, fui da Audácia. Não morro tão fácil. – digo e ele ri de lado. – Fui para o abrigo dos sem – facções... Conheci sua mãe... – ele olha para mim. – Ela me ofereceu algo.

– Ruthless... – ele começa.

– Não. – o interrompo. – Escute. Eu preciso de ajuda. Agora que sei que minha família está bem, posso me unir aos sem- facções. Só preciso que você avise a sua mãe.

– Não tenho como fazer isso.

– Claro eu tem. É praticamente improvável que você não tenha contato com ela, principalmente agora. Apenas diga que eu aceitei. – digo

Ele me encara por um momento. Desconfiado, talvez.

– Ora, mas você não escolheu a Erudição? O que faz aqui para começo de conversa? Como poderia confiar em você sendo que você faz parte deles?!

– Eu... Sim, - suspiro. – Fui para Erudição, mas talvez se eu pudesse voltar no tempo mudaria minha escolha. E quem é você para me acusar de algo? Você mesmo estava pensando em deixar a Audácia.

– É diferente.

– Não. Não é! Você também não é muito confiável. Você estava pensando em deixar sua facção, quem dirá que agora você também não possa estar planejando entrega-los á Jeanine. – Vejo a raiva em seus olhos.

– Você sabe que não! A mais provável a fazer isso aqui é você. Você tinha uma certa influencia na Audácia, foi para a Erudição e voltou agora do nada para “proteger sua família”?! Por favor Ruthless...

– Está sendo injusto. Está me acusando de algo que não fiz. – grito, perdendo o controle. Nunca fui uma pessoa que consegue se mantiver calma por muito tempo. Respiro fundo e fecho os olhos. Quando torno a abri-los estou mais calma. – Apenas avise á Evelyn, por favor


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