Coincidências Ou Destino? escrita por Everlak


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Lindos, cá está um novo capítulo emocionante! Corram para ler ele! Boa leitura!



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POV Katniss

O que se está a passar? Estou a sonhar? Estou louca? Isto não pode ter acontecido realmente. Sou raptada brutalmente com Johanna e levada para sei lá onde. Até pensei que eles estivessem atrás de Joh mas afinal era a mim que eles queriam. Para mim isso não fazia o mínimo sentido. Quase ninguém sabia que eu era filha do Snow e consequentemente não sabia a fortuna que eu possuía. Acho que nem para Gale contei o valor da minha conta bancária. E como eu não era patricinha nem esbanjava não percebeu. Mas maior surpresa foi ver Peeta ali, olhando para mim num misto de pena e ódio. Ódio? O que eu fiz para ele? Entretanto percebi que eles queriam informações sobre o meu pai. Mas como assim? Porque razão quereriam saber do ramo imobiliário? Esta gente é louca? Bastava pegar num computador e procurar! Não era tão secreto assim. Mas mesmo assim, eles saíram e deixaram dois guardas me torturando até conseguirem algo de mim. Eu já não sentia nada, me sentia flutuar por cima do meu corpo. A única coisa que ainda conseguia fazer era gritar, gritar que nem louca. Quando um dos capangas ia pegar em algo que me parecia um lâmina, alguém entra e faz sinal para eles saírem. Era Peeta. Ele me manda ficar quieta pois só quer ajudar. Após ameaçar chamar de novo os dois caras eu me dei por vencida e lhe passei as poucas informações que tinha. Eram realmente poucas porque eu mal conheço meu pai. Ele sempre foi ausente, sempre estivera ocupado com suas coisas. Minha mãe também raramente falava dele. Desde o divórcio só se falavam mesmo quando necessário e nada mais. Minha mãe parecia ter medo dele mas quando eu a questionava ela desviava o assunto. Peeta pareceu acreditar em mim graças a Deus. Apesar de tudo acho que ele não era um monstro. Apenas buscava algo que eu não sabia o que seria. Antes de sair ele me deixou beber um chocolate quente e nunca uma bebida me soube tão bem! Apesar da raiva que eu estava dele, fiquei agradecida pelo gesto.

A hora seguinte foi calma, quer dizer eu estava amarrada e tudo mais mas ninguém veio para me torturar de novo. Ouço vozes no corredor e passos de corrida. Alguém apressado. Algo explode bem do meu lado esquerdo ao mesmo tempo que vejo Peeta entrar. Sinto tudo girar quando minha cadeira tomba pelo embate e respirar se torna difícil. Peeta Corre e me desata quando ouvimos outra explosão. Quando saio apoiada em Peeta, uma outra pessoa me ampara. Gale. Ao vê-lo sinto as lágrimas escorrerem. Ele fazia parte disto. Ele também queria -me destruir. Meu melhor amigo me traiu. Nos movemos e uma outra explosão se faz ouvir atrás de nós. Eu tombo junto com eles no chão e meu joelho lateja de dor. Peeta e Gale me forçam a levantar e a continuar quando dois guardas aparecem na nossa frente. Gale pede a Peeta para continuar sem ele e saca de uma arma disposto a enfrentar os guardas. Meu pai enviou seguranças? Não sei, estou confusa. Peeta me puxa. Quando estamos perto da saída outro guarda se interpõe e Peeta não tem outro remedio a não ser deixar-me. Pelos vistos está desarmado. Porém, quando o homem fala e percebo que o objectivo dele é matar Peeta me dá um aperto no coração. Eu não podia deixar isso acontecer. Afinal, ele foi o único que mostrou compaixão aqui. Sem pensar no que estava a fazer, dou um soco desajeitado no cara e ele deixa cair a arma. Com a maior destreza e rapidez que consigo reunir, pego na arma e disparo duas vezes sobre ele. Minhas mãos tremem e eu não acredito que acabara de fazer aquilo. Afinal eu não era como Peeta, era pior. Isso deitou minhas defesas abaixo. Como eu podia dizer-me de calma, tímida quando acabara de matar um homem? Senti um nó se formar em meu estomago ao ver o corpo se esvair em sangue. Olhei para Peeta que ainda me encarava de olhos esbugalhados pelo meu acto. Eu tinha que sair dali antes que ele me levasse de volta e me aprisiona-se. Apontei a arma para ele a fim de evitar que ele se aproximasse e fui me movendo em direção à porta sem tirar os olhos dele mas ele não fez menção de se mexer, apenas me olhava com os olhos brilhantes.

Mal fecho a porta atrás de mim corro um pouco sem direcção. Vejo uma estrada e decido correr ao longo dela. Haveria de dar a algum lado ou conseguiria carona com sorte. Eu não conseguia correr com a velocidade que precisava pois estava um poico machucada por toda a agressão e as explosões não ajudaram. Eu precisava parar. Desacelerei um pouco e vejo um carro a aproximar-se e a abrandar. Pensando que seria Peeta e os outros, ignorei a dor que atravessava meu corpo e desato a correr novamente. Mas o carro não me segue.

– Katniss! – Mal ouço chamar por mim paro e olho para trás. As lágrimas correm sem que consiga evitar. Volto a correr mas desta vez em direção ao carro. Em direção ao meu pai. Tenho a intenção de o abraçar mas ele se afasta e apenas me esfrega o ombro. – Entra no carro. Agora.

Faço o que ele me manda sem questionar. Ele sempre foi um pouco frio mas pensei que quando sua filha é raptada, uma pessoa mostrasse um pouco de emoção, de afecto. Eu já devia estar acostumada. Durante o trajecto para sei lá onde ele nem perguntou como eu estava, apenas falava nervoso ao celular. Algo relacionado com algum negócio. Eu me encostei à janela respirando fundo e tentando libertar todas as emoções do meu corpo. O segurança que seguia ao meu lado olhou para mim de um jeito que não sei explicar. Mas logo seu semblante voltou a ficar sem expressão quando meu pai lhe olhou severamente. Chegámos a uma casa enorme, não tanto quanto a de Peeta. O segurança me pegou delicadamente o braço e me amparou quando reparou que não estava no meu melhor.

– Anda logo com isso! Não tenho o dia todo – Meu pai pronunciou-se aborrecido. Ele podia demonstrar um pouco de compaixão pela filha magoada.

– Desculpe senhor – O homem ao meu lado murmurou. Ele não parecia ser muito mais velho que eu e seus cabelos eram tão loiros quanto o do garoto que deixei para trás. Ele começou a puxar-me com mais força. Quando chegámos lá dentro, meu pai e os guardas vão todos para a sala.

– Katniss, só vou perguntar uma vez, então trata de responder corretamente – meu pai falou mal me sentei no sofá com a ajuda do loiro. Assinto – Muito bem, o que eles te disseram lá dentro? Alguma coisa útil e que valha meu tempo?

– N-não. Pelo contrário, eles queriam que desse informações sobre o pai. Eles deviam ter confundido a pessoa. Quer dizer, você é apenas um imobiliário. Não tinha nada a dizer sobre você mas ainda assim tentaram a todo o custo tirar informações de mim. – explico. Ele se mantém inexpressivo. Eu me encolho no sofá com as lembranças da tortura. Novamente o guarda loiro olha para mim. Eu desvio o olhar.

– Tanto drama por isso? – Meu pai gargalha – Certo, Cato leva a Katniss para onde te falei. Já que ela está aqui, vai-me ajudar num negócio. Correto Katniss?

– C-Correto – balbucio. O que precisava nesse momento era de dormir. Apenas dormir e nunca mais acordar. Mas o seu olhar indicava que não receberia um não em resposta. Me Levantei e segui o garoto loiro que sabia agora chamar-se Cato. Subi as escadas atrás dele e ele abriu uma porta.

– O teu pai deu ordens para que tomasses um banho e vestisses o que está em cima da cama. Tens maquilhagem e acessórios de cabelo na secretária.- Seu olhar mostrava compaixão, pena por mim. – Ele pediu para caprichares.

– Mas porquê? – choraminguei – Eu não estou em condições para fazer o que quer que seja que o meu pai quer que eu faça.

– Garota, vem cá – Ele pediu para eu me aproximar e assim o fiz – Se eu fosse você começava a obedecer sem questionar. Seu pai não gosta que o desafiem. Agora se apresse.

Sem mais uma palavra ele sai do quarto fechando a porta atras de si. Vou diretamente para o Duche. Meus machucados doem quando em contacto com a água quente mas ainda assim é um alívio. Penso nas últimas palavras de Cato “Seu pai não gosta que o desafiem”. Isso me fez pensar se ele seria quem ele diz ser. Pela primeira vez me questiono o porquê dos guardas. Parecia uma cena tirada da Máfia. Será que meu realmente era alguém mau a ponto de quererem raptar sua filha para informações? Não, eu não queria acreditar nisso. Saio do chuveiro com lágrimas nos olhos mas trato logo de me recompor. Quando vejo o que tenho de vestir fico estática. Aquilo era um tanto vulgar e eu nunca vestiria algo assim de livre vontade. Engulo as lágrimas que teimam a correr, me visto e trato da maquilhagem. Me lembro da ameaça de Cato sobre meu querer que eu caprichasse e coloco uma maquilhagem bem carregada. Em relação ao cabelo, resolvo estica-lo por completo, parecendo ainda mais vulgar no panorama completo. Quando Cato dá uma batidinha na porta e entra eu estou sentada na beira da cama chorando e ele senta-se ao meu lado me dando um abraço.

– Lamento tudo pelo que passou – ele sussurra no meu ouvido.

– É o primeiro que se importa sequer com o que passei – confesso suspirando. Faço um gesto para ele olhar para meu corpo – O que meu pai pretende com isto?

– Eu realmente não sei – declara – Mas mesmo que soubesse não poderia dizer para você. Seu pai é muito rigoroso em relação a isso.

Entro novamente num pranto. Em apenas dois dias minha vida virou do avesso e eu não sabia mais quem eu realmente era. Cato olhou para mim indeciso com algo e depois suspirou tirando algo do bolso.

– Eu não sei o que seu pai está tramando mas sei que é algo grande pois ele anda bem nervoso com isso. E eu tenho medo que você acabe sofrendo também com isso. – diz ele segurando minhas mãos e depositando um papel nelas – Caso você precise de ajuda ou algo do género não hesite ligar para este número.

– O número é seu? – pergunto confusa

– Não, era arriscado dar meu numero a você. Seu pai poderia descobrir. Se ligar para este número, o provável é ninguém se pronunciar do outro lado da linha mas você fale o que precisar que será providenciado. – Ele me garante. Aceno a cabeça e dou um abraço de agradecimento.

– Porque você está aqui? – Disparo – Você não parece do tipo cruel. Cruel como estou descobrindo que meu pai é.

– Eu não tenho escolha – murmura. – Agora vamos que seu pai está à espera

Me agarro a seu braço e saio do quarto dando um grande suspiro. Quando começamos a descer as escadas começamos a ouvir vozes masculinas no andar em baixo e Cato se afasta de mim. Meu pai me vê e abre um enorme sorriso.

– Obrigada Cato! – Meu pai me agarra o ombro e me puxa para perto dos homens. – Meus senhores, vos apresento finalmente minha filha.

– Definitivamente ela tem a essência da mãe – um dos homens faz menção de se aproximar mas eu dou uns passos para trás. – E a arrogância do pai. Tão adorável…

– Realmente adorável – meu pai pronuncia. – Então vamos falar de negócios?

– Ora, caro Snow, para quê a pressa toda? – O mesmo homem toca-me na cintura me puxando para ele.

– Não me toque! – Grito para ele. Vejo Cato cerrar os punhos e a tentar controlar-se no lugar.

– Irritadinha, hem? Gosto… - O nojento fala – Muito bem Snow, vamos falar de negócios então.

– Você já sabe o que eu quero meu caro. – meu pai responde. – E eu já lhe ofereci um negócio que você recusou.

– Sim, é verdade. Achei que o que você ofereceu é pouco. – o homem senta-se confortavelmente no sofá e eu permaneço de pé me aproximando da proteção de Cato.

– Tudo bem – suspir meu pai – O que você quer mais?

– Eu quero ela – responde o homem calmamente e apontando para mim. Fico apavorada e olho para meu pai em súplica. Sinto Cato agarrar minha mão mas meu pai me agarra na outra e me puxa para ele me obrigando a separar de Cato.

– Você quer minha filha? – Pergunta descrente. Eu suspiro em alivio.

– Isso mesmo. Ou nada feito.

– Sério? Pensei que seria mais difícil convencer você. – Meu pai olha para mim – Até que enfim que você será uma mais valia para mim, que servirá para algo.

– E então? – O homem estende a mão para fechar negócio com meu pai. As lágrimas rolam sem pedir licença. Já perdi a conta de quantas vezes já chorei hoje. Olho para o lado inconsolável e vejo Cato de cabeça baixa e as mãos de massacrando uma à outra. Meu pai sempre era o vilão aqui. Nesse caso o que eram Gale e Peeta? Talvez antigos sócios dele que querem vingança? Eu não sei nem quero saber disso agora. Meu pai estava prestes a vender-me como se eu fosse um objecto, como se não fosse sangue do seu sangue. Meu coração não aguentava mais desgostos. Primeiro Peeta, Gale e meu pai.

– Temos acordo! – Meu pai selou o acordo. O homem se aproximou de mim satisfeito. – Vem garota.

– Pai? – Grito desesperada enquanto meu pai me ignora. Fungo resignada e me deixo ser guiada para fora com a pessoa nojenta que me comprou. Meu pai me desiludiu e eu agora não era nada a não ser um mero objecto. Me mandam entrar numa limusine preta e eu assim o faço. Me sento no canto mais afastado do homem.

– Garota, não sejas tímida! Eu me chamo Henry e você?

– Não te interessa! – Desafio. Seus olhos ficam negros de raiva e ele me agarra o braço me magoando. – Aiii!

– Você que pediu assim! – ele vocifera – Seu nome?

– Katniss! Meu nome é Katniss.- choramingo. Estamos já fora da propriedade daquele que se dizia meu pai.

– Não foi assim tão difícil pois não? – ele graceja – Agora faz-me um favor e tira esse vestidinho que está a interferir com minha visão.

– Não, por favor – peço me encolhendo sobre mim mesma.

– Que merda, tira esse vestido agora! – Ele me dá um soco na cara me fazendo ficar atordoada. Ele aproveita e começa a rasgar o vestido. Eu me debato com todas as forças que consigo reunir mas ele é mais forte que eu. Mordo seu ombro e dou um pontapé entre as pernas o fazendo cair para o lado. Me lanço por cima dele para chegar na porta e me atiro para fora do veículo. A queda esfola toda minha pele desprotegida mas eu ignoro a ardência e corro o mais que posso para longe. Penso que a minha melhor hipótese é adentrar pela floresta e é isso mesmo que faço. Não sei por quanto tempo estou a correr mas só paro quando chego à costa e vejo o mar à minha frente. Desabo na areia aos prantos. Deito tudo para fora, todas as emoções retidas no meu peito. Então olho para meu corpo. Quase não resta tecido nenhum sobre ele. Vejo meu sutiã intacto e um pequeno papel nele. Pego no papel como se nele contesse minha vida. Pegue o pegueno telemóvel que prendi na parte interior da coxa e ligo para o numero que Cato me deu. Após alguns toques e ao contrário que Cato falou, alguém atende no outro lado da linha.

– Alô? – A voz pergunta com um tom de desconfiança – Quem fala?

– E-eu preciso de ajuda! – desabafo em meio de lágrimas- Por favor me ajude.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Ninguém morreu por aí? De novo, este capítulo contem pistas que vos podem ajudar a deslindar tudo kkkkkkk mas só os mais atentos perceberão.
Agora, gostava que os fantasminhas comentassem a fic, nem que seja com um "gosto" ou "não gostei". E recomendações? também não mereço? Não? Ok kkkkkk
Espero que estejam a gostar da história pelo menos, isso é o mais importante. Beijos fofos



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