POV Katniss

Enquanto Johanna tomava banho eu resolvi subir e ir ao quarto de Gale. Bati à porta e ele me mandou entrar. Sua cara não era das melhores.

–Está tudo bem Gale? – Questionei me aproximando dele e lhe dando um abraço.

– Agora que está aqui, muito melhor. – ele tenta gracejar mas depois fica sério – Meu pai que me ligou.

– Seu pai? – Gale não tinha uma boa relação com os pais. Eles se falavam e tudo mais mas percebia-se que não havia uma conexão entre eles.

– O que ele falou para você?

– Nada demais, não se preocupe. Apenas umas coisas que não estava preparado para ouvir.

– Tem certeza que está tudo bem? – ele parecia muito nervoso.

– Sim, sim. Apenas me apanhou de surpresa. – ele concluiu. – E você o que quer comigo.

– Bem eu vou ao shopping com a Johanna. Você quer vir?

– Desculpa mas eu passo. A sua colega de quarto é muito louca! E além disso, eu tenho que começar um trabalho com meus colegas. Aliás estou atrasado para me encontrar com eles na biblioteca. Até logo Katniss. Diverte-te! – ele me deu um beijo na testa e saímos do quarto.

Eu me encaminhei de novo para o quarto. Johanna já estava pronta e até tinha separado uma roupa para mim. Olhei para ela com a sobrancelha arqueada.

– Jo, nós vamos ao shopping, não a uma festa – declarei.

– Sim, mas nós temos que estar sempre fantásticas. Quem sabe encontramos um gato não achas? – ela fala enquanto passa rímel em suas pestanas.

– Está bem! Vou tomar um duche. – proclamo enquanto pego nas roupas separadas por ela. Tomo o duche pensando em Gale. Eu o conheço bem para saber quando algo o perturba e esta é uma das situações. Queria poder fazer alguma coisa por ele mas este assunto era entre ele e o pai. Mais ninguém tinha o direito de se intrometer. Agora que penso nisso, eu nunca havia visto seu pai. Sua mãe sim, várias vezes quando ia a sua casa. Mas seu pai nunca nos deu o prazer de sua presença. Gale e sua mãe sempre pediam desculpas dizendo que ele estava trabalhando até tarde. De inicio, achava muito estranho mas com o passar do tempo deixei de dar importância. Quando me ia vestir percebo que as roupas não eram minhas mas de Joh. Sendo sincera, achava que as roupas iam me ficar mal mas eu acabei ficando muito bem nelas, uma fofa. Saí do banheiro e dei uma voltinha para Jo ver bem .

– Obrigada por me emprestar suas roupas – Agradeço - Não precisava.

– Agora são suas. Ficam bem melhor em você – ela sorri. – Vamos?

Assinto e vou até à garagem com ela para pegarmos seu mini cooper vermelho e finalmente saímos para o shopping. Ela liga a rádio e está a dar uma música contagiante então as duas começamos a cantar junto:

– Every single morning
Wake up in the afternoon
Cover up the mirror
Just to get a better view
Been around the world and never even left the room
And I, I can’t figure out
Why? So I just scream and shout

I believe, I believe, I believe
I believe I’m going crazy
Going crazy, Going crazy
I believe I’m losing my mind

(Todas as manhãs

Acordo à tarde

Cubro o espelho

Só para ter uma vista melhor

Estive ao redor do mundo

E nunca sai do quarto

E eu

Eu não consigo compreender

Por quê

Então, apenas grito e berro

Eu acredito, eu acredito, eu acredito, eu acredito

Estou enlouquecendo, enlouquecendo, enlouquecendo

Eu acredito que estou perdendo a cabeça)

A música acaba e ainda estamos nós aos berros e às gargalhadas. Vamos o caminho todo a cantar as restantes músicas que continuam tocando. Mesmo quando não as conhecemos, improvisamos. Jo é realmente divertida quando não está sendo assustadora. Demorámos cerca de meia hora para conseguir arranjar lugar no maldito parque de estacionamento. Por fim conseguimos arranjar um lugarzinho mas então tudo aconteceu muito rápido.

– Katniss! Katniss! – Ouvi Gale gritar e correndo em nossa direcção – Larguem ela!! Não é ela que vocês querem!!

Antes de conseguir perceber alguma coisa alguém me acerta na cabeça e tudo fica preto.

POV Peeta

Â

– Um filho? – Pergunto perplexo. - Como assim um filho?

– Segundo conseguimos apurar a amostra que seu pai conseguiu era do filho dele e não dele próprio. Por isso a semelhança de ambos os ADNs. Ele tem um filho. Provavelmente mais ou menos da sua idade Peeta.

– Mas como? Como ninguém sabia disso? – exigi

– Ele escondeu bem seus rastos… Claro que ele não deixaria ninguém saber da existência do filho. Ele queria protege-lo assim como nós fizemos com vocês – Plutarch explicou. O celular do meu pai começa a tocar. Ele atende e murmura algumas palavras e desliga.

– Já apanharam o filho e estão vindo para cá. – esclarece.

– Optimo, talvez consigamos extrair informações dele – Glim afirma. Ela é optima em persuadir pessoas e a manipular elas caso seja necessário.

– Sim, ou ele dirá o que nós queremos ou o pai irá irá dar um passo em falso e fará de tudo para proteger o seu filho. Qualquer uma das hipóteses é favorável para nós. Ou matamos o filho logo de uma vez. Podemos originar uma guerra mas pelos menos teremos vingança. – eu continuo.

– Gente, não vamos matar ninguém, não por enquanto. Acho que pudemos fazer algo mais produtivo com ele. Tortura é o ideal. – A mãe de Glimmer, Cashemere opina. Meu pai assobia alto para colocar odem no local. Todos se calam e ele se prepara para falar.

– Plutarch – ele começa – você está certo em dizer que era seu filho. Porém, está errado ao mesmo tempo.

– Como assim? – perguntamos todos ao mesmo tempo confusos.

– Não é um filho, mas sim uma filha.

Beijos Gatos