Amor Platônico escrita por Road-sama


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Boom... Essa one foi feita para o Desafio da imagem inspiradora da Toca das Fujoshis!

Espero que gostem.

Apesar de não ter lemon - posso pensar em fazer um especial dependendo. haha - espero que gostem >

ShikaNeji... por que né... ShikaNeji é VIDA ! *u*



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Aquele momento em que você não sabe mais o que fazer da vida.

Correu os olhos na sala, passando o dedo sobre o entalho em sua mesa com seu nome ‘Shikamaru Nara’, parando sobre a pilha de papéis ao seu lado. Naquele dia em especial não se sentia a beira de um precipício, pois sabia que seria seu último. A transferência já estava concluída, precisava somente tomar os papéis em nota e mandá-los para o setor de Recursos Humanos. O setor que menos queria ir;

Desde a sua chegada à empresa, seis anos atrás, até agora, manteve no seu silêncio o segredo de seu amor. Amor cruel, doloroso, problemático. Apaixonara-se pelo gênio, o homem no topo daquela empresa que vivia lhe humilhando de diferentes formas. Encantara-se pelo homem de cabelos negros com pose altiva e, entre seus outros defeitos, egocêntrico. Estava amando Neji, um homem total e irredutivelmente problemático.

Levou a pilha em suas mãos, colando contra seu peito. Num suspiro vago começou a caminhada pelo corredor – que antigamente era reconfortante – frio e vazio, perdendo-se nos relapsos de memórias. Lembrou-se de quando seguia o gênio com seus olhos todas as vezes que passava de forma arrebatadora pela janela de seu escritório. Ou quando o dono de orbes tão hipnotizantes, de uma maneira que não sabia explicar, o encarava do outro lado da mesa de reuniões;

O amava, claro que sim, só que por motivos óbvios não poderia expressá-lo. Ajeitou os papéis que começavam a se desorganizar e, soltando mais um suspiro, virou a sua direita no final do corredor.

“Shikamaru!”

Um misto de ansiedade passou por seu corpo, talvez por querer acreditar que fosse o gênio egoísta quem lhe chamara. Mas sabia que isso não aconteceria – pelo simples fato do grande Neji não ter lhe dirigido a palavra nenhuma vez, ou pelo fato dele nem conhecer seu nome – por isso virou tão lenta e vagarosamente.

“Oh! Naruto...”

“Esperava outra pessoa?” Encarou o sorriso brilhante de seu companheiro de sala, sentindo-se contagiado pelo loiro, apesar daquele misto de felicidade incomodar seu âmago. Recusou-se a mostrar os indícios de sua amargura e, antes que pudesse ser descoberto, sorriu de forma preguiçosa.

“Não.”

“Então, é hoje né?”

“Sim...”

“Ainda não entendi o motivo para você querer mudar de central.” Uniu as sobrancelhas, mordendo-se interiormente.

“Sabe, Naruto... Há coisas problemáticas demais nesse mundo.”

“Você é muito pessimista, Shikamaru!”

“Você é otimista demais, Naruto.”

“Tschi! O mundo é chato demais se você se concentrar nas coisas chatas, ‘ttebayo.”

Fitou o amigo de anos, balançando a cabeça inacreditável. Mesmo demonstrando seu sorriso como uma artimanha para escapar de perguntas difíceis, conhecia o sofrimento daqueles orbes azuis anis. Naruto lhe lembrava dum palhaço, sempre sorrindo, mas ninguém sabe o que um sorriso de palhaço esconde. E entendia que no fundo daquela lagoa, existia um segredo obscuro...

“Eu sei...”

“Precisa de ajuda?”

Seus olhos repousaram sobre as nuvens que corriam soltas no céu. Imaginou-se como elas, correndo soltas... Livres... Talvez assim pudesse arrancar seus sentimentos torturantes do peito.

“Não, não preciso.”

“Certo. Tenha uma boa viagem, ‘ttebayo!”

“Valeu.”

E novamente estava sozinho naquele corredor – inexplicavelmente longo –, desejando esperançosamente não encontrar o homem que perturbara seus sonhos nos últimos anos. Repetindo o mantra de que ele não estaria na sala tão convicto e, de tanto repetir, conseguiu. A mentalização teve efeito.

“Oh! Shikamaru.”

“Kiba.” Seu suspiro aliviado alcançou o homem de cabelos castanhos; Poderia não importar naquele momento para o mais novo, porém, ele sabia que havia algo escondido na face aliviada de seu colega de trabalho, algo que já imaginava o que seria.

“Já está pronto para a viagem?”

“Apesar de ser problemático, sim!”

“É a vida... Mas você se dará bem por lá. As secretárias são altas gatinhas!”

Riu do comentário do menor. Mesmo querendo que fosse assim... Seu desejo por mulheres havia desaparecido diante toda a sua obsessão pelo chefe do setor de RH; Estendeu a pilha para o outro, não queria testar a sua sorte ao prolongar os minutos naquela sala.

“Aqui estão os relatórios. Precisa de algo mais, Kiba?”

“Ah! Ótimo. Não, não. Era só isso mesmo.”

“Certo.”

“Hum, o Neji deu uma saída. Ele volta daqui a pouco. Aí você pode dizer pessoalmente que está saindo.”

“Não, ele nem vai querer saber.”

“Claro que vai.”

Fitou o dono de fios tão castanhos e expressão selvagem. Tentando captar algum indício de piada, ou algum tipo de sarcasmo. Não encontrou.

“Do que está falando?”

“Neji admira muito o seu trabalho, pensei que soubesse.”

Reteve-se a apenas balançar a cabeça e negar a informação. O grande gênio nunca teria esse tipo de pensamento sobre si e, mesmo que fosse verdade, chegava a ser frustrante que nunca tivesse notado algo similar. Tantos anos de observação e não conseguiu obter nada, não percebeu absolutamente nada. Era tarde demais para querer voltar atrás;

“Bom, que seja. Vou indo!”

E após algumas palavras afetuosas de boa viagem e um bom recomeço, retirou-se do local o mais depressa possível, voltando a caminhar novamente no mesmo corredor. Manteve-se focado na ideia de que era o melhor, mesmo passando seis anos, ir embora. Ficar longe daquela presença que lhe instigava a fugir da rotina, que se sobressaia diante tantas outras.

Chegou a sua sala, despedindo-se mentalmente de seu santuário. Era confortável estar ali nos momentos de indecisões, era acolhedor chegar ali nos momentos de tristeza. Mesmo as pessoas reclamando que o trabalho era uma porcaria, Shikamaru não concordava. Gostava do que fazia e, apesar de todas as coisas, era um dos melhores que sabia fazer.

Girou sobre os calcanhares e afastou-se de seu santuário. Não tinha mais o que fazer e nada mais a declarar. Seus passos ecoavam rudemente por aquele extenso corredor, mesmo que quisesse abafa-lo não conseguiria, pois o eco das batidas de seu coração iria fazer se ressaltar.

“Um belo dia para ir, não?” Sussurrou encarando seus pés; Apesar de toda a melancolia, estava, em parte, feliz por se livrar daquilo. A ideia de se confessar ou de demonstrar suas intenções nunca havia lhe passado pela cabeça, seu pai diria que era exagero a atitude de se mudar apenas porque estava apaixonado... Mas seu pai não fazia a mínima ideia de que era por um homem.

Chegou até a recepção da empresa. Apesar da imensidão daquela empresa, as noticias corriam rápido. E mesmo querendo acreditar, não conseguia entender o motivo para que Neji não soubesse de sua saída. Ele trabalhava no setor de recursos humanos... Tinha acesso às listas dos funcionários, entre outras coisas. Bufou cansado, alcançando a grande mesa de mármore, sendo abordado pela secretaria de cabelos tão ruivos, que chegava doer à retina, que lhe desejava uma boa viagem.

“Obrigado, Karin.”

“E quando precisar de algo mais, já sabe né? Tem o meu número.”

Sorriu amigavelmente, porém, nem um pouco contente com a ideia. A ruiva era conhecida por suas escapadas com os funcionários da empresa, principalmente com o presidente. A ideia de dormir com aquela mulher lhe arrepiou a espinha e, mesmo que quisesse, odiaria ter que fazê-lo.

“Pode deixar.”

E virando-se para a entrada, encontrou com a pessoa que vinha lhe perturbando o sono. O moreno, vestindo uma camisa – que acentuava seu tórax definido – e uma calça social, caminhava arrogantemente em sua direção. Os olhos, de cores tão peculiares, fitaram os seus intensamente e toda a sua motivação para sair correndo se desfez rapidamente. Suas pernas pareciam querer desmoronar, toda aquela situação era problemática demais para poder digerir. Se ao menos recebesse apenas um ‘oi’ ou qualquer tipo de comentário sobre o que estava fazendo, qualquer coisa para aumentar suas esperanças, permaneceria ali... Naquela empresa;

Porém, nada aconteceu. E o que ficou fora apenas o seu perfume arrastado pelo ar, ao passar por seu lado. Ele era ocupado demais, importante demais. Não se daria o luxo de ao menos dizer-lhe adeus. E aquilo apenas apeteceu a ideia de que, sim, deveria ir o mais depressa possível.

“Eu não tenho motivos para permanecer ao seu lado, apenas motivos para partir.” Sussurrou amargamente encarando as costas do menor, que eram preenchidas por seus fios negros, se distanciar através do corredor. “Adeus, Neji.

Despediu-se da mulher ao seu lado, parando algumas vezes no caminho para cumprimentar seus colegas de trabalho; Mesmo não querendo ser invisível, mesmo não querendo ser um figurante... Seu papel já havia sido decidido há muito tempo. O homem de expressão tão angustiante era dono de um amor sublime, porém, culpava-se por querê-lo;

[...]

Jogou a papelada em sua mesa – Nada mais importava. – passou-se sete meses após a sua partida da antiga empresa. Estava trocando de emprego com quem tomava banho. Não era mais satisfatório trabalhar, seus pensamentos acabavam lhe traindo... Sua mente focava em outra coisa que os papéis com relatórios sobre vendas.

“Com licença, chefe Nara.” Encarou a loira entrar em sua sala; De todas as suas secretarias essa era a mais competente em questões de serviços e, apesar da aparência, não se deixava abalar diante as situações difíceis. Era uma boa garota.

“Pode entrar, Ino.”

“O senhor tem uma reunião daqui cinco minutos, precisa que eu ajeite o material?”

“Sim, obrigado.”

Desviou sua atenção para o relógio de pulso, as horas passavam como vento naqueles dias. Desde que saíra da central, passara-se cerca de um ano e meio. Nesse tempo perambulou por três empresas diferentes, em busca de algo que nunca encontraria; Parecia que seu amor apenas aumentava à medida que se distanciava.

Levantou-se preguiçosamente da cadeira azulada. Todos na empresa conheciam sua inteligência para coordenar ótimas negociações entre os clientes e, por possuir tal habilidade, muitos estavam de olho em sua experiência profissional, acarretando numa problemática negociação entre as empresas que o disputavam.

“Quer tomar algo antes da reunião?”

“Um copo de ânimo e um extra de paciência, por favor.”

Sua secretaria sorriu com a resposta, conhecia as manias de seu chefe tão bem que chegava a assusta-la. Apesar de toda a máscara para manter todos longe de si, sabia que tinha algo escondido por trás do mais velho. Mesmo que Shikamaru não desse ponto sem nó, várias vezes o pegara perdido em pensamentos enquanto riscava um nome – que nunca descobrira qual – numa pagina de papel.

“Você consegue! Apesar de que será um pouco difícil hoje.”

“Por quê?”

“Parece que há um novo negociador com nosso cliente, ele estará aqui hoje para cobrir nossas ofertas.”

“Sério?”

“Sim. Dizem por aí que ele é considerado um gênio...”

“Tschi... Que problemático.”

Saiu da sala sendo acompanhado por sua secretária, ela segurava em seus braços os documentos necessários para a reunião. Naquela altura nunca se importava em saber os detalhes das empresas com quem negociava, avaliava o perfil do comprador na hora. Sendo persuasivo, convicto de suas palavras, um homem totalmente armado de todos os lados.

“Ah! Já estão aqui.”

Olhou de relapso para a sala de reuniões, assustando com a figura presente dentro dela.

“N-Neji... Hyuuga.”

“Sim, o conhece chefe?”

“Preciso voltar! Diga que estou passando mal ou qualquer coisa!”

“M-Mas...”

Girou em seus calcanhares o mais depressa possível. A ideia de reencontra-lo ali não lhe apetecia nenhum um pouco, não estava preparado para o choque. Queria se esconder em algum lugar no subterrâneo da terra e permanecer ali pelo resto de sua vida.

“Shikamaru, está quase atrasado!”

Cerrou os olhos, murmurando merda. Voltou-se para a direção da sala – desesperadora – de reuniões, o presidente lhe aguardava na porta e parecia impaciente. Riu nervoso, já esperando ser repreendido pelo feito.

“Desculpa, presidente Asuma.”

“Está desculpado, agora se apresse.”

Relutante, caminhou até a entrada da porta. Observou o moreno lhe encarar superiormente, mesmo tempo passado dezoito meses permanecia o mesmo. Os fios negros, presos na altura dos ombros, o terno meticulosamente ajeitado, a expressão séria, o jeito arrogante de ser... Tudo...

Desconfortavelmente sentou-se na cadeira ao lado de seu presidente, exatamente na frente de sua dolorosa paixão. Após torturantes minutos foram apresentados. E ali se iniciava uma longa negociação. De um lado o preguiçoso com um ótimo poder de persuasão, do outro o gênio incorrigível com palavras ácidas. Dois polos que passaram mais de três horas se alfinetando. Sem comentários a mais, conseguiu vencer a muralha impenetrável do grande gênio. Mesmo sendo um tanto quanto desgastante, no final, obteve o aval de seu cliente. Conseguira fazer-se notar diante aqueles olhos.

“Foi um prazer negociar com vocês!”

“O prazer foi nosso.”

Despediram-se formalmente, apertando-se as mãos, porém, quando foi apertar as mãos do moreno notou que a sala esvaziara-se. Estavam os dois sozinhos, de certa forma aquilo alimentou seu âmago e arrepiou sua espinha. Sentiu-se ser puxado por aquela mão e os lábios que tanto desejava roçarem no pé de seu ouvido.

“Pensou que escaparia de mim?! Seu preguiçoso duma figa!”

Bom... Talvez seu amor não fosse tão platônico assim;


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Notas finais do capítulo

E então... O que acharam?? *Corre para as colinas* ><
Deixa eu fugir aqui meu povo! hahahahahahahhaha beijo beijo õ/
Comentem, nee?? *-*

Continuação: http://fanfiction.com.br/historia/424133/Amor_Platonico_-_Especial/