As Estrelas Da Esperança escrita por Vaskevicius


Capítulo 38
Capitulo 38 – Sacrifícios Nas Sombras E A Morte Nas Chamas




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Templo de Áries

– Mas...Isso não é possível... – Vaskes se afasta da armadura e balbucia algumas palavras com um olhar incrédulo. – Se eles tivessem nos contado...

– O que aconteceu?! – Perguntou Chaffin aflito, e ao ver que não houve respostas, ele chama pelo cavaleiro – Vaskes!!

– Me desculpe. – Grou volta a si e abaixa a cabeça. – Sinto muito por Casty, ela realmente gostava muito de você.

– Como pode saber disso?

– A armadura me contou, ou melhor, me mostrou isso. – Respondeu calmamente Vaskes – Me mostrou muito mais do que isso.

– O que você quer dizer com isso?

– Pense um pouco, não foi muito coincidência vocês terem se encontrado aqui? – Vaskes se volta para o mais novo cavaleiro de Vela – E com a volta de sua mestra, ela foi capaz de lhe ensinar mais uma técnica. Coincidências como essas não existe, todos já estavam cientes.

– M-Mas... – O cavaleiro de Vela estava pasmo com que acabara de ouvir, afinal era tudo verdade e ele pensava no que realmente estava por trás de tudo isso. – Por quê?

– Para que sejamos capazes de vencer. – Respondeu Vaskes. – Agora compreendo o que Sascha disse no Templo de Virgem. – Os dois pararam por um instante e refletiram sobre os recentes acontecimentos. – Eles se sacrificaram por nós, e deixaram as armaduras para trás a fim de nos contar isso, tudo porque estavam sendo vigiados pelas criaturas chamadas de Hadas, as Mariposas do Inferno.

– E é seguro falar isso agora? – Chaffin perguntava enquanto olhava ao redor

– Sim, não há a presença de nenhuma delas aqui desde... – Vaskes se lembrou de algo que poderia estar relacionado à isso.

– Desde o que?

– Desde a passagem da horda de Corvos por entre os templos.

– Mas isso não me pareceu uma habilidade de um de nossos companheiros, afinal os corvos estavam envoltos à um cosmos semelhante ao dos que já morreram.

– Exato.

Chaffin percebera então parte do que estava havendo no Santuário e rapidamente vestiu sua nova armadura mais uma vez, e se voltou à entrada do Templo de Áries, a lua descendente tinha sua luz refletida por entre as rachaduras prateadas da armadura. Vaskes se dirige em direção à urna mais próxima e a abre, mostrando mais uma armadura anteriormente utilizada pelo cavaleiro de Lótus, ele retira um pouco das bandagens que cobria seu punho esquerdo com télecinese e com a mesma facilidade abre uma pequena ferida na parte que estava a mostra, fazendo-o sangrar, com a mão cheia de sangue ele toca a armadura e empunhando as ferramentas douradas de reparo de armaduras ele bate uma vez na armadura, que ressoa ao toque, a segunda batida faz com que o cavaleiro de Grou entre no mesmo tipo de transe em que estava quando tocou a armadura de Vela.

–“Será que até mesmo ele sabia de tudo isso?” – Se perguntou enquanto tentava descobrir mais alguma coisa sobre os espectros assistindo seu passado – “Fico feliz por confiar em mim, Mestre”.

Quinto Templo Zodiacal

As chamas dançavam ao vento incessantemente como a fúria da batalha que prosseguia em meio às brasas dos cosmos que se chocavam dentro do templo. A ira se destacava no olhar bestial do antigo cavaleiro de Lince que se viu frustrado diante do poder dos seus três velhos companheiros de armas, eles haviam entendido que o que estava a sua frente não era mais seu companheiro, não mais aquele que havia compartilhado os dias de treinamento com os moradores da casa de Leão, pois ele havia partido, e pela primeira vez, a arrogância havia desaparecido, apenas o companheirismo e amizade permaneciam intactos, com isso o cavaleiro negro em meio à sua fúria sorri e se prepara para atacar.

– Preparem-se cavaleiros! – Exclamou Lince

– Faça seu melhor! – Rugiu o leão dourado.

Adélia e Gutto se juntam numa formação triangular de frente para o inimigo a fim de evitar seu golpe, Lince desaparece em meio às chamas brilhantes e ardentes do templo, o vento sopra em várias direções diferentes fazendo o fogo dançar à sua mercê, os cosmos dos cavaleiros queimavam intensamente, mas em um piscar de olhos as manoplas douradas haviam sido arremessadas com brutalidade, cada uma para um lado, deixando os braços do Leão dourado expostos, e sem que ele pudesse tomar qualquer providencia ambos os braços embebiam-se no sangue do santo dourado.

– Ressou Shimpuu (Garras Cortantes de Ventania) – Fora a técnica utilizada por Lince.

Rapha para novamente a alguns metros de distância com as mãos cheias de sangue também, porém nenhuma feria havia em seus membros, certamente ele estava mais forte, Erick por outro lado, pareceu não se importar com suas feridas e permaneceu calmo, enquanto seus discípulos se preocupavam com ele.

– Prestem atenção na batalha – Brandiu Erick – Agora posso ver através de suas técnicas – Disse o cavaleiro de ouro revelando olhos de besta semelhantes aos de seu inimigo. – Nada pode fugir dos olhos do Leão! – Gritou para Lince que cerrou os dentes, e mais uma vez desaparece expandindo seu cosmos por todo o templo. – Adélia, queime tudo!!

– Sim! – Sem nenhuma hesitação a Amazona com sua máscara parcialmente quebrada parece não demonstrar emoção contra as ordens de seu mestre apesar de estar um pouco confusa. – Lionet Burning Fire! – Seu punho cria uma poderosa chama que ao se chocar com o solo se expande em uma proporção gigantesca criando um redemoinho de fogo reluzente e se espalhando por todo o templo sem deixar vão algum ileso, mais para trás do trio, as chamas se movem em uma direção diferente do restante, Gutto inconscientemente se põe entre as chamas que se moveram e Adélia, fazendo com que ele sofresse um dos golpes do inimigo, o peito de sua armadura tinha abrido uma grande rachadura, e seu corpo tinha sido lançado no ar, mas não por muito tempo, pois seu irmão conseguira deter qualquer impacto segurando o cavaleiro de Cérbero e embebendo sua armadura em sangue por causa do esforço.

– Parece que você entendeu Gutto.

– Acho que sim, só não sei se sou capaz de acompanhar.

– Acredite que juntos – Erick olha para Adélia e para seu irmão – Podemos.

Novamente os três formaram a mesma formação esperando o próximo ataque, as chamas começaram a se mover estranhamente novamente, o vento não soprava de direção nenhuma, mas as brasas iam levantando e dançando com o ar ao redor dos três.

– Não importa o que façam, você perecerá, Leão!

À direita de Erick as chamas por um instante se apagaram, A amazona do fogo logo se pôs à frente e por um segundo foi capaz de ver o vulto do corpo do Lince que rapidamente desvia do punho flamejante da amazona, que parecia ser muito lento de sua perspectiva, no mesmo momento em que a amazona golpeava um dos lados, o vulto reaparece à frente do cavaleiro de leão, porém é interceptado por uma Maça flamejante com uma corrente conectada, onde Gutto segurava em uma das extremidades, o ataque pareceu ser em vão já que Lince reaparece da outra lateral e passa por Cérbero que mesmo tentando bloquear com seu corpo foi incapaz de defender seu irmão que se virou prestes a realizar um golpe de grande intensidade visto a descomunal quantidade de cosmos que o cavaleiro dourado queimava. Os cosmos dos três guerreiros reagiram em uníssono criando uma galáxia, eles haviam alcançado o ápice do poder, o sétimo sentido, igualando-se por um instante aos cavaleiros de ouro, Lince se desvia de sua direção atual e ainda mais veloz reaparece nas costas de Erick, em um segundo o impacto do golpe fora devastador, fazendo com que as chamas se apagassem com a ventania do impacto e a explosão do cosmos seguido por um rugido ensurdecedor, o sangue jorrava com grande pressão tingindo as armaduras de todos assim como os pilares de sustentação próximos, e ao tocar às estruturas, logo os componentes líquidos do sangue evaporavam, a décima chama se apagava, assim como mais uma das vidas no quinto templo.

Por alguns segundo o silencio pairou sobre os presentes, um estalo da última brasa presente na casa de Leão seguido por um gemido abafado e o barulho de respingos de sangue quebravam o silêncio, Erick tinha seu punho afundado no meio do tórax distorcido de Rapha, nenhuma de suas costelas havia escapado do destino de ser quebradas em diversos pedaços, o sangue escorria pela boca e parte pelas narinas, o corpo do cavaleiro de Lince estava sendo erguido pelo punho avariado do Leão dourado, Lionet e Cérbero caem ajoelhados ao chão, exaustos, Rapha sorri enquanto sua armadura se monta em um object perfeito ao seu lado, o corpo do antigo cavaleiro vai perdendo suas forças.

– Lion’s...Roar... Muito bem...Mestre...

O corpo desfalecido do cavaleiro cai no chão queimando parte de sua pele e secando as lágrimas que escorriam pelos seus olhos sem vida.

Escadarias

Urso e Cães de Caça chegam ao décimo templo zodiacal, cuja chama havia se extinguido a poucos segundos, o local parecia estar completamente vazio, impecável e muito bem iluminado por tochas, apesar delas estarem chegando ao seu fim também, a luz da lua batia obliquamente pela saída tocando a pálida estátua da Deusa Athena entregando a lendária espada Excalibur ao seu mais fiel defensor, o cavaleiro de Capricórnio, Geovanne ao observar rapidamente a estátua sussurra.

–“Excalibur” – E não consegue conter um leve sorriso lateralizado.

Apenas o som das tochas queimando até seu fim e seus próprios passos era ouvido pelos cavaleiros.

– Ele também não está aqui. – Afirmou Carlos.

– Então de fato, um dos grandes cosmos que desaparecera na entrada principal...

Sem precisar completar sua frase, o cavaleiro de prata já sabia do que se tratava, mas desta vez nenhum dos dois ousou se quer abaixar a cabeça, Geovanne ajeitou a imensa espada que carregava, e Carlos apertou o laço da bolsa de coro que lhe fora confiada e rapidamente prosseguiram, sem que percebessem pequenos seres espreitavam pelas sombras, as Hadas os observava de perto, muitas delas saíram da escuridão e seguiram os dois cavaleiros que já estavam subindo as escadas em uma velocidade muito alta.

Em questão de minutos os dois já haviam passado da metade do percurso para o próximo templo, Carlos parecia cansado, diferente de Geovanne, que parecia cada vez mais revigorado, quando uma voz muito familiar adverte o cavaleiro que veio de outro continente.

– “Cuidado! – Darlan, o espirito protetor de Carlos chamava a atenção do cavaleiro – Estamos sendo observados de muito perto”.

Imediatamente Carlos se vira para trás e olha ao seu redor a fim de encontrar seus espiões, Geovanne percebe que seu companheiro parou de subir e pouco degraus acima também para e se volta para trás observando a reação de Carlos.

– Vamos! – Gritou Urso apontando para a entrada do Décimo primeiro templo – Estamos quase lá.

Cães de Caça ignora completamente o chamado de Urso por estar concentrado apenas em encontrar aqueles que os vigiavam, um ar congelado atinge seus pés juntamente com uma neblina vinda da casa de Aquário, Geovanne ficava confuso, e começo a estranhar o silencio ao seu redor, nem mesmo os insetos locais emitiam som algum.

– “Será que eles não vivem perto deste frio” – Pesou o cavaleiro de Bronze brevemente.

Por mais alguns poucos segundos os dois ali ficaram parados, apenas poucos passos para cima os separavam da entrada do templo seguinte, o silencio se estender por mais um momento e para a surpresa dos dois, uma nuvem de mariposas surge da curva das escadarias que eles haviam acabado de passar, elas brilhavam e aparentemente não emitiam sinal algum de vida, mas ainda assim moviam-se rapidamente na direção dos cavaleiros, que ficaram espantados e imóveis por um segundo, quando se assustaram com um grande som de bater de asas, uma imensa nuvem negra surge rapidamente vindo na direção deles, sem pensar duas vezes ambos os guerreiros se viram e correm em direção ao décimo primeiro templo zodiacal, de onde um frio terrível estava vindo, os dois conseguem chegar dentro do templo antes que a imensa nuvem negra os alcançassem.

Templo de Aquário

O frio ia aumentando cada vez mais, a dor começava a surgir em cada fibra óssea dos guerreiros de Hades, Leonardo conseguia permanecer com um sorriso sarcástico e parecer imponente mesmo frente à um cavaleiro de ouro, ele era um dos únicos que conseguia se mover livremente no meio do ar gélido produzido pelo cavaleiro de ouro mas ainda assim não se movia muito.

– Então você ainda consegue se mover – Afirmou o cavaleiro de Aquário. – Continua com seus truques não é mesmo?! – o cavaleiro havia percebido desde o início a mudança no cosmos de seu adversário – Você consegue controlar um pouco o ar também, fazendo com que as moléculas continuassem movendo-se rapidamente, produzindo calor, e evitando ficar...bem...como eles – E apontou para os demais espectros.

– Afiado como sempre João. – Respondeu Leonardo – Mas ainda assim não é o suficiente!

Os dois começaram a sentir movimentações cósmicas vindas de ambas as passagens do templo, com isso o cavaleiro em vestes douradas por um segundo distraiu-se e com um movimento rápido o Lagarto Negro conseguiu libertar os demais espectros por um instante, os soldados de Hades sem hesitar atacaram o mais depressa que puderam, mas ainda assim não foram rápidos o suficiente, todos ficaram parados a poucos centímetros do local onde estavam anteriormente, exceto Leonardo e mais um espectro que se escondia na sombra de seu líder.

– “Kalisto” – A técnica usada para restringir os movimentos inimigos utilizada com perfeição.

No momento seguinte Geovanne e Carlos atravessaram o arco de entrada do templo com um salto, Carlos logo se depara com a cena dos espectros imobilizados por partículas gélidas e Geovanne percebe João que apenas acena com a cabeça como se já soubesse de algo, antes mesmo que os cavaleiros de Athena tocassem o chão, o cavaleiro dourado concentra uma grande quantidade de cosmos em sua mão congelando-a e preparando mais um ataque, Urso e Cães de Caça avançam passando entre Aquário e os demais espectros, Leonardo reconhecendo Geovanne acena ironicamente, segundos após os dois atravessarem todo o templo a nuvem negra entra mostrando ser centenas de corvos devorando as Mariposas de Hades e deixando o templo em completa escuridão, antes que João pudesse reagir ele viu Leonardo saindo do templo com apenas um dos espectros, a fim de segui-lo ele desfere seu golpe.

– Diamond Dust!!! – Com uma ventania envolta em um frio absurdo os espectros simplesmente se quebraram como vidro, o sangue em poucos segundos parou de circular, cada partícula do corpo dos espectros que estava à frente do cavaleiro de ouro parou, e ao virar para sair de sua casa João viu-se imóvel, e não entendia o porquê, ele procurava rapidamente pelos cantos do templo de onde vinha a energia que o prendia ali e ao olhar para baixo se deparou com uma imensa sombra em forma de uma besta selvagem e nefasta, logo em seguida uma voz surge:

– Como se sente sendo você a estar preso?!


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