Matters Of Fate And Loyalty escrita por V01D


Capítulo 1
Matter Of Possession


Notas iniciais do capítulo

Wow. Faz tempo desde que eu não via essa tela de postagem por aqui.
E é bom estar de volta, porque escrever é parte de mim, e ter que abrir mão disso aqui é abrir mão de uma parte muito importante de mim mesma. Acho que só quem escreve sabe como é.
Acontece que a vida, bom, acontece, e eu estou realmente num ano complicado. É a pressão da família de todos os lados, pelo vestibular, por eu nunca aparecer com um namorado em casa, foi perder um parente muito importante, muito próximo, muito de repente. E aí, entre lidar com a escola, família e aprender a lidar com esse egoísmo natural nosso de nunca querer perder quem amamos, eu acabei perdendo boa parte de mim.
E isso não tem nada a ver com a história, claro que não. Não deveria, pelo menos. Mas faz, porque eu voltei a escrever (e eu devo boa parte ao crédito disso a uma certa pessoa que eu descobri que ainda escreve também -amém- e me trouxe de volta a vontade de postar aqui. Obrigada, dear.) e eu estou aqui como uma criança que está descobrindo tudo pela primeira vez. Então eu tiro o espaço aqui para agradece a quem quer que ainda se lembre de mim por aqui, a quem me cobrou esse tempo todo para eu não ficar parada, e lidou com meus surtos de madrugada em que eu não fazia sentido algum.
Obrigada.



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Emma olhou para Neal, antes de absorver realmente o fato de que estava no meio da floresta.

–A Floresta Infinita.- O moreno constatou, mas Emma estava distraída demais para responder imediatamente. Ela sentiu o pulso de magia que cortou o ar, e estremeceu. Não era a magia que ela aprendera a reconhecer como de Regina. Não era a de Rumpelstilkin. Era a mesma sufocante e negra que sentira quando Cora tinha a mão enfiada em seu peito, os dedos apertados em volta de seu coração. Um único pulso, e então Emma voltou a respirar.

–Não.-Ela respondeu finalmente, os olhos verdes se abrindo juntamente com o ar fresco que tomava-lhe os pulmões. -Uma réplica dela. - Ela constatou. Em algum lugar entre Snow e o livro de Henry, ela havia aprendido que a floresta de Storybrooke fora feita como uma réplica exata, porém menor, da Floresta Infinita, do reino Negro.

Considerou as possibilidades. Eles estavam presos no meio da floresta. Correr até a cidade estava fora de questão. Ela precisava chegar a cidade o mais rápido possível, sentia que algo acontecia por lá.

–Ruby, eu preciso que você venha me buscar.-Estava com o celular em mãos antes mesmo de perceber o que fazia, ignorando o olhar confuso de Neal. -Dois carros. No meio da floresta. Perto do poço, talvez, sim, eu posso tentar chegar lá. Obrigada. -E desligou. Tinha que chegar no poço. Tentou se lembrar de como August chegara até lá, até sentir a cabeça rodar.

“Você não tem o direito de estar aqui. E não tem direito a isso.

–Eu ia dá-lo a você.”

–Emma!-A voz de Neal a puxou de volta a floresta. Ela percebeu que ele a segurava e se endireitou. Tudo que não precisava no momento era ficar imaginando as vozes de Regina e Snow em sua cabeça.

–Vamos.-Ela disse, desejando ainda ter o metal frio da espada em suas mãos. Escolhendo instintivamente a direção, eles chegaram ao poço mais por sorte ou destino do que senso de localização em si, quase ao mesmo tempo que Ruby e Ashley chegavam também.

–Eu preciso do seu carro.- A xerife pediu e Ruby entregou-lhe as chaves sem contestar, pelo que Emma lhe deu um olhar grato. Ruby nunca perguntava quando sabia que não devia.

“Ela não pode te amar. Ela não tem seu coração. Imagine como seria se ela o tivesse de volta, imagine como seria ter amor verdadeiro.”

Emma grunhiu ao abrir a porta do mustang vermelho, os batimentos cardíacos e sua respiração atrapalhados pelos flashes que insistiam em tomar-lhe a mente, sem poder dizer o que doía mais, seu coração ou sua cabeça. Dentro de si, sentia aumentar cada vez mais a urgência de voltar para a loja de Gold.

–Você não pode dirigir assim.-Neal a chamou, mas não é como se ela fosse se dar ao trabalho de se virar para ele. Ele podia ter estado longe por 10 anos, mas deveria ter aprendido já da última vez que ninguém diz o que Emma Swan pode ou não fazer. Emma entrou no carro e acelerou. Todas as regras de trânsito que ela não quebrou em 12 anos ela quebrou nos doze minutos que levou para chegar a cidade.

“Isso teria sido o bastante. Você teria sido o suficiente.”

E dessa vez seu peito realmente se apertou a ponto dela perder a respiração. Em compensação, ela acelerou mais ainda o carro, mas ela soube que já não adiantava. Mais rápido do que qualquer lei permitiria, ela freou o carro na frente da loja de antiguidades e saiu, mas tudo que viu foi Snow chorando nos braços de James e o sorriso presunçoso no rosto de Gold. Por um segundo, a imagem do advogado tremulou e ela quase pode vê-lo realmente, o cabelo levemente cacheado, o colete, botas e calças de couro, e a pele cinzenta e morta demais. Regina e Cora não estavam lá, e quando ela voltou a olhar para Snow, que chorava a ponto de estremecer, ela soube que não era ali que ela deveria estar. O sorriso de Gold se alastrou repulsivamente.

–No cofre, querida. -Ele riu, e por um segundo Emma considerou atirar no peito ainda visível por entre a camisa aberta do homem, antes de se lembrar que seria apena inútil.

Sentiu o olhar de James sobre si, o de Snow também. E então ela entendeu, quando olhou para a mulher que deveria ser sua mãe. Não era sua imaginação. Não eram flashes de nada. Tudo era real.

–Como você...-Começou, mas era inútil. Ela simplesmente virou-se e saiu correndo. O carro seria inútil no terreno lamacento que levava ao cemitério. Seu peito ardia, mas ela sabia que não era apenas pelo ar gelado que entrava forçadamente em seus pulmões.

A forma como entrou no mausoléu... Não era respeitosa, não. Era apressada, urgente, dolorida até. A cada momento faltava-lhe mais o ar, o chão, um rumo. Tinha o peito mais vazio do que de costume. Reparou no caixão novo no lugar. Mais claro, mais bonito até do que o outro, que ela sabia estar vazio. Não se demorou ali, descendo direto para a parte interior do cofre. Henry contara-lhe o bastante, suficiente apenas para saber se deslocar no local, mesmo que com estranheza. Ela não via Regina, mas podia senti-la. O formigamento que sentia na nuca quando sentia-a por perto, como um pássaro que se torna alerta do gato que o observa. Se parasse para pensar, Emma não era muito mais do que isso nas mãos de Regina Mills. Foi quando esse formigamento se tornou forte a ponto se quase ser alto que ela parou em frente a um grande espelho e o empurrou.

A primeira coisa que reparou foram os vestidos. Reconheceu um ou outro do livro de Henry, mas mesmo se não tivesse visto os desenhos saberia de quem eram. Cada um deles tinha sua forma própria de gritar Regina pelos menores detalhes. Só depois ela observou o ambiente em si, o papel de parede branco, parecido com o do escritório de Regina na prefeitura, os móveis brancos, a árvore branca. Tudo branco demais, morto demais. Apesar do preto e vermelho e teimavam em manchar o branco do lugar, não havia vida, calor, e apesar das maçãs e vestidos, Regina ali.

–O que você está fazendo aqui?-A voz falha e raivosa fez Emma se virar, as mãos abertas com as palmas viradas para frente se erguendo quase que automaticamente a altura da cabeça. Os olhos e de Regina estavam vermelhos, as maçãs do rosto manchadas de lágrimas. Quando o lábio inferior de Regina tremeu, Emma percebeu como odiou ver tudo aquilo. Estava tudo errado. Ela havia visto coisas muito piores vindo de Regina (ela haviam brigado fisicamente mais de uma vez, pelo amor de deus!) mas essa foi a primeira vez que ela realmente sentiu medo. Porque quando ela olhou nos olhos que agora eram apenas negros, e não mais castanhos, ela não viu amor, ódio, medo, nada. Exatamente isso, nada. As diversas e mais do que confusas emoções que Regina jamais deixava aparecer em seu rosto mas que sempre transbordavam por seus olhos não estavam lá.

–Eu vim...- Emma começou, mas não teve como terminar quando o ar abandonou seus pulmões, quando um simples movimento de pulso de Regina a mandou voando contra a parede, suas costas batendo com força contra a pedra fria, fazendo-a escorregar. Magia a prendia contra a parede, enquanto um sorriso predatório se formava no rosto da Rainha. A cada passo lento em direção a Emma, o aperto aumentava. Por um segundo Regina se perguntou quão delicioso seria arrancar o coração da Salvadora ali mesmo, apertá-lo devagar, até que não fosse mais do que um monte incomodo de areia em seu chão. Mas então decidiu que isso não era o suficiente para machucar Snow. Longe disso, provavelmente apenas causaria outra multidão batendo em sua porta. E dessa vez não haveria quem a protegesse.

Então ela parou em frente a Emma, um brilho novo em seu olhar. Ela faria mais do que matá-la, muito pior. Porque a salvadora morta não teria mais utilidade para ela do que qualquer um dos outros idiotas daquela cidade. Então, correndo os olhos de cima a baixo sobre aquela que mais odiava, Regina fez sua decisão: Emma não deveria morrer, não. Pelo contrario, deveria continuar viva e muito bem, porque a partir do momento em que ela ousou entrar naquele lugar tão particular de Regina, ela se tornara parte dali também. A partir daquele momento, a salvadora era só mais um peão na imensa coleção de peças nos jogos da Rainha.


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Notas finais do capítulo

Now, rewiews?
O próximo capitulo já começa a puxar mais o lado dark da fic. O que estão achando?

Bjoos

AH, E eu preciso de uma capa, então aceito sugestões okay?