O Filho Do Fogo & A Filha Da Água escrita por Latoya Lua, Glau Souza VI


Capítulo 1
Capítulo 1




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/410562/chapter/1

Oi, me chamo Samantha e tenho 15 anos. Não tenho muita coisa para falar da minha vida na verdade, só que eu sou um pouquinho... Hã... Impulsiva demais. Simplesmente não consigo prestar atenção nas aulas, e sempre acabo em uma encrenca e mudo de escola varias vezes ao ano. Bem, não é culpa minha se os professores não sabem lidar com os alunos.

E nesse exato momento eu estava na sala de aula, em um dos meus momentos mais comuns... Discutindo com uma professora.

– Para quê vem a escola senhorita Hunter? – gritou a professora, fazendo com que todos os olhares se dirigissem a nós. Ah, então a senhora quer atenção Professora? Então a senhora terá. 

– Com certeza não é para olhar essa sua cara feia, “pssora” – respondi com um sorriso de deboche no rosto. Os alunos deram risadinhas.

– O QUÊ DISSE? – ela gritou mais alto, fazendo com que alguns alunos arregalassem os olhos e parassem de rir na hora. Coloquei meus pés encima da carteira e não respondi prestando mais atenção nas minhas unhas com um tom de preto descascado.

– Já chega mocinha, vamos ver se você continua com esse seu bom humor na secretária – disse me tirando da cadeira me puxando pelo braço.

– Mas o quê ... Ei , olha a agressão o coroa – me soltei dela com um puxão, eu já estava acostumada mesmo a ir a secretária, era como uma segunda casa, eu estava indo de boa vontade. Olhei para meu único amigo que estava sentado ao meu lado, Grover Underwood e pisquei para ele. Ele entrou na escola faz pouco tempo e fez uma boa amizade comigo. Conversava com poucas pessoas da escola. Ele balançou a cabeça em sinal de negativa como resposta. Dirigi-me a secretária sentindo a professora bufando atrás de mim. Quando chegamos lá ela me empurrou em cima de uma cadeira no meio do corredor e com um olhar mortal disse :

– Essa foi a ultima vez, garotinha petulante, fique aqui e espere eu voltar e não se atreva a fazer alguma de suas gracinhas – e saiu batendo o pé em direção á sala da diretora. Revirei os olhos e limpei a saliva que ela fez questão que caísse na minha cara.

Esperei.

Nada.

Esperei.

Nada.

De repente ouço ruídos estranhos pelo corredor e me viro.

Não ouço mais nada.

Um sintoma de alucinação.

Depois de alguns segundos sinto um frio na espinha. Estremeci. Ouvi passos vindos em minha direção e rapidamente encostei-me à parede para avaliar o corredor.

Assustei-me quando vi o que era.

Definitivamente alguém me drogou.

Duas garotas de cabelos cor fogo, mais pálidas que minha vó e com pernas peludas andavam no corredor farejando algo com bocarras enormes cheias de presas... Calma ai. PRESAS? Fiquei ali encarado-as sem acreditar, quando uma delas olhou na minha direção e arreganhou a boca. CÉUS, AQUILO REALMENTE ERAM PRESAS? Arregalei os olhos e comecei a correr pelo corredor. Corri mais que minhas pernas conseguiriam, senti o as unhas daquelas coisas roçar no meu ombro por uns segundos e corri mais ainda. Virei para ver onde as criaturas estavam e elas não estavam em lugar nenhum. Suspirei tentando me acalmar. Eu estava vendo coisas.

Mais um sintoma de Alucinação.

Comecei a caminhar quando uma delas reaparece de lugar nenhum e se joga em cima de mim.

– SINTO CHEIRO DE SEMIDEUSAAAAAAAAA – a voz da coisa tinha um som estranho, tentei tirar aquelas garras de cima de mim, seu hálito era horrível, isso me fez lembrar que eu tinha um Trident no bolso. Perai o quê... Foco no monstro.

– Sai pra lá coisa feia, você não é meu tipo – minha voz saiu engasgada com a falta de ar daquelas garras no meu pescoço. A criatura arreganhou a boca exibindo suas presas. Crl, que merda é essa ... Fechei os olhos esperando pelo meu fim, quando ouvi uma voz gritando atrás de mim.

– SAIA DE CIMA DELA COISA GROTESCA – sorri quando reconheci a voz, era Grover. Ele apareceu do nada e jogou o bicho para longe, atirando uma cadeira em cima da criatura que deu um forte e ensurdecedor grito.

– Grover... Como você... O que é aquilo? – eu respirava com dificuldade. Ele olhou para mim com urgência.

– Depois eu respondo, CORRE!

Corremos como se nossas vidas dependessem disso e dependiam.

– O que era aquilo? – perguntei correndo.

– Empousas.

– Empo o quê?

– ALI, ENTRA NO CARRO! – disse ele me empurrando, entrei sem pensar duas vezes, ele entrou logo depois.

– Você sabe dirigir? – gritei para ele, procurando pelas tais coisas.

– Não.

– Ah, que maravilha.

– Ok, ok eu sei fazer isso. Eu sei, eu consigo...

– Hãm, Grover?

– Sim?

– PÉ NA ESTRADA, ELAS ESTÃO VINDO SEU IMBECIL!

– Ah, ok! – senti o carro se movimentar e ouvi o canto dos pneus.

– Para onde nós vamos agora?

– Vou te levar a um lugar especial.

– Perai... como... Eu não sou maluca – falei.

– Eu sei, nós vamos...

Ele foi interrompido quando sentimos alguma coisa cair em cima do carro.

– MAIS RAPIDO INÚTIL! – Gritei.

– TO INDO – Gritou. Ele tremia. Quando vi uma das criaturas mostrar a cara pela janela, chutei a cara dela com o pé. Eu estava com aquelas botas grossas parecidas com as de exército, o que facilitou meu trabalho. Amo esse estilo que ninguém gosta.

– Boa! – ele disse. Ele percorria as ruas igual um bêbado. 

Nos afastamos da cidade. De repente tudo ficou escuro. Silencio.

E esse era o meu fim.

– Por que parou? – perguntei confusa.

– Chegamos.

– Ah, é mesmo? Tão rápido? No meio do nada?

– Corra atrás de mim quando eu sair do carro.

– Como é?

Ele saiu antes que eu pudesse falar qualquer outra coisa. Corri atrás dele.

– VOLTEM AQUI, VOCÊSSSS!!

– GROVER? ME ESPERA! PUTA QUE PARIU! – Olhei pra trás e vi que elas se aproximavam rapidamente.

– SAMANTHA MAIS RÁPIDO!

Corremos mais e entramos no meio de uma floresta, aquelas coisas eram rápidas. Eu não enxergava nada, até que ele agarrou meu braço e me empurrou continuando a correr. De repente eu não ouvia nada a não serem nossos pés amassando a grama. Ouvia gritos, provavelmente dos bichos, mais aparentemente eles não estavam vindo mais, estavam ficando longe. Paramos. Olhei para ele. Olhei para frente. Sem acreditar.

– Samantha?

– Sim? – respondi com a boca aberta olhando aquilo tudo.

– BEM VINDA AO ACAMPAMENTO MEIO-SANGUE.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom, esse foi o primeiro capitulo. Espero que tenham gostado. Postaremos o proximo dentro de 48 horas.