Safe & Sound escrita por Gistar


Capítulo 8
Confusão


Notas iniciais do capítulo

Cadê minhas reviews?Esse capítulo é narrado também pelo Pedro.



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Tenho tentado com empenho

não me meter em confusão, mas eu

Tenho uma guerra em minha cabeça...”

Sara

No outro dia foi feita a contagem e no café da manhã percebemos que as coisas não estavam nada bem para o nosso lado.

– Os caras estão tensos – comentou Emerson – parece que o prazo que eles deram para soltar o amiguinho deles está acabando e até agora nada.

– Nem me fale Em – comentou Mandy – é melhor que eles façam alguma coisa. Vocês sabem o que eles fizeram com os corpos?

Eles me olharam rápido, provavelmente esperando que eu tivesse outro piti, mas eu estava mais calma e continuei bebendo meu iogurte.

– Sim – respondeu Miguel – ouvi um dos caras dizendo que eles deixaram os corpos do lado de fora do portão com uma mensagem dizendo que aquela era uma prova de que eles estavam falando sério quanto a matar pessoas...

– Então a uma hora dessas já devem estar na imprensa os fatos. – falou Rosane, provavelmente empolgada com a idéia de aparecer na TV e se tornar famosa.

– Os fatos já devem estar na imprensa desde o dia que eles fizeram nosso vídeo e colocaram na internet – corrigiu Jacson.

Eu tremi só de pensar na cara da minha mãe ao ver meu vídeo. Não que ela mexesse muito na internet, mas a essa altura o vídeo já devia estar passando na TV, esse tipo de coisa sempre passa na CNN...

Ninguém estava mais a fim de assistir aula, então nós saímos para o pátio, fazia tempo que não fazia sol e eu estava precisando de vitamina D.

Peguei um dos colchonetes da sala de ginástica e estendi no chão. Me deitei e fiquei de bobeira, tentando não pensar em nada, apenas sentir o sol esquentando meu corpo.

Adormeci e acordei com alguém me cutucando, era Ângela.

– Anda garota, a gente tem que entrar!

Eu levantei e deixei o colchonete onde estava, pretendia voltar pra lá depois do almoço, mas os planos mudaram...

Nós entramos e nos organizamos para a contagem, como sempre. Depois que Daniel acabou ele começou a falar:

– Hoje terminou o prazo dado para que eles libertassem nosso companheiro. Como eles não atenderam nosso pedido, não temos alternativa a não ser fazer o que prometemos fazer se isso acontecesse.

Eu comecei a tremer e segurei a mão de Pedro que estava ao meu lado, senti um bolo na garganta e medo de cair de tanto que minhas pernas tremiam.

Começaram os gritos e os choros novamente quando ele começou a escolher pessoas, pegou três garotos e, para meu desespero, Angela!

Antes que Pedro pudesse me impedir novamente, eu já tinha saído da fila e ido até onde Daniel estava.

– Por favor, não a mate! – Eu comecei a implorar chorando.

– Não quer que eu a mate?

Ele pegou mais duas garotas da fila.

– Qual das duas você quer que morra no lugar da sua amiga então?

Eu parei de respirar, aquilo não era justo, eu não queria que ninguém morresse.

– Ninguém! – disse.

Ele soltou as duas garotas que ficaram paralisadas onde estavam.

– Sabe que isso vai ter um preço... Está disposta a pagar pela vida da sua amiga?

Eu ouvi Ângela gritando:

– Sara, não!

Mas eu não ia deixar aquele maníaco matar minha melhor amiga, não se eu pudesse fazer alguma coisa para impedir, ela não iria ter o mesmo destino que o Jared...

Eu engoli o nó na minha garganta e segurei as lágrimas que estavam ameaçando cair e respondi:

– Sim, qualquer coisa!

Ele mandou Ângela e as outras garotas de volta para a fila e saiu me arrastando do refeitório.

Nós entramos na sala da direção e eu o ouvi dizer ao cara que fazia guarda na porta.

– Eu não quero ser incomodado, não me interrompa, ouviu? – ele disse isso, fechou a porta e a trancou.

Eu comecei a ficar com medo, sabia que tinha feito besteira, mas pelo menos eu não ia perder minha melhor amiga.

Eu respirei fundo e tentei não entrar em pânico, mas não estava adiantando nada. Comecei a pensar na Ângela, ela faria o mesmo por mim e o que quer que acontecesse não era nada comparado ao fato de que ela poderia morrer se eu não fizesse nada.

Ele viu que eu estava tremendo e sorriu.

– Com medo menina? Você pareceu mais corajosa quando me desafiou ontem. Perdeu a coragem?

Ele me empurrou contra a escrivaninha e eu caí em cima dela. Ele se debruçou sobre mim.

Ele levantou minha saia e eu comecei a chorar, mas não disse nada. Estava disposta a pagar o preço.

Faça isso logo, comecei a pensar, para de me torturar.

Alguém bateu na porta.

– Que inferno! Eu disse que não queria ser incomodado! – ele gritou e foi abrir a porta.

*

Pedro

Daniel saiu arrastando Sara do refeitório.

– NÃO!!!

Eu tentei ir atrás deles e trazê-la de volta, mas Emerson e Jacson me seguraram.

– Me solta Emerson! Eu não vou deixar aquele monstro tocar na Sara, eu vou matar aquele desgraçado!

– Calma cara! Você não pode fazer nada. – disse Jacson.

– Diz isso por que não é a sua namorada. Queria ver se fosse a Mandy ou a Rose se vocês iam ficar calmos!

Eles me soltaram. De repente eu tive uma idéia.

– Emerson você é meu irmão? - perguntei.

Nós éramos amigos de infância e nos considerávamos irmãos.

– Claro brow.

– Então me bate!

– O quê? Ficou louco mano?

– Se a gente brigar vão nos levar para o Daniel e ele não vai ter tempo de fazer nada com a Sara.

– Nem pensar, eu não vou dar porrada em você de graça.

– Ok, então foi você quem pediu.

Eu sabia que só tinha um jeito de deixá-lo com raiva suficiente pra me bater. Fui até Ro e a beijei. O efeito foi instantâneo, ele partiu pra cima de mim e nós já estávamos rolando no chão.

– Briga! – As pessoas começaram a gritar, mas Miguel e Bruno tinham ouvido nosso plano e não tentaram nos separar, não levou muito tempo e já tinha dois caras tentando nos separar, nós nos soltamos.

– Que bagunça é essa aqui? – perguntou um dos caras – Vocês vão ser castigados pelo mau comportamento. Nosso chefe vai decidir o que fazer com vocês, venham.

Eles nos levaram até a diretoria, quando chegamos lá, tinha um cara de guarda na porta.

– Nós precisamos ver o chefe. – disse um dos caras que nos levou.

– Não vai ser possível. Ele está ocupado e pediu para não ser incomodado.

Minha vontade era arrombar aquela porta e tirar a Sara de lá, tomara que não tenha chegado tarde demais.

– Não interessa, é urgente! Se não dermos uma lição nesses boyzinhos, essa escola vai virar uma zona.

– Tudo bem então, mas eu estou caindo fora. – respondeu o guarda e saiu da frente.

Um deles bateu na porta.

Ouvi Daniel gritar algo e logo depois abrir a porta.

– O que vocês querem? Eu pedi pra não ser interrompido...

Então vi a luz da compreensão em seus olhos. Ferrou! Pensei, ele vai perceber o que fizemos.

– Esses dois estavam aprontando lá no refeitório e nós os trouxemos pra você decidir o que fazer com eles.

– Entrem. – ele mandou.

Nós entramos e eu vi Sara encostada na parede, parecia inteira. Graças a Deus.

– Pode ir – ele disse – nós terminamos nossa conversa depois!

Ela ainda estava surpresa por nos ver entrar pela porta e parecia que tinha chorado. Eu juro que vou matar esse cara se ele tiver feito alguma coisa a ela. Minha vontade era avançar e quebrar a cara daquele infeliz, mas eu tinha que me controlar e não pôr tudo a perder.

Depois que Sara saiu, Daniel perguntou.

– Vejo que brigaram, qual foi o motivo?

– Eu beijei a namorada dele. – disse a verdade, tentando tornar tudo o mais real possível.

– A loira? – ele perguntou – Eu não te culpo, ela é mesmo gostosinha.

Essa foi a gota da água pro Emerson que já estava alterado, ele avançou pra cima do Daniel.

Eu e os outros caras que estavam lá, tiramos Emerson de cima dele, mas ele conseguiu dar um murro na cara do Daniel antes disso.

– Você se ferrou cara! – ele disse e apontou pra mim – E você, não pense que me enganou com esse seu showzinho, sei que você é caidinho por aquela vadiazinha, mas não vai me impedir de cobrar a dívida dela comigo. Levem esses dois para o porão, vão ficar um tempo lá até aprenderem que quem manda aqui sou eu!

*

Sara

– O que vocês querem? Eu pedi pra não ser interrompido. – o ouvi dizer para alguém que estava na porta.

– Esses dois estavam aprontando lá no refeitório e nós os trouxemos pra você decidir o que fazer com eles.

– Entrem. – ele mandou.

Meu queixo caiu quando dois caras entraram, trazendo Pedro e Emerson. Pedro estava com a boca sangrando e Emerson tinha levado um soco feio num olho.

– Pode ir – Daniel disse – nós terminamos nossa conversa depois!

Eu saí antes que ele mudasse de idéia e fui correndo encontrar os outros pra saber o que tinha acontecido. Pedro e Emerson eram amigos, por que brigariam?

Encontrei os outros ainda no refeitório.

– Sara, você é louca! – Angela disse me abraçando e começando a chorar – Não devia ter feito isso, enfrentar aquele monstro pra me defender...

Eu comecei a chorar também.

– Angie – disse – eu sei que teria feito o mesmo por mim, não podia deixar aquele monstro te matar, eu jamais me perdoaria!

– Você está bem? – perguntou – Ele...

– Não! Pedro e Emerson chegaram a tempo e ele não fez nada. Por falar nisso, o que aconteceu?

– O Pedro ficou louco quando o Daniel saiu daqui com você e tentou ir atrás. – contou Mandy – Emerson e Jacson o seguraram, então ele pediu pro Emerson bater nele porque assim eles seriam levados até o Daniel que não teria tempo de fazer nada com você. O Emerson não quis fazer isso então o Pedro beijou a Ro.

– O Pedro beijou a Rosane? – perguntei perplexa, ele havia feito tudo aquilo pra me livrar das garras do Daniel? Ele era melhor do que eu pensava, me senti mal por ele, ele realmente era legal.

– Sim – respondeu Rosane – o Emerson partiu pra cima dele e os caras levaram os dois para Daniel decidir o que fazer com ele. Se alguma coisa acontecer com o Emerson, você está ferrada!

– Ro, tenha calma – disse Jacson – sabe o que aconteceu depois?

– Quando eles chegaram lá, o Daniel me mandou sair e ficou lá com os dois, depois eu vim pra cá e não sei de mais nada.

Nós todos ficamos preocupados, o que quer que Daniel fosse fazer com eles, não era nada de bom.

Eles não voltaram naquela tarde, nem à noite. Quando Daniel apareceu pra fazer a contagem estava com a boca machucada. Será que foi um dos garotos que fez isso? Deus queira que não, não posso nem pensar no que ele fez com os meninos se eles fizeram isso.

Eu não consegui dormir a noite toda. Recusei novamente os calmantes da Mandy, fiquei pensando em Pedro, onde estaria, se estava bem ou ferido. A culpa era minha, pois ele fizera isso por mim, para me salvar. Eu ia ficar devendo essa pra ele, nem podia imaginar o que teria acontecido se ele não chegasse a tempo...


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Notas finais do capítulo

Comentem!



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