Safe & Sound escrita por Gistar


Capítulo 6
Born to die


Notas iniciais do capítulo

Fiquei muito feliz com os comentários, então aqui vai mais um capítulo para vocês! Esse é um pouco triste, mas é importante para o desenrolar da história.Boa leitura!



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“Escolha suas últimas palavras

Esta é a última vez

Porque você e eu,

nascemos para morrer...”

Sara

Eu saí com ele me abraçando pela cintura, era mesmo um anjo na minha vida. Primeiro me tirou daquela festa e agora chegou bem na hora que o Daniel queria... Arg!!! Não queria nem pensar nisso.

Quando chegamos ao refeitório, a nossa mesa já estava cheia. Peguei um iogurte como de costume e esperei Jared para ir sentar.

– Você demorou. - reclamou Jess, depois ela olhou pra Jared e perguntou – O que vocês estavam fazendo?

Todo mundo na mesa nos encarou, com certeza achando que eu me livrara das meninas para encontrar Jared e ficar me pegando com ele em algum canto...

Eu não respondi, apenas estendi os horários novos para Mandy e pedi para ela ir passando para os outros.

– Sara teve um encontro desagradável no caminho. – contou Jared.

Todos olharam pra mim com expectativas.

– Eu encontrei Daniel no caminho e ele deu os horários novos, parece que agora todos vamos ter aulas juntos. – respondi.

– Ótimo! – ouvi Rosane dizer – Como se não bastasse ter que agüentá-la à noite, agora terei que fazer isso o dia todo...

– Por favor, não deixem mais a Sara sair por aí sozinha! – pediu Jared – Quando a encontrei ela estava prestes a ser atacada pelo tal Daniel.

As meninas pararam de comer e me olharam boquiabertas, percebi que Pedro ficou rígido de repente e cerrou os punhos.

– Não exagera Jared... – pedi.

– Você não percebeu a forma como ele te olhava? Parecia que ia te comer com os olhos!

– Ele tem razão, não é bom você e as meninas andarem sozinhas por aí. – disse Emerson lançando um olhar desconfiado para os capangas de Daniel.

Era hora da contagem, então a gente teve que ir para a fila. Daniel chegou e contou certo, mais uma vez não faltava ninguém.

Fomos para a aula juntos, já que agora tínhamos os mesmos horários. Jared ficou nas mesmas aulas que eu e sentei ao lado dele já que Jess sentava agora com Miguel.

Parecia que eu não era a única sem cabeça para estudar. A maioria dos alunos parecia disperso e alguns ficavam desenhando na borda dos livros. Olhei em direção a Pedro que estava na fileira ao lado da minha, ele estava fazendo dobraduras de papel. Olhei para o professor de cálculo e percebi que até ele que sempre demonstrara tanta segurança ao ensinar a matéria também estava com dificuldades para se concentrar, pois estava praticamente lendo a explicação do livro didático. Depois de algum tempo alguém bateu na porta e eu dei um pulo de susto.

Estavam chamando a mim, Pedro, Emerson, Jacson, Amanda, Rosane, Miguel e Jess. Dois caras estavam nos esperando e nos levaram para baixo, para a sala da direção. Nós entramos e Daniel nos esperava lá, ele estava sentando à mesa do diretor que estava num canto mais afastado. Vi que um dos caras segurava uma filmadora e percebi o motivo do chamado...

– Hoje nós vamos fazer um filminho para enviar aos pais de vocês e a outras pessoas. Miguel, você é o primeiro.

Ele indicou uma cadeira na frente da câmera e lhe entregou um papel.

– Leia exatamente o que está escrito aí. – pediu. Miguel começou a ler.

– “Meu nome é Miguel O’Brian. Se vocês não cumprirem o que os seqüestradores estão pedindo eles matarão todos nós e...”- ele parou e olhou assustado de nós para os seqüestradores.

– Continue! – mandou Daniel.

Miguel voltou a olhar para o papel e leu o resto.

– “... e deixarão nossos pedaços na porta de suas casas. O país todo saberá que seus governantes não se importam com a vida de seus próprios filhos e muito menos com a de seus cidadãos.”

Um leve tremor sacudiu meu corpo. Esses caras realmente não estavam brincando.

Miguel terminou de ler e Daniel chamou os outros, me deixando por último. Todos leram o mesmo texto, mas percebi que o meu era diferente quando Daniel o entregou.

Me sentei e comecei a ler:

– “Meu nome é Sara Samers. Eles exigem a liberdade de Leonardo Wolf em troca da minha e dos outros alunos. Vocês têm dois dias para libertá-lo ou eles começarão a matar quatro alunos a cada dia de atraso. Saberão se vocês tentarem enganá-los e pagaremos com nossas vidas.”

Quando terminei de ler o texto estava tremendo. Eles nos dispensaram e já estava na hora do almoço. Fomos para o refeitório e logo os outros chegaram. Era hora da contagem e nós fomos para a fila.

Depois da contagem, pegamos nosso almoço e fomos sentar.

– Isso é ridículo! – comentou Jared depois que Emerson contou o motivo da nossa saída – eles não vão ceder, enquanto que alguém não morrer para provar que eles não estão de brincadeira, eles não vão fazer o que estão pedindo.

– Espero que você esteja errado – eu disse – não quero que ninguém se machuque!

Eu tremia só de pensar nisso...

– Ninguém vai se machucar, - Mandy disse – eles só estão fazendo pressão para conseguir o que querem.

Jared olhou para Mandy que lhe lançou um olhar de advertência, se olhares falassem esse diria “Cale a boca!”.

– Se eles conhecessem essa escola poderiam armar um plano para invadi-la e nos libertar. – falou Jacson.

– Do que você está falando cara? – quis saber Emerson.

– Foi meu avô quem projetou essa escola, o portão não é a única saída.

Nós o olhamos surpresos com a sua declaração. Ele continuou:

– Uma das saídas fica embaixo do vestiário masculino e como meu pai sabia, ele e os amigos dele costumavam usá-la para sair da escola nos dias de semana e...

– Cala a boca cara! Alguém pode ouvir e tentar fugir. – Miguel pediu e olhou desconfiado para um garoto moreno que sentava à mesa ao lado e parecia estar prestando mais atenção do que devia à nossa conversa.

– Foi mal! Não me lembrei disso. – ele chegou mais perto e disse num sussurro – eu tenho um mapa da escola que meu avô me deu, além dessa, tem mais duas saídas...

– Nós não queremos saber Jac, - Mandy disse – ninguém quer sair daqui e deixar que os outros paguem pela nossa liberdade com as suas vidas.

– Eu concordo – disse – é melhor ninguém saber pra não cair em tentação.

– Eu quero saber! – Falou Rosane e continuou depois que nós a olhamos como se estivesse louca – Só pra garantir se eles ficarem malucos e começarem a matar mesmo as pessoas...

Nós voltamos para a aula, tínhamos Biologia agora e todos estavam com tanto ânimo para essa matéria como para a outra. Eu comecei a desenhar na capa do caderno enquanto o professor passava um vídeo sobre o genoma humano. Jared estava sentado comigo e começamos a trocar bilhetes:

(J)“Você não dormiu também?”

(S)“Não, tive pesadelos e estou com medo que aconteça alguma coisa com meus amigos.”

(J)“Vai ficar tudo bem, eles não vão machucar ninguém”

(S)“Eu estou com medo”

(J)“Eu estou aqui e vou te proteger nada de mal vai acontecer a você”

(S)“Eu estou com medo que eles façam alguma coisa a você, o tal Daniel não gostou quando você me defendeu essa manhã”

(J)“Não vai acontecer nada comigo nem com ninguém. Fica tranqüila. Para de ficar pensando nisso OK?

(S)“OK”

A aula terminou e nós fomos guardar nosso material para depois irmos ao refeitório para a contagem das quatro horas. Nós chegamos e entramos na fila. Comecei a sentir um aperto no peito, algo me dizia que alguma coisa estava errada. Havia um grupinho de quatro alunos cochichando mais adiante e pareciam nervosos.

Vi que Pedro saiu da fila e foi até eles para saber o que estava acontecendo. Quando voltou estava sério e parecia muito preocupado. Ele ficou ao meu lado na fila.

– O que houve? – perguntei a ele.

– Fica calma, – pediu, falando baixo – mas parece que um aluno sumiu.

– Quem?

– Tyler Crowm.

Eu senti minhas pernas ficarem bambas, eu podia estar enganada, mas tinha quase certeza que era ele quem estava ouvindo nossa conversa no almoço. Num gesto involuntário eu segurei a mão de Jared que estava ao meu lado e a apertei. As coisas estavam começando a ir mal.

Daniel chegou e começou a contagem como de costume.

– Dez professores, vinte funcionários e cento e cinqüenta e um alunos... Eu vou contar mais uma vez.

Ele recomeçou a contagem, tomando cuidado para não pular ninguém.

– Cento e cinqüenta, cento e cinqüenta e um... Quem está faltando?

– É o Tyler! Ele não apareceu mais depois do almoço... – respondeu um dos garotos que estava no grupinho dos que deram falta dele.

– Nós avisamos o que aconteceria se faltasse alguém na contagem. Agora quatro vidas vão pagar pelo ato inconseqüente dele.

Ele começou a tirar os alunos da fila: tirou uma garota do primeiro ano, dois garotos do segundo, veio em nossa direção e tirou Jared!

– NÃO!!! – Eu gritei e estava prestes a ir atrás dele quando alguém me segurou pela cintura e me puxou de volta.

Era o Pedro.

– Me solta, ele vai...

Eu comecei a chorar e tentei me soltar, mas ele era muito forte. Vi quando Daniel os encostou na parede oposta de costas para nós.

Alguns professores e alunos começaram a implorar para ele não fazer isso, mas ele estava determinado.

– Seu covarde! Não tem família não?... – eu comecei a gritar e Pedro colocou a mão na minha boca.

– Fica quieta, não quer que ele se aborreça e pegue você também, quer? Não vou deixar você fazer isso!

Eu fiquei com ódio dele, eles iriam matar o Jared e eu tinha que fazer alguma coisa, mas ele não deixava. Vi Daniel apontar a arma para a cabeça da garota que estava gritando e fechei os olhos.

Ouvi um, dois, três, quatro tiros! Ouvi choros e gritos, então tudo ficou em silêncio e não ouvi mais nada.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam? Não esqueça de comentar, ok?Bjs