Jason chegou à faculdade e cumprimentou os amigos.

–Oi, Jason. –diz Garret distraidamente antes de arregalar os olhos e se virar bruscamente para encarar Jason. –Jason?!

–Sim, Jason. –diz Jason maroto. –Como foi o fim de semana, caras?

–O que faz aqui segunda-feira, Jason? –pergunta Ian tirando as palavras da boca de Garret.

–É uma faculdade. –diz Jason zombeteiro. –Supõe-se que alguém vem pra uma faculdade estudar.

–É, mas você nunca vem segunda. –diz Garret.

–Isso é porque eu geralmente to de ressaca. –diz Jason. –Mas hoje não.

–Que milagre. –brinca Ian.

–Como se você não fosse o meu amigo de balada com quem eu compartilho meus porres e ressacas. –diz Jason. –O que você faz aqui também?

–Você não foi me pegar de carro, meu amigo. –diz Ian. –Fiquei com preguiça de ir a pé e acabei ficando em casa assistindo 12 é demais.

–(risos). É muito vagabundo mesmo. –diz Garret. –Perdeu uma tremenda festa, preguiçoso. Porque você não foi Jason?

–Eu... Tinha coisa melhor pra fazer. –responde Jason sorrindo com leveza.

–Oh, isso tá cheirando a garota. –diz Ian gaiato. –Ou garoto. Do jeito que você é obcecado pelo cabelo, nem tem como saber.

–Vai ti catar, Thomas. –diz Jason enquanto Garret e Ian dão risada.

–Mas, diz aí, tem mulher na parada ou não? –diz Garret depois de respirar fundo algumas vezes para conseguir para de rir.

–Talvez. –diz Jason. –Vou pra sala.

–Ah, qual é, cara? –dizem Ian e Garret indo atrás de Jason tentando, sem sucesso, arrancar alguma informação.

Horas Depois, Em Frente à Rosewood High...

–Oi, Jason. –diz Emily assim que Jason atende o celular.

–Oi, Em. –diz Jason. –Já estou chegando.

–Ah, era isso que eu ia perguntar. Se você ainda vinha. –diz Emily. –To esperando.

–Eu demorei? –pergunta Jason nervoso. Sim, o loiro parecia um adolescente bobão.

–Não, não. Eu que sou nervosa mesmo. –responde Emily rindo tanto do próprio nervosismo quanto do de Jason.

–Cheguei. –diz Jason.

–Eu sei. Estou ti vendo bem na minha frente. –diz Emily.

–Então desliga o telefone e entra no carro. –diz Jason.

–Ah é. –diz Emily entrando no carro rindo e vendo que Jason também ria. Por uma tempo ficaram ali rindo feito idiotas.

–Cafeteria? –diz Jason depois de parar de rir.

–Claro, eu adoraria. –diz Emily com um sorriso meigo.

Jason liga o carro e Emily liga o radio. O caminho é tranquilo até a cafeteria, sem muita conversa, só aproveitamento da companhia um do outro.

Ao chegar, Emily e Jason fizeram seus pedidos e escolheram uma mesa discreta para que pudessem conversar.

–Como foi o seu dia, Jason? –pergunta Emily bebendo um pouco de café.

–Foi engraçado. –diz Jason rindo. –Ficou todo mundo, tipo, “Jason na facul segunda-feira?”. Algumas pessoas poderiam achar chato, mas eu procuro ver o lado bom das coisas e foi muito engraçado ver a cara deles.

–Que bom que você pensa assim. –diz Emily. –Fico feliz por você ter gostado do seu dia.

–E o seu dia como foi? –diz Jason.

–O meu foi meio louco, sabe? –diz Emily. –Primeiro a Spencer veio me questionar sobre o que eu e você tínhamos.

–Sério? –diz Jason arqueando uma sobrancelha.

–Sério. –diz Emily sorrindo. –Depois veio a Ali que tava, tipo, muito estranha.

–A Ali é a Ali. É normal ela estar estranha. –diz Jason.

–Não estranha normal. –explica Emily. –Estranha no nível Alison. Ela veio com bom humor e um papo meio meloso pra cima de mim.

–A-Alison DiLaurentis sendo... Melosa? –diz Jason perplexo.

–Sim. –diz Emily rindo com a lembrança e tendo que respirar fundo para poder prosseguir. –Ela estava totalmente calma e controlada como se fosse... Humana, sabe? Aí ela disse que tinha voltado cedo da festa porque não tinha a mesma graça sem mim, blábláblá, depois me beijou.

–O que? –diz Jason. –E você deixou?

–No começo eu fiquei tão atônita que meio que deixei, mas depois eu dei meio que um chega pra lá nela. –diz Emily logo em seguida dando mais um gole em seu café.

–Um chega pra lá? –diz Jason.

–Mais ou menos. –diz Emily. –Não foi bem um chega pra lá, mas eu dispensei ela e aí a Hanna chegou e me perguntou sobre você e eu fiquei falando do nosso “não encontro” com a Hanna dando pulinhos empolgados na cadeira.

–Com a Ali na mesma sala? –pergunta Jason com a boca meio aberta.

–Sim. –responde Emily. –Ainda bem que a Hanna também tava bem engraçada com toda a animação, mas eu ri mesmo da cara da Ali tentando ignorar e ouvir a conversa ao mesmo tempo. Com uma cara de que mataria o primeiro que falasse com ela.

–E depois? –diz Jason.

–Depois eu passei o dia tentando evitar cruzar com ela e acabei topando um monte de vezes com o mesmo cara que ficou me paquerando e enchendo o saco. Um tal de Ben.

–(risos). Deve ter sido SUUUPER divertido. –diz Jason maroto.

–Ah, foi. MUITO. –diz Emily irônica e os dois começaram a rir. –Acho que seria mais legal se fosse um certo loiro que realmente causa algum efeito sobre mim. –Emily se aproximou um pouco mais de Jason.

–Se esse certo loiro ainda estudasse na sua escola, ele certamente “toparia acidentalmente” com você sempre que tivesse chance. –diz Jason se aproximando ainda mais.

–Então será que eu posso me aproveitar do fim da aula pra me aproveitar desse loiro? –diz Emily com o rosto a pouquíssimos centímetros do que Jason.

–Acho que esse loiro gostaria muito disso. –diz Jason apenas meio segundo antes de colar os lábios nos de Emily.

Um beijo, dois, talvez mais. Talvez muito mais. A mesa era favorável, mas o dia da semana combinado ou horário não, então Emily e Jason tiveram que ir para casa.

Mais uma vez, o rapaz cavalheiro acompanhou a bela moça morena a sua casa. Um beijo de despedida e um sorriso bobo quando o loiro chegou ao outro lado da rua e não conseguiu conter a vontade de olhar para trás percebendo que a morena também o estava observando.

Alison, que observava a cena do andar de cima, quebrou a primeira coisa que viu pela frente (o despertador novo que comprara após a aula), depois se atirou na cama pouco ligando se chegaria atrasada ou não na escola no dia seguinte. Aquela segunda-feira feira estava realmente dez vezes mais insuportável que o normal. Jason estava roubando “sua garota”. Então ela parou e se repreendeu. “Sua garota”? Como poderia ser “sua garota” se ela não gostava de garotas? Emily era só um passa tempo, certo?

Talvez. Mas aquele ciúme era diferente dos demais. Do ciúme de chegar a escola e encontrar uma de suas amigas conversando com outras pessoas próxima demais. Do ciúme de ver alguém mexendo em seu quarto.

Mas claro que tinha que ser diferente. Afinal, Emily não era só uma amiga. Era dela, a “garota dela”. Não importava se era um passatempo ou não, continuava sendo dela.

Alison disse a si mesma tentando convencer o próprio cérebro. E como uma boa abelha rainha conseguia convencer qualquer um de qualquer coisa, inclusive a si mesma. Custou um bom tempo de conversa bipolar, mas por fim se convenceu, só então conseguiu dormir.