The Last Hope escrita por Aninha
Abro os olhos. Anne está ao meu lado me cutucando.
– Temos que tomar banho enquanto os meninos não acordam. - ela diz
– Mas eu não tenho roupas. - respondo.
– Eu te empresto. Tenho uma bolsa cheia, e temos quase o mesmo corpo.
Vamos andando pela floresta até chegarmos em uma cachoeira.
– Tome banho com o vestido. Os meninos podem andar pela floresta e descobrir a cachoeira a qualquer momento.
Anne também está com um vestido, ela tira os sapatos e entra na água, eu também entro.
– Isabelle, peço desculpas por ontem. Não estou acostumada a lidar com as pessoas. - Anne diz.
– Não tem problema.
– É sério. Ontem pensei nas possibilidades de sermos amigas sabe...
– Tudo bem. Quantos anos você tem?
– Tenho 16, e você?
– Vou fazer 16 daqui a dois dias.
– Legal.
Ficamos em silencio, nadando.
– Você gostava da sua vida no castelo? - ela começa.
– Na verdade não. Eu sempre vinha na floresta, odiava os bailes, odiava as reuniões e ainda mais aquelas regras de etiqueta e tudo mais.
– Estavam falando que você matou sua irmã por inveja dela.
– Eu estava feliz. Não queria ser rainha, queria que ela fosse.
– Faz ideia de quem a matou?
– Valentim. - digo baixo.
– Ele não estava preso? - grita Anne.
– Ele fugiu. Depois de matar Mary, veio atrás de mim e cortou meu braço. Algo me diz que ele queria meu sangue.
– Estranho...
Saímos da cachoeira, Anne me da uma toalha e uma calça e uma camiseta preta. Me seco e me visto.
Voltamos para o acampamento. Tobias e Alec estão sentados.
– Achei que você tinha matado a Isabelle, Anne. - diz Tobias.
– Somos amigas agora! - Anne grita.
– Ela vai ficar entediada na sua companhia...
– Mas eu não fiquei e nem vou ficar. Anne é legal. - interrompo
– Acho que o mundo vai acabar,ninguém te acha legal Anne! - diz Alec.
– É capaz de acabar mesmo. Valentim fugiu. - diz Anne.
– Vocês viram ele? - pergunta Tobias.
– Não. Ele que matou a irmã de Isabelle, também cortou o braço dela.
– Temos ainda mais problemas... - diz Alec.
– Quais? - pergunto.
– Você está sendo procurada. Temos que mudar seu nome, pois vamos na cidade.
– Só faltava essa...
– Que tal Beatrice? - Anne pergunta.
– Pode ser. - digo.
Vamos andando para cidade, Alec está mais na frente e Anne corre ao lado dele, ficamos só eu e Tobias atrás.
– Onde vamos? - pergunto.
– Vamos ver Jocelyn. Luke não aparece em casa faz dois dias.
Fico em silencio. Entramos em uma casa simples, uma mulher que parece ser Jocelyn sai de uma sala.
– Ola queridos.
Ela abraça a todos, até que me vê.
– Quem é essa?
– Beatrice. - diz Anne.
– Prazer. Seja bem vinda.
– O prazer é todo meu.
Entramos em uma sala, uma garotinha está brincando, Marlee.
– Oi gente. - ela diz.
Todos acenam.
– Beatrice, fique aí com Marlee, vamos conversar com Jocelyn.
Fico parada no lugar.
– Seu nome é Beatrice né? Eu sou Marlee.
– Sim, eu sei, Tobias me falou de você.
– Senta aqui. - ela bateu em uma cadeira ao lado da dela.
Me sento.
– Você é a namorada do Tobias?
– Não, não sou.
– Que pena!
– Então Marlee, oque você gosta de fazer?
– Adoro tocar violão.
– Eu também!
Eu e Marlee ficamos conversando por um longo tempo, Anne, Alec, Tobias e Jocelyn saem de um quarto.
– Vamos, Beatrice. - diz Anne.
– Ah não! Quero que ela fique comigo! - diz Marlee me abraçando.
– Não da Marlee! Ela tem que ir com a gente. - insiste Anne.
– Então eu também quero ir! - grita Marlee.
– Marlee, eu tenho que ir, mas a gente se vê qualquer dia desses, tudo bem? - digo.
– Tudo bem... - ela me solta.
Dou um abraço nela e levanto. Vamos até a porta e Jocelyn segura meu braço.
– Pode vir quando quiser. Ela te adorou! - ela diz.
– Que bom. - sorrio.
Vamos andando pela rua e voltamos para o acampamento Tobias e Alec estavam cozinhando, Anne estava ao meu lado.
– Marlee adorou você. - diz Anne.
– Acho que sim.
– Ela não tem nenhuma amiga sabe...
– Como? Ela é adorável.
– Ela é meio fechada com os outros, só conversou com você porque estava com a gente. Se não ela estaria morrendo de vergonha.
– Nossa.
– Ela te perguntou alguma coisa constrangedora?
– Ela perguntou se eu e Tobias somos namorados...
– Bem a cara dela.
Ficamos em silencio por um tempo, penso se o dia de amanhã vai ser melhor do que esses outros.
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