Death Note: Os Sucessores - 2 Temporada escrita por Nael


Capítulo 22
Cap. 21: The Tales Of Ryuk IV


Notas iniciais do capítulo

"Este é um sinal dos tempos
Outra montanha para escalar
O sol queima tão quente como a chama nos olhos do diabo

Há caos em ascensão
O céu está chovendo facas
Estamos confundidos
O pedágio que é tomado de você e eu
Você e eu"

Música: Sign Of The Times - Three Days Grace



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Light correu até uma das torres do palácio em ruías que dava acesso ao subterrâneo. Estava completamente escuro, mas ele sabia que caminho devia tomar, a escuridão nunca foi sua inimiga.

Avistou a claridade azulada do fogo dos shinigamis e entrou no grande local cheio de lapides. A de Ryuk continuava onde ele havia deixado. Não era muito pequena nem muito grande e Light conseguiu carregá-la enquanto subia as escadas de volta para a superfície.

Enquanto isso Ryuk lutava contra Lawliet. Entretanto ele se mostrou extremamente forte. Assim que colidiram Ryuk foi lançado a metros atingindo uma pilastra. Lawliet pousou sobre uma rocha a sua frente e um pouco da sua luz se apagou revelando-o sentado do seu mesmo jeito estranho de sempre.

Suas assas pareciam ser de anjo como muitos shinigamis confundiram, mas ao contrário destes ela não era feita de penas e sim de pura energia, era como se uma fumaça brotasse de suas costas.

– Você é um Hiraki. – disse Ryuk. – E só consegue entrar neste mundo porque tem ajuda. Agora entendo, era por isso que estava com tantos shinigamis. Você e o Rei são aliados.

– E eu pensando que você não era inteligente, Ryuk. Quem diria.

– Pois você não parece o mesmo, L. Sabe o que ele vem fazendo aqui? De como destruiu este mundo e o dever dos Deuses da Morte? Você sempre se julgou a justiça então por que luta ao lado dele?

– Por que? Por que estou do lado dele? Ou será apenas que não quero ficar do lado do Light? Não, não deve ser nada disso. – ele fitava o vazio mordendo a unha do polegar enquanto raciocinava em voz alta.

– Por que está se analisando? – ele saltou em direção ao homem, mas este conseguiu escapar para o lado.

– Me perdoe a franqueza Ryuk, mas acontece que você é um completo idiota. – ele disse calmamente. – Mesmo que você tenha poder suficiente para derrotar o seu Rei as coisas só piorariam, inclusive para mim.

– Hã? Do que está falando?

– Você é uma marionete. Desde sempre você nunca passou de uma marionete. Acha que está sendo esperto, acha que está com a vantagem e seu plano é muito bom. Está confiante, não é? Então saiba que confiança é o primeiro sinal de que está sendo controlado. – ele o encarou. – Você pode conseguir mesmo, eu não duvido. Mas para isso duas coisas cruciais teriam que acontecer. – ele levantou os dedos contando. – Primeiro, você começaria uma guerra civil, alguns shinigamis se aliariam a você e outros ao seu Rei. Com isso ambos os lados precisariam de ajuda. Para conseguir esse reforço os portais seriam violados e seres de outras dimensões seriam colocados na batalha. Mas acontece que fazer isso, além de correr o risco de exterminar toda uma raça, acabaria com equilíbrio e separação dos mundos. Um risco, que como Hiraki, eu não pretendo correr.

– Hahha. – Ryuk gargalhou. – Estão o grande L está com medo.

– Sim. Eu tenho medo, nunca estou totalmente confiante. Sou um tolo. E me orgulho muito disso. Apesar do confronto que travei com Light na verdade eu odeio guerras físicas. – ele abaixou o dedo médio ficando apenas com o indicador levando. – E o último ponto. Para que você possa começar essa guerra o Novo Kira teria que vencer lá no Mundo dos Humanos. E isso significaria que todos os meus esforços e minha morte foi em vão e que a verdadeira justiça foi corrompida. Algo inaceitável. Eu nunca concordaria com isso.

– Mesmo aqui, mesmo agora, neste estado você e Light continuam os mesmos, com as mesmas ideias, com a mesma luta. Isso não é justiça, é obsessão. – Lawliet pareceu refletir.

– Tem razão. Em parte há uma obsessão, mas tudo sempre remete aos nossos princípios de justiça e moral.

Ryuk sorriu e juntou as mãos. Quando as abriu uma espada negra e contorcida se materializou da fumaça que surgiu ao seu redor.

– Sempre foi isso. O fato de nunca se darem bem é porque são extremamente parecido, apenas pegaram estradas diferentes. – Lawliet se colocou em posição. – Mas agora é minha existência que está em jogo e eu não ligo para as consequências que terei que enfrentar. Não se cria nada sem antes se destruir alguma coisa.

– Aí está a resposta que você queria. Por que estou ajudando o seu Rei? Ora, assim como você minha existência também está em jogo.

Ele atacou. Lawliet voou para cima seguindo por Ryuk que invocou algumas almas que também o perseguia e o cercavam. Foi uma verdadeira perseguição aérea. Lawliet atacou todas elas com golpes e no momento que seus membros iluminado as atingias elas se dissolviam.

– Então basicamente não se constrói um Novo Mundo sem antes destruir o que há. – ele se defendeu de um golpe de Ryuk com a espada criando uma espécie de escudo com a luz. – Como eu disse uma simples marionete, Ryuk. – a luz se expandiu ganhando força e o jogou para trás no ar. – Eu detesto lutas físicas, mas não significa que não seja bom.

Outros shinigamis apareceram no céu cercando ele novamente.

– A pergunta que tem que se fazer agora Ryuk é a seguinte: Assim como Light você está disposto a dar sua mente, seu corpo e sua alma à sua causa? Está pronto para morrer em nome do seu ideal? Porque eu estou.

Hirakis são seres de luz vindo das colônias acima. A única maneira de destruir sua essência de fato é corrompe-los com a escuridão ou mesmo usar esta para ofuscar sua luz tirando sua áurea que fica no lugar do coração. Geralmente transitar entre as dimensões gasta muita energia ele não pode ficar aqui para sempre. Se eu não acabar com a alma de Lawliet ele é que vai acabar comigo.

Eles ouviram os passos. Light apareceu segurando a lápide no pátio do palácio. Lawliet logo percebeu e desceu voando rapidamente. Os shinigamis foram na direção de Ryuk que concentrou sua energia e causou uma espécie de explosão que surgia do seu próprio corpo afastando-os. Também voou na direção de Light atacando Lawliet com esferas de energia negra.

Este desviou saindo da linha reta que levava a Light. Ryuk se aproveitou disso para alcançá-lo e voou rumo ao portal seguido por Lawliet e outros shinigamis.

– Light me responda uma coisa. – ele disse enquanto desviada dos ataques de L e das armas dos Deuses da Morte. – Quem é Scott Tuner?

– Hã? Que porcaria é essa agora? Só siga em frente Ryuk.

– Quantas vezes você saiu daqui Light? Você já foi para o Mundo dos Humanos?

– Mas o que... Não. Nunca pude sair. Seria pego na mesma hora. E não conheço nenhum Scott Tuner. – Ryuk se sobressaltou virando para a esquerda.

– Está tudo errado. Toda a teoria de Maisy. Se você é uma alma que o Rei absorveu e conseguiu fugir, Lawliet também devia ser, mas está claro que ele é um Hiraki. – Light não entendia o que ele estava querendo dizer. – Então nem todas as almas vão para o shinigami cujo o caderno está em seu poder. É como se elas fossem selecionadas antes. – ele desacelerou.

– Não importa. Estamos quase fora. Continue Ryuk! – bradou Light e o shinigami se apressou.

– Light.. – ele começou sério. – Foi mesmo divertido te reencontrar, depois que Maisy vencer lá no Mundo dos Humanos e eu conseguir meus objetivos aqui pelo que aconteceu hoje eu irei te ajudar.

– O que? Nem pense em me deixar para trás. – ele segurou a lapide só com uma mão ameaçando jogá-la.

– Eu não disse isso. De verdade seria ainda mais interessante se você pudesse seguir junto comigo, mas Light você não existe.

O portal se revelou e Ryuk o atravessou com Light. Porém este quando tocou no seu limite bateu contra uma espécie de escudo invisível. A lápide voou para o lado da escadaria e Ryuk rapidamente a pegou.

– Sinto muito. Você nunca poderá atravessar.

Light se levantou do chão e encarou o Deus da Morte furioso.

– Do que se trata isso? Como ousa me trair Ryuk.

– Eu na fiz nada. É você Light. Você não esta aqui, você não é real. – ele disse calmamente e Lawliet pousou atrás dele, os outros shinigamis haviam ficado para trás. – Não acha estranho que se Lawliet pudesse atravessar para este mundo já não o teria feito?

– Então você reparou. – disse o moreno. – Sim, nossas almas não podem cruzar para o nosso antigo mundo Light. Acontece que nenhum de nós está de fato aqui.

– Do que estão falando? Que loucura é essa de que eu não existo? – ele estava furioso e começou a esmurrar a barreira que surgia quando tentava ir além do portal.

– Light... Quantos filhos você tem? – Ryuk perguntou calmamente.

– Maisy. E daí?

– Certo. E como ela é?

– O que?

– A aparência dela? Como é?

– Como vou saber se nunca a vi.

– Então nunca a viu ou falou com ela?

– Isso Ryuk. Eu só sei por que li aquele seu diário. – ele jogou o caderno que atravessou a barreira e caiu nas mãos do shinigami.

– Então é como eu disse. Você não existe. O humano que usa o Death Note não pode ir nem pro céu nem para o inferno. Eu pensei que as únicas coisas que existiam além disso era o Mundo dos Humanos e o Mundo dos Shinigamis, mas estava errado.

– Hã?

– Antes de acordar aqui você não se lembra Light? Não viu o sangue ou ouviu os gritos? – ele ficou estático como se mergulhasse nas palavras de Ryuk e começasse a visualizar uma cena perdida em sua memória. – Antes de conseguir passar para este mundo que é diretamente ligado com o qual você estava. – Lawliet observava tudo sem interferir. – Você Light, assim como ele é uma projeção e sua verdadeira alma está no Purgatório.

– Não eu... – ele ficou imerso nos próprios pensamentos, flashs começavam a se passar na sua mente.

– Se não estiver de fato aqui não poderá sair, não poderá fazer nada. Está eternamente preso no vazio e na escuridão. Assim como Lawliet está confinado ao céu e certamente o que ele vem fazendo aqui lhe causará problemas. – L sorriu.

– Está certo. – ele confirmou.

– Eu percebi isso quando você disse que consegui passar por todos os shinigamis despercebido, que conseguiu ler livros nesse mundo e se soltar das correntes na prisão. Você só fez tudo isso porque por um tempo foi invisível e seu cérebro se adaptou as condições daqui fazendo você acreditar fielmente que esteve aqui o tempo todo. Até porque, pelo que me contaram, o Purgatório é um lugar horrível. – ele ergueu as assas novamente. – Eu também não queria acreditar, mas estava certo. Entretanto precisava sair daqui. Vou garantir a vitória de Maisy e então os shinigamis terão sua ascensão. E L... Eu não sou uma marionete, muito pelo contrario. – ele segurou a lapide e disparou rumo ao Mundo dos Humanos vitorioso.

Não havia mais nada que Lawliet pudesse fazer já que ele havia cruzado o portal e ambos sabia disso. Então ele apenas deixou que os sucessores de L e Kira cuidassem disso. Não podia mais ajudar.

Isso. Hora de voltar. Eu estava certo, nem consigo acreditar que fui capaz de ver tudo isso. Ainda bem, senão estaria em sérios problemas. – ele olhou uma vez para trás. – É Light, agora você e Lawliet terão que se acertar sozinhos. Que terrível destino não poderem interferir no curso da guerra que sempre remete a eles, mas é assim que deve ser. Se as almas dos humanos pudessem voltar tão facilmente a morte seria algo irrelevante e não teria a menor graça. – ele riu saindo na cidade. – Ah! Senti falta desse lugar tão divertido. Mas agora outra coisa me preocupa... Se Light nunca conheceu ou falou com Maisy como ela tem tantas informações?

“Me perdoe a franqueza Ryuk, mas acontece que você é um completo idiota... Você é uma marionete. Desde sempre você nunca passou de uma marionete. Acha que está sendo esperto, acha que está coma vantagem e seu plano é muito bom. Está confiante, não é? Então saiba que confiança é o primeiro sinal de que está sendo controlado.”

Controlado...

Lawliet... Seria possível que você... Não. Por que ele me ajudaria? O que ganharia me dando essa dica? Argh! Esses malditos gênios. Por que vivo me metendo com eles?


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Notas finais do capítulo

"Mundo dos Shinigamis:

— Acabou Light. – disse Lawliet se virando encolhendo as asas e caminhando lentamente.

— Seu maldito. Sabia o tempo inteiro. – seu corpo começou a ganhar um aspecto neblinoso e se dissolver como fumaça. – Mas você esta na mesma situação que eu. Mesmo que esteja no céu não há diferença. Eu nunca temi a escuridão mesmo. E no final das contas não conseguiu deter Ryuk que era seu objetivo o tempo inteiro.

— Light... Você realmente me impressiona eu tenho que admitir. – ele se virou e o encarou com seus olhos negros que mesmo agora continuavam com olheiras. – A morte não é mesmo o fim pelo contrario é um novo começo. E eu realmente pensei que poderia viver minha morte em paz se é que isso faz algum sentido, mas você ainda insiste nisso. Ainda insiste no passado. Não abre mão do seu ideal nem do que tinha.

Ele se concentrou nas palavras dele.

— Eu não sei se isso é muita burrice ou extremamente brilhante. Em todo caso você ainda continua me impressionando Kira. A morte te neutralizou, mas não foi capaz de pará-lo. Eu não duvido de que um dia você realmente consiga volta e quem sabe continuar de onde parou já que estou convicto de que sua filha não ira conseguir. E quando isso acontecer eu vou então deixar essa minha aposentadoria. Afinal não tem como haver um Kira sem um L, nós não podemos mais existir um sem o outro Light.

— Isso deveria me assustar? Me ameaçar? – ele se dissipava. – Fazer com que eu me arrependa?

— Não, pelo contrário. Se pensar bem isso até te motiva. Não seria interessante jogarmos os dados mais uma vez? Aceite o fato, estamos eternamente presos um ao outro, seja por vingança, destino ou justiça. E Ryuk pode estar certo. Somos muito parecidos, apenas pegamos estradas diferentes das quais nos recusamos a sair e estamos constantemente entediados. E agora que achamos alguém à altura para nos aliviar do tédio não abriremos mãos dessa luta.

Light sorriu.

— Que declaração emocionante Ryuuzaki. – ele disse já quase invisível. – Neste caso me dê tudo o que tiver Detetive. Eu nunca recusaria um desafio seu. Uma corrida até o poder para alcançar nosso antigo mundo ou destruir aquela dimensão em que o outro se encontra. Os peões já se moveram, que o jogo continue.

— Comecemos então o apocalipse, Light.

E com isso Light sumiu no ar sob o olhar negro e sorriso de canto de Lawliet. 'Aguardo ansioso, Kira.' Mas apesar das palavras de ambos ainda levaria muito tempo para eles voltarem a se reverem ou mesmo se enfrentarem. Até mesmo as maiores mentes dos mundos precisam de um descanso e enfrentam problemas que parecem não serem capazes de resolver.

Se grandes amizades duram para sempre e transcende a vida, grandes inimigos também permanecem eternamente ligados. Mas essa é uma outra historia, que assim como o Caso dos Assassinatos BB de Los Angeles coube a Mihael Keehl descobrir os detalhes e contá-los em outra ocasião, essa ainda é a minha narração, meu passatempo.

Entretanto uma coisa é certa: o embate entre L Lawliet e Light Yagami está longe de acabar. Mas o de Maisy e Sophie está prestes a ter fim. O campeão já está definido. Fechem suas apostas."



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