Coração Assombrado escrita por Mrs Crowesdell


Capítulo 8
Capítulo 8




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14º dia de aula.

Não estava me aguentando de tanta curiosidade do outro dia. Queria porque queria saber por que o Luccas interrompeu meu beijo com o Erick. Não que eu tenha gostado do beijo porque na verdade quem eu queria beijar era o Luccas.

E eu já tinha uma ideia do porquê, mas em fim...

Mal cheguei na escola e no corredor de armários, perto da sala, pude ver Luccas ajeitando seu material no armário no baixo. Cheguei de mansinho por trás e gritei seu nome. Foi engraçado porque ele a cabeça no topo do armário.

– O que você quer? - Falou alisando a cabeça, a tirando de dentro do armário.

– Nossa, grosso. - Me apoiei nos outros armários ao seu lado ainda sorrindo para ele, que permanecia sério.

– É, sério. O que está fazendo aqui?

– Como assim? Não posso mais falar com você, se lembra que disse que não ia mais me afastar , eim? - Ele se levantou pondo a mochila nas costas.

– Olha, por que não para de ficar atrás de mim e vai ficar com o seu Erick, eim? - Quando terminou, me deu as costas, mas deu tempo de me desencostar do armário e puxa-lo pela manga do casaco.

– Meu quem?! O que está acontecendo? Ontem você deu um soco nele sem por que e agora está assim. - Ele se livrou da minha mão em sua manga me olhando nos olhos.

– Sem por que? - ele deu um sorriso de deboche – Você... você não entenderia.

– Por que não?! Você nem tenta me explicar, poxa! Vocês dois eram amigos e se separaram de repente, isso sim eu não entendo. Foi por causa da Lina?

– Antes fosse. Quer saber o verdadeiro porque do nosso... distanciamento, o porque que eu interrompi seu beijo?!

– Quero!

– Então tá. Se prepara. - Nós ficamos nos encarando por um tempo em silêncio até ele dar um suspiro e continuar: - Certo. Há um tempo o Erick estava de olho em você...

– Então por que falou que ele mentiu? - Ele arqueou uma sobrancelha – Tá, desculpa, continua.

– Mas ele só queria te pegar, te beijar e levar para cama. Não te queria de verdade e além disso... - ele ficou um pouco rosado – eu também gostava de você. - Pera aí! Para o mundo que eu quero descer! Como é que é?!– E eu ainda gosto. Sim, fiquei com ciúmes, por isso o soquei, foi impulso, reflexo.

– Mas.. mas e a Lina?

– Eu não gostava dela como ela passou a me amar, eu te disse. Ela era popular, eu quis ficar com ela para ver se você me notava. - Morri. Não, espera... - Mas você continuava no seu mundinho cor de rosa sempre com a Layla e a Vivian. Vocês pareciam não ligar para nada. Só para a amizade de vocês. Quando a Lina morreu eu já estava distanciado do Erick mas depois dela machucar os outros e tal, eu me afastei mais ainda.

– Então... foi por ciúme?

– Sim. - Eu estava vermelha e ele estava um pouco roseado. Ele subiu a mão junto com um sorriso de canto, aquele sorriso de canto, e acariciou meu rosto. - Você sempre fica fofa vermelhinha. - Dei um sorriso tímido e olhei para baixo. - Mas, você gosta dele, não é? Quer dizer, não tentou... você...

– Não! - Levantei a cabeça num sobressalto – Não gosto dele. Muito longe disso.

Pude sentir o calor do seu corpo mais próximo do meu. A mão dele passava pelo o meu pescoço e pousou sua testa no início da minha. Passando a mão pela minha cintura, me aproximou mais dele me envolvendo em um abraço quente naquele tempo frio. Não fiquei totalmente parada, retribui o abraço quase chorando.

Ele também gosta de mim.

Tá ele não admitiu exatamente que me amava, mas... gosta de mim o bastante para sentir ciúmes de mim com outro cara.

– E-eu gosto de você, Luccas. - Ele me apertou mais no abraço e afundou a cabeça no meu ombro. Parecia um pouco desconfortável por ele ser mais alto que eu.

E eu continuava com aquele sorriso bobo. Mesmo assim não desistiria de ouvir ele dizendo um “eu te amo” para mim.

Ah, não mesmo!

Mal sabia que essa... “alegria” não ia durar muito. Ó, como sofro!

– Você cheira a … a … - fiquei esperando a continuação quando ele levantou a cabeça e com um sorriso malicioso me encarou. Não pode ser coisa séria – A fruta do conde.

– Argh, - revirei os olhos – ridículo.

– Medrosa. - Dei língua para ele. Mas esqueci que era perigoso fazer isso afinal ainda estávamos abraçado.

– Então quer dizer que mentiu para o Erick, para a Lina e para mim?

– Desculpa. - Ele deu um sorrisinho de criança.

Wooon!

Nem notamos o tempo passando, só quando o sinal bateu que nos encaramos com surpresa e nos desvencilhamos e seguimos para a sala. No meio do caminho veio a Layla e pula nas minha costas.

– Sua louca! - Disse enquanto ela me dava língua.

– Por isso que ela é sua amiga. - Disse Luccas ainda olhando para frente do meu lado.

– Haha, boa Luc. – Disse Vivian.

Luc? De onde ela tirou essa intimidade?!

Na entrada da sala ela segurou meu o meu ombro o sussurrou: “Eu retiro o que disse. Ele é legal... e não parece nada louco.” . Não pude deixar de sorrir. Daí quando seguíamos para nossas carteiras ele passou por mim quando eu estava em pé me arrumando para sentar e disse no meu ouvido:

– Eu gosto de fruta do conde.

A aula se passou lenta. Eu, as meninas e o Luc... Luccas ficamos conversando por sinais e código em quase todas as aulas, mas paramos quando a coordenadora entrou para dar um recado.

– Bem, turma, você já sabem que as Olimpíadas estão próximas. Quero lembrar a vocês que quem fizer um esporte, qualquer modalidade, receberá 3 pontos em Matemática, Biologia e Física.

Bem, nem preciso dizer que a maior parte da turma ficou boquiaberta e fazendo murmurinho.

Tá, acabei de dizer. Dane-se.

Ah, quem se importa?!

Na hora da saída Erick nem veio falar comigo de novo por ainda estar com o Luccas sempre ao lado. Ele simplesmente desapareceu da nossa vista depois da aula. Estava com um pressentimento estranho.

– Acho que agora vou fazer volei. - Layla falou

– Vai é? - Eu virei para ela.

– Claro. 3 pontos em Física!

– Então 'tamo junto'! - Vivian se juntou a conversa batendo na mão da Layla. - E você?

– Ah, ela tem o Luccas pra ensinar a matéria para ela. Não vai precisar dos 3 pontos.

– Layla! - gritei vermelha

– Na verdade acho que vou fazer futebol. - Luccas finalmente falou alguma coisa.

– Ué, mas você disse que não podia! - Falei entre os dentes

– É, mas mudei de idéia. - Ele piscou com um olho para mim. - Vou me arriscar.

O que ele está pensando?! E a Lina?!

– Wau, só quero ver isso. Você? Jogando futebol? Há, vai ser hilário. - Disse

– Seria mais se você jogasse. Não quer divertir a arquibancada porque?

– Eeeh, ridiculo!

– Medrosa!

– Que tal vocês irem pro quarto logo? - Vivian

– Eu? Com ela? Nem pensar! - Todos rimos. É, eu ri. Mas não do que ele falou e sim do jeito que ele falou. Sabia que estava brincando. Ele estava com aquele sorriso que me encanta e que diz tudo.

Nos despedimos no portão, afinal Vivian e Layla seguem caminhos diferentes que o nosso. Já Luccas não, já que a casa dele é... perto” da minha.

– Que merda! - Disse bloqueando o celular e o guardando na bolsa. - Minha mãe não pode vir, vou ter que ir a pé. Que saco!

– Que foi? Tá com medo, medr....

– Nem vem! Isso já está começando a me irritar!

– Gosto quando você fique vermelha de vergonha mas acho muito engraçado essa sua raivinha.

– Raivinha? Eu to falando sério!

– Ta, tá. Quer que eu te leve até em casa? - Corei um pouco

– Po-pode ser. - Ele deu um sorriso de canto, melhor: O sorriso de canto, e começamos a andar.

– Tá vermelhinha.

– Cala boca! - Aquele sorriso idiota me encantava e me deixava mais envergonhada ainda.

Depois de um tempo começamos a conversar e rir no meio da rua e não paramos mais, nem notamos o tempo passar. Só percebemos quando chegou em frente a minha casa.

Ele fitou a porta, deu uma olhada nas janelas de cima.

– Isso me trás uma lembrança não tão boa.– Ele deu um sorriso triste,

– Ela ainda não apareceu, né? - Ele virou pra me encarar.

– Não. Nem sei quando pretende aparecer.

– Será que ela volta mesmo?

– Aposto que sim, mas espero que não.

– É.. eu também. - Ficamos em silêncio pensando um pouco mas logo levantei a cabeça e disse: - Então, Adeus e obrigada.

– O que?! Assim?!

– É, como você esperava que me despedisse? - Ele deu um sorriso mais malicioso que o normal avançou um pouco sobre mim.

– Que tal assim?

E finalmente não teve ninguém para interromper o nosso primeiro beijo.

Ele me puxou pelo pulso e no início fiquei meia assustada, mas com o tempo fui relaxando e permiti que a língua dele invadisse a minha boca. Pousei a minha mão livre no rosto dele. Ele, por sua vez, botou a sua mão na minha cintura e a outra soltou meu pulso e tocou minhas costas. Com as duas mão livres cruzei-as atrás do pescoço dele. Foi muito bom... foi mais que bom sentir os lábios dele roçando nos meus e sua língua se entrelaçando com a minha.

Não sei exatamente quanto tempo nós ficamos nos beijando ali daquele jeito... apaixonado.

Só sei que queria que nunca acabasse


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