Fani

Acordei sentindo pequenos beijos sendo depositados na base do meu pescoço. Hm...

— Que ótima maneira de acordar – murmurei, abrindo os olhos preguiçosamente.

Ele me encarou, um sorrisinho de lado e os olhos brilhando. Suspirei. Parece que a cada dia eu me apaixonava ainda mais pelo Leo.

— Bom dia, Bela Adormecida. – falou, ainda sorrindo, e depositou um leve beijo em meus lábios.

— Bom dia, Príncipe Encantado. – retruquei, o fazendo rir.

Enrolamos mais um pouco na cama e levantamos, cada um fazendo sua higiene matinal e depois fomos para a cozinha, eu fazendo as panquecas e ele o suco.

O café-da-manhã foi feito entre risos e beijos, nós fazíamos palhaçadas um com o outro e namorávamos um pouquinho também. Como era Sábado, não tínhamos nenhuma preocupação com horários, trabalho, papelada, nada.

— A gente já está em Outubro?! – exclamei, alarmada. Faltavam pouco mais de dois meses para o casamento da Pri e eu, como (ótima) madrinha, nem tinha preparado a despedida de solteira da minha amiga.

Que foi? Eu tive a minha, ela pode ter a dela.

Estávamos largados no sofá, ele de um lado e eu de outro, com as pernas esticadas e os pés em seu colo.

— Incrível, não é? – o Leo concordou – Ainda nem planejei a despedida de solteiro do Rodrigo.

Aquilo fez um alarme soar na minha cabeça. É claro que eles podiam fazer a festa, não sou hipócrita. O problema é que o Alan vai querer stripers. Eu não vou deixar o meu marido perto de stripers!

— Quanto a isso, acho que temos que estabelecer algumas regras... – falei.

— Por que?

— Bem, tenho certeza que a Pri não quer o futuro marido dela passando a última noite de solteiro assistindo a um número de strip-tease.

— E eu tenho certeza que o Rodrigo não quer a futura esposa passando a última noite de solteira vendo gogo boys tirarem a roupa e se esfregarem nela.

— Ele não quer ou você não quer? – perguntei, estreitando os olhos. A coisa mais impossível do mundo é o Leo admitir ciúmes, mesmo que todos saibam que ele está, de fato, com ciúmes.

— Não é a mesma coisa? Afinal, sou o padrinho.

— Admita: você está com ciúmes e não quer que eu veja caras gostosos tirarem a roupa e se esfregarem em mim! Você não dá a mínima para a opinião do Rô, não é? – falei, me levantando de onde estava sentada no sofá e o encarando, risonha.

— E se eu estiver? Espera, você disse “caras gostosos”?

Rindo, me aproximei dele e sentei em seu colo, as pernas cada uma de um lado do seu corpo.

— É normal ter ciúmes, Leo. Você acha que eu te quero perto de um bando de mulheres nuas? Nem pensar!

Depositei um selinho em seus lábios, uma faísca, que logo gerou um incêndio. O Leo desfez o coque frouxo que eu tinha na cabeça, enterrando a mão em minha nuca e me puxando ainda mais para perto enquanto aprofundava o beijo. Sua outra mão passeava pelo meu corpo, subindo pelas pernas e depois por baixo da minha blusa.

Não me fiz de santa, pelo contrário, enterrei meus dedos em seus cabelos da nuca, puxando-os devagar ao mesmo tempo que mordia seu lábio inferior. Aproveitei e também passei a mão pelos seus braços, levemente definidos, mas musculosos. Quando foi que ficou tão quente aqui na sala?

Me afastei um pouco à procura de ar. Tinha certeza que estava completamente corada. Eu respirava fundo, tentando recuperar o fôlego, quando uma ideia me atravessou.

— Está tentando me comprar com beijos, Leonardo? – perguntei, divertida. Cá entre nós, eu não dava a mínima.

— Está funcionando? – ele perguntou, na maior cara de pau, me fazendo abrir a boca, surpresa com sua audácia.

Dei um tapa de leve em seu ombro, sorrindo descrente.

— Eu não acredito nisso! – fiz uma pausa, ficando séria e me aproximando ainda mais, colando minha boca em sua orelha, sussurrando logo em seguida – Definitivamente, está funcionando.

Eu nem tive tempo de raciocinar, o Leo já nos levava para o quarto, minhas pernas agora entrelaçadas em suas costas.

— Vamos fazer um bebê, dona Fani. – ele disse, me fazendo rir.

—X-

Horas depois...

— Para, Leo! – reclamei, encolhendo os ombros.

Depois da maratona, estávamos com muita fome, e já passava das três da tarde, então voltamos à cozinha, onde eu tentava cozinhar, mas o meu marido não deixava, dando beijinhos e leves mordidas no meu pescoço enquanto eu preparava a comida.

— Não estou fazendo nada demais! – respondeu, depositando outro beijo, agora bem perto da minha orelha.

— Não, imagina! – retruquei, desligando o fogão. Graças a Deus, acabou! — Já está pronto.

— Vamos comer, então. – disse, levando a panela para a mesa e servindo os pratos.

— Não vai comer? – perguntei, depois de umas boas cinco garfadas, ao perceber que o prato do Leo estava intacto.

— Não sei, corro risco de intoxicação se comer? – perguntou, me provocando.

— Ei, eu não sou uma cozinheira tão ruim assim, ok?! – retruquei, dando um leve chute em sua perna, por baixo da mesa.

— Eu nunca disse isso!

— Vou pegar o lustra-móveis para ver se eu dou um jeito nessa sua cara de pau, Leo! – respondi, o fazendo rir.

Eu era uma cozinheira bem meia-boca, admito, mas isso não quer dizer que meu penne à parisiense tinha ficado ruim, estava surpreendentemente gostoso, na verdade.

Ele finalmente comeu, arregalando os olhos enquanto olhava para mim.

— O que foi? – perguntei.

— Tem certeza que foi você quem fez isso? Está muito gostoso! – perguntou, colocando mais no prato.

— Mas é claro que eu fiz! Eu posso ser uma cozinheira fabulosa de vez em quando! – falei.

— De vez em quando mesmo. Com o mesmo intervalo de tempo que o cometa Harley leva para voltar a ser visto daqui da Terra. – disse, acabando de comer.

— Você é um péssimo marido! – brinquei, jogando o pano de prato nele, que agora tirava a louça e colocava na lava-louças.

— Você me ama de qualquer jeito. – retrucou, passando o pano de prato por meu pescoço e me puxando, selando nossos lábios.

— Isso eu não posso negar. – murmurei, contra seus lábios, antes de aprofundar o beijo.