Fallen World escrita por Artur


Capítulo 36
Capítulo 36: Canibais


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores. Mais um capítulos, aqui temos uma toneladas de respostas e mais perguntas que irão surgir, espero que gostem!



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Fallen World

Capítulo 36: Canibais

Pov.Nick

Foi difícil de acreditar no que aqueles caras fizeram com a amiga de Tyresse, eles simplesmente a esquartejaram e devoraram todas as partes do corpo dela, foi algo horrendo! Todos fechamos os olhos e fitamos em outro lugar para não presenciarmos aquela cena chocante mas, algo me dizia que seriamos os próximos. Gareth conversa em sussurro com seus capangas restantes e logo uma boa parte dele se dissipa do local entrando no pequeno casebre, ao lado de onde estávamos agachados.

– O que você é? O que todos vocês são!!?? – Gritei completamente perplexo enquanto remexia para todos os lados tentando me soltar mas logo sou apreendido por um soco realizado por Gareth, meu rosto fica formigando um pouco até que Gareth, com sua face próxima a mim, exclama serenamente:

– Sabe, você me parece ser o mais seguro de si de todos que estão aqui. Por isso irei te responder, nós somos sobreviventes assim como vocês.

– Nós não comemos carne humana! – A voz rouca de Tyresse surgiu, exaltado.

– Isso é o que menos importa afinal, todos nós temos que arranjar um jeito de nos mantermos vivos certo? Por isso fizemos coisas que eram necessárias, mesmo se no final do dia tudo o que fizermos for além da sanidade, são essas coisas ... que faremos com vocês, aqui e agora.

Todos nós permanecemos enfileirados com nossas mãos amarradas e agachados diante de Gareth e seus companheiros insanos e, após presenciar a morte chocante de Alissa, todos estavam receosos de algo iminente que poderia surgir. Direciono minha cabeça para o lado olhando atentamente para todos do grupo, muitos estava cabisbaixo outros paralisados diante dos acontecimentos, olhei para cada um deles como se eu tentasse acalma-los com o olhar o que foi em vão, a tensão ia aumentando a cada passo que Gareth dava.

– Você não irá conseguir fazer nada conosco Gareth! – Resmungou Abraham tentando soltar-se das cortas mas sendo logo abatido por um dos capangas de Gareth, que disfere inúmeros socos na barriga do ruivo. – Não adianta, vocês estarão fudidos quando eu sair daqui!

– Acho que você ainda não entendeu. Quanto mais resistirem, mais prazeroso será o nosso trabalho. – Ironizou Gareth com um sorriso lateral.

– Você é um louco!! – Berrou Mari assustando a todos, a garota estava visivelmente alterada e perplexa diante de tudo que viu. – Todos vocês são uns monstros!!

– Cuidado com as palavras garotinha. Monstro é algo meio forte não acha? Como já disse antes, somos sobreviventes como vocês independentes do que façamos.

– Se o que vocês fizeram não se classifica como ser um monstro, então já não sei o sentido das coisas. – Retrucou Mari, raivosa. – Vocês são uns loucos, são Canibais!! – Sibilou a garota com o suor já escorrendo pela sua face.

– Bem, acho que essa definição é correta para o que somos e também é bem complexa. – Começou a explicar Gareth enquanto caminhava pelo pequeno local ainda nos fitando com o olhar. – Acho que nós somos Canibais sim mas, acho que você não vai gostar de saber o motivo disso.

– Nem pense em tocar nela seu maldito! – Foi a vez de Daryl berrar. A situação era bem delicada, todo mundo estava exposto e sem nenhuma opção de defesa acontece que, Julie e eu íamos ao encontro de Terminus e se não fosse pelo Abraham, estaríamos na mesma situação de agora mas, o destino foi traiçoeiro conosco.

O medo era visível no olhar de todos nós, e saber que poderíamos acabar como Alissa no final de tudo, não ajudava a acalmar as coisas. Logo os homens, que haviam saído assim que Gareth ordenou algo, voltaram com várias ferramentas em mãos, um deles com um olhar e um sorriso assustador, andeja na direção de onde Alissa fora esquartejada, o rapaz remexe em algo e logo joga o restante das partes do corpo e Alissa no chão, bem próximos a Tyresse e os demais.

– Acho que a hora de vocês chegou, e realmente espero que sejam mais saborosos que aquela garota ali. – Ironizou o líder.

– Seu desgraçado, o que você fez com a Alisa é desumano!! – Um garota da idade de Mari que era um dos membros do grupo de Tyresse, gritou completamente furioso, provavelmente Alissa era a namorada dele. Gareth da de ombros e ignora-o completamente.

– Que tal ... – Cochichou Gareth enquanto seu olhar fitava-se em todos nós até que fixou-se em alguém. – Você! O mais calado até aqui, então creio que não esteja tão apavorado, sabe controlar seus medos? Isso é o que mais detestamos, gostávamos de ver o pânico tomando conta dos nossos banquetes.

Viro-me novamente para os demais sobreviventes temendo que foi o escolhido, se tratava de um dos amigos de Tyresse, um moreno franzino ao qual usava um óculos de grau, sua expressão mudou drasticamente quando dois seguidores de Gareth o ergueram e levaram-no na direção do balcão onde Alissa foi esquartejada.

– Não, Jordan!! – Uma mulher de cabelos negros escuros ao lado de Tyresse, gritou bastante apreensiva. Ela tenta se levantar para salvar o amigo, ou irmão, não sei. Mas, é logo detida sendo jogada ao chão novamente.

– Jenne, fique calma! – Tyresse tentou tranquiliza-la.

– Me larga! Não!! – Berrou o rapaz completamente nervoso, o mesmo foi forçado a deixar os braços esticados e apoaidos sob o balcão próximo a nós enquanto se debatia de angustia.

E em um movimento preciso e rápido, um dos homens de Gareth realiza mais um trabalho sujo. Com uma espécie de serra bem afiada, o homem começa a efetuar movimentos contínuos no braço de Jordan que grita imensamente de dor sem opção de fuga. Todos ficamos chocados com o feito, Gareth e seus capangas eram insanos ao ponto de fazerem algo tão chocante, o homem que cortara o braço de Jordan era definitivamente cruel, cortava o antebraço direito do moreno vagarosamente, fazendo a dor e o sofrimento de Jordan se alastrar cada vez mais.

– Não!! – Berrou Abraham e Tyresse m uníssono, era difícil presenciar algo assim.

E com um último movimento, uma parte do braço de Jordan salta para frente, o moreno já não conseguia mais gritar de tanta dor, o sangue jorra e respinga nos mais próximos dali, noto que Gareth e os demais possuíam um sorriso cínico em face, como se estivesse divertindo-se com tudo aquilo. A raiva só aumentava dentro de mim cada vez mais, todos nós estávamos condenados a este fim? O mais doloroso era saber que Julie estava com o Eugene e o Bernardo mais afastado dali, torço em meus pensamentos para que eles se safem disto, que não acabem na mesma situação que nós estamos agora.

O membro de Jordan é jogado em um balde mediano, e logo o homem que realizou a amputação limpa seu rosto que fora melado com o sangue de Jordan, e volta-se novamente para o sobrevivente, agarrando o braço esquerdo do mesmo com firmeza preparando-se para o ato mais uma vez.

– Esperem!! – A voz da irmã de Jordan se ecoa com grande potencia pelo local, fazendo todos observarem-na com grande curiosidade. As lágrimas já escorriam pelo seu rosto sujo enquanto tentava não olhar para o estado atual do próprio irmão.

– Temos um homem, ele sabe uma cura! Sabe para onde devemos ir, poderemos mudar esse mundo novamente! Vocês só tem que nos dar uma chance. Só temos que leva-lo para Washington! – A voz da mulher se ecoa com urgência. Abraham e Mari devem ter contado sobre Eugene e a cura a Tyresse o grupo dele mas, essa revelação fez Gareth parar bem diante da mulher enquanto olhava-a com firmeza.

– Não acredite no que ela diz! – Um homem retrucou ao lado de Gareth que permanece encarando-a com uma enorme seriedade e um profundo silêncio. E, a reação de Gareth foi a mais surpreendente possível, o líder apenas riu cinicamente enquanto nos olhava com desdenho.

– Então era isso ... – Foi só o que pronunciou Gareth enquanto fazia uma pausa parecendo estar se lembrando de algo

– Qual a graça seu vagabundo!? - Questionou Abraham, sem paciência.

– Rick juntamente a uma mulher e um garotinho foram presos em um vagão no qual havia mais sobreviventes lá em Terminus. Quando íamos leva-los para o abate, uma explosão aconteceu e Rick conseguiu fugir com a ajuda de duas pessoas, um casal. Mas, eles levaram alguém ... – Explicou Gareth enquanto olhava para Abraham seriamente.

– Tenho quase certeza, que esse alguém estava no mesmo vagão que predemos você e aqueles outros dois. – Completou o líder em relação a época em que Abraham juntamente a Eugene e Rosita, também foram presos em Terminus.

– Você ... contou aos outros sobreviventes do vagão sobre a cura e onde pretendia levar o homem que sabia dela. Provavelmente, Rick e os demais fugitivos foram para Washington D.C com o proposito de te encontrar, uma vez que você e os outros dois fugiram do vagão.

– Isso não importa agora. – Rebateu Abraham seco, como se suas esperanças estivessem se esgotado diante dos recentes acontecimentos. Olho para Jordan, ele estava desmaiado diante da grande dor que sofreu. Do seu braço, o sangue escorria com grande intensidade e Gareth, estava convincente do que pretendia fazer.

– Bem, vamos eliminar todos vocês e, viajaremos para Washington. Não existe cura alguma, esse mundo está perdendo mas nós temos nossas estratégias de sobrevivência.

– E o que você pretende fazer lá então? – Perguntou Mari, atordoada.

– Acharemos Rick e os demais, e nos vingaremos do estrago que eles fizeram em Terminus e vocês, serão os nossos lanches durante esta longa viagem. – Respondeu Gareth bastante sério, seu olhar me causava arrepios, a última vez que senti isso foi quando vi bem diante de mim, Mia em cima de um tanque de guerra, no massacre da prisão.

– Vamos, continuem a amputação! Temos muito trabalho a fazer hoje. – Berrou Gareth com urgência enquanto me olhava friamente com aquele seu sorriso cínico de sempre. Jordan é jogado de lado uma vez que estava desmaiado, um outro capanga sugere a Gareth uma nova opção, e eis que eles erguem Mari em pé e a levam na direção do balcão.

– Carne jovem é sempre uma delicia! – Ouço um dos homens enaltecer a situação.

– Não toquem nela! Soltem-na!! – Daryl ficou bem agitado enquanto berrava pela vida de Mari mas logo ele é abatido no chão com dois homens segurando-o firme.

– Você será o próximo. – Brincou um dos homens mas logo um disparo é efetuado perfurando a testa do mesmo que cai já sem vida ao lado de Daryl, bem próximo a mim. O outro homem que o segurava também é atingindo e para a surpresa de todos, eis que surgem da floresta, Julie juntamente a Eugene, ambos armados e atirando na direção de todos os homens de Gareth.

– Julie!! – Gritei receoso. Eugene mesmo desastrado, consegue eliminar boa parte dos canibais, Julie faz o mesmo entretanto, Gareth corre juntamente a três homens, para dentro do casebre ao lado, trancando-se lá dentro. Eugene começa a soltar a corda que nos mantinha presos, Julie corre ao meu encontro. Abraço-a com bastante firmeza, estava feliz por vê-la viva e também por eu estar vivo.

– Você ... você nos salvou. – Pronunciei com dificuldades em meio aos soluços, quando me dei conta, já estava chorando diante de Julie que me beija ainda apreensiva enquanto me mostra o seu enorme esbelto sorriso de felicidade.

– Não sou tão medrosa assim. Bernardo está com Tylor, a garota que ficou comigo e com Eugene lá do outro lado, decidimos ajuda-los quando escutamos os gritos. Não pensei muito, apenas fiquei decidida que devia salva-los.

Beijo-a mais uma vez mas o momento é interrompido quando Janne chorava e gritava intensamente ao lado do corpo de Jordan que permanecia desmaiado diante da amputação.

– O que aconteceu aqui? – Perguntou abismada Julie olhando para o estado de Jordan e a imensas manchas de sangue por todo o local.

– Não é hora para falar, temos que ir embora daqui! – Respondi apressado enquanto conferia se Abraham e os demais estavam bem.

– Não podemos sair, ainda não achamos a Francis. – Retrucou Mari, limpando-se.

– Temos que dar um fim definitivo nesses idiotas! – Acrescentou Daryl enquanto nos entreolhávamos.

– Vamos eliminar de uma vez por todas, esses malditos canibais. – Completou Abraham pegando nossas armas de volta, as mesma foram colocadas bem próximas ao balcão onde as atrocidades aconteciam.

Todos nós nos viramos na direção do casebre onde Gareth e os demais se refugiaram. Olho para cada um e noto que aquele medo de antes sumiu, estávamos determinados e firmes com a nossa decisão, vamos mostrar quem eles devem temer.


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