Já havia anoitecido. Quase todos estavam dormindo. Nami caminhou até o convés e se apoiou na proa, pondo-se a observar o mar. Estava cansada, mas não conseguia dormir. As palavras de Sanji ainda martelavam em sua cabeça fazendo-a pensar se eram verdadeiras ou não.

– Ele não se cansa de dar em cima de todas as mulheres? – perguntou a ruiva enquanto caminhava ao lado de Robin.

– Está com ciúmes do Sanji? – perguntou a morena rindo.

– Não... Talvez... Um pouco. – respondeu Nami, que acabou caindo ao se chocar contra alguém. Surpreendeu-se ao perceber que era Sanji. “Droga, ele deve ter escutado tudo.”.

– Não se preocupe Nami-swan. Você é a única que amo de verdade. – sussurrou ele para a ruiva enquanto ajudava-a a se levantar. Acendeu um cigarro e voltou a dar em cima das outras mulheres.

A navegadora soltou um longo suspiro. Ela estava realmente se apaixonando pelo cozinheiro pervertido. De repente começou a gostar de tudo nele. Gostava das suas sobrancelhas esquisitas, da sua forma de lutar, dos seus olhos... Nunca havia percebido como eram brilhantes e azuis. “Você é a única que amo de verdade.”, se derretia só de lembrar o que ele havia dito.

Saiu de seus devaneios ao ouvir o barulho de uma porta se abrindo. Virou-se e encontrou Sanji parado na porta da cozinha a observando. Queria correr até ele, falar tudo que estava sentindo e o abraça-lo, mas não conseguia sair do lugar. Quando seus olhares se cruzaram, ela sentiu suas bochechas arderem e virou-se rapidamente voltando a observar o mar.

– Está tudo bem, Nami-swan? – ele perguntou caminhando até ela.

– S-sim. – ela respondeu enquanto se amaldiçoava mentalmente por ter gaguejado. - Por que está acordado?

– Estava arrumando algumas coisas na cozinha. – ele se apoiou na proa. – E você?

– Sem sono. – ela respondeu sem olhá-lo.

– O que estaria te deixando sem sono?

– Nada de mais.

– Se algum dos idiotas estiver incomodando, me avise que dou uma surra nele.

Nami sorriu e começou a fita-lo. Percebeu que ele também estava corado.

– Sanji-kun, posso fazer uma pergunta?

– Claro Nami-swan.

– Aquilo que você disse na ilha... Era verdade?

– Sobre você ser a única que amo de verdade?

Ela fez que sim com a cabeça.

– É... Sim, era verdade.

– Então por que ficou dando em cima de outras mulheres?

– Porque sei que você não se interessa por mim e nunca vai se interessar. Dou em cima de outras mulheres para esquecer isso.

Nami pegou em sua mão, deixando-o surpreso. Ficaram assim por alguns minutos, até que ela encostou sua testa na dele, podendo sentir sua respiração.

– Nami...?

– Sanji, eu também... Te amo.

Ele não teve tempo de reagir, a navegadora selou seus lábios nos dele e alguns minutos depois suas línguas lutavam intensamente por espaço. Separaram-se por falta de ar e ela o abraçou. Ficaram abraçados por alguns minutos. Nami deu um último beijo em Sanji e foi dormir.

– Até amanhã, Nami-swan. – disse o cozinheiro, fazendo-a sorrir antes de entrar no quarto.