I Have Trouble escrita por Master


Capítulo 11
Natal - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Dessa vez demorei mais, mas em compensação este capítulo está bem maior do que os demais.

Eis aqui a nossa primeira parte do Natal. Provavelmente serão três partes, então é uma parte bem longa mesmo.

Capítulo não revisado, qualquer coisa deem um grito ai, ok?

Espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/409193/chapter/11

Só me dei conta de como o tempo passava rápido, quando já estava dentro do expresso de volta para casa para a semana do Natal. Eu particularmente não estava pronta para a data festiva e menos pronta ainda para esclarecer algumas coisas para minha família.

Eu não havia visto James desde que a notícia de que eu e Scorpius estávamos juntos. Eu sabia que ele estava no expresso e sabia que sua falta de presença não era algo muito bom.

– No que está pensando Di-lua? – Annie perguntou e eu senti Scorpius grunhir do meu lado.

Ele detestava que me chamassem de Di-lua e eu detestava a situação em que estávamos. Sonserinos e Grifinória na mesma cabine se encarando com cara de bunda.

Scorpius segurava minha mão sentando do meu lado e na nossa frente, Alvo e Annie lado a lado – Enquanto tentavam não se tocar.

– O de sempre Rumple. – Disse enfatizando o apelido dela e ri da careta que ela fez.

– Quem diria vocês tem senso de humor. – Alvo disse olhando diretamente para Annie.

– O que posso dizer? Não passamos todo nosso tempo só tramando coisas contra a vida dos outros. – Annie disse piscando para Alvo que riu soprado e eu me vi vendo uma partida de tênis de mesa.

– Então vocês assumem que tramam contra as vidas alheias? – Meu irmão perguntou.

– Você não faz ideia. – Annie piscou pra ele e ele corou.

Meu irmão corou?

Scorpius suspirou e eu o encarei, ele estava meio melancólico desde que nos sentamos. Ele estava preocupado.

– O que você tem? – Perguntei baixinho pra ele.

– Você vai ficar bem? – Ele perguntou no mesmo tom e eu apenas sorri.

– Não se preocupe. – Disse mais alto dando de ombros.

Ele assentiu, mas seus olhos ainda demonstravam uma grande preocupação.

E então o expresso parou e do lado de fora já se via uma grande quantidade de pais. Era a hora de encarar as feras, era a hora da verdade. Senti Scorpius me abraçar urgentemente e eu retribui na mesma intensidade e nem vi quando os outros dois tinham saído do vagão.

Scorpius me encarou acariciando meu rosto e colamos nossos lábios em um acordo silencioso. Tudo estaria bem, tudo.

~~~~

– Querida!

Uma palavra e fui esmagada pelos braços fortes da minha mãe e sufocada por seus cabelos ruivos que entravam em meu nariz.

– Oi mãe. – Foi a única coisa que consegui dizer quando ela me soltou. – Oi pai. – Disse quando ele abriu os braços para um abraço.

Quando o larguei acenei para minha tia Hermione que fez o mesmo e acenei para Hugo que retribuiu sorridente. Evitei revidar o olhar de Rose que não era muito amigável e ao invés disso procurei Scorpius com os olhos e só o avistei indo embora ao lado de seus pais.

E mais tarde aquele seria meu último lapso de memória dele durante as férias de natal.

– Vamos? – Minha mãe perguntou sorridente e eu assenti indo ao lado da minha família.

Próxima parada: Largo Grimmauld.

~~~~

– Não vamos para A’Toca esse natal? – Alvo perguntou se jogando no sofá assim que chegamos.

Minha mãe olhou feio para o pé no sofá e ele sorriu amarelo.

– Vamos. – Meu pai respondeu. – Mas só no dia 25, na véspera vamos fazer um banquete aqui e Teddy vem comemorar conosco.

Meus olhos brilharam.

– Teddy vem? – Perguntei animada seguindo meu pai.

– O que foi Lilindinha? – James perguntou. – Trocando de namorado tão cedo?

Meu pai parou. Minha mãe parou. Eu parei. Alvo congelou.

Merda.

Merda bem grande.

Eu estava muito ferrada.

– Brincadeira. – James disse alto e saiu rindo.

Oh Merlin, eu estava mais do que ferrada.

Com que entidade eu tinha que fazer um pacto para me livrar dessa?

– HÁ HÁ HÁ – Eu disse bem alto. - Muito engraçado James!

Comecei a bater palma e todos passaram a se mover normalmente, inclusive os quadros da casa que estavam interessados no assunto. Segui James pelas escadas encarando suas costas mortalmente.

Paramos no longo corredor que dava nos quartos de cada um respectivamente e ele me olhou de braços cruzados.

– Esse é o seu jogo? – Perguntei cética. – Me chantagear até os fins dos tempos?

Ele sorriu maroto.

Céus, James conseguia ser pior que Alvo.

– Só me diga uma coisa, Lily... – James começou a se aproximar e ficou cara a cara comigo. – Qual a cara que Rose fez quando descobriu que sua prima é uma vadia?

Avancei contra ele para lhe dar um tapa, mas ele segurou a minha mão um pouco risonho e nenhum de nós dois percebeu o soco que veio rapidamente de alguém atrás de mim que fez James cair com o impacto.

– Alvo... – James rangeu com os dentes completamente alinhados quando viu Alvo tirar de cima de si a capa da invisibilidade que herdou de meu pai. – E ainda se diz da Grifinória, usando golpes sujos como esse?

Alvo riu desdenhoso.

– E ainda se diz da Grifinória, encurralando e ameaçando a própria irmã, além de sujo chega a ser nojento. – Alvo disse segurando a minha mão e me arrastou pelo corredor já que aparentemente minhas pernas não se moviam.

Só me dei conta do quanto estava atordoada quando me vi sentada na cama e Alvo abaixado na minha frente me analisando.

– Ele me chamou de... vadia? – Perguntei mais para mim mesma do que para meu irmão.

– Não ligue para aquele idiota Lilindinha. – Alvo disse apertando gentilmente minha mão. – Mas se me permite um conselho, não arrume briga com ele, ele é temperamental e já tem idade para usar magia fora de Hogwarts, não o provoque.

– Está tentando dizer que ele não hesitaria em me machucar? – Perguntei horrorizada.

James ousaria em levantar sua varinha contra mim? Sua própria irmã?

– Estou dizendo para não arriscar. – Alvo disse levantando o tom da voz para chamar a minha atenção, já que estava me afundando novamente em pensamentos obscuros.

– Tudo bem... – Foi a única coisa que consegui dizer e então ele se retirou.

Esse seria definitivamente o pior natal de toda a minha vida.

Passei a observar o meu quarto, estava igual desde que saí em setembro, minha mãe achava que se preservasse do jeito que deixamos a fazia mais confortável por nos ter em suas lembranças.

Era um bom modo de pensar, se um dia eu fosse mãe, era assim que eu gostaria de ser.

Meu quarto era espaçoso, quando fui pra Sonserina dei um jeito de pintá-lo de verde com a ajuda de Monstro, nosso elfo ranzinza que por acaso foi o único que ficou imensamente feliz – de seu modo estranho, é claro – por eu ter ido para a Sonserina.

Com a ajuda dele, meu quarto tinha belos tons de verde e uma das paredes permanecia da cor branca, só para um destaque.

Dentro dele tinha a minha cama branca encostada na parede, um guarda roupa grande da mesma cor, uma estante com vários livros, desde livros escolares a romances trouxas, uma mesa de computador com um notebook prata – Apesar de sermos bruxos, meu pai sempre nos incentivou a acompanhar a cultura trouxa – e do lado da mesa, a gaiola de Urano, minha coruja branca de olhos amarelos, era relativamente pequena, mas incrivelmente rápida.

Ouvi uma batida na porta – que por sinal estava aberta – e encontrei minha mãe apoiada no batente da porta me encarando sorridente.

– Posso entrar? – Perguntou ela e eu assenti com um pequeno sorriso.

Ela fechou a porta atrás de si e sentou-se ao meu lado me abraçando novamente, gesto que eu retribuí com gosto.

– Eu detesto esse pôster! – Ela disse olhando para a parede ao lado da minha cama e me fez rir.

– Monstro gostou da minha ideia de ter um pôster da Sonserina. – Ralhei com ela e só a vi fazer uma careta. – Mãe, posso te fazer uma pergunta?

Ela arqueou as sobrancelhas e assentiu curiosa.

– Se alguém estivesse te chantageando por algo que você queira esconder, o que você faria? – Perguntei cética.

Essa pergunta aparentemente despertou a curiosidade dela, já que seus olhos brilharam e de repente era como se tivéssemos um segredo, uma parada de aproximação mãe e filha.

– Eu cortaria o mal pela raiz. – Ela disse e eu sorri astuta.

Eu já sabia exatamente o que fazer.

~~~~

Na manhã do dia 24 de dezembro, meu pai nos acordou cedo pela chegada de Teddy, eu detestava acordar cedo, mas quando desci as escadas de pijama e vi os cabelos azuis de uma das pessoas que eu mais gostava no mundo, meu dia simplesmente brilhou.

– Luna! – Ele exclamou animado e me abraçou antes mesmo de eu chegar ao andar de baixo.

– Teddy! – Disse animada retribuindo o abraço.

– Ted Lupin, quem te deu permissão para aparecer tão cedo e me acordar do meu sono de beleza? – Alvo disse ranzinza descendo as escadas.

Ted deu de ombros e me puxou para perto, o que fez Alvo franzir o cenho e praticamente rosnar, desde que voltamos pra casa, era como se ele me observasse 24 horas por dia.

– Eu não podia perder a beleza da minha Luna logo ao acordar, poderia? – Ted disse me rodando pela casa me fazendo rir.

– O que sua namorada acha isso? – Alvo perguntou para Ted.

– O que seu namorado acha disso? – James perguntou passando por todos nós e fiz questão de ignorar, principalmente o olhar curioso de Ted.

~~~~

Assim que acabei de decidir o que vestir, não sabia o que fazer com o cabelo. Eu não era do tipo de pessoa que me arrumava muito, mas depois da ceia que teríamos aqui em casa, iriamos para A Toca e eu me recusava a ir como fui nos outros anos.

– Está muito bonita Lilindinha. – Alvo disse entrando no quarto e eu pulei quase caindo.

– Está muito encantador, Severo. – Disse entrando na onda e ele rolou os olhos.

– Sou sempre encantador, essa é a diferença entre nós dois querida. – Ele piscou e eu fingi uma risada. – Isso é pra você. – Ele disse colocando um embrulho em cima da minha cama.

Franzi o cenho.

– Você está me dando um presente? - Perguntei divertida e ele fez uma careta exagerada.

– Céus, não! – Ele exclamou rapidamente. – Por que eu te daria um presente?

E ele simplesmente saiu me deixando confusa. A curiosidade falou mais alto e eu rapidamente me joguei na cama pegando o embrulho e o estudei com cuidado.

Com cuidado eu o retirei do papel de presente e descobri uma caixa média de veludo preto com uma carta embaixo. Dedilhei os dedos sob o veludo com cuidado e abri o feixe da caixa e abri a boca surpresa.

Era um colar lindo, feito de uma prata brilhante, no meio de um círculo prata, era preenchido por uma pedra azul que parecia se mexer em vários tons e detalhes lindos de prata em cima da pedra deixavam o colar ainda mais belo.

O peguei com cuidado e o examinei e em determinado momento, ele se abriu.

Era um relicário.

Na parte de dentro, várias palavras eram escritas e parou o movimento deixando apenas Lily escrito e assim que li meu nome uma bela melodia começou a sair do relicário.

Era linda e profunda, a melodia quase me fazia chorar.

E sem mais delongas abri a carta.

“Para a dona dos meus pensamentos.

Um Feliz Natal.

– S. M”

Eu ia matar Scorpius Malfoy.

Limpei uma lágrima que cismou em cair solitária e coloquei o relicário que deu contraste em meu vestido branco e desci.

Respirei fundo vinte vezes. Agora não teria mais volta. Abri os olhos e adentrei a sala de jantar. Todos pararam de conversar e me encararam e Teddy assoviou nos fazendo rir.

Sentei de frente para James que estava do lado de meu pai e consequentemente me sentei entre Ted e Alvo. As conversas cessaram assim que minha mãe acabou de colocar a mesa e foi para seu lugar.

– Eu desejo a todos um feliz natal! – Meu pai disse e todos nós nos abraçamos e rapidamente avançamos no banquete exagerado de minha mãe.

Todos conversavam animadamente e por um instante imaginei que gostaria de estar nesse clima festivo para sempre, mas Merlin não era bondoso comigo, então meu pai olhou para meu pescoço.

– É um belo colar filha, onde comprou? – Ele perguntou e todos encararam a peça que não tinham prestado atenção segundo atrás.

Obrigada Harry Potter.

Os olhos de James brilharam e ele captou a mensagem, sabia de quem eu tinha ganhado e eu sorri malévola para ele, não daria o gostinho dele me ter nas mãos, mas não ia mesmo.

Limpei a garganta teatralmente e me levantei, mas sem sair do lugar.

– Família Potter, amado Lupin, Monstro. – Disse encarando cada um deles, inclusive o Elfo que estava escondido e todos me encararam de volta sem entender. – Tenho duas notícias maravilhosas a vocês.

Alvo arregalou os olhos sutilmente e puxou meu braço me obrigando a sentar novamente.

– Tenho certeza que não é importante. – Alvo disse nervoso me beliscando.

– Qualquer notícia por mais banal que seja é de suma importância se vem de minha família, Alvo. – Papai disse me incentivando a falar.

Ted me encarou avaliativo e provavelmente se perguntava se eu estava aprontando alguma.

– Eu... – Limpei a garganta. – Estou no clube de duelos! – Disse animada.

– Isso é ótimo, querida! – Minha mãe exclamou e todos bateram palmas, animados.

– Por que não disse antes? – Meu pai perguntou. – Agora tenho dois filhos no clube de duelos. – Meu pai olhou para James e para mim com os olhos sorrindo.

– E qual a segunda notícia? – Ted perguntou curioso e recebeu outro olhar mortal de Alvo.

Sorri para James e levantei novamente, dessa vez andando até o outro lado teatralmente e parei atrás de James.

– Se eu ganhar de James no duelo desse ano após o Natal... – Baguncei os cabelos do meu irmão, coisa que ele odiava e retomei minha postura. – Todos vocês vão aceitar sem pestanejar e sem qualquer comentário contra a minha próxima notícia. – Disse e todos me encararam confusos.

– E qual é a próxima notícia? – Meu pai perguntou me encarando.

– Estou namorando Scorpius Malfoy.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Aqui está o Relicário da Lily: http://4.bp.blogspot.com/-Y1c3kanu82Q/T2KAVwb4xAI/AAAAAAAAANc/JGZGEJZRlG8/s1600/%2524%2528KGrHqRHJBQE7%2529zgtuDbBO%252ByiV%2521wcQ%257E%257E60_3.JPG

E o que acharam deste capítulo?
Espero que tenham gostado, até a próxima