back to the past escrita por mareana
Notas iniciais do capítulo
DEPOIS EU ESCREVO AS NOTAS, BJO AMORES
Assim que passei pelo hall de entrada, meu telefone tremeu em meu bolso, avisando que uma mensagem havia chegado. Coloquei a minha mecha para trás e suspirei, digitando a senha de desbloqueio do celular.
"Ei, Annie, preciso falar com você. Faz uma semana que não nos falamos, tem noção?!?!?! Vou passar ai ás 20h. Preciso te contar uma coisa." - Max
Já fazia mais de uma semana que eu havia descoberto que ele me traía. Estava tentando ignorara-lo de todas as formas: dizendo que tinha muita lição para fazer, que iria ajudar minha mãe com as coisas da empresa ou que iria sair com as meninas. Mas é verdade é que eu passei a última semana, indo para a escola, e passando o resto do dia deitada na cama, me enchendo de porcarias e vendo Friends.
Digitei um "Ta bom" e enviei, desligando o celular em seguida.
Quando entrei em casa, encontrei minha mãe conversando com Percy na cozinha, e... Espera. Percy aqui em casa?
– Annabeth, querida! - minha mãe disse se levantando e me abraçando - Olha quem veio nos ver!
Percy deu um sorriso e mordeu alguma coisa que estava em seu prato.
– O-oi - eu respondi e puxei minha mãe - O que ele está fazendo aqui?
– Ele veio entregar o convite do jantar que vai ter lá - ela respondeu, me mostrando um envelope azul - Por que você não me contou que ele tinha aparecido?
– Porque uma das regras desse ano é que você não pode contar pro mundo que um cara super famoso é seu parceiro na aula de química.
– Ok, tanto faz - ela disse, bufando - Vamos comer? Pedi duas pizzas.
Ela se virou de volta para cozinha e a segui. Percy estava olhando a sua pizza, como um crítico avalia uma pintura exposta em um museu famoso. Uns segundos depois ele e a pegou com as mãos e deu uma mordida, dando um sorriso.
– Tem tanto tempo que eu não como pizza de verdade - ele murmurou.
– Como assim? - perguntei, pegando um pedaço da de cogumelo.
– Bom, eles não me deixam comer pizza. E as últimas que eu lembro de ter comido, foram em Roma. E apesar de falarem tão bem da massa da Italia, eu prefiro a daqui.
– Mas a gente comeu pizza quando saímos - respondi, erguendo uma sobrancelha.
– Ele quis dizer pizza de verdade - minha mãe respondeu, colocando três copos sobre a mesa.
Dei língua a ela e coloquei um pouco de coca diet no meu copo. Continuamos a comer e fiquei observando os dois, enquanto Percy contava á minha mãe como haviam sido os anos anteriores, essa história toda de voltar para uma escola normal e coisas do gênero.
– Annabeth, que tal mostrar o resto da casa pro Percy? - minha mãe perguntou, olhando para mim e piscando.
Não entendi direito o que ela quis dizer ao piscar os olhos, mas levantei e pedi que Percy me seguisse.
– E então... - ele disse, quebrando o silêncio - Como você está?
– Eu estou ótima, ué - murmurei - Por que não estaria?
– Thalia me contou o que aconteceu - ele murmurou de volta.
Parei de andar e me virei para encará-lo. Segurei o choro e o puxei escada a cima, em direção ao meu quarto. Ele tentou puxar o braço de volta, mas eu não o soltei até fechar a porta do quarto.
– Annie, eu... - não deixei que ele terminasse a frase, porque já estava chorando.
Percy ficou um tempo em pé, balançando o corpo para frente e para trás sem saber o que fazer, até que foi em minha direção e se ajoelhou na minha frente.
– Ei... - ele disse com uma voz tranquila, colocando a minha mecha para trás - Não chora por causa disso. Sabe, eu não estou aqui tem muito tempo e eu não conheço o Max direito, mas não acredito que ele tenha feito isso com você.
Levantei a cabeça e o encarei. Ele estava bem próximo e exalava aquele cheiro de maresia que eu tanto amava. Antes que eu pudesse impedir o meu corpo, eu já estava o abraçando. Senti que seu corpo estava tenso, mas logo ele relaxou e me apertou mais.
– Senti tanto a sua falta, Annie - ele disse baixinho.
Não respondi, e mesmo se eu fosse responder, não poderia, porque minha mãe começou a nos chamar.
– Percy, Apolo chegou para buscá-lo! - ela gritou.
– A-Acho melhor v-você ir, né? - eu disse, me soltando dele e levantando da cama.
– Sim - ele respondeu - Bom, te vejo daqui duas semanas.
– Duas semanas?
– Tenho uns shows na Europa, aí eles aproveitaram que não tem provas na semana que vem e marcaram.
– Traga lembranças - eu disse sorrindo.
– Acho que não dá pra enfiar a Torre Eiffel nesse quarto - ele disse, cruzando os braços e fingindo que estava analisando o quarto.
– Besta- bufei e lhe dei outro abraço - Até mais.
Ele se virou e foi andando em direção a escada, que levava até o hall de entrada. Escutei a porta batendo e me joguei na cama.
☆ ☆ ☆
Acordei com o barulho da campainha tocando no andar de baixo e me levantei, indo em direção ao banheiro para lavar o rosto e escovar os dentes. Enquanto amarrava o cabelo em um coque, vi que o relógio marcava 18:30, então resolvi me arrumar, já que Max estaria ali daqui 1 hora e meia, e eu não podia demonstrar que estava chateada.
Despi-me e entrei no chuveiro, deixando que a água gelada tirasse toda a sujeira e tristeza do meu corpo. Lembrei do que Percy disse e, por algum motivo desconhecido, me senti melhor. Desliguei o chuveiro, coloquei uma regata vermelha e um short jeans. Desci as escadas correndo, e fui em direção á cozinha.
– Mas eu não tenho como pagar isso tudo... - ouvi minha mãe dizendo da cozinha - Frederick deixou a empresa para mim, mas eu não sabia que tinha tanta coisa suja metida nisso tudo. Quer dizer, eu nem sabia desse processo idiota.
Encostei na parede e continuei a ouvir.
– Você acha que eles estão metidos no assassinato de Frederick? - ela perguntou, e pude perceber que a sua voz estava trêmula - Ele não tinha culpa! - ela disse mais alto, e percebi que ela estava ao telefone - Ele foi enganado. E eu vou ganhar esse processo - e desligou o telefone.
Esperei alguns segundos para me virar e continuar o caminho até a cozinha.
– Mãe? - chamei ela.
– Ah, oi! - ela disse, parecendo surpresa - Max ligou e disse que vem daqui vinte minutos.
Assenti e fui em direção a geladeira, pegando o que sobrou da pizza de cogumelo e a garrafa de coca diet. Coloquei os pedaços da pizza no micro-ondas, e me sentei, esperando os sessenta segundos. Senti um par de olhos cinzas me observando, mas ignorei.
Pelo que parece, meu pai estava metido em alguma coisa e tudo isso foi jogado nas costas da minha mãe, depois que ele morreu. E por algum motivo, ela está tentando esconder de mim.
– Quem era na porta? - perguntei, quebrando o silêncio.
– Um cara tentando vender adesivos de cachorrinhos - ela disse, bebendo um copo d'água - Tenho cara de que usa adesivos de cachorrinhos?
– Tem - respondi, rindo - Pior que tem.
Ela me deu língua e foi abrir a porta novamente, já que a campainha havia tocado. Peguei a pizza no micro-ondas, enchi um copo com coca-cola e fui em direção ás escadas.
– Max! Que bom que você está aqui! - ouvi minha mãe dizendo - Ela acabou de subir, vai lá.
Entrei no meu quarto, liguei a televisão e mordi um pedaço da pizza, tentando não vomitá-lo, devido ao nervosismo. Escutei passos no corredor e bebi um pouco da coca, piscando várias vezes seguidas.
– Oi, amore - Max disse, entrando no quarto e se sentando ao meu lado - Senti saudades, mas não vou deixar isso muito claro, porque sou orgulhoso.
Dei uma risadinha e lhe dei um selinho, para mostrar que estava tudo bem.
Ou quase isso.
– Tenho uma coisa pra te contar - ele disse, com um tom mais sério.
É agora que ele vai contar que está saindo com uma das colegas de faculdade dele, e que os dois vão se casar no fim do curso e terão dois filhos. Enquanto eu, estarei terminando a faculdade e escrevendo livros tristes.
– Pode mandar - tentei dizer em tom calmo. O que foi em vão.
– Lembra que eu te contei que meu pai estava saindo com a secretária dele? - ele perguntou, pegando uma fatia de pizza.
– Sim - murmurei.
A verdade é que eu não lembrava de nada, e me senti mal por isso.
– Bom, como já era de se esperar, ele descobriu que ela queria dar um golpe nele. Aí um mês atrás, ele e a mamãe voltaram a se ver e estão saindo para jantar todos os dias, praticamente - ele disse, mordendo um pedaço - Então, o meu pai resolveu pedi-la em casamento de novo.
– Uau! - eu disse, sorrindo - Parece história de filme.
E eu realmente estava feliz por ele. Apesar de tudo, estava feliz pelos pais dele e por ele.
– Seguindo a história - ele mordeu outro pedaço -, semana passada, eu fui até uma joalheria escolher um anel para ele dar pra ela.
Quase cuspi o gole de coca que eu havia colocado na boca.
– C-Como assim? - perguntei, com os olhos arregalados.
– Escolhi um anel, oras - ele disse, dando de ombros - Peguei um vermelho. Ou verde. Sei lá que cor era. Só sei que era muito bonito, e brilhava. Do jeito que ela gosta.
Automaticamente eu comecei a ter um ataque de risos e a engasgar com a pizza.
– Está tudo bem? - ele perguntou, em tom preocupado e passando a mão nas minhas costas - Ei, você está bem? Quer ajuda?
– Eu amo você - murmurei e o beijei.
E ficamos ali, abraçados, nos beijando e vendo Friends.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!