back to the past escrita por mareana


Capítulo 13
Shooting Star


Notas iniciais do capítulo

DEPOIS EU ESCREVO AS NOTAS, BJO AMORES



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Assim que passei pelo hall de entrada, meu telefone tremeu em meu bolso, avisando que uma mensagem havia chegado. Coloquei a minha mecha para trás e suspirei, digitando a senha de desbloqueio do celular.

"Ei, Annie, preciso falar com você. Faz uma semana que não nos falamos, tem noção?!?!?! Vou passar ai ás 20h. Preciso te contar uma coisa." - Max

Já fazia mais de uma semana que eu havia descoberto que ele me traía. Estava tentando ignorara-lo de todas as formas: dizendo que tinha muita lição para fazer, que iria ajudar minha mãe com as coisas da empresa ou que iria sair com as meninas. Mas é verdade é que eu passei a última semana, indo para a escola, e passando o resto do dia deitada na cama, me enchendo de porcarias e vendo Friends.

Digitei um "Ta bom" e enviei, desligando o celular em seguida.

Quando entrei em casa, encontrei minha mãe conversando com Percy na cozinha, e... Espera. Percy aqui em casa?

– Annabeth, querida! - minha mãe disse se levantando e me abraçando - Olha quem veio nos ver!

Percy deu um sorriso e mordeu alguma coisa que estava em seu prato.

– O-oi - eu respondi e puxei minha mãe - O que ele está fazendo aqui?

– Ele veio entregar o convite do jantar que vai ter lá - ela respondeu, me mostrando um envelope azul - Por que você não me contou que ele tinha aparecido?

– Porque uma das regras desse ano é que você não pode contar pro mundo que um cara super famoso é seu parceiro na aula de química.

– Ok, tanto faz - ela disse, bufando - Vamos comer? Pedi duas pizzas.

Ela se virou de volta para cozinha e a segui. Percy estava olhando a sua pizza, como um crítico avalia uma pintura exposta em um museu famoso. Uns segundos depois ele e a pegou com as mãos e deu uma mordida, dando um sorriso.

– Tem tanto tempo que eu não como pizza de verdade - ele murmurou.

– Como assim? - perguntei, pegando um pedaço da de cogumelo.

– Bom, eles não me deixam comer pizza. E as últimas que eu lembro de ter comido, foram em Roma. E apesar de falarem tão bem da massa da Italia, eu prefiro a daqui.

– Mas a gente comeu pizza quando saímos - respondi, erguendo uma sobrancelha.

– Ele quis dizer pizza de verdade - minha mãe respondeu, colocando três copos sobre a mesa.

Dei língua a ela e coloquei um pouco de coca diet no meu copo. Continuamos a comer e fiquei observando os dois, enquanto Percy contava á minha mãe como haviam sido os anos anteriores, essa história toda de voltar para uma escola normal e coisas do gênero.

– Annabeth, que tal mostrar o resto da casa pro Percy? - minha mãe perguntou, olhando para mim e piscando.

Não entendi direito o que ela quis dizer ao piscar os olhos, mas levantei e pedi que Percy me seguisse.

– E então... - ele disse, quebrando o silêncio - Como você está?

– Eu estou ótima, ué - murmurei - Por que não estaria?

– Thalia me contou o que aconteceu - ele murmurou de volta.

Parei de andar e me virei para encará-lo. Segurei o choro e o puxei escada a cima, em direção ao meu quarto. Ele tentou puxar o braço de volta, mas eu não o soltei até fechar a porta do quarto.

– Annie, eu... - não deixei que ele terminasse a frase, porque já estava chorando.

Percy ficou um tempo em pé, balançando o corpo para frente e para trás sem saber o que fazer, até que foi em minha direção e se ajoelhou na minha frente.

– Ei... - ele disse com uma voz tranquila, colocando a minha mecha para trás - Não chora por causa disso. Sabe, eu não estou aqui tem muito tempo e eu não conheço o Max direito, mas não acredito que ele tenha feito isso com você.

Levantei a cabeça e o encarei. Ele estava bem próximo e exalava aquele cheiro de maresia que eu tanto amava. Antes que eu pudesse impedir o meu corpo, eu já estava o abraçando. Senti que seu corpo estava tenso, mas logo ele relaxou e me apertou mais.

– Senti tanto a sua falta, Annie - ele disse baixinho.

Não respondi, e mesmo se eu fosse responder, não poderia, porque minha mãe começou a nos chamar.

– Percy, Apolo chegou para buscá-lo! - ela gritou.

– A-Acho melhor v-você ir, né? - eu disse, me soltando dele e levantando da cama.

– Sim - ele respondeu - Bom, te vejo daqui duas semanas.

– Duas semanas?

– Tenho uns shows na Europa, aí eles aproveitaram que não tem provas na semana que vem e marcaram.

– Traga lembranças - eu disse sorrindo.

– Acho que não dá pra enfiar a Torre Eiffel nesse quarto - ele disse, cruzando os braços e fingindo que estava analisando o quarto.

– Besta- bufei e lhe dei outro abraço - Até mais.

Ele se virou e foi andando em direção a escada, que levava até o hall de entrada. Escutei a porta batendo e me joguei na cama.

☆ ☆ ☆

Acordei com o barulho da campainha tocando no andar de baixo e me levantei, indo em direção ao banheiro para lavar o rosto e escovar os dentes. Enquanto amarrava o cabelo em um coque, vi que o relógio marcava 18:30, então resolvi me arrumar, já que Max estaria ali daqui 1 hora e meia, e eu não podia demonstrar que estava chateada.

Despi-me e entrei no chuveiro, deixando que a água gelada tirasse toda a sujeira e tristeza do meu corpo. Lembrei do que Percy disse e, por algum motivo desconhecido, me senti melhor. Desliguei o chuveiro, coloquei uma regata vermelha e um short jeans. Desci as escadas correndo, e fui em direção á cozinha.

– Mas eu não tenho como pagar isso tudo... - ouvi minha mãe dizendo da cozinha - Frederick deixou a empresa para mim, mas eu não sabia que tinha tanta coisa suja metida nisso tudo. Quer dizer, eu nem sabia desse processo idiota.

Encostei na parede e continuei a ouvir.

– Você acha que eles estão metidos no assassinato de Frederick? - ela perguntou, e pude perceber que a sua voz estava trêmula - Ele não tinha culpa! - ela disse mais alto, e percebi que ela estava ao telefone - Ele foi enganado. E eu vou ganhar esse processo - e desligou o telefone.

Esperei alguns segundos para me virar e continuar o caminho até a cozinha.

– Mãe? - chamei ela.

– Ah, oi! - ela disse, parecendo surpresa - Max ligou e disse que vem daqui vinte minutos.

Assenti e fui em direção a geladeira, pegando o que sobrou da pizza de cogumelo e a garrafa de coca diet. Coloquei os pedaços da pizza no micro-ondas, e me sentei, esperando os sessenta segundos. Senti um par de olhos cinzas me observando, mas ignorei.

Pelo que parece, meu pai estava metido em alguma coisa e tudo isso foi jogado nas costas da minha mãe, depois que ele morreu. E por algum motivo, ela está tentando esconder de mim.

– Quem era na porta? - perguntei, quebrando o silêncio.

– Um cara tentando vender adesivos de cachorrinhos - ela disse, bebendo um copo d'água - Tenho cara de que usa adesivos de cachorrinhos?

– Tem - respondi, rindo - Pior que tem.

Ela me deu língua e foi abrir a porta novamente, já que a campainha havia tocado. Peguei a pizza no micro-ondas, enchi um copo com coca-cola e fui em direção ás escadas.

– Max! Que bom que você está aqui! - ouvi minha mãe dizendo - Ela acabou de subir, vai lá.

Entrei no meu quarto, liguei a televisão e mordi um pedaço da pizza, tentando não vomitá-lo, devido ao nervosismo. Escutei passos no corredor e bebi um pouco da coca, piscando várias vezes seguidas.

– Oi, amore - Max disse, entrando no quarto e se sentando ao meu lado - Senti saudades, mas não vou deixar isso muito claro, porque sou orgulhoso.

Dei uma risadinha e lhe dei um selinho, para mostrar que estava tudo bem.

Ou quase isso.

– Tenho uma coisa pra te contar - ele disse, com um tom mais sério.

É agora que ele vai contar que está saindo com uma das colegas de faculdade dele, e que os dois vão se casar no fim do curso e terão dois filhos. Enquanto eu, estarei terminando a faculdade e escrevendo livros tristes.

– Pode mandar - tentei dizer em tom calmo. O que foi em vão.

– Lembra que eu te contei que meu pai estava saindo com a secretária dele? - ele perguntou, pegando uma fatia de pizza.

– Sim - murmurei.

A verdade é que eu não lembrava de nada, e me senti mal por isso.

– Bom, como já era de se esperar, ele descobriu que ela queria dar um golpe nele. Aí um mês atrás, ele e a mamãe voltaram a se ver e estão saindo para jantar todos os dias, praticamente - ele disse, mordendo um pedaço - Então, o meu pai resolveu pedi-la em casamento de novo.

– Uau! - eu disse, sorrindo - Parece história de filme.

E eu realmente estava feliz por ele. Apesar de tudo, estava feliz pelos pais dele e por ele.

– Seguindo a história - ele mordeu outro pedaço -, semana passada, eu fui até uma joalheria escolher um anel para ele dar pra ela.

Quase cuspi o gole de coca que eu havia colocado na boca.

– C-Como assim? - perguntei, com os olhos arregalados.

– Escolhi um anel, oras - ele disse, dando de ombros - Peguei um vermelho. Ou verde. Sei lá que cor era. Só sei que era muito bonito, e brilhava. Do jeito que ela gosta.

Automaticamente eu comecei a ter um ataque de risos e a engasgar com a pizza.

– Está tudo bem? - ele perguntou, em tom preocupado e passando a mão nas minhas costas - Ei, você está bem? Quer ajuda?

– Eu amo você - murmurei e o beijei.

E ficamos ali, abraçados, nos beijando e vendo Friends.


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