A Força De Uma Paixão. escrita por Kah


Capítulo 60
Um novo dia




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/409055/chapter/60

— Paulina? Você pode me ouvir, Lina? – ouvia me chamar, mas parecia tão longe.

Sentia meu corpo dolorido, minha boca estava amarga... Minha cabeça latejou fazendo-me lembrar o que havia acontecido.

— Paola? – disse abrindo os olhos e pisquei algumas vezes ate me acostumar com a luz.

— Paulina! – Carlos Daniel apareceu em minha visão, o rosto manchado pelas lagrimas me olhou com alivio, suas mãos logo encontrou a minha – Que bom que acordou meu amor.

— Aonde esta Paola, Carlos Daniel? – perguntei tentando me levantar, meu corpo parecia pesar uma tonelada, gemi sentindo dor em minha perna – Ele vai mata-la Carlos Daniel, ele quer me matar...

— Shh... Fique calma meu amor. – ele disse acariciando meu rosto – Aquele desgraçado não vai fazer mais nenhum mal a vocês.

— Onde eu estou? – perguntei olhando ao meu redor.

— Estamos no hospital, esta tudo bem agora vida minha, fique tranquila. – ele segurou firme minha mão na sua.

Outra vez tentei me sentar, mas Carlos Daniel me impediu.

— Ei… Fique quietinha meu amor, você precisa descansar. - o olhei, ele estava visivelmente cansado, abatido, seus olhos tinham olheiras profundas.

— Carlos Daniel… - minha voz saiu rouca, ergui minha mão que ele ainda segurava ate seu rosto e o acariciei, como era bom estar com ele, como era bom saber que tudo havia acabado - Meu amor...

— Senti tanto medo de te perder Paulina, tanto medo. - ele me olhou por um momento me avaliando e logo me abraçou já chorando, não consegui me conter e acabei por chorar também.

Ficamos abraçados por um momento, depois ele se afastou e beijou todo meu rosto, limpando minhas lagrimas logo em seguida.

— E a Lizete Carlos Daniel? – perguntei segurando com força sua mão, sentindo certa angústia por não saber como estava minha menina.

— Ela esta bem meu amor... Esta preocupada com você e Paola. – seus olhos me olharam com ternura e amor.

— Ela esta machucada? – perguntei com um nó na garganta.

— Não meu amor, - ele deu um meio sorriso – graças a Deus aquele canalha não fez nada com nossa princesinha.

Respirei aliviada, Carlos Daniel levou minha mão ate seus lábios e a beijou.

— E o Otávio? Como ele esta?

— Nosso bebezinho esta sendo muito bem cuidado por todos, - ele acariciou meu rosto – não se preocupe tanto, meu amor, tente descansar.

— Carlos Daniel, quero ver a Paola... – disse encarando-o, ele desviou o olhar do meu e limpou uma lagrima que lhe escapou.

— Você tem que descansar minha vida, esta machucada, esta fraca... Não se preocupe com ninguém agora, assim que estiver mais recuperada eu te levo ate sua irmã.

Por mais que tentasse não conseguia afastar a imagem de Paola ensanguentada em meus braços, minha mente estava confusa.

— Ela morreu não foi? – perguntei com a voz falha, o mirei com os olhos cheios d’água imaginando que nunca poderia ter minha irmã comigo.

— Não meu amor, claro que não... – ele me respondeu limpando novamente minhas lagrimas – Ela... Paola passou por uma cirurgia longa e complicada, - sua mão afagou a minha – conseguiram retirar a bala, graças a Deus não atingiu nenhum órgão vital, ela esta se recuperando bem meu amor.

— Preciso vê-la Carlos Daniel.  – o olhei suplicante, meu peito estava apertado, eu precisava vê-la – Paola me salvou, ela se arriscou por mim, eu preciso vê-la...

— Lina, assim que o medico te der alta prometo que te levo para ver sua irmã, mas agora você tem que se acalmar. - Carlos Daniel deslizou a mão por meu rosto, seus olhos se estreitam quando passou suavemente um dedo abaixo de meu olho esquerdo, provavelmente onde havia a marca do tapa daquele desgraçado - Descanse Paulina, Paola esta bem, esta fora de perigo.

Respirei profundamente e fixei meus olhos nos seus, minha mão subiu ate seu rosto e o acariciei.

— Eu te amo tanto Carlos Daniel.

— Minha Paulina… - Carlos Daniel levou minha mão ate seus lábios e a beijou, por longos minutos ele apenas me olhava, acariciando vez e outra minha face - Me desculpe meu amor?!

—Te desculpar? - perguntei confusa.

— Sim, pela maneira que falei com você no dia que… que você foi atrás de Lizete. - ele respirou profundamente e engoliu seco, seus olhos lacrimejaram - Nunca em minha vida me senti tão culpado, eu… Eu estava nervoso, acabei falando num momento de raiva. Você é sim mãe de Lizete meu amor, a melhor mãe que ela poderia ter.

O encarei alguns segundos, a lembrança de suas palavras me atingiram em cheio, desviei meus olhos dos dele e puxei delicadamente minha mão de entre as suas.

— Eu acho melhor não falarmos disso agora Carlos Daniel. - falei sentindo seu olhar em mim.

— Tudo bem meu amor. - ele se levantou e beijou minha testa - Tente descansar, vou estar aqui.

O olhei, seu rosto cansado, seus olhos fundos e cheios de culpa, queria o abraçar, o beijar e dizer que estava tudo bem, mas ainda doía o peso de suas palavras.

— Quando vou poder ir pra casa Carlos Daniel? - perguntei enquanto ainda estava parado ao meu lado e me observava.

— Acho que logo pela manha meu amor. - ele sorriu, cansado.

— Ah quanto tempo estou aqui? - perguntei completamente perdida.

— Bom, - ele verificou as horas no celular - você ficou desacordada um bom tempo, estava muito fraca, depois aplicaram um sedativo em você, estava agitada, nervosa… Estamos aqui ha algum tempo…

Enquanto me falava me lembrei de tentar buscar Paola, minha mente estava confusa.

— Você precisa descansar também Carlos Daniel. - falei o olhando preocupada – Vá pra casa, eu vou ficar bem.

— Eu estou bem Lina, não vou te deixar sozinha nem por um minuto. - ele segurou novamente minha mão, sabia que seria em vão tentar o convencer do contrário.

Logo uma enfermeira entrou levando meu jantar, e apesar de meu estomago se recusar, Carlos Daniel me fez comer boa parte da refeição, logo depois acabei dormindo novamente, um sono profundo e com sonhos sem sentido.

No dia seguinte finalmente ganhei alta, Carlos Daniel me esperava com um buquê de flores e um sorriso no rosto. Antes de deixarmos aquele hospital pude ver como Paola estava.

Carlos Daniel me acompanhou, me ajudando a andar com minha perna imobilizada, assim que entramos no quarto pude respirar aliviada ao ver que Paola estava consciente.

— Paola... – falei já deixando a emoção me dominar enquanto Carlos Daniel me ajudava a me aproximar dela – Graças a Deus esta bem Paola.

— Paulina... – ela sussurrou meu nome fraca, seus olhos se encheram de lagrimas e ela estendeu sua mão – Que bom que esta bem...

Segurei sua mão, e Carlos Daniel puxou uma cadeira para que eu me sentasse ao lado de Paola.

— Graças a você Paola, você me salvou... – falei deslizando minha mão por seu rosto.

— Você é minha irmã... E eu te amo Paulina... – ela disse com dificuldade, chorando.

A abracei e logo depois beijei sua testa, eu também chorava.

— Eu também te amo Paola, não sabe o quanto fico feliz em ouvir você me falando isso.

— Me desculpa Paulina... Me desculpa por tudo que te fiz...

— Eu ja te perdoei Paola, - limpei as lagrimas de sua face – agora tudo o que mais quero é que você saia logo daqui, que possamos conviver juntas... Esse era o sonho de nossa mãe, e creio que ela esta muito feliz agora.

— Sim... Mamãe sempre quis que fossemos amigas... – ela sorriu e então olhou para Carlos Daniel que permanecia parado ao meu lado – Eu quero te pedir desculpas também Carlos Daniel... Sei que te fiz muito mal... a você e a Lizete...

— Paola, Lizete sofreu muito por não ter uma mãe presente, apesar de ser tão pequena, eu via nos seus olhinhos o quanto sentia falta do amor e carinho de uma mãe. – ele afagou meus ombros e me olhou com carinho – Quando Paulina apareceu, Lizete se tornou outra criança, ela não era mais aquela menina tímida e triste, Paulina deu a Lizete todo amor e carinho que só uma verdadeira mãe pode dar...

— Carlos Daniel... – o interrompi imaginando que aquelas palavras afetassem Paola – não vamos falar disso agora...

— Não Paulina... – foi a vez de Paola me interromper – Carlos Daniel tem toda razão... e eu sinto ainda mais amor por você por saber que cuidou de Lizete... Por ter sido  a mãe que eu nunca fui capaz de ser... Obrigada Paulina, e a você também Carlos Daniel...

— Não tem o que agradecer Paola, eu que te agradeço por ter salvo a vida de Paulina, não viveria sem ela.

— Cuide bem dela Carlos Daniel... – ela sorriu olhando-o com ar ameaçador, acabamos por sorrir também. Carlos Daniel apenas acenou em concordância sorrindo.

— Precisamos ir agora Paola. - beijei sua mão que permanecia unida a minha.

— Você volta pra me ver?

— Claro que sim, - afaguei sua mão – todos os dias.

Nos despedimos de Paola e finalmente fomos para casa.

Assim que entramos na mansão fui surpreendida por todos os Bracho que estavam reunidos na sala, me senti acolhida e protegida entre minha família.

Lizete veio correndo ao meu encontro, a abracei apertado, chorando, ela estava bem, não tinha ideia do que tinha lhe acontecido e respirei aliviada por saber que ela não lembraria de nada que aconteceu. Otavio abriu o sorriso mais puro e encantador que existia, chorei com ele em meus braços, meu bebezinho tão lindo, tudo havia acabado, eu tinha minha família de volta, e agora ainda mais completa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!