A Força De Uma Paixão. escrita por Kah


Capítulo 50
Mudanças




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/409055/chapter/50

Eu havia acabado de entrar na 15° semana de gestação, finalmente aqueles enjoos estavam passando e minha barriga começava a crescer.

Tudo estava perfeito, meu bebê crescia forte e saudável em meu ventre, e a cada dia que passava Carlos Daniel me demonstrava mais carinho e amor, e Lizete se mostrava cada vez mais animada com a chegada de um irmãozinho, todos esperávamos ansiosos a chegada daquele bebê.

*-*

— Meu amor, - Carlos Daniel disse chamando minha atenção, minhas costas estavam coladas em seu peito, e ele acariciava levemente meu ventre enquanto descansávamos depois de termos feito amor – você já pensou em algum nome para nosso bebê?

— Bom, na verdade ainda não. - Sorri levando minha mão ate a sua.

— Acho que devíamos pensar sobre isso. – ele disse beijando minha nuca.

— Humm... – me virei na cama ficando de frente para ele – você tem alguma sugestão?

— Na verdade, - ele sorriu – ainda não.

— Estamos empatados. – acariciei seu rosto e me inclinei para beija-lo.

— Não quero ser o tipo de pai que olha para o filho quando nasce e diz, “olha ele tem cara de Manuel”... ou então, “ela tem cara de Francisca” – ele sorriu fazendo-me sorrir também.

— Seu bobo. – disse acariciando seu peito e sorrindo – Vamos esperar para descobrir o sexo do bebê, aí pensamos em um nome.

— Não imagina o quanto estou ansioso Paulina. – ele afagou minha bochecha.

— Eu também estou meu amor, - afirmei olhando-o fixamente – não vejo a hora de ter nosso filho nos braços, de ver seu rostinho...

— Me faz tão feliz Paulina, nunca imaginei que algum dia me sentiria tão completo e em paz.

— Você que me faz feliz a cada instante Carlos Daniel, - disse já sentindo meus olhos lacrimejarem – você me salvou, me ensinou a amar, me deu uma família... me tirou de um mar de angustia e solidão...

— Oh minha vida! – ele beijou levemente meus lábios - Nunca mais estarás sozinha, estarei sempre ao seu lado, te amo mais que tudo... mais que tudo.

O abracei e me aconcheguei em seu peito, eu não sabia, mas aquela calmaria toda estava preste a acabar.

*-*

— Que sorriso lindo é esse minha filha? – vovó Piedade perguntou assim que entrou em meu quarto, eu acabava de me arrumar e a respondi ainda sorrindo.

— Ai vovó... estou tão ansiosa, o Carlos Daniel virá me buscar para irmos fazer uma ultrassonografia, e quem sabe, ver o sexo do bebe. – disse pousando a mão em meu ventre um pouco dilatado.

— Paulina, não sabe como me alegra ver o quanto estão felizes e ansiosos com esse bebe.

— É tão maravilhoso vovó, saber que uma vida cresce dentro da gente, mal vejo a hora de começar a senti-lo, de vê-lo mexer em minha barriga. – respondi.

— Poder gerar um filho é uma dadiva Paulina, somo abençoadas por termos esse presente maravilhoso.

— Sim vovó. – sorri – Estou tão feliz.

Fomos interrompidas por Carlos Daniel que adentrou o quarto com um sorriso no rosto.

— Esta pronta meu amor? –perguntou indo ate a avó e a cumprimentando.

— Estou Carlos Daniel, - disse já pegando minha bolsa – vamos logo que não quero me atrasar.

— Claro amor meu, - ele sorriu indo ate mim e beijando levemente meus lábios – vamos descobrir se teremos mais uma princesinha, ou quem sabe um garotinho.

— Seja o que for ficarei muito feliz. – disse entrelaçando minha mão na sua – Só peço que venha com saúde.

— Eu também meu amor. – ele afirmou afagando meu ventre.

— E eu mal vejo a hora de ver mais um bisnetinho correndo pela casa. - vovó disse sorrindo.

— Se depender de mim vovó, vamos encher essa casa de crianças. – Carlos Daniel disse em um tom divertido me olhando com malicia.

— Carlos Daniel! – o repreendi sorrindo e me despedi de vovó - Nós já vamos vovó.

— Vão lá meus filhos, e me deem noticias. – ela respondeu divertida.

— Prometemos que será a primeira a saber, vovó. – Carlos Daniel disse se despedindo da avó e então partimos para a clínica.

Mais uma vez eu estava com meu coração acelerado, Carlos Daniel se mantinha ao meu lado como das outras vezes e segurava firme minha mão entre as suas, eu intercalava meu olhar entre o dele e o monitor a nossa frente, doutora Márcia movia o aparelho em minha barriga enquanto olhava atenta ao monitor verificando o desenvolvimento do bebe, e à medida que ela examinava, explicava pacientemente a mim e a Carlos Daniel o que estava fazendo e qual parte do corpinho do bebe estava aparecendo na tela, no começo eu mal distinguia uma coisa da outra, mas com a ajuda dela aos poucos fui me adaptando e conseguindo ver meu filhinho naquela tela.

— Aqui esta o rostinho dele, o nariz a boca... – ela dizia apontando onde estava cada parte.

Mais uma vez não consegui segurar a emoção, poder ver aquele ser tão pequeno, tão perfeito... Era tão maravilhoso que eu não sabia como explicar.

— Vamos ver se esse bebezinho colabora e nos deixe ver seu sexo. – ela sorriu mexendo o aparelho em minha barriga.

Olhei Carlos Daniel ao meu lado, seu sorriso estava tão radiante que fazia meu peito se encher de felicidade, logo doutora Márcia chamou nossa atenção.

— Olha só... – ela sorriu nos olhando e voltou o olhar a tela – esta vindo um meninão aí.

Olhei para a tela com os olhos arregalados enquanto a doutora apontava com a seta o sexo do bebe.

— Olha só, aqui está o... – ela sorriu – o pintinho dele.

— Um menino meu amor, um garotão, - Carlos Daniel disse se abaixando para beijar minha toda minha face e logo meus lábios – um garotão... – repetiu com voz emocionada.

— Um menino. – disse com um sorriso enorme no rosto e com as lagrimas escorrendo por minha face – Estou tão feliz Carlos Daniel.

— Vamos dar um irmãozinho para Lizete. – ele sorriu beijando-me – Um menino... um homenzinho... – ele repetia com a voz carregada de emoção.

Saímos daquele consultório, radiantes, e Carlos Daniel parecia estar ainda mais feliz do que eu, era impossível tirar o enorme sorriso de seu rosto. E eu me sentia imensamente feliz por saber que meu filhinho estava bem, que ele se desenvolvia saudável, e durante o caminho ate em casa fiquei imaginando como seria nosso filhinho.

Vovó Piedade ficou radiante quando dissemos que teríamos um menino, e ate mesmo Lizete, se encantou com a noticia.

— Vou falar para Cacilda para prepararmos um jantar para comemorarmos. – vovó disse se levantando.

— Vovó, não preci... – ia dizendo mas ela me interrompeu.

— Não adianta discutir Paulina. – ela disse já caminhando em direção a cozinha – Tenho o direito de comemorar a chegada de mais um Bracho.

Apenas sorri enquanto Carlos Daniel me puxava para mais próximo de seu corpo.

— Vovó esta tão feliz. – ele disse enquanto beijando meu pescoço fazendo-me fechar os olhos e deitar a cabeça em seu ombro – Há muito tempo não a via assim.

— Eu também estou meu amor, - sorri – e não consigo parar de imaginar uma miniatura sua correndo pela casa.

— Hmm... – ele sorriu beijando mais uma vez meu pescoço já arrepiado – então acha que nosso filho vai ser parecido comigo?

— Tenho certeza. – afirmei.

— Uma miniatura minha!? – ele disse divertido.

— Um menino lindo... – disse me aconchegando em seus braços.

*-*

— Paulina, eu vou com Rodrigo ver como estão as produções da entrega de amanha, - Carlos Daniel disse indo ate a minha mesa enquanto eu analisava alguns novos contratos – voce vai ficar bem?

— Claro que sim meu amor, - sorri olhando-o – eu vou terminar de revisar esses papeis.

— Tudo bem minha Lina, - ele se inclinou ate mim e me beijou – creio que não vamos demorar muito, e assim que voltarmos, vamos pra casa.

— Esta bem, - o beijei – eu vou ficar aqui.

Ele ainda me beijou mais uma vez antes de sair, e assim que fiquei sozinha novamente voltei a analisar aqueles documentos.

Era incrível como tudo estava caminhando bem, como tudo estava dando certo em minha vida.

Meu curso de direito me ajudava muito na fabrica, sempre que Rodrigo e Carlos Daniel tinham alguma duvida sobre algum contrato ou alguma pendencia eles pediam minha ajuda, e eu me sentia mais útil na empresa.

Ainda faltava alguns documentos para ser revisados quando fui interrompida por um forte estrondo na porta de minha sala e assim que meu olhar se chocou com o invasor senti um frio percorrer por minha espinha...

— Paola... – disse como se aquele nome pesasse uma tonelada.

Ela apenas me olhou sorrindo, com ser ar superior e autoritário de sempre.

— Me desculpe senhora, eu tentei impedi-la de entrar... – Luíza, minha secretaria disse nervosa parada próxima à porta.

— Mas que maneira de receber uma irmã, queridinha... – Paola disse com deboche fazendo ar de ofendida.

— Luíza, - disse me levantando – esta tudo bem, pode voltar para o seu trabalho, acho que a visita de Paola não vai ser muito longa.

— Com licença. – Luíza assentiu saindo de minha sala.

Assim que me vi sozinha com Paola senti meu sangue gelar, ela me olhava fixamente e eu conseguia ver o ódio estampado em sua íris.

— O que quer Paola? – perguntei tentando ir direto no assunto.

— Não posso visitar minha querida irmãzinha? – ela perguntou cinicamente.

— Se fosse outra pessoa eu ate acreditaria Paola, - respondi me sentando novamente – mas vindo de você?... Você nunca gostou de mim, e deixou isso bastante claro.

— Ora irmãzinha, assim você me ofende. – ela disse se sentando a minha frente e logo me fuzilando com o olhar – Mas tem razão, nunca gostei de você.

— Se veio aqui para dizer isso já pode se retirar. - rebati tentando manter a calma.

— Bom, - ela se levantou e começou a andar de um lado ao outro na sala – eu vim te dar um aviso queridinha.

— Aviso? – perguntei confusa, ela me olhava o tempo todo.

— Você me tirou tudo Paulina, - disse se aproximando, colocando as mãos sobre a mesa e me olhando fixamente – acabou com minha vida, e depois voltou como se nada tivesse acontecido, e não estando satisfeita, ainda tira a única coisa que realmente é minha.

— Do que esta falando Paola? – perguntei sentindo o peso de suas palavras sobre mim.

— Lizete! – ela disse fazendo meu coração saltar em meu peito e um gosto amargo crescer em minha boca – Sim pode não parecer, mas Lizete é minha, sempre foi e sempre vai ser, não vou permitir que ela continue te chamando de mãe, não vou permitir que você mais uma vez tome posse do que é meu... acabou Paulina, acabou. De agora em diante eu vou recuperar tudo o que é meu... Esta entendendo? Esse teu sonho de felicidade completa esta chegando ao fim.

— Paola, - me levantei a encarando, minhas mãos suavam e eu respirei fundo antes de a responder – eu não tirei nada de você, você que deixou tudo escapar de suas mãos, não deu valor ao que tinha.

— NÃO ME VENHA COM ESSA HISTORIA DE BOA MOÇA PAULINA! – ela disse alterando a voz – Sei que você não é essa mosca morta que aparenta ser.

— Você esta louca Paola... – disse já me alterando também, sentindo meus olhos arderem.

— Não estou louca irmãzinha, - ela disse nervosa – de agora em diante vou recuperar tudo o que me pertence, e vou fazer você passar pelo o que passei.

— O que pretende com isso Paola? – perguntei impaciente.

— Você verá Paulina, - ela disse encarando minha barriga – aproveite os momentos felizes que ainda lhe resta, porque logo você perdera tudo.

Suas palavras me atingiram como facadas, senti um tremor percorrer meu corpo, e meus olhos já derramavam as lagrimas que eu tentava segurar. Paola saiu de minha sala sem dizer mais nada, e eu fiquei ali, estática, absorvendo cada palavra sua.

Não vi quando Carlos Daniel entrou na sala, só percebi sua presença quando ele me puxou para seus braços.

— Paulina! Paulina, o que aquela mulher fez com você? Esta sentindo alguma coisa? – perguntou preocupado fazendo-me sentar.

— Eu... eu estou bem Carlos Daniel... – disse tentando me manter calma.

— O que Paola queria meu amor? – perguntou se ajoelhando ao meu lado e segurando minhas mãos entre as suas – Esta tão pálida, suas mãos estão geladas Lina.

— Ela... Não queria nada Carlos Daniel... – disse tentando tranquiliza-lo e não o preocupar, e principalmente, não queria repetir o que Paola acabara de me falar naquele momento, sua palavras me acertaram como flecha.

— Paulina! – ele disse serio olhando-me fixamente – Não minta pra mim, olha o seu estado... O que ela queria?

— Carlos Daniel, - disse sentindo meus olhos se encherem de água novamente – não me pergunte nada agora, por favor, me leve pra casa.

— Paulina... – ele me olhou preocupado e enxugou algumas lagrimas que me escaparam – Não fique assim meu amor, eu vou te levar pra casa, vou cuidar de você...

Assenti com a cabeça e o abracei, sentindo as lágrimas molharem meu rosto, e sentindo aquelas palavras de Paola me matando por dentro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!